Charlie abriu os olhos e viu um enorme lustre, foi então que ordenou seus pensamentos e se lembrou do que havia acontecido. Um dos soldados de Monroe havia capturado, ela não entendia o porquê já que sempre queriam seu tio. Se levantou e observou o quarto. Era lindo não podia negar era tão elegante um guarda-roupa gigante de madeira nobre com uma escrivaninha com livros e cadernos, na cômoda havia uma bandeja com comida que Charlie ignorou. Havia uma poltrona negra com almofadas brancas e a cama era gigantesca forrada de mantas brancas e fofos travesseiros. O chão era forrado com um carpete antigo mais lindo. Nas janelas havia um cortina branca e fina e ela observou a paisagem um jardim gigantesco com flores. Viu uma porta e abriu e se deparou com um banheiro gigante, com banheira e diversos tipos de sais de banhos. Voltou para o quarto e abriu o guarda roupa e viu diversos vestidos e fechou novamente o guarda roupa e viu seu reflexo no espelho. Foi em direção a outra porta e quando tentou abrir viu que estava trancada. Foi em direção a comida e se deliciou com aquela variedade.

Por cinco longos dias Charlie não recebeu nenhuma visita, exceto o homem da comida que sempre ignorava suas perguntas. Cansada de esperar Charlie foi tomar banho e se deliciou por saber que a agua que saia da torneira era quente. Ficou por um longo tempo brincando com os sais e aproveitando aquele delicioso banho. Estava entediada e odiava ficar presa. Depois de tomar um banho se enrolou na Toalha e começou a fuçar no guarda roupa a procura de alguma calça ou roupa mais simples mas só encontrava vestidos chique, e então a porta se abriu revelando Monroe.

Sebastian não imaginava que iria encontrar a garota enrolada em um toalha, não pode deixar de apreciar suas longas pernas bronzeadas.

–Olá Charlote. – Sorriu para ela- Quer ajuda para escolher uma roupa?

Ela o olhou com ódio, mas não sabia o que ele pretendia e respondeu com zombaria.

–Desculpe, mas nenhuma dessas roupas fazem meu estilo. São todas cheias de detalhes, não vou conseguir lutar e nem correr com essas saias e vestidos.

Ele riu da provocação o que deixou ela mais revoltada.

–Você é minha hospede Charlie, vou pedir para alguém lhe trazer calças e sapatos do seu gosto. - Falou ele sorrindo. - Mas esta noite espero que você use o vestido azul, vai realçar seus olhos.

Dito isso ele saiu deixando a jovem estática.

Sebastian saiu e respirou profundamente, a garota o deixou sem ar. Ela era incrível, não apenas bela, mas com a língua afiada, corajosa e incrivelmente provocante. Ele sempre adorou mulheres provocantes e corajosas. O jantar a noite prometia.

Charlie estava estática se jogou na cama com toalha e tudo e ficou pensando nele, como aquele homem era superficial quando entrou, mas quando ela debochou ele sorriu tão honestamente como se gostasse de ser provocado. Ela o odiava e iria fazer de tudo para mata-lo.

Charlie tirou a toalha e foi em direção ao guarda-roupa procurar o vestido azul, ela tinha que concordar era lindo. Era azul da cor do céu quando colocou em seu corpo parecia feito sobre medida, era de alça e decotado logo abaixo dos seios havia diversos cristais modelando sua cintura e o tecido caia até seus pés, ela olhou no espelho e se impressionou com a sua aparência. Amarrou seu cabelo e resolveu ir de pés descalços.

Sebastian estava em seu quarto ao som de “ACDC’’ ouvindo ‘Dirty Deeds Done Dirt Cheap’, a última música que ouviu antes do apagão com uma toalha na cintura, havia acabado de sair do banho, gotas de agua ainda pingavam de seu cabelo e ouviu a porta se abrindo, quando se virou viu que Charlie estava radiante com aquela roupa.

–Vejo que seguiu meu conselho Charlie. Está radiante.

–Parece que hoje é o dia de nos vermos apenas de toalha. - Falou ela debochada.

