—Esse exercício está totalmente errado, Scorpius!

—Você só pode estar zuando, eu demorei horas para fazer essa merda!

—Mas tá errado, presta atenção, que você consegue!

—Eu estou prestando Rose. O que você está insinuando?

—Que você não está fazendo com atenção idiota!

Estávamos na enfermaria, no meu leito, a tarde, no intervalo de aulas na quinta, uma semana depois (a festa tinha sido adiada para sábado que vem, porque eu tive que ficar mais uma semana na enfermaria). Ele estava sentado do meu lado na cama, minha cabeça dói muito; e eu estava ajudando o besta do Scorpius a estudar. Por mais, que acontecessem brigas, estávamos mais próximos, ele vinha a tarde, a noite, e de vez em quando vinha nos intervalos de algumas aulas para entregar as lições que eu lhe dava no dia anterior. As meninas vinham todo dia me entregar as lições e conversar sobre o que acontecia no dia. A verdade é que eu estava extremamente entediada nessa merda.

—Veja se está certo, por favor.

Estava errado.

—Está errado, de novo.

—Eu não acredito nisso.

—Calma Malfoyzinho

Falei irônica, enquanto ele apoiava a cabeça nas mãos. Depois pegou o caderno e apoiou na minha perna, em cima da cama e falou:

—Me ajudaaaa

—Não, eu já te ensinei isso, você tem que fazer sozinho

—Tá, tá, tá, você é muito chata Rosinha.

Eu revirei os olhos, ele não me irrirava tanto agora, ele me irritava menos. Talvez seja porque ele não tinha mais o jeito de superior, era mais irônico do que maldoso.

Eu voltei a atenção para meu livro, A Seleção, Dominique tinha lido (e olha que ela nunca lê) e me falou que era realmente muito bom, eu acreditei e pedi para minha mãe encomendar. Ela encomendou e me mandou, desde então já li duas vezes, porque eu estou esperando A Elite e estou viciada.

— Rose, como está sua dor?

Ele me perguntou e eu o encarei.

—Está melhor.

Era mentira, dói todos os dias, todas as horas e todos os minutos.

—Você é uma péssima mentirosa!

Eu não tive como responder, pois alguém entrou na enfermaria e gritou meu nome, era o Lysander.

—Scorpius se esconde!

—O quê?

—Vai vai!

Ele se escondeu em baixo da cama, quanta criatividade.

Peguei seus livros e joguei no chão, vi apenas uma mão saindo em baixo da cama e arrastando os livros.

—Rose!

Ouvi a voz de Lysander Scamander enjoada que eu tanto odiava, a questão era que meu pai sempre quis que eu tivesse um relacionamento ou melhor um casamento com Lysander, mas eu nunca quis e esse infeliz é um iludido que acha que vai ter alguma coisa minha.

—Lysander...

—Como está minha Rosinha?

—Quem é essa?

—Essa quem?

—Sua Rosinha

—É você meu amor.

—1° seu amor é seu cú 2° "minha Rosinha " que coisa mais cafona!

—A Rose, porque você não pode assumir nosso amor? Até seu pai já assumiu.

—Lysander preste atenção, eu não gosto de você, por favor, você consegue entender.

Ele veio todos os dias dessa semana que eu fiquei na ala hospitalar, era um saco ter que atura-lo, só que nunca deu dele vir logo no horário do Scorpius.

—Rose estou cansado disso!

Neste momento, ele se aproximou e tentou me beijar a força, eu não sei o que aconteceu comigo, eu simplesmente paralisei. Apenas senti algumas mãos o tirando de cima de mim e o socando. E depois levantei da cama e sai correndo.

Não sei para onde vou, apenas sei que sai correndo, sem ter um destino, sem ter um caminho certo.

Acabo na Sala Precisa, encolhida em uma sala cheia muito aconchegante e choro um pouco, eu penso que é um exagero chorar por algo tão simples como um beijo, mas acho que eu não estou chorando por conta do beijo, mas por conta de eu acabar sendo submissa aquilo e à ele, eu ser vítima, ser presa e de não ter o controle.

A porta se abre e vejo um Scorpius entrando com um machucado no rosto, bem como suas mãos.

