–Oi senhora Pâmela, a Clariss está? – Era a Avery perguntando.

–Esta sim. CLARISS. – Minha mãe gritou meu nome. – Vocês vão á festa com ela? – Ela perguntou.

–Sim nós vamos. – A Avery respondeu.

–A claro. – Minha mãe disse sorrindo, então cheguei á ponta da escada e as chamei.

–Vem meninas. – Eu disse sorrindo. Então subimos as escadas e entramos no quarto.

–Ta quem vai querer que eu faça a sua maquiagem? – Perguntou a Mary empolgada.

–Não. – Eu e a Avery respondemos juntas, não que a Mary não soubesse fazer maquiagem, ela só gostava de ser chamativa.

–Tudo bem então. Eu faço só a minha. – Disse ela com uma cara de indginada. Então ela pegou o meu banquinho alto e o colocou em frente á penteadeira, fez um coque e começou a fazer a maquiagem.

–Eu vou só fazer um olho de gatinho com o meu delineador, passar um rímel e um batom e estou pronta e você? – Me perguntou a Avery.

–Eu não sei, talvez um blush, um pouco de rímel, e um batom mais forte. – Eu disse meio indecisa.

Fui ate meu guarda roupa pegar minha roupa e a coloquei em cima da minha cama, era um cropped que ia ate três dedos acima do umbigo, todo de strass prateado, e uma saia preta de cós auto, assim deixava só uma tira da barriga a mostra, a saia ficava dois palmos acima do joelho.

–Ai que lindo. – Disse a Avery.

–Eu acho que o cropped podia ser menor. – Disse a Mary com um sorriso. Eu e a Avery rimos.

Coloquei minha roupa, passei um blush bem rosinha mas de leve, rímel preto e um batom vermelho morango matte. Coloquei um sapato alto prata fechado que tinha um salto de 12 cm preto.

–Vou colocar minha roupa. – Disse a Avery terminando de passar o rímel azul, ela tinha feito olhos de gatinho usando o delineador e passado um pouco de blush rosa claro também, quase imperceptível. Ela colocou uma blusa preta colada, e por cima uma saia azul, que assim como a minha também era tubinho, sobre o cós ela colocou um sinto prata, e ao invés de salto, ela colocou um coturno preto simples com saltinho.

–Ai me Deus quase me esqueço o cabelo, droga. – Disse ela se olhando no espelho.

–Ufa acabei minha maquiagem. – Disse a Mary, enquanto se levantava. Ela tinha feito uma sombra preta com a pontinha interior com um pouco de branco, ela passou bastante rímel, e um batom vermelho escuro.

– Avery seu cabelo já tem os cachos definidos, e só você passar esse spray aqui. – Disse ela enquanto pegava um spray de embalagem rocha da bolsa. – Coloca na posição que você quer e bate, o cabelo dura a noite toda. – Concluiu a Mary sorrindo.

–Ah obrigada. – Disse a Avery pegando o spray e ajeitando o cabelo.

–Vem cá Clariss o que você vai fazer no cabelo? – A Mary me perguntou.

–Não sei, acho que vou fazer uma prancha, para não ficar essa coisa alta. – Eu disse rindo.

–Tudo bem eu faço para você senta ai. – Ela disse apontando para o banco. Me sentei e ela pegou a prancha.

–Para você é mais fácil, de nós três o seu cabelo é o único que é liso. – Disse a Avery olhando para a Mary.

–Ta, mas o cabelo de vocês é mais fácil achar penteado. E você é ruiva Avery. – Respondeu a Mary.

Depois de uns vinte minutos meu cabelo estava pronto.

–Uau olha isso. – Eu disse rindo.

–Tá agora vou terminar o meu. – Disse a Mary indo ate a bolsa dela e pegando um vestido.

O vestido era rosa salmão, da cintura para cima tinha bastante strass prateado, e da cintura para baixo tinha menos, ele tinha alças grossas e um decote em V enorme, ele era tubinho, e bem mais curto que a minha saia e da Avery.

–Uau que vestido em Mary. – Disse a Avery arqueando uma sobrancelha. E a Mary fez um biquinho e deu uma risada enquanto o colocava.

Ela pegou uma escova profissional, o secador e começou a arrumar o cabelo, uns dez minutos depois ela terminou, o cabelo dela ficou com um volume lindo.

–Um truque dos cabelos lisos, escova e secador assim cria volume e um pouco de ondulado. – Disse ela enquanto colocava um salto 15 cm aberto em um tom preto.

–Todas prontas. – Disse ela olhando para mim e para Avery que estávamos sentadas na cama.

–Sim. – Eu e a Avery respondemos juntas.

Eu olhei ás horas no meu celular, já eram quase oito e meia da noite, o que significava que meu irmão já estava pronto á muito tempo. A Mary pegou um sobretudo preto e o colocou, então descemos as escadas.

–Finalmente. Vamos? – Perguntou meu irmão.