–Bem acredito que você já sabe o que há aqui de baixo. - Respondeu ele tirando a toalha em sua frente revelando seu corpo completamente nu, ela virou o rosto desconcertada, ele sorriu e começou a se vestir. Sebastian não entendia porque havia tomado aquela tola atitude de se mostrar para a garota, mas pelo menos ela ficou em silêncio por um longo tempo. Depois de vestido se virou e viu que a jovem estava corada. Sorrindo teve que debochar.

–Ao que me parece você nunca viu um homem nu.

Ela ficou em silêncio, e ele se aproximou e ofereceu o braço para ela e novamente perguntou.

–Uma pena que não conseguimos achar um par de sandálias. São poucas mulheres que tem Sandálias de salto. –Falou ele sorrindo- Antes do apagão eu achava atraente mulheres de salto, ficavam tão sedutoras.

–Que bom que você não encontrou nenhuma, pois não tenho nenhuma intenção de seduzi-lo.

–Charlote, algumas mulheres conseguem seduzir com sua personalidade forte, não precisam de saltos, vestidos e joias. -Falou sorrindo.

–O que você quer de mim? –Perguntou ela ameaçadora se aproximando mais perto e não perdendo o contado com os olhos azuis de Monroe.

–Sua presença, minha querida. –Sussurrou ele aproximando mais alguns centímetros de seu rosto.

–Beije-me, que eu juro que te mato. –Sussurrou ela.

–Querida eu não sou homem de obrigar uma mulher a me beijar, ela que implora por um beijo meu. -Ele sorriu e pegou seu braço, guiando para fora do seu quarto.

Charlie ficou surpresa com aquela resposta sarcástica e provocante.

–Me diga Charlote você se lembra da música?

Ela o olhou surpresa, mas responde.

–Não, me lembro de muitas coisas Senhor. –Falou debochada.

–Pode me chamar de Bass. –Sussurrou ele em seu ouvido, causando um arrepio nela percebido por ele.

–Então Bass me chame de Charlie, porque me irrita ouvir você me chamando de Charlote, com seu sotaque sensual. -Debochou ela.

Ele riu da resposta.

–Me desculpe Charlie, não lhe chamarei de Charlote. –Sussurrou novamente em seu ouvido, causando novamente arrepios nela.

Ele foi andando pelos longos e belos corredores, ambos em silêncio, apesar de tão próximos eles estavam tão distantes, cada um preso em seus pensamentos. Pensamentos que pertenciam um ao outro. Chegaram em um imenso salão onde havia uma mesa longa com duas cadeiras uma em cada ponta. Estava cheia das mais variadas comidas e bebidas. Monroe puxou a cadeira para Charlie se sentar como um verdadeiro cavalheiro. E pegou um vinho e colocou no copo para a jovem tomar. Se aproximou de um balcão e ligou o Iphone e a música que tocou foi “Feel so Close’’.

–Nossa, essa música fazia um sucesso antes do apagão Charlie. – Falou ele fechando os olhos. – Quem diria que eu iria viver em um mundo sem músicas. Esse é o Calvin Harris. -Ela o observou com aquela expressão de satisfação e um sorriso verdadeiro de saudade, ele parecia uma criança com algum brinquedo e Charlie percebeu que aquele homem era lindo, não que seu ódio por ele havia passado, mas naquele momento ele estava divertido, feliz. -O que você acha?

–Adorei. –Respondeu ela sorrindo, o que deixou Bass surpreso pois não esperada um sorriso tão verdadeiro vindo dela e não pode deixar de sorrir. – Mas o que você quer comigo?

Ele suspirou e respondeu:

–Eu sempre pareço querer alguma coisa não é?

–Você é o General Monroe, pega nossas mulheres, crianças e comidas, você sempre quer alguma coisa.

–Posso lhe dizer que no momento quero apenas jantar com você.

–E depois?

–Uma dança talvez? Você sabe dançar Charlote? - Perguntou colocando um pouco de vinho em sua taça e se sentando.

–Não, e mesmo se soubesse jamais dançaria com você. – Ele se serviu de comida e jantou pacientemente a observando. – Não entendo você sempre quis pegar Miles ou minha mãe porque eu?