Ele se aproxima de mim, mas não me toca.

—Eu ...

Tentei dizer a ele que não estava chorando apenas pelo beijo, mas ele me cortou.

—Eu sei, você tem que respirar.

Só ai reparei que estava soluçando.

—Desculpa...

Digo entre soluços. Ele se aproxima mais, e levanta meu queixo.

—Preste atenção, você não tem culpa de nada.

Caíram algumas lágrimas em sua mão, ele pareceu nem perceber, ele olhava apenas me encarava. Então ele me beijou, na verdade foi realmente uma surpresa. Foi o melhor beijo da minha vida, e a pegada, caralho, eu nunca admitiria isso mas...

—O que você fez?

Eu o perguntei.

—Eu não sei, não sei Rose.

—Como assim você não sabe?

—Eu não sei, simplesmente me deu vontade.

—Você é louco!

Eu digo saindo da sala, mas eu passo por ele e ele puxa meu braço. Ficamos nos encarando ao que parece ser um século. Depois ele então simplesmente diz:

—Amanhã quando você tiver alta da ala hospitalar a noite, vá até o campo de quadribol para sua primeira aula.

Não respondi apenas sai.

Acordei na sexta e decidi fazer minhas lições e deixar tudo em dia, quando finalmente acabei estava na hora do almoço já. Então simplesmente decidi que dormiria até a noite já que não tinha dormido nada, com medo do Lysander. E também pensando no beijo.

Quando acordei Albus, Hugo e James estavam perto da cama conversando com a enfermeira.

—Acordou princesinha!

Revirei os olhos, pelo apelido que Hugo me chamou, dado pelo meu pai.

—Mamãe te mandou uma carta!

—Depois você abre, vamos jantar estou morrendo de fome.

Albus diz. Seguimos para o Salão Principal. Chegando lá, as meninas já estavam sentadas junto com o resto da familia. Depois que todos me abraçaram e veja bem todos o que é muita gente, eu sentei e devorei tudo que estava na minha frente. Só parei de comer, quando senti mãos nos meus ombros. Eu olhei para trás e vi, um menino platinado, com um sorriso irônico e com a camisa metade aberta.

—Weasley continua com a sua cara... cara... de Rose

—Que bom Weasley que está melhor.

Foi a vez de Zabini falar.

—Obrigada Zabini, e quanto a você Malfoy, tudo bem, eu não podia esperar menos de um ... de um... Malfoy; digo isso por conta do histórico de sua familia, sabe Malfoy?

Eu vi que eu tinha falado merda no momento em que acabei a frase, mas ele me tratou mal depois de me beijar; então tecnicamente ele mereceu. Mas acho que ele não pensou que tecnicamente ele mereceu, porque obviamente ele ficou puto da vida.

—Ahhh, sim, com certeza Weasley, mas pelo menos eu curto a vida, eu não fico apenas na porra da biblioteca, eu não me entrometo em brigas que eu não tenho nada a ver e eu não me considerou perfeito em tudo e acho que mando em todos. Mas por fim eu não sou hipócrita a ponto de retribuir ao meu beijo, depois de eu te salvar do Lysander que estava te beijando a força, e depois de tudo isso, chegar aqui e xingar a minha família e a família da sua melhor amiga.

Fiquei puta, ele chega e fala para todo mundo coisas que eu não queria falar para ninguém, ele falou segredos que eu o confiei agora ele falou para todos. Então, sem rodeios, eu saí. Fui direto para o campo de quadribol, todos esses dias na ala hosoitalar eu estava louca para voar.

Eu estava indo lá, quando escuro passo e viro Scorpius está lá. Ele se apressa e chega bem perto. Eu estava chorando, de novo, e desta vez ele as limpou.

—Eu não devia ter falado do nosso beijo e muito menos do Lysander.

—Não devia mesmo!

—Era a hora de você pedir desculpas também.

Ele fala com aquele sorrisinho lindo dele. Eu ri e depois eu o beijo, foi um beijo calmo e doce, não entendia como o nosso relacionamento podia ter evoluído para algo tão bom, mas no fundo estava com muito medo no que isso ia dar.