Retorno para Camelot

Capítulo 4- Ainda em Ealdor


Enquanto isso na sala do trono no castelo de Camelot.

— Tem certeza minha rainha que Merlin poderá estar em Ealdor? – Leon um dos principais cavaleiros do rei se tornou o braço direito da rainha e seu conselheiro.

— Não Leon, mas é uma possibilidade. Essa direção foi a única que os cavaleiros que estão responsáveis por buscar notícias dos dois ainda não foram. Merlin e Arthur podem estar lá.

— Ainda sinto por não poder ter acompanhado eles nessa viagem. – Leon demonstra sua tristeza ao lembrar o dia que o rei e Merlin saíram do castelo e ele precisando ficar para trás para ajudar a rainha.

A rainha se senta em seu trono e as lágrimas começam a descer. Desde a partido do Arthur e de Merlin que a rainha vivia em constante momento de tristeza. Sua dor era algo nítido para todos. Mesmo assim, ela continuava de pé organizando e ajudando a devolver a Camelot sua imagem de um reino forte.

A determinação e coragem da rainha fez com que o povo ficasse ao seu lado de forma incondicional. Todos os cavaleiros juraram lealdade a ela principalmente Leon e Percival. E por essa lealdade, todos os cavaleiros saiam todos os dias em diferentes direções do reino de Camelot e reinos vizinhos em busca de notícias sobre o Rei e Merlin.

— Eu irei pessoalmente nessa viagem e só retornarei quando encontrar alguma informação sobre Arthur e Merlin. - Após essa promessa Leon saiu da sala deixando Gwenevere sozinha.

A rainha se levanta e caminha em direção à porta sua intenção era ir ver o Gaius, mas ela sente se mal e é amparada pelos soldados que faziam sua segurança e o médico do reino é chamado ao aposento real.

— Minha senhora, o que a senhora sentiu? – Perguntou o preocupado Gaius sentado ao lado da rainha tentando entender o que tinha acontecido com ela.

— Eu me senti tonta. Tudo rodou em minha volta e eu não consegui me segurar.

— A quanto tempo a senhora está se sentindo assim?

— Já alguns tempos Gaius. Acredito que desde alguns dias após a luta. Parece que o meu corpo esteja reagindo a esse sentimento de esperar por notícias do Arthur. Talvez eu só precise de um pouco de descanso. Amanhã com certeza estarei melhor.

— Sim senhora. Vou sair e lhe deixar descansar, mas caso se sinta mal novamente não hesite em me chamar.

— Por favor, não perca tempo comigo cuide de Gwaine. Ele precisa muito mais do que eu.

Após essas palavras Gaius saiu dos aposentos da rainha convencido que o desmaio dela não era provocado apenas pela preocupação com rei. Mas Gaius não queria levantar nenhuma informação, além do mais, suas preocupações eram com Gwaine. O médico já tinha usado tudo que conhecia para salvar a vida do cavaleiro. algumas porções magicas que tinha aprendido com Merlin ele tentou, mas nada estava sendo suficiente para salvá-lo. Gaius sabia que o único que poderia quebrar o feitiço de Morgana era o próprio Merlin.

***

Em Ealdor, o jovem mago tentava se manter ocupado e achou, na companhia da jovem Sefa, uma forma de continuar a viver.

O vilarejo, que antes sempre trazia certo medo em Merlin, quando criança, com a ajuda de Sefa ele encontrou uma nova forma de olhar aquele lugar.

Ealdor era uma pequena região cerca por uma densa floresta. Um local pequeno formado por poucas casas bem distante de Camelot. Ali viviam poucas dezenas de pessoas que moravam em casebres feitas de madeiras e palhas. Formada principalmente por fazendeiros não tinham nenhum guerreiro. Por ser distante de qualquer outro reino em meio a floresta as notícias não chegavam com frequência para os moradores. Um ou outro viajante cansado aparecia atrás de água, comida e um local para passar a noite antes de seguir viagem.

Merin nasceu e cresceu no vilarejo, porém, por ser um menino com habilidades especiais acabava passando grande parte do seu tempo em meio a floresta fora do vilarejo.

Merlin caminhava em meios as ruelas pensando quantas e quantas vezes foi perseguido por outras crianças que não entendi o porquê do menino magricela conseguia levantar pedras penas com o olhar.

Perdidos em seus pensamentos de sua infância, Merlin demorou para perceber que tinha chegado a um casebre um pouco maior do que outros da vila. O local era usado como treinamento para diferentes atividades. Leitura e escritas para alguns, ensinamentos medicinais com ervas e plantas da floresta. Tudo que fosse útil para a comunidade era ensinado e compartilhado ali entre os mais velhos e os mais jovens.