–Você deveria comer a torta recheada, depois que esfria não fica tão boa.

Charlie fez o que foi mandado e se serviu e degustou e a sensação do delicioso sabor a atingiu e ela automaticamente fechou os olhos deliciada. Monroe adorou aquela expressão de satisfação. E o assim jantaram, quando a sobremesa chegou Monroe teve que perguntar.

–Você se lembra de chocolate ou brigadeiro? Esse é natural feito do cacau e com doce de leite caseiro, é tão bom quanto o antigo. - Ele pegou um pote e a serviu com uma pequena porção e a entregou, relutante ela aceitou e o olhou desconfiada. –Pode provar Charlote eu não coloquei veneno, você me é útil viva.

Ela pegou a colher e pecou um pouco daquele conteúdo levou ao lábios. Novamente ela fechou os olhos e se deliciou com o brigadeiro deixando um gemido e um suspiro escapar pelos seus lábios. Monroe observava a cena adorando o momento e como a garota estava sensual e inocente. Quando ela abriu e viu que ele o observava corou envergonhada.

–O que você achou?

–Nunca provei algo assim é incrível. –Respondeu ela pegando um pouco mais e comendo. Monroe se aproximou mais. –O que houve?

Ele não respondeu e foi se aproximando e levou seu dedo ao canto dos seus lábios.

–Tem um pouco de brigadeiro aqui- Falou ele limpando seu rosto. Eles estavam tão próximos que sentiam a respiração um do outro. Monroe se afastou deixando Charlie perdida. A música havia mudado era Whitney Houston, ele estendeu a mão para ela. – Me concede essa dança Charlote?

–Eu não sei dançar.

–Por favor, apenas essa dança.

Ela aceitou sua mão e uma corrente elétrica passou entre eles, deixando-a arrepiada. Ele fingiu não notar e a puxou gentilmente fazendo-a se levantar e a guiou para longe da mesa, colocou uma mão em torno da cintura nua de Charlote e a outra segurava firmemente.

–Agora você coloca sua mão em meu ombro Charlie. -Ela obedeceu, Sebastian sorriu ao ver que era uns 10 centímetros mais alto que ela. - Agora é só me acompanhar.

If I should stay

I Would Only be in your way

So I’ll go but I know

I’ll think of you

Every step of the way

Bass movia lentamente fazendo com Charlie o acompanhasse. Ela sentiu um leve aroma de menta e vinho e percebeu que emanava dele, resolveu observar seu rosto e percebeu que ele a estava encarando, ficou corada, mas não desviou o seu olhar. Foi o pior erro que cometera, ficou apreciando sua fina barba castanha por fazer, seus lábios macios e vultuoso, seus lindos cabelos ondulados e aqueles olhos azuis como o mar. Charlie se perdeu por um momento em pensamentos.

And I will Always love you

I will Always love you,

You

Bass sentiu o aroma que vinha dela era uma mistura de canela e vinho, tão exótico quanto sua aparência. Ele apreciou sua pele bronzeada que contrastava com o vestido azul. Seus cabelos compridos que roçava em sua mão e quando ela o encarou pode contemplar aquela pequena boca, suas bochechas levemente rosadas e seus olhos azuis cor de céu em um dia ensolarado. Ela era uma linda moça e se tornaria uma bela mulher.

My Darling you

Bitter sweet memories

That is all I’m taking with me

So goodbye, please don’t cry

We both know I’m not what you, you need

Charlie desviou o olhar envergonhada, mas sentia o olhar dele sobre si como se estivesse sendo queimada. Encostou sua cabeça em seu ombro e ficou apenas sentindo aquele aroma inebriante de menta, tentando se esquivar de qualquer sentimento que pudesse surgir. Seus pensamentos foram para o dia em que o conheceu, quando Danny ainda estava vivo, de todo o mal que ele havia feio há ela e sua família e sentiu uma lagrima escorrer por seu rosto.

