‘-Clarissa! Você tem que ir e levar nossa filha. Agora! Por favor! – Disse um homem alto de cabelos negros e olhos verdes.

–Eu não vou te deixar! Eu vou lutar ao seu lado John. – Disse uma mulher que era loira, alta tinha olhos azuis e estava aos prantos.

–EU NÃO VOU TE DEIXAR MORRER! – Gritou o homem. E nesse exato momento um bebê começou ao chorar desesperadamente, era uma garotinha, uma pequena garotinha de olhos azuis e de cabelos loiros. Entrou no quarto uma outra mulher e pegou a criança no colo.

–Clarissa, John eles estão chegando vocês precisam ir, e a criança? Vocês precisam protegê-la. – O lugar em que todos estavam parecia ser um quarto de bebê tinha um berço com mantas rosas e pendurado algumas borboletas brancas e azuis, o quarto era todo pintado em um azul celestial com varias constelações, era tão lindo!

Então de repente foi possível ouvir um estrondo e um homem entrou no quarto.

–John, Clarissa, vocês precisam agir rápido. – Ele tinha a expressão muito preocupada, assim como todos, a energia do lugar estava pesada, carregada de medo, nervosismo e desespero.

–Johnson, pega a Clariss. – O homem continuou imóvel encarando eles. – AGORA JOHNSON.

Então ele pegou a neném no colo.

–Clarissa você vai junto, vai agora com eles.

–NÃO. – Ela era forte, não iria ceder. – Anna rápido você vai com o Johnson e a neném ela vai precisar de você ao lado dela quando crescer.

–Mas Clarissa, eu não posso abandonar vocês. – Disse a mulher começando a chorar.

–CHEGA. CHEGA. Anna você vai com o Johnson e a neném. – Ela disse encarando a mulher. – Johnson leve elas para um planeta seguro, aonde ninguém vão as encontrar. – Ele se dirigiu ao outro homem.

–Terra! Vocês vão para a terra. – Disse o John.

–Claro. - Respondeu Johnson.

John e Clarissa se aproximaram da neném.

–Mamãe te ama filha. – Disse Clarissa aos prantos. – Você é forte, tudo bem.

–Ela vai ser lutadora como a mãe. – Disse John a encarar a bebê.

–E vai ter um coração enorme igual ao pai. – Disse Clarissa encarando John.

Eles se beijaram e deram um beijo na neném, os barulhos aumentaram de intensidade, e era possível escutar gritos, choques entre espadas do lado de fora. Era uma guerra.

–Vão agora. – Ordenou Clarissa. Então Anna e Johnson saíram do quarto.

De repente um barulho enorme e então a parede do quarto caiu, e entre a poeira, começou a surgir uma mulher com um vestido longo preto com as mangas apertadas ate quando chegava no pulso e ficavam longas e largas, em um tom de azul escuro. O cabelo da mulher era negro e muito liso, seus olhos eram tão escuros que quase eram negros, e era possível ver ódio neles, ela tinha marcas nas mãos que se sobre saiam a pele. E junto a ela tinha um exercito inteiro, monstros, cachorros enormes e com dentes que perfurariam ferro, e homens e mulheres todos mascarados e trajados homens em preto e algumas mulheres de vestido e outras também em roupas pretas. Era assustador. Mas Clarissa se manteve de pé com os olhos fixos na mulher de olhos com ódio.

–Ora, ora, ora, vejamos. O que temos aqui. Papai John e mamãe Clarissa, dando a vida em uma guerra, e não vão poder ver a filinha crescer, que pena. – Disse a mulher com um sorriso sínico.

–NÃO FALE DA MINHA FILHA. – Gritou John, então ele sacou a espada e foi em direção a mulher, mas ela rapidamente só levantou a mão e com um gesto ele voou contra a parede do outro lado.

–JOHNNN!!! – Gritou Clarissa, enquanto corria em direção a ele. Ele ficou deitado e escorado na parede , com uma cara de dor.

–John, John. – Disse Clarissa se ajoelhando ao lado dele.

–Eu estou bem. – Disse ele meio ofegante. – Não perca o controle. – Ele disse tentando sorrir um pouco.

–Wonn me desculpe. Eu te machuquei? – Disse a mulher de cabelos negros. Ele foi ate onde estavam Clarissa e John e se sentou na frente deles. – Sabe eu tenho milhões de coisas para contar para vocês. Vocês vão adorar com certeza. – Ela disse com uma expressão sínica.

Então Clarissa esticou o braço direito e uma espada começou a surgir em sua mão, a espada era linda, o cabo era brilhante parecia ter estrelas, era feito de vidro e dentro do vidro eram como constelações. Assim que a espada terminou de se materializar em sua mão, Clarissa a apontou na garganta da mulher, a ponta começou a pressionar quase a perfurando.

–Você pode me matar agora, mas nunca vai saber o que vai acontecer com sua filha. – Então se pode ver uma sombra passar pelos olhos da mulher, e a expressão que antes era sínica agora, se tornara uma de ódio e maldade.

–Você nunca vai achar minha filha! – Disse Clarissa, podia se escutar a raiva na voz dela.

–Você acha? Bom quando eu te matar eu vou ter quarenta por cento do seu poder, ela vai ter os outros sessenta por cento, entãooo eu terei que encontrá-la e matá-la. – A mulher tinha um sorriso maligno, que era capaz de assustar. Clarissa começou a pressionar mais a lâmina contra a garganta da mulher a ponto de começar a sair sangue.

