Rock Forever

O amor é a única coisa que nos mantém vivos.


" Nada é pequeno no Amor. Aqueles que esperam por grandes ocasiões para demonstrar a sua ternura não sabem amar. "

Mansão dos Cavalieri/Brasil

Jorge andava de um lado para o outro na sua enorme sala de estar, o jovem não conseguia parar de pensar em Kokimoto, mais ao mesmo tempo não podia se arrepender de ter pedido marcelina em noivado.

– Não, definitivamente não, eu tenho que me casar! - disse Jorge nervoso.

Ele lembrava o quão Marcelina havia ficado feliz com seu pedido de casamento, e se ela estava feliz de alguma forma ele também estava, sua noiva era a mulher perfeita, tão doce e compreensiva, talvez fosse fácil ama-la e sim ele já a amava, mais não com o amor de homem e mulher, a amava como se ela fosse uma irmã para ele.

– Senhor Jorge, o carteiro deixou uma carta para o senhor hoje pela manhã, parece que foi um amigo seu que mandou. - falou uma das empregadas entregando a carta.

– Muito obrigada, agora saía por favor! - disse Jorge educadamente.

O jovem adulto abriu a carta rapidamente, a curiosidade tomava conta da sua alma, quem no século XXI ainda manda cartas? Ok, era uma situação meio estranha, mais quem sabe fosse algo importante.

Adeus - Kokimoto.

Era a única coisa escrita naquela carta, além de algumas frases cujas Jorge não se deu o trabalho de ler, o rapaz logo entendeu o recado, há umas duas semanas atrás Kokimoto havia recebido uma proposta de emprego no exterior e com certeza ele tinha aceitado, Jorge sentiu sua alma ser quebrada em mil pedaços, o garoto caminhou em direção a porta, mais assim que abriu se deu de cara com Rosana e Alberto, seus pais.

– Mãe? Pai? o que vocês estão fazendo aqui no Brasil? - perguntou Jorge tentando esconder sua decepção.

– Sua mãe estava cansada de fazer compras em Paris. - falou Alberto abraçando o filho.

– Claro que estava cansada Alberto, tudo que eu queria era ficar perto do meu filhote e ajuda-lo a preparar o casamento. - disse Rosana dando gritinhos animados e se jogando no sofá.

Jorge encarou os pais e forçou um sorriso, maldito preconceito, mais uma vez ele estava de mãos atadas a sociedade preconceituosa, porque a verdade é que não adianta passar séculos e séculos, irá sempre existir pessoas hipócritas e preconceituosas, assim como também sempre irá existir pessoas fracas e medrosas que vão se render ao preconceito, e Jorge sabia disso.

Casa dos Magalhães/São Paulo/Brasil

Helena, quantas vezes vou ter que pedir para você não passar tanto tempo em frente ao computador? - gritou René beijando o topo da cabeça de Helena.

– E quantas vezes vou te que dizer pra você que eu estou grávida e não doente? Além do mais ainda estou com 2 meses de gravidez. - disse Helena suspirando.

René riu, Helena continuava a mesma teimosa de sempre, o pior de tudo era que Helena vivia nas redes sociais pesquisando sobre a banda Rock Forever, a professora queria entrar em contato com os alunos, já que a mesma sentia bastante saudades deles.

– Helena, já chega amor, você tem que esquecer os seus antigos alunos. – disse René a repreendendo.

– Eu sei René, mais eu queria muito falar para eles que estou esperando outro bebê, você lembra que a Valéria queria ser madrinha da Júlia? Então, como naquela época ela era muito nova não pode, mais agora eu quero que ela seja madrinha do bebê que eu espero. – disse Helena sorrindo.

– Não seja iludida meu anjo, a Valéria agora é a vocalista de banda mais famosa do mundo, com certeza ela não vai nem se importa. – disse René sério.

– Porque você insiste em achar que os meus alunos são sem sentimentos agora em? – indagou Helena, cruzando os braços indignada.

