Revenge - Sobrevivência
Capítulo 1
1
É noite em Hampton, Victoria esta em seu quarto lendo um livro e apreciando um delicioso seu tradicional chá. Mais cedo ela tinha recebido a noticia de que seria homenageada em um leilão beneficente em Los Angeles, que aconteceria no dia seguinte. A principio ela ficou muito irritada por ter sido avisada em cima da hora, mas eles explicaram que a escolha dos homenageados era feita por votação, e que o resultado só tinha saído no dia anterior. Mesmo a contragosto ela concordou em comparecer, seria bom para ela sair nas revistas por um motivo nobre e não por mais um escândalo da família Grayson. Concentrada em seu livro, Victoria teve sua atenção dispersada pela batida na porta.
— Mãe, posso entrar? — perguntou Daniel na porta.
— Claro querido, entre — Victoria coloca o livro de lado e se levanta para abraçar o filho. — Faz tempo que você não vem me ver.
Daniel entra no quarto e abraça a mãe. Desde que se mudou para a casa de Emily, ele realmente não tem aparecido muito na mansão Grayson. Apesar de morar ao lado e ver a família o tempo todo, ele sabe que isso não é o suficiente para Victoria.
— Charlotte me disse que você esta indo para Los Angeles amanhã. — disse Daniel indo direto ao assunto.
— Sim, é um leilão beneficente e eu fui escolhida para ser a homenageada desse ano. __ respondeu Victoria enquanto se sentava na beirada da cama. — Me avisaram em cima da hora, mas fazem questão da minha presença.
— Como conseguiu voo? — perguntou Daniel — Tudo está esgotado por causa do feriado.
— Eles vão mandar um avião particular, mas por que todo esse interesse? — questionou Victoria, sabendo que o filho não estava ali apenas porque queria lhe desejar boa viagem.
Daniel se senta ao lado da mãe, parecendo estar meio nervoso.
— Mãe, eu queria te fazer um pedido— disse ele, meio sem graça.
— Querido você me pedir o que quiser. — respondeu Victoria percebendo pelo tom dele, que não ia gostar do que ele vai pedir.
— Será que você pode levar a Emily com você? — arriscou Daniel parecendo um pré adolescente pedindo a mãe para chegar em casa depois da meia noite.
Victoria encara o filho.
— Como é que é?
— Olha, eu sei que vocês não se dão muito bem, mas a Emily precisa ir a San Diego neste fim de semana e não conseguimos nenhum voo. — disse Daniel se aproximando da mãe. — Se você a levar até Los Angeles, ela pode alugar um helicóptero até San Diego.
Victoria aparenta não estar digerindo bem a ideia.
— E o que a Emily vai fazer em San Diego? — perguntou ela.
— Ela vai visitar uma antiga babá que esta muito doente. — explicou Daniel — A tal senhora vai fazer uma cirurgia na segunda, e os médicos não estão seguros se ela conseguirá sobreviver, então Emily precisa ir vê-la no fim de semana.
Daniel olha para Victoria com um cara irresistível de cachorrinho sem dono
— Esta bem. ¬exclamou Victoria. — Eu não consigo dizer não para você.
Daniel abre um largo sorriso e abraça a mãe
— Obrigado mãe, sabia que podia contar com você.
Victoria não esta feliz em ter que viajar com Emily, mas receber o abraço caloroso do filho faz com que qualquer aborrecimento desapareça.
— O avião sai amanhã cedo, espero que ela não me atrase. — disse Victoria, tentando não deixar transparecer seu desagrado.
— Não, ela vai estar pronta na hora.— responde Daniel antes de dar outro beijo na mãe.
— Vou avisar a Emily. Obrigado de novo mãe Daniel sai do quarto feliz.
Victoria pega o livro que tinha deixado de lado e o joga na poltrona do outro lado do quarto. Não estava mais em clima de leitura.
2
Emily esta na sala de sua casa verificando a lista telefônica. Ela já havia ligado para todas as companhias áreas, mas todos os voos para San Diego, Los Angeles ou qualquer cidade das redondezas estavam esgotados para o fim de semana. Agora ela estava tentando conseguir um avião particular, mas até agora não obtivera nenhum sucesso.
Emily tinha dito a Daniel que precisava ir visitar uma antiga babá, mas na verdade se tratava de uma das funcionarias do orfanato no qual ela cresceu. Emily foi levada para um orfanato após o pai ter sido preso, e a vida não foi fácil para aquela pequena garotinha. Embora a diretora tratasse as crianças com castigos e gritos, a “boa tia Mary” como Emily a chamava, era um verdadeiro anjo na vida daquelas crianças. Quando a diretora castigava alguma criança e as deixam sem comer, tia Mary sempre aparecia no meio da noite com um copo de leite e biscoitos que fazia a alegria das crianças e de seus estômagos famintos.