And I will Always love you

I will Always love you

Quando Charlie encostou a cabeça em seu ombro ele sentiu um leve estremecimento e adorou a sensação de tê-la em seus braços, tão quente e cheia de vida. Ele não se sentia completo desde a morte de sua família. Não resistiu à tentação precisava toca-la observar suas bochechas rosadas. Subiu sua mão lentamente por sua costa nua se deliciando com sua pele macia. Passou a mão por seus ombros e tirou o cabelo de seu pescoço e levemente tocou seu queixo fazendo-a olhar diretamente em seus olhos. Então percebeu aqueles belos olhos azuis marejados de lagrimas. Imediatamente se afastou dela, pois havia se lembrado do monstro que era, afinal de contas ele era responsável pela morte de Ben e Danny.

I hope life treats you kind

And I hope you’ll have

Ally ou dreamed of

And I do wish you joy

And happiness

But above all this, I wish love you

Quando ele a soltou Charlie se sentiu abandonada, como se fosse desmoronar, não sabia ao certo o porquê se sentia assim. Estava com medo do que ele pretendia fazer, mas compreendeu que era uma isca. Ele a sequestrou para poder matar Miles, Rachel, Nora e Aaron pois eles viriam salva-la.

And I will Always love you

I will Always love you

I will Always love you

Sebastian não entendia o porquê havia a soltado deveria falar palavras amigáveis, prometendo protege-la, mas ele não pretendia isso. Ele ia matar sua mãe seu tio e amigos e depois talvez matá-la pois ela não tinha nenhuma utilidade para ele. Mas aquela aproximação ele compreendeu que não podia machuca-la mais. Não gostaria de ver seus olhos azuis marejados de lagrimas. Mas Sebastian Monroe não estava pronto para sacrificar todo o poder que obteve para protege-la. Ele ainda não estava pronto para amar.

–Eu sou uma isca não é? Você me sequestrou para matar Miles e Rachel. -Perguntou Charlie exaltada. - Eu me lembro de você, quando Tio Miles venho me levar pra passear e tomar sorvete você estava junto no carro. Me lembro que você elogiou meu vestido, você era tão engraçado -Monroe ficou estático. Não pensava que ela poderia se lembrar daquilo, parecia tão distante uma outra época. Uma época que era apenas Bass um mulherengo cafajeste e bêbado, mas amigo e leal que se preocupava com Miles e sua família. Ele gostava de provocar Rachel chamando “Charlie” de namorada. A pequena Charlote o chamava de Tio Bass – O que aconteceu com o Tio Bass?

Ele a encarou e se afastou para a música desligando-a, e se servindo de Whisk.

–Ele morreu Charlie.

Foi como se ele tivesse dado um tapa em Charlie, ela ficou respirando ruidosamente, o encarando, viu uma faca na mesa e pegou e foi silenciosamente em sua direção colocando a faca em seu pescoço. A atitude dela fez ele se surpreender.

–Mate-me Charlote. - Sussurrou ele. –Você já matou outros antes então faça.

Ela encarrou seus olhos azuis e sussurrou.

–Você merece viver para sofrer todo o mau que causou. –Falou ela jogando a faca no chão. – Eu te odeio.

–Cuidado Charlie. –Falou ele se aproximando perigosamente, suas bocas ficaram muito próximas ele passou a mão em seu ombro e pescoço. – Ódio e Paixão são sentimentos que ficam próximos demais e podem se tornar um só.

Ela se virou para se afastas e ele agarrou seu pulso fazendo ela se virar.

–O que foi?

Ele suspirou e falou.

–Você precisa de mais alguma coisa?

–Ficar longe de você.

–Como queira. Snaider. -Chamou ele e um homem moreno entrou.

–Senhor?

–Leve a nossa hospede para seu quarto.

–Sim Senhor.

Quando Charlie saiu Bass ficou pensando nela, a selvagem garota que meche com todo o seu ser. Quando estava com ela, queria ser engraçado, sedutor, cafajeste, queria ser despreocupado. Cansado de tudo andou até a poltrona e se sentou confortavelmente e adormeceu com o copo de whisk em sua mão.

Quando Charlie chegou em seu quarto não percebeu que havia roupas e sapatos em cima da poltrona simplesmente se jogou na cama e chorou, mas essas lagrimas não eram dela era de Bass, pois ela sentia que ele estava perdido.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.