Merlin parou na porta e lembrou que foi naquele espaço, que em outro momento parecia ser muito maior do que era atualmente, foi o local que seus poderes apareceram pela primeira vez, quando se escondia com medo de um grupo de mercenário que invadiu a vila a noite trazendo terror para todos os moradores. A pedido de sua mãe, Merlin pegou todas as crianças que conseguia encontrar e levou para o local.

Escondidos na casa, Merlin pode ver o que acontecia no lado de fora. As pessoas correndo e gritando tentando fugir dos ataques dos mercenários que em cima dos seus cavalos chicoteava todos que encontravam.

Eles queriam ouro e comida, mas as pessoas de Ealdor não tinham nada de valor a não ser suas próprias vidas. Os mercenários não acreditaram e começaram a atear fogo nas casas. E foi nesse momento que Merlin viu sua mãe, Hunith, ficar frente a frente com um homem grande tentando impedir que esse ateasse fogo na casa de um casal de idosos. Na luta Hunith acabou recebendo um tapa e foi jogada ao chão. O jovem Merlin correu para perto de sua mãe. Sua raiva e temor acabou se transformando em uma força que empurro o homem para longe. Merlin se levantou e com as mãos erguidas e gritando “vão embora daqui”, o jovem conseguiu reunir uma grande força de vento e areia que arremessou os outros homens para longe. Alguns moradores assustados correram, enquanto outros aproveitaram para pegar as armas dos mercenários que caiam no chão.

Merin seguia em direção aos mercenários gritando cada vez mais alto o que fez com o que a força do vento aumentasse e se transformasse em um redemoinho que seguia para o ceu e voltava fazendo com que diversos mercenários subissem e descessem rapidamente. Quando o redemoinho se foi Merlin caiu no chão desmaiado. Sua mãe correu para perto dele e o abraçou.

— Merlin, meu amor, acorde.

— Hunith, o que ele fez? – Disse o velho senhor John que era o mentor e médico da vila.

— Ele é um feiticeiro? – Perguntou Mery que era uma senhora que tinha ficado viúva muito cedo e vivia sozinha na casa mais distante dentro da vila.

— Eu preciso de ajuda. Me ajude a levá-lo para dentro, por favor. – Disse Hunith em desespero.

Ninguém queria ajudar, as pessoas pareciam nervosa e com medo. Mas Jonh chamou outros dois moradores e juntos levantar Merlin que ainda estava desacordado. Dentro de casa, perceberam que Merlin estava apenas inconsciente e precisava descansar.

Em outro aposento, John pediu para que os outros moradores saíssem, quando estava a só com Hunith olhou para ela esperando uma explicação que veio junto com lagrimas de uma mãe que há anos escondia de todos o que o seu filho era especial.

Ela tentava entre lagrimas explicar que seu filho tinha nascido assim.

— Eu não contei nada, pois tinha medo de que as pessoas o temessem. Mas desde os cinco anos ele vem demonstrando ser especial.

— Deveria ter me contado Hunith. Somo amigos desde a morte do seu marido e eu poderia ter lhe ajudado. – Disse o senhor Jon visivelmente compreensivo.

— John, sei que você já viu muitas outras coisas em suas viagens ao redor do mundo antes de vir se estabelecer aqui em Ealdor. Mas nós sabemos como são nossos vizinhos e eu temi pela vida do meu filho.

Enquanto os dois velhos amigos conversavam dentro da casa, no lado de fora, a população do vilarejo conversava a respeito do que tinha acontecido enquanto tentavam reorganizar o vilarejo. Todos pareciam aliviados pelo fato de todos os mercenários terem fugidos com medo, mas ao mesmo tempo eles queriam uma explicação de como o jovem franzino conseguiu fazer tudo aquilo.

— Temos o direito de saber o que tem aquele garoto. Ele é um feiticeiro e precisamos avisar ao nosso rei – Disse Mery.

As pessoas a ouviam, mas nada falavam, eles estavam com medo, mas ao mesmo tempo sabia que se os mercenários não tivessem sido expulsos sua vila estaria destruída agora.

— Nosso rei nunca fez nada por nós. Acredito que nem saiba que vivemos aqui. Além disso, Hunith sempre foi uma senhora muito boa para todos da vila. Vamos esperar por Jon. Tenho certeza de que uma explicação será dada. – Brum o mais forte morador da vila, jovem guerreiro que depois de abandonar a guarda do rei Lot que governava Essetir reino que Ealdor pertencia, acabou indo viver na vila que era o local mais afastado que tinha encontrado e lá constituiu família com a meiga Suz com quem tinha dois filhos ainda bebês.

