Rock Family

Capítulo 9 - Surpresa Impactante


Ainda bem que Louis e Marco resolveram chegar tarde, porque se chegassem mais cedo e ouvissem o barulho, acho que Taylor não estaria vivo para contar a história.

Pensava em coisas idiotas deitada no peito dele e passeando com meu dedo indicador nas linhas do tórax dele. Não sei porque eu nunca dormia depois de fazer sexo. Tay estava dormindo, podia acompanhar sua respiração calma subindo e descendo o rosto deitado em seu peitoral.

Alguns meses atrás, achei que ficaria solteira para sempre, também estava pouco ligando para isso, poderia ficar sozinha pelo resto da vida que não estava nem aí. Mas de repente as coisas melosas que as pessoas diziam sobre o amor estavam se encaixando. Não sei se amava como as outras pessoas, porque sempre fui meio fechada para isso.

Mas a sensação que sentia era que de repente tinha uma pessoa para dividir, sei lá, passar minha vida do lado, ouvir minhas besteiras e completar minhas idiotices.

Não sei quanto tempo fiquei ali deitada, nem quanto tempo iria ficar ali, mas depois de um tempo indeterminado, Taylor acordou.

Apertou os olhos e estendeu os músculos se espreguiçando. Levantei e sentei na cama ao lado dele, esperando que abrisse os olhos. Primeiro apertou os olhos, depois os esfregou e em fim abriu lentamente.

- Há quanto tempo está aí?

Perguntou ao me ver, passou a palma da minha mão nas minhas costas, perto da minha cintura, embaixo do meu sutiã.

- Não sei direito. Não sei por que nunca consigo pegar no sono quando isso acontece.

Expliquei, e baguncei um pouco o meu cabelo, distraidamente.

Taylor levantou-se da cama, tinha vestido a cueca antes de pegar no sono. Pegou a camisa que estava no chão, e depois virou-se para mim indignado:

- Olhe para isso...!

Mostrou com o indicador a marca dos meus dentes, quase rasgado.

- Era minha melhor camisa!

Protestou enquanto vestia.

- Sinto muito. - Pronunciei irônica. – Não pensei nisso.

Levantei e comecei a recolher as minhas roupas e vesti-las.

Saímos do quarto com o braço envolvendo um ao outro até a sala.

Sentamos no sofá e nos perdemos em conversas, risos, coisas interessantes.

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Foi quando eu estava na cozinha preparando ovos mexidos que aquele cheiro me invadiu como uma granada. O oléo, a gema, a clara... Aquele cheiro entrou todo no meu nariz e provocou uma sensação terrível de enjoo, meu estômago embrulhou, revirou-se na minha barriga e quando deu a primeira contração, corri pelo corredor em desespero até o banheiro social.

Abri a tampa do vaso e com os joelhos no chão comecei a vomitar.

Argh, não preciso detalhar, né? Fala sério, não preciso dizer nada para vocês saberem o quanto é desagradável vomitar.

Terminei e estava exausta, minha cabeça latejava. Fechei a tampa e encostei no vaso sentada no chão com as pernas esticadas, respirando o máximo que conseguia.

Levantei e fui escovar os dentes e lavar as mãos. A lembrança ruim era que não era a primeira vez que aquilo acontecia, que grande droga.

Já era o terceiro enjoo aquela semana e os meninos já estavam super desconfiados e preocupados.

Eu sabia a razão de estar passando mal. Tinha feito dois testes e minhas regras ainda não tinham chegado, então era óbvio que eu estava grávida. Só não sabia nem como, nem quando contar.

Taylor não sabia, Marco não sabia, Louis não sabia...

Só eu, e meu bebê.

Claro que eu sabia que era uma grande droga que aquilo tivesse acontecido. Não fazia a menor ideia do que fazer, mas claro que não iria tirar. Eu não era uma daquelas góticas hipócritas irresponsáveis que fazem a besteira depois assassinam seus próprios filhos.

Mas eu sabia que minha vida estava acabada. Não fazia ideia de como cuidar de uma criança. E tinha shows todas as noites, não era o tipo de vida que uma mãe comum devia ter.

Mas que seja. Era meu filho. Eu cuido, eu dou a luz, eu crio. Não importava mais o que Taylor fosse pensar.

Saí do banheiro com todo o fôlego que encontrei até a cozinha. Estavam lá, sentados na mesa.

Claro que Marco e Louis era outro caso. Não iria conta-los assim ao mesmo tempo. Mas estava mais do que na hora que o pai soubesse.

Quando me viram de pé ao lado da mesa calada, voltaram os olhares para mim, confusos.

- Qual foi, Maria?

Marco riu.

- Preciso ter um papo sério com você, Taylor.

Informei, sem rodeios.

Primeiro, foi o silêncio, entreolharam-se e riram, como se dissessem: “Se ferrou, Taylor...”, Depois, Taylor levantou da cadeira.

- Ta. – concordou. – Beleza.

Não tive nenhuma atitude carinhosa, só me virei e esperei que me seguisse até meu quarto.

Entramos e ele se aproximou de mim:

- O que foi? Queria ficar sozinha comigo?

Veio para me beijar, mas eu beijei o rosto, séria.

- O que foi?

Perguntou, dessa vez preocupado, recuou um pouco.

- Melou. – respondi num suspiro. – Ferrou, Taylor.

Balançou a cabeça para mim, sinalizando que não entendeu o recado. Então respirei fundo e expliquei:

- Eu to grávida.

Contei.

A reação dele foi primeiro de paralisação. Imóvel, incrédulo me fitando perdido.

- Mas... – finalmente sua voz soou no meio do silêncio que reinava. – Eu tomei tanto cuidado...

- Mas aconteceu, agora temos que dar um jeito.

Nos fitamos calados, pelo que pareceu ser uma eternidade. A confusão nos nossos olhos era evidente, nenhum de nós estava preparado para isso, não era com certeza nossa intenção. Mas quer que fosse o motivo que o destino nos deu isso, agora a gente tinha que encarar.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.