–VOCÊ NUNCA VAI ENCOSTAR NA MINHA FILHA. – Escorreu uma lagrima dos olhos de Clarissa.

–Sinto muito te dizer isso mas eu vou. – John rapidamente empurrou Clarissa para trás pegou uma espada e atacou a mulher, ele afundou a espada no canto de sua barriga, ela gemeu de dor e prendeu o ar. Ela começou a cair para trás, mas um de seus homens mascarados a segurou, ela se levantou, e começou a puxar a espada, saia muito sangue e ela revirava os olhos em dor, quando ela terminou, jogou a espada no chão encarou John e disse.

–Sabe eu me esqueci de contar, eu fui ate um amiguinho mago de vocês, e ele me deu uma vida emprestada, bom emprestada não, por que eu não vou devolver mais. – Ela deu uma risada longa. – Bom mas continuando, eu acho que você não devia ter feito isso John. – Então ela fechou a mão com força enquanto olhava John nos olhos, ela não o socou, não o atirou nada, ela só fechou a mão, então ele gritou em dor, e começou a cair no chão.

–JOHNNN, NÃÃOOO, NÃO. – Clarissa gritou e começou a correr em sua direção, quando ela chegou perto dele, ele não respirava mais, ele estava morto. A mulher então começou a rir alto enquanto Clarissa chorava sobre o corpo de John, o homem que ela amava, e que com ele tivera uma filha, que agora teria um futuro incerto.

–Você pode me matar Margo, conseguir o meu poder, mas você NUNCA vai conseguir fazer com ele o que você quer sabe por que, porque a maldade já tomou conta do seu coração, você não tem mais alma, e o meu poder vem de gerações, meu povo luta para salvar vidas. – Clarissa disse entre lágrimas.

–Porque seu povo vive para manter a paz e blá blá blá. Você acha que eu não sei disso? Nós éramos iguais, fazíamos parte do mesmo povo, mas eles escolheram você para ter esse maldito poder, para ver tudo, para viver entre as constelações e tocar as estrelas. – Quando Margo disse isso, ela também começou a chorar.

–Eles não te escolheram porque você sempre teve o coração cheio de maldade. – Disse Clarissa ainda chorando.

–EU ERA UMA CRIANÇA, EU NUNCA FUI MÁ, EU NUNCA HAVA FEITO NADA. – Gritou Margo.

–Você não se lembra não é mesmo? – Perguntou Clarissa com uma cara de pena.

–Me lembro do que? – Perguntou Margo assustada.

–Quando você era pequena, você tinha uma irmã bebê ela tinha um ano e você tinha seis, você matou ela, você a matou afogada. – Clarissa começou a chorar desesperadamente.

–Você esta mentindo. – Disse Margo chorando. – Levanta. – Ela disse para Clarissa. Mas ela permaneceu sentada próxima ao John. – LEVANTA AGORA. – Margo gritou.

–EU NÃO OBEDEÇO A ORDENS SUAS. – Clarissa a respondeu. Então Margo a puxou pelo braço e a colocou de pé.

Clarissa tentou reagir mas Margo foi mais rápida pegou uma espada e a afundou no abdômen dela.

–Agora você morre. – Disse Margo sorrindo.

Clarissa caiu no chão e começou a sangrar pelo nariz e pela boca, ela estava engasgando em sangue então se virou de lado e conseguiu ver Margo e seu exercito indo lutar do lado de fora exterminar o povo dela. Ela já não tinha mais forças para lutar, não conseguiria se curar da hemorragia, ela sentia que iria morrer, então se arrastou até o corpo de John e ficou deitada ao lado dele, ate tudo escurecer e ela já não sentir mais nada.’

–NÃÃÃÃOOOOO. –Acordei assustada, aos prantos e gritando.

–FILHA O QUE FOI? FILHA. – Consegui ver minha mãe, meu pai e meu irmão entrando desesperados no meu quarto. Eu não conseguia falar porque estava chorando muito.

–Traz um copo de água rápido. – Minha mãe disse olhando para o meu irmão. Eu ainda não conseguia falar nada. – Filha calma foi só um pesadelo. Esta tudo bem. – Disse minha mãe me abraçando.

Depois de um tempo meu choro diminuiu e eu estava somente soluçando, tomei um copo de água e tentei me acalmar.

–Filha você quer falar sobre? – Minha mãe perguntou me encarando preocupada.

–Não, foi só um pesadelo, já esta tudo bem. Obrigada. – Eu disse. – Eu só preciso tomar um banho.

–Tudo bem eu vou te deixar então. – Ela disse e foi saindo do quarto.

Eu fechei a porta e olhei em volta do quarto, para me certificar de que eu não estava naquele cenário de guerra, então me recordei que eu havia ganhado uma rosa vermelha daquele maluco chamado Thomas, olhei em volta e ela não estava lá comecei a procurar por todo quarto, preocupada de que minha mãe tivesse achado e fosse começar a fazer perguntas de mais, então eu não achei, mas olhei minha mão e ela estava com um tom avermelhado e cheirando a rosa, como se eu a tivesse pegado e desfeito pétala por pétala, mas eu não me recordava de ter feito isso.

–Droga agora eu to ficando maluca. Preciso realmente tomar um banho. – Eu disse sozinha, fui ate minha janela e vi que já estava de noite, o que significava que por ter dormido a tarde inteira, eu não conseguiria dormir a noite.

Abri a torneira e coloquei a banheira para encher e coloquei alguns sais relaxantes na água, eu não sou de fazer isso, mas com tanto estresse eu precisava.