Scorpius queria saber sobre Rose, precisava saber se ela estava bem, se ela se sentia segura... Odiava-se por coloca-la em perigo. Mas, não podia ir para Munique, embora desejasse isso com todas as suas forças.

A primeira semana após a reunião ele tinha mandado mensagens pedindo um encontro com Dolohov todos os dias. Naquele dia, em especial, pediu três vezes. No entanto, ainda não tinha obtido nenhuma resposta. Isso o preocupava. Ele começou a andar nas ruas sempre olhando para trás, como se estivesse sendo seguido.

No início da segunda semana encontrou-se com Damian. Mesmo receoso questionou se o companheiro tinha conversado com Dolohov na semana que passara. No dia seguinte Travers entrou em contato com ele. Aparentemente, Dolohov tinha sumido na semana passada. Ele tinha sido visto pela última vez em um bar em Munique.

Scorpius assustou-se quando percebeu que Dolohov sumiu no dia em que ele tinha encontrado com Rose e o último que ele foi visto tinha sido perto do lugar onde ele colocou o disfarce.

Duas equipes tinham sido designadas para descobrir o que tinha acontecido com Phil.

Espero que ele esteja morto, porque se ele não estiver, vai desejar estar morto.

Travers afirmou com raiva. Não seria a primeira que Dolohov tentava sair da causa, mas certamente, ele iria garantir que aquela seria a última.

Malfoy, a partir de agora você vai responder diretamente a mim. Isso significa que vai subir alguns degraus na escala de importância da causa. Mandarei as coordenadas do nosso próximo encontro. Enquanto isso, treine usar Crucius.

Trabalhar para Travers provou-se ser um milhão de vezes mais repugnante que para Dolohov. O cara era simplesmente doentio e tinha real apreço em causar dor em qualquer ser vivo.

Seja bem vindo ao primeiro quartel de testagem.

Disse Travers.

Os dois estavam uma cidadezinha pacata, parecia uma vila de bruxos, embora ele duvidasse que ela fosse registrada como tal em qualquer Ministério. Eles estavam em um país chamado Panamá.

O primeiro quartel de testagem como era chamado o local em que estavam era um celeiro que por fora parecia minúsculo, mas ele sabia que quando entrasse o local seria enorme. Era uma das coisas que Scorpius mais gostava na magia, no entanto ele não tinha a menor pressa em conhecer o local.

Scorpius precisou usar toda a sua força para não jogar seu disfarce por terra.

O local estava cheio de grandes potes de vidros com várias pessoas dentro, provavelmente trouxas. Em cada um dos vidros tinham alguns escritos que Scorpius não conseguiu ler, devia está escrito na linguagem nativa.

—O bom de estar em um país com pouca tradição bruxa é que as caças as bruxas são vistas só como um mito estrangeiro. O sumiço dos trouxas sequer chama atenção do Ministério da Magia daqui.

Um homem negro, alto e careca aproximou-se dos dois e falou alguma coisa que Scorpius não entendeu. Queria pegar a varinha para realizar um feitiço de tradução, mas no fundo não sabia se ia conseguir se segurar com a varinha na mão.

—Nem perca o tempo usando magia para traduzir esse trouxa patético. Daqui a pouco vamos encontrar os nossos iguais.

—Por que estamos trabalhando com trouxas?

—Porque precisamos de alguém que entendia sobre trouxas... e, no fim das contas, se você os paga bem eles não se importam sobre as coisas “estranhas” que fazemos. É claro que ele não vai ter tempo para aproveitar o dinheiro quando desativarmos esse quartel.

—Por qual razão desativaríamos esse quartel?

Scorpius, contudo, obteve como resposta apenas um sorriso enigmático.

Quando chegaram no subsolo Scorpius notou uma pequena sala de vidro cheia de fumaça. Havia três homens lá embaixo, todos olhavam para a sala de vidro encantados, com sorrisos entre si. Ele não entendeu imediatamente o porquê, até que um deles, Jus Flath – como descobriria depois – explicou.

—A fumaça é um gás especial, e colocamos alguns trouxas e alguns traidores de sangue para inalarem.