— Ele é um feiticeiro. Você viu o que ele fez com aqueles homens com apenas as mãos. Você não teme pelos seus filhos? – Continuou Mery apontando para a casa de Brum onde na porta estava sua amada esposa com os seus filhos nos braços.

Antes que Brum pudesse responder, o barulho do cajado medido ecoou ao lado de Mery assustando a velha senhora. Jon foi para o centro da vila e todos os moradores se aproximaram.

— Tivemos uma noite conturbada e precisamos descansar. Voltem para suas casas e amanhã iremos nos reunir e conversar sobre o que aconteceu.

— Queremos uma resposta agora. Esse garoto precisa ser levado para o rei ele é um feiticeiro. – Mery gritou para que todo pudessem ouvir

— Nada será feito agora Mery. Volte para casa. Amanhã logo ao amanhecer iremos nos reunir aqui mesmo e falaremos sobre o que aconteceu.

Mery mesmo protestando acabou seguindo para sua casa como todos os outros moradores. Enquanto isso, dentro de sua casa, Hunith deitou ao lado de Merlin e lá ficou pedindo a todas as forças que existisse no mundo que protegesse seu único filho.

O sol chegou cedo naquela manhã. E todos os moradores estavam no centro da vila e o médico ancião Jon começou a falar.

— Bom dia a todos. Sei que essa noite provavelmente ninguém conseguiu dormir, mas antes de seguirmos nossos afazeres precisamos conversar com o que aconteceu em nossa vila. Pela primeira vez nosso vilarejo foi atacado por mercenários que ainda não sabemos de onde vieram. Isso nunca aconteceu antes. Sempre fomos protegidos pela floresta, mas aconteceu. E por sorte um jovem morador com seus dons nos salvou.

— Onde está Hunith? E seu filho.. aquele feiticeiro? – Disse Mery com os braços em haste em direção a casa de Hunith que não estava presente na reunião.

— Sabemos que o jovem Merlin tem dons especiais, mas não parece trazer perigo para nós. Ele nasceu aqui e sempre foi um bom menino. Sua mãe Hunith sempre nos ajudou muito. Por isso precisamos pensar com o coração sobre o que aconteceu.

— Ele é um feiticeiro é a única coisa que sei.

— Mery, nosso reino nunca fez nada por nós. Todas as vezes que tivemos problemas ele nos abandou. Além disso, o jovem Merlin é um dos nosso e poderá nos ajudar caso tenhamos problemas outra vez. Esses mercenários poderão voltar e precisamos de toda a ajuda para nos defender. – Disse Brum ao lado de sua esposa e filhos.

A reunião corria de forma calorosa no lado de fora, enquanto em casa, Hunith estava sentada próximo ao fogo do fogão que mesmo aquecendo todo o pequeno espaço, não era suficiente para impedir que a mãe para de tremer, pois temia pelas decisões que poderiam prejudicar seu filho. Absorvida sem suas preces não percebeu que Merlin se aproximava e com a voz jovial e ainda assustado ressoou no cômodo tirando Hunith de seu transe.

— Mãe, eu posso ir até lá e mostrar que não sou mal. Eu vou prometer que nunca mais vou usar o que tenho outra vez.

— Não Merlin, não vamos a lugar nenhum. Eu confio no John sei que ele fará o melhor para cuidar de nós e de todos os moradores da vila. Eu contei tudo a ele e disse que você ficou apenas nervoso e com medo, mas que isso não irá acontecer de novo.

Hunith levantou e abraçou o filho e voltou a murmurar palavras que Merlin não conseguiu decifrar, mas que não o incomodava.

No lado de fora, no centro da vila, Jon juntamente com o outro morador mais idoso e também respeitado na vila, Abdom conseguiram que todos se acalmassem e tomassem uma decisão. E os dois foram pessoalmente levar a notícia pra Hunith e seu jovem filho.

Ao entrar no pequeno casebre de Hunith, John foi o primeiro a se pronunciar com um ar de satisfação pelo que tinha conseguido.

— Hunith, a reunião acabou e decidimos que seu filho e você não sofreram nada. Todos entenderam que sem a ajuda desse valente rapaz nosso vilarejo estaria destruído. Mas todos querem ter certeza de que Merlin não machucará ninguém. – Disse Jon animado.

— Agradeço muito Jon. Eu fiquei temerosa com o que poderia acontecer. Ouvir as palavras de Mery daqui. Ela parecia convencida em avisar ao rei. E todos sabem o quanto aquele homem é cruel.