– Vamos. – Eu disse rindo. Nos despedimos da mamãe e saímos.

.

Já eram quase nove da noite quando chegamos, descemos da mini van da minha mãe, e fomos em direção a festa, já estava cheio e tocava musica alta.

–Ué Mary cadê seu sobretudo? – Perguntou a Avery olhando para a Mary.

–Era só para a mãe da Clariss não julgar meu vestido. Eu deixei ele no carro. – Ela respondeu rindo.

A porta estava aberta então fomos entrando, estava um aglomerado de pessoas, e o chão já estava recoberto de copos, fomos andando ate o meio para conseguir ver tudo, ao fundo da casa tinha uma piscina enorme, e próximo a piscina tinha um barmen, e uma mesa cheia de copos e bebidas. Passei mais de duas hora dançando com as meninas, ate precisar de uma bebida, então sai para ir á mesa de bebidas.

Estava tocando uma remix do Itro chamada Panda quando eu sai, fui ate a mesa de bebidas e peguei um copo e enchi com uma bebida azul que eu mal sabia o nome, só sabia que era bom, a música estava alta dentro da casa, mas próximo a piscina diminuía um pouco. Reparei que tinha um garoto loiro, alto, eu não sabia bem descrever a cor dos olhos, mas era meio dourado mel, sei lá, ele usava uma jaqueta preta e um jeans bem escuro, ele estava me encarando e me deixando assustada, ele começou a andar em minha direção, mas do nada apareceu, calma adivinha só, o cara do chapéu coco, ele colocou a mão na frente do garoto olhou para ele e disse alguma coisa, e começou a andar em minha direção, eu fingi que não vi e comecei a andar para dentro da casa.

–Hey, Clariss! – Disse ele pegando meu braço. Eu me virei ele fez um olhar desleixado e disse. – Eu sei que você me viu.

–Você conhece o Jasper? – Eu perguntei arregalando os olhos.

–Jasper? – Ele perguntou confuso.

–Exatamente. – Eu fiz uma pausa. – Quem te convidou?

–Uau, você é extremamente acolhedora e simpática, em. – Ele disse com um tom sarcástico, e um sorriso.

–Claro. – Eu disse com um sorriso meio falso.

–Eu quase não te reconheci. – Ele disse sorrindo.

–Porque? – Eu indaguei curiosa. E então ele pegou uma mecha do meu cabelo, e eu percebi que era porque eu não estava com cachos. – Ah! – Eu exclamei. – Sabe suas atitudes só te fazem parecer mais assassino. – Eu disse rindo. Ele riu também e fomos nos sentar próximo a piscina.

Eu coloquei meus saltos do meu lado e coloquei as pernas na água. E começou a tocar alto minha musica favorita, Fade do Alan Walker, mas eu não me levantei para dançar estava muito agitado lá dentro, não que eu não gostasse, eu só não queria deixá-lo do lado de fora sobrando.

–E a flor? – Ele perguntou, e ele perguntou como se já soubesse.

–O que tem a flor? – Eu perguntei assustada.

–Ela se desmaterializou na sua mão? – Ele perguntou sorrindo, eu já ia jogá-lo na piscina e sair correndo mas ele se apressou e disse. – Brincadeira.

–Haha super engraçado. – Eu disse com um olhar repreensivo e uma risada falsa. Então eu percebi que talvez ele não estivesse brincando. – Meu Deus o que é você? – Eu perguntei espantada. Ele olhou para a água deu um suspiro bem longo e começo a falar.

–Eu vou mostrar o seu mundo. – Ele fez uma pausa, mas não o suficiente para eu começar a falar. – O sonho foi só o começo da sua historia. – Ele sorriu, mas não deixou de olhar para a água.

–Você não é um mágico comum é? – Eu perguntei me sentindo uma idiota. Ele deu uma risada e respondeu.

–Não, mas você é bem melhor do que eu.

–Eu não entendo, você mal me conhece e me da uma flor, e essa flor some, e eu tenho um sonho esquisito e você sabe o que aconteceu e diz que o sonho é parte da minha historia, mas droga, era uma guerra, pessoas morreram, e tinha um bebe com o meu nome. E quer saber eu sonhava com aquilo quando eu era criança, que droga. – Eu disse desesperada e sem parar de respirar.

–Você é adotada não é? – Ele perguntou calmamente.

–Como você sabe disso? – Eu perguntei começando a me irritar.

–Você nunca quis saber quem eram seus pais biológicos? – Ele perguntou ainda sem parar de olhar para a água.

–Eles me deixaram, então com certeza não querem me ver, e o sentimento e recíproco. E que droga você não esta respondendo as minhas perguntas. – Eu disse já irritada.

–Você é a criança do sonho Clariss. – Ele disse agora começando a me olhar.