Há dois dias Emily tinha recebido a noticia de que Mary estava muito mal. Ela havia descoberto ter uma doença cardíaca e desde então vinha se submetendo a vários tratamentos. Agora, a ultima esperança seria uma cirurgia, mas devido à idade avançada e ao seu estado debilitado, os médicos não estavam muito confiantes de que ela conseguiria sobreviver à operação. Emily sabia que tinha que ir vê-la. Quando foi levada para o reformatório, na adolescência, Emily não teve tempo de se despedir de tia Mary e agora esta parecia ser a ultima chance que Emily tinha de agradecê-la por tudo. Ela precisava conseguir um voo de qualquer maneira, mas após horas tentando ela não sabia mais a quem recorrer. Ela já estava quase perdendo as esperanças quando escutou um barulho na porta e viu Daniel entrando.
— Pode guardar essa lista, já consegui o voo para amanhã cedo.— disse Daniel.
—O que? Como?— perguntou Emily, espantada por Daniel ter conseguido algo que ela passou o dia inteiro tentando.
Daniel senta-se ao lado de Emily
— Felizmente minha mãe esta indo para Los Angeles amanhã num voo particular e ela concordou em te dar uma carona.
— Victoria concordou em me dar uma carona? — perguntou Emily espantada
— Ora não faça essa cara, minha mãe consegue ser gentil. — disse Daniel olhando nos olhos de Emily — Ás vezes.
Emily solta um longo suspiro.
— Bem, se é o único jeito — disse ela como se a noticia não tivesse a alegrado nem um pouco.
Daniel abraça Emily — Vamos, anime-se
— Ah claro. — Disse Emily — Vou passar 6 horas voando com a Victoria, não tem motivos para eu não me animar.
3
São 6 horas da manhã, Victoria esta em seu quarto terminando de se arrumar. Ela estava deslumbrante em um traje social fino. Tinha deixado seus maravilhosos vestidos de lado, e usava uma calça de alfaiataria com uma camisa de seda, que a deixava simples, mas elegante. O toque final ficou por conta dos acessórios e de uma belíssima sandália de salto fino com um leve toque de pedras preciosas.
— Uau! Você esta linda — exclamou Conrad ao entrar no quarto sem bater.
— Quantas vezes vou ter que te lembrar de que esse não é mais o seu quarto — disse Victoria pegando um de seus maravilhosos colares na caixa de joias— Bata antes de entrar.
Conrad não respondeu, mas aproximou-se dela pronto para ajuda-la a colocar o colar. Antes que ela pudesse dizer alguma coisa, escutou uma batida na porta, que Conrad tinha deixado aberta, feito por uma das empregadas da mansão.
— Senhora Grayson, vieram avisar que o carro que vai leva-la ao aeroporto já esta lá embaixo esperando pela senhora.
— Obrigada, já estou descendo — disse Victoria — Emily já chegou?
— Não senhora. — Respondeu a empregada.
Victoria ordenou que a empregada se retirasse, e Conrad estranhou a pergunta dela
— Emily vai com você? — perguntou ele enquanto fechava o colar de Victoria.
— Sim, Daniel me fez esse pedido e eu não pude negar. — disse ela ainda inconformada com a ideia. — Ela vai resolver alguma coisa que não me interessa em San Diego e não tinha conseguido nenhum voo.
— Muito generoso da sua parte ajudar. — disse Conrad num tom de deboche, pois tinha percebido que Victoria não estava feliz com aquela situação.
Victoria pegou sua bolsa e deu uma ultima olhada no espelho
— Não seja ridículo — disse ela, enquanto saia do quarto.
4
Emily e Daniel chegam à mansão Grayson no exato momento em que Victoria desce as escadas.
— Não disse que ela não se atrasaria. — Comentou Daniel dando um abraço na mãe
— Obrigada por concordar em me dar essa carona Victoria.— disse Emily ainda duvidando que isso tivesse sido uma boa ideia.
— Agradeça ao Daniel. — respondeu Victoria
Daniel percebe a tensão entre as duas e tenta deixar o clima mais leve
— Se animem. — disse ele num tom brincalhão — Vocês vão passar seis horas juntas, quem sabe não encontram algo em comum.
Victoria e Emily se entreolham confirmando que não há nada em comum entre elas, e que provavelmente essas serão às seis horas mais longas de suas vidas.
— Vamos, o carro esta nos esperando. — disse Victoria caminhando até a porta.
5
Victoria, Emily e Daniel chegam ao aeroporto particular de Hampton. Um pequeno avião esta parado na pista e um homem alto, de cabelos grisalhos vem cumprimenta-los
— Bom dia — disse ele estendendo a mão. —Sou o piloto James e vou conduzi-las até Los Angeles
— Ótimo, então vamos logo. — falou Victoria se dirigindo para a escada de acesso ao avião. — Quanto mais cedo partirmos, mais cedo chegaremos.
Na pista Daniel dá um beijo apaixonado em Emily
— Boa sorte. — desejou Daniel — E tente não levar muito a serio o que minha mãe diz
Emily abraça Daniel
— Não se preocupe, sei me defender dela— disse Emily caminhando rumo ao avião.
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