– Se esqueceu do que aconteceu? Os seus alunos foram embora sem ao menos se despedir de você, o Cirilo abandonou a família, e agora os pais do Cirilo moram de favor numa pensão, além do mais nenhum deles se quer perguntam sobre você. – disse René inconformado.

– Você está querendo dizer que não valeu apena todos os anos que eu fiquei ao lado deles? – perguntou Helena triste.

– Sim Helena, talvez não tenha valido para eles, mais você sabe muito bem que os pais deles vivem aqui em casa, e nós somos cheios de amigos. – falou René tentando animar a esposa.

– Eu sei que valeu apena René, a Laura vem me visitar todos os dias e até me traz biscoitinhos românticos, eu vou ser madrinha de casamento da Marcelina e do Jorge, e o Adriano sempre me liga para saber se estou bem com a gravidez e a Maria Joaquina Também. – falou Helena sorrindo ao lembrar dos alunos.

– Sim mais e os outros? A margarida morreu, o Cirilo não ama mais nem os próprios pais, a Carmem te liga raramente, o Jaime nunca mais ligou pra você, a Valéria nunca ligou só manda beijinhos pela Rosa a mãe dela, e o Paulo e a Alicia nem lembra que você existe, e não podemos nos esquecer do Daniel e do Mário que não sabemos nem se estão vivos ou mortos. – disse René fazendo Helena chorar.

– Eu sinto um aperto no peito as vezes amor, é como se todos eles de alguma forma precisassem da minha ajuda. – disse Helena chorando.

– Não chora querida, daqui a pouca a nossa filha e sua mãe chegam do parque e não vão gostar de te ver triste. – falou René abraçando a amada.

Hotel Deluxe/Nova York

( Coloquem: https://youtu.be/kUWQCWRef5Y )

– E então Valéria, eu sempre te amei, e se você não ficar comigo eu acho que vou morrer! – disse Jaime em frente ao espelho – Não desse jeito eu vou parecer um desesperado. – se repreendeu.

Jaime começou a rir escandalosamente, nem dava pra acreditar que ele estava nervoso novamente por uma garota, o pior de tudo era que ele o galã de Nova York ainda ensaiava em frente ao espelho, e tudo por culpa de Valéria Ferreira, a garota que ele ama desde os 10 anos de idade.

– Jaime? Porque você está rindo? – perguntou Valéria gargalhando e entrando no quarto.

– Valéria? Será que você não bate antes de entrar não? – indagou Jaime, tentando ser grosso.

– Eu nunca bati pra entrar no seu quarto, e eu preciso conversa com você Jaime. – falou a garota de cabeça baixa.

– Eu também preciso falar com você, desculpa? Eu fui um idiota com você e te tratei mal no café da manhã hoje. – disse Jaime sendo sincero.

– Eu também fui uma idiota com você Jaime, e é claro que eu te desculpo. – falou Valéria sorrindo.

– E então... abraço de urso? – perguntou Jaime estendendo o braços.

Valéria pulou no colo do garoto e o abraçou fortemente, inalando o cheiro dele para si mesma, enquanto Jaime sorria de olhos fechados, ele queria tanto confessar que a amava, mais tinha medo de acabar estragando a amizade deles, e ele também tinha medo que ela se afasta-se.

– Eu odeio ficar brigada com você seu chato. – disse Valéria rindo e bagunçando os cabelos do amigo.

– Ah não Valéria, caramba! Vou ter que arrumar meu cabelo de novo, eu odeio quando você faz isso. – resmungou Jaime, arrancando risadas da garota.

– Deixa que eu arrumo pra você, mais você é tão alto que eu acho que vou precisar de um banquinho. – falou Valéria fazendo Jaime revirar os olhos.

Logo os dois começaram a conversar animadamente, Valéria até ajudou Jaime a arrumar os cabelos, e durante todo o tempo que Valéria ficou naquele quarto só se ouviam risadas vindas de lá, a verdade é que ambos faziam bem um para o outro, e aquele era sem dúvida nenhuma o amor mais puro, intenso e verdadeiro que Jaime Palilo havia sentindo por alguém.