–Então você quer dizer que aquele homem e aquela mulher que morrem são meus pais, e tem uma bruxa maluca e psicótica me procurando para me matar é isso? - Eu perguntei o encarando. Ele não respondeu nada, só ficou calado me olhando nos olhos. – Ai meu Deus eu sabia, você é esquizofrênico, olha me deixa em paz e procura um médico ta bom. – Comecei a me levantar, e quando eu levei a mão para pegar meu salto ele me puxou pelo braço afundando junto comigo na piscina, eu tentei subir de volta, mas a água começou a ficar escura, então achei que eu estava me afogando e ficando inconsciente já, mas percebi que a água estava ficando azul escura, e começaram a aparecer como se fossem estrelas, eu estava me afogando em uma piscina que havia virado um espaço comecei a pensar na hipótese de eu ter sido drogada, olhei para o meu lado eram mais e mais estrelas, mais e mais espaço, mas então vi o Thomas que agora segurava a minha mão então eu tentei tocar as estrelas mas começaram a surgir imagens da mulher do sonho que supostamente era minha mãe, o bebê um planeta diferente, varias crianças correndo em um parquinho, depois a mesma mulher em uma batalha, com o mesmo vestido, ela estava gloriosa, com uma espada na mão e atacando os inimigos, o cabelo dela voava em câmera lenta, e eu não me sentia sem ar ou me afogando, me sentia em uma visão, me sentia confusa, mas ao mesmo tempo calma e feliz.

Então me senti sendo puxada para cima, mas eu não queria ir, queria ficar entre as estrelas, tocá-las.

–Viu? – Era o Thomas me encarando. Então voltei á realidade, meu cabelo estava todo ondulado e molhado, e eu estava ensopada, e parecia ter tomado alucinógenos.

–Mas que droga você colocou na minha bebida, garoto você tem sérios problemas. – Eu disse apavorada, ele pareceu descrente.

–Eu não coloquei nada na sua bebida você sabe. – Eu sabia, só não queria acreditar.

–Você precisa acreditar em mim Clariss, por favor, eu não quero te machucar eu não te droguei, eu só quero que você acredite, eu acabei de te mostrar a historia da sua mãe a sua historia, aquelas estrelas o espaço, ela queria que você visse, isso faz parte de você. – Ele disse com os olhos brilhando e me encarando.

–Isso é, eu não sei, eu não consigo acreditar, parece tão meu Deus eu. Eu tenho que ir. – Peguei meu sapato e sai pela porta dos fundos para que as meninas não me visem, fui em direção a mini van da mamãe que ainda estava estacionada na porta da casa, e como o Adam era um cabeça oca provavelmente havia esquecido de trancá-la, e realmente havia, eu abri a porta peguei uma blusa de frio que estava jogada nos fundos e tentei me secar um pouco, depois peguei uma borrachinha de cabelo e amarrei meu cabelo, para que não ficasse parecendo que eu estava ensopada, depois peguei o sobretudo da Mary e o coloquei, eu não conseguiria passar mais tempo naquela festa, eu precisava desesperadamente ir para casa, peguei meu celular e olhei as horas, já passavam de meia noite.

Entrei na festa de novo e fui procurar as meninas, quando eu entrei estava tocando colors da Laleh, uma musica que eu também amava muito, mas eu não estava no clima para dançar ou cantar, felizmente achei a Avery e a Mary.

–Meninas, vamos embora por favor. Eu já estou muito cansada eu quero ir para casa. – Eu disse tentando não parecer muito desesperada.

–Você sumiu por quase mais de uma hora, eu achei que você só tinha ido buscar uma bebida. – Disse a Mary rindo.

–Bom eu peguei mais de uma bebida bem mais, precisei me sentar um pouco perto da piscina. – Eu disse tentando parecer descontraída.

–Ah entendi, você já ta chapada. – Disse a Avery rindo. Eu dei uma risada forçada em resposta.

–Vamos chamar seu irmão okay. – Disse a Mary. – Avery você fica do lado de fora com ela ta bom. – Ela completou olhando para a Avery.

–Claro. – Respondeu a Avery, então fomos andando para a porta.

Depois de quase dez minutos a Mar apareceu e o Adam não estava com ela.

–O Adam não quer ir agora, ele falou “ei não venham vocês pirralhas cortar meu barato” – Disse ela fazendo uma voz grossa engraçada. – Mas relaxa eu já liguei para minha prima, ela ta em uma festa da fraternidade dela aqui perto e já passa aqui para buscar a gente. – Completou a Mary.

Depois de uns dez minutos a prima dela chegou, entramos no carro e ela me deixou em casa primeiro, já que a Avery ia dormir na casa da Mary.

Entrei em casa, por sorte eu tinha a minha chave, minha mãe e meu pai provavelmente já estavam dormindo, então eu subi as escadas em silêncio e não liguei nenhuma luz para não acordar ninguém. Entrei no meu quarto tranquei a porta e me joguei na cama tirando somente o sobretudo, caí no sono sem me deixar pensar em nada.