— Não se preocupe. Precisamos apenas entender melhor o jovem Merlin e o seus dons. – Disse o médico se aproximando de Merlin que estava quieto sentado em um canto da sala sem se mexer. – Vamos precisar entender melhor isso que você tem rapaz. Pois se você entender como funciona poderá controlar e não ferirá ninguém acidentalmente.

Merlin estava preste a agradecer por tudo, quando Brum entrou na casa de Hunth assustado.

— Temos um problema chefe Jon. Mery foi vista saindo da vila. Ela disse para minha esposa que se ninguém iria contar ao rei, ela mesmo iria.

— Porque ela faria isso mamãe. Senhora Mery nunca foi muito simpática com ninguém, mas não sabia que ela pudesse fazer algo ruim para nós.

— Merlin querido. Mery tem medo. Pela história que sei, anos atrás na vila que ela vivia foi destruída por um feiticeiro. Foi nesse ataque que ela perdeu o marido e o filho. Logo depois ela veio morar aqui. Jon eu preciso tirar Merlin daqui.

— Eu poderia ajudar. Tenho conhecido em um outro reino. Ele se tornou médico importante. – Disse Abdon - Camelot. É um pouco distante daqui, mas acredito que Brum poderia levar Merlin para lá com segurança.

— Mãe, eu não quero ir. – Merlin estava assustado. Ele se levantou do canto onde estava sentando e se postou ao lado da mãe segurando forte o seu braço.

— Eu não posso deixar Merlin seguir sozinho para um lugar distante. Eu irei com ele.

— Huntih minha amiga. Se você for será pior. O rei vai dar ouvidos para Mery. A informação que temos é que ele vem aprisionando pessoas especiais em seus calabouços para usar como arma contra Camelot. E por isso não há dúvidas que ele mandará seus guardas para cá. Mas se você ficar, podemos dizer que Merlin ficou assustado com a invasão dos mercenários e fugiu. Tenho certeza de que os outros moradores confirmaram isso. – Disse John com olhar triste para Hunith.

— Eu serei tratado como um covarde? – Disse Merlin agora indignado com o rumo da conversa.

— É melhor um covarde vivo do que um adolescente feiticeiro preso nas masmorras do rei. Eu já vivi naquele castelo e os cachorros são tratados melhor do que os feiticeiros que são presos pelo rei. – Disse Brum a com um ar sério que rapidamente convenceu o jovem rapaz sobre o plano elaborado.

Após mais algumas conversa o grupo começou a se organizar. O médico John triste com as mudanças de sua tentativa de manter Merlin em Ealdor seguiu para o centro da vila para apresentar aos outros moradores o plano que salvaria a vida de Merlin e Hunith. Na casa, o morador mais velho, Abdom sentou-se em uma mesa e começou a escrever uma carta para seu velho amigo Gauis com quem há anos não falava, mas com quem tinha uma grande gratidão por causa de acontecimentos do passado. Brum foi para casa avisar a esposa de sua viagem. Huntih e Merlin começaram a arrumar as coisas para a viagem.

— Mãe eu não quero ir. Eu posso ficar aqui e lutar contra o rei. Se eu me concentrar bem posso fazer um redemoinho maior e expulsa-o para bem longe.

— Querido você ainda não sabe o poder que tem. E poderá machucar alguém se não conseguir controlar. Abdom acredita que o amigo dele em Camelot poderá ajudá-lo. Parece que os dois viveram muito tempo com pessoas especiais como você quando eram jovens. Eu estou odiando o fato de ficar longe de você e também de afirmar que meu filho é um covarde. Mas Brum tem razão. Você poderá estar seguro por lá.

— O que sabe sobre esse reino? – Disse Merlin assustado com tudo que estava pode vir.

— Não sei nada. Eu nunca sai desse reino meu filho. Pense que você está indo viver uma aventura. Uma aventura que não está nos pergaminhos e nem nos livros que você adora. Mas lembre-se de se controlar e não dizer o que tem para ninguém.

Depois do conselho Hunith abraçou seu filho o mais apertado que pode, pois ela não sabia ao certo quando iria voltar a vê-lo.

Após algumas horas Brum e Merlin seguiram para Camelot deixando para trás um vilarejo pronto para mentir para o sangrento rei Lot para salvar a vida do jovem mago.

Os anos se passaram e de fato Merlin viveu muitas aventuras ao lado daquele que se tornaram seus amigos. Rei Arthur que de mestre virou seu amigo, Gwenevere a jovem camareira que depois de anos se tornou rainha. Lady Morgana que foi sua amiga durante anos até ser dominada pela magia negra e se tornar a Sacerdotisa que tentou pôr fim a Camelot. Todos os cavaleiros com quem costumava sair em aventuras das mais perigosas e divertidas.