Após alguns minutos angustiantes as portas finalmente se abriram. Um baixinho – Peter Expenser – apontou a varinha para dentro da pequena sala e umas 30 pessoas foram jogadas na frente deles. Alguns respiravam com dificuldade, outros estavam apenas assustados e outros – para total horror de Scorpius – estavam mortos.

Antes que Scorpius ou aquelas pessoas pudessem entender o que estava acontecendo o terceiro integrante – Aníbal Godoy – apontou a varinha para eles e pronunciou:

—Malum sanguine.

E de repente outras sete pessoas caíram mortas no chão.

Travers sorriu satisfeito.

—Lembra-se sobre o que disse sobre Crucius?

Perguntou ele apontando a varinha e pronunciando crucius para as quinze pessoas que ainda estavam vivas. Os outros três o acompanharam. E, Scorpius vestiu a máscara e também realizou alguns crucius. Mas, não conseguiu permanecer por muito tempo no personagem e logo começou a matar os “seus”.

—Não gosta de brincar com a comida, Malfoy?

Perguntou Aníbal Godoy, enquanto jogava um trouxa de um lado a outro da sala.

—Não suporto ver trouxas por muito tempo. Se eu tenho e posso mata-los não perco tempo.

...

Uma semana. Scorpius passou uma semana no 1º quartel de testagem. Não conseguiu descobrir o que tinha no tal gás. Mas, sabia que ele era capaz de identificar quem era trouxa e mesmo quando não o matava os deixava vulnerável para um feitiço especialmente criado.

A rotina de Scorpius resumia-se a matar trouxas. A ideia era que o gás fosse 100% eficaz, mas apesar de as testagens ele não passava de 50%, e embora o feitiço Malum sanguine fazer o resto do serviço eles não queriam ser visíveis. Usar magia os colocaria nos papeis de vilões.

—Nós queremos o caos para chegar ao poder e não o tomar com o caos. A diferença entre os dois é bem sutil, mas é justamente o que faz toda a diferença.

Travers disse certa vez.

Na frente de Godoy, Expenser e Flath, Travers mostrava-se sempre satisfeito pelo avanço das testagens, mas Scorpius já tinha percebido que ele estava com raiva dos três por não deixarem o gás com 100% de eficácia.

—Pensei que você seria como Bellatrix Lestrange, que apreciasse a arte de brincar com a comida, mas acho que, no fim das contas, é bom que não seja. Vou retornar agora, surgiram notícias sobre Dolohov. Mate todos eles e destrua.

Scorpius engoliu em seco. Preocupado com as novidades sobre Dolohov. Travers, no entanto, o interpretou errado.

—Não me diga que se apegou a esses idiotas?

Scorpius sorriu com escárnio.

—Só estou preocupado com os experimentos, apesar de não está em 100%...

—Eu já peguei tudo que poderíamos precisar daqui.

—Malfoy – chamou Travers antes de aparatar – quando eu digo destrua tudo, não estou falando somente desse lugar, estou falando da cidade. Estamos entendidos.

Scorpius assentiu.

...

—A história oficial foi de que um vulcão explodiu acidentalmente varrendo toda a cidade.

Explicou Scorpius para Hermione, Harry e Roy, após comentar sobre todos os acontecimentos da última semana.

—Merda. Estamos mil passos atrás sempre?

Harry disse angustiado.

—Conseguiu coletar alguma informação, Scorpius?

—Muito pouco. Travers tinha razão, ele tinha levado ou talvez tenha destruído qualquer indicio sobre o que de fato acontecia naquele lugar. Não consegui encontrar nenhuma informação sobre fórmulas ou qualquer outra coisa que explicasse o que diabos era aquele gás.

Aparentemente, antes de me dar a missão de matar e destruir todos ele aplicou apagou a memória dos outros bruxos. Com muito esforço conseguir resgatar algumas informações da mente deles, mas ainda não sei se vamos chegar em algum lugar sobre. Além disso, um deles, Aníbal Godoy, me disse que sabia que estávamos lá para apressá-los, pois ele tinha ouvido boatos que o segundo quartel não precisava mais o Sanguis Desereret para matar os traidores de sangue.