Agora Merlin estava ali de volta a vila local que cinco anos antes tinha saído fugido para salvar sua vida. As ruas e as casa continuavam do mesmo jeito. As pessoas pareciam mais cansadas, porém, felizes. Brum e sua esposa Suz agora tinham cinco filhos Marci, Helizam, Merim, Bruma. O médico Jon continuava alto, careca, a barriga que parecia maior e ainda usava as mesmas túnicas brancas. Quanto a senhora Mery depois de ser desacreditada pelos moradores na frente dos soldados do rei ela acabou indo embora da vila.

Mesmo depois de semanas de ter retornado a vila, era a primeira vez que Merlin caminhava pelas pequenas casas. E nesse trajeto até a chegada ao local de treinamento Merlin foi cumprimentado cada um dos moradores que mentiram para salvar sua vida. Ninguém ali sabia o que ele tinha feito e por que estava de volta. Apenas a jovem Sefa sabia, pois ela foi a única pessoa que Hunith permitiu que entrasse em sua casa para ajudar a cuidar do mago.

E essa essa jovem que fez Merlin sair de seus pensamentos do passado e retornar ao presente. Ao vê-la Merlin sorriu e uniu-se a ela na organização da sala.

Ao lado de Sefa, Merlin se sentia um pouco feliz. Ele conseguia se distanciar de sua dor e com isso nem percebia o tempo passar. E foi bem ao final do dia que ele retornou para casa e encontrou a mãe colocando o jantar na mesa.

— Como foi o dia? Parece que foi bom seu rosto está todo corado.

— Foi um dia agradável.

— hum ... Passou o dia com a jovem Sefa.

— Mãe não olhe assim, Sefa é apenas uma amiga que passou por muitas coisas ruins. Fico muito feliz que a senhora tenha a ajudado.

— Ela apareceu aqui totalmente perdida e maltrapilha. Parecia que não comia há vários dias. Eu não podia deixar - lá sozinha daquele jeito. Então a trouxe para casa.

— E a protegeu mesmo sabendo o que o pai dela fez.

— Ela é inocente. Não tem culpa das ações de seu pai. O que sei e o que senti quando a vi pela primeira vez perto do rio. Ela estava sozinha triste precisava mais do que nunca de ajuda. Eu rapidamente me lembrei de você quando saiu daqui da vila e foi ajudado por Gaius em Cameot. Eu só queria retribuir o que fizeram por você.

— Alguém mais sabe quem ela é?

— Claro que não. O que todos sabem é que é um jovem que teve sua vila destruída e que precisava de cuidados.

Merlin abraçou a mãe muito forte e sorriu para ela. E depois os dois se sentaram à mesa para jantar. Durante a noite, Merlin ficou lembrando como ele e Sefa se viram pela primeira vez e como ele ficou animado pela beleza dela. Lembrou que Arthur sempre ria dele, pois quando Sefa aparecia Merlin sempre fica vermelho. Lembrou-se de que a rainha tinha dito que Sefa era uma jovem solteira e que vivia apenas com o pai e que eles seriam um ótimo par. Mas tudo mudou quando pai de Sefa traiu o rei enviando informações para Morgana sobre as finanças de Camelot.

Por traição o pai foi morto e as terras dele foram confiscadas pelo rei. A rainha ainda tentou intervir para que Sefa continuasse na casa, mas antes que ela pudesse de fato fazer algo, Sefa desapareceu deixando todos acreditando que ela também fosse culpada. Merlin foi o único que não acreditou nisso chegou a procurar por ela, mas depois de semanas desistiu e voltou para Camelot.

Agora ela estava ali, ele estava ali. Por que não tentar, por que não usar as dicas que um dia Gwenevere falou para ele usar com a jovem Sefa? A lembrança da rainha fez Merlin se sentir culpado. Ele estava ali pensando em cortejar Sefa, enquanto sua amiga estava em Camelot sofrendo, ela, Gaius e todos os seus amigos.

Merlin se sentiu nesse momento egoísta por não ter tido coragem de voltar a Camelot ou mesmo mandar notícias. Dias tinha se passado desde o último adeus ao amigo Arthur no lago de Avalon. Então ele decidiu que mandaria um aviso para o reino. Um aviso do que aconteceu logo cedo. E assim avisar a todos do que se passou desde o dia que ele e Arthur saíram em busca de uma cura em Avalon que não chegaram a conseguir. E após essa decisão Merlin adormeceu.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.