Ou seja, devemos supor que também há um gás por aí que identifique os traidores de sangue.

Hermione e Harry estavam absortos.

—E sobre Dolohov? Alguma novidade?

Roy questionou.

—Não. Travers me disse que tinham surgido algumas novidades, mas não se deu ao trabalho de me falar sobre. Fora isso, sequer ouvir o nome dele durante essa semana, mas sempre que chegava algum telegrama Travers parecia irritado. Dois dias atrás ele soltou que achava que Dolohov não tinha sumido por vontade própria. Mas, não descobri o que isso significava.

...

Hugo se surpreendeu com a facilidade com que Rose tinha aceitado o plano de Hermione. Ele achou que seria difícil convencê-la de que precisava de proteção, até porque nem ele sabia o porquê. Mas, suspeitava que ela sabia, pois assim que ele mencionou o nome de Scorpius apenas assentiu e perguntou como iria funcionar esse plano. Afinal, ele era Hugo Weasley não podia simplesmente mudar para a Alemanha para ficar 24 horas por dia com outra mulher sem que houvessem questionamentos.

Só havia um grande empecilho para aquele plano – pensou Rose – e o nome dela é Melanie.

Mel odiava qualquer coisa que tivesse uma pequena relação com a família de Rose, então ela não ia gostar nadinha de ter Hugo morando com elas durante um tempo.

Hugo ficou tão animado que tudo tinha dado certo com Rose que até esqueceu da briga que teve com Valeria Tech, sua noiva.

“Eu não estou noiva de um auror! Então, não! Não vou aceitar que saia em missões, só porque sua precisa de você. Ela tem um setor só de aurores a disposição. Que mande eles”. Gritou Tech aborrecida.

O ruivo sabia que ela não estava aborrecida de verdade com o fato dele sair em uma missão, mas, sim, porque isso o faria perder quatro entrevistas agendadas para o casamento.

“Sou um auror de formação, Val. Não é porque minha família tem influência o bastante para conseguir me transferir de setor que eu não conste na lista de funcionários do Ministério como auror”.

“Não importa! Não percebe o que ela está fazendo? Sua mãe me odeia. Esse é só um plano dela para nos afastar! Estou pedindo que recuse o pedido dela”

“É você que não está entendo Val. Não foi minha mãe que pediu foi a Ministra da Magia que exigiu”.

“Quer saber? Faça o que bem entender, mas não se surpreenda caso não me encontre aqui quando voltar”.

Disse fazendo uma a saída dramática.

Mas, Hugo não tinha muito tempo para pensar em Valéria agora. Precisava se concentrar na sua missão.

...

Ele tinha esquecido de como a melhor amiga de Rose, Melanie, tinha um olhar assassino. Sorriu lembrando-se do dia que conhecera. Foi o dia que descobriu onde Rose morava.

As duas foram para outro cômodo e conversavam baixinho. Melanie lhe dirigia olhares furiosos. Ela era muito bonita, observou Hugo, quando a viu pela primeira estava tão feliz por finalmente ter encontrado Rose que não notou ela de verdade, e, se possível ela estava ainda mais linda com os cabelos rosas.

A morena voltou para sala de estar primeiro Rose estava logo atrás.

“Não gosto de você, não confio em você e ficarei de olho em cada passo seu em cada momento que estiver aqui. Vou ser o seu pior pesadelo... até você querer correr para o colinho da mamãe”.

Hugo sorriu e esticou a mão para ela.

“Desafio Aceito”.

Se ele tivesse lidando com qualquer outra pessoa no mundo provavelmente essa pessoa entenderia que a intenção era quebrar o clima, mas Melanie o odiava então interpretou como deboche. Lançou outro olhar furioso para ele e saiu indo em direção ao quarto dela.

“Se quiser ficar por aqui vai ter que diminuir o deboche, porque se ela falar que não quer você na mesma casa que ela... é você que vai embora”

Rose deixou bem claro qual era sua prioridade.

“Não foi deboche, estava só tentando diminuir a tensão”.

Tentou dizer, mas ninguém prestava atenção.

...

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.