Retorno ao Oceano

Reinos Oceânicos


Como prometido, Nagisa e Masahiro se encontraram com Kaito na praia e ele trouxe Maki com ele. Não tinham mais aulas, avisaram suas famílias que iriam passar uns dias fora com as namoradas e Maki fechou seu restaurante temporariamente. Tudo tranquilo e resolvido, Kaito deu ínicio ao seu plano.

— Venham comigo para água. – ele começou a entrar no mar e parou onde a água tocava seus joelhos.

Os três se entreolharam em dúvida, mas o desejo de ver Nikora, Rina e Hanon era maior. Entraram na água também e pararam ao lado de Kaito.

— Vamos atrás das nossas namoradas! – ele pegou a mão dos três, concentrou seu poder em uma esfera de luz protetora e transportou-se com eles para o fundo do mar.

Nagisa e Kimihiro não podiam acreditar no que havia acabado de acontecer! Quando Kaito parou de nadar e deixou a esfera parada, Maki, que estava meio atordoado, decidiu tirar a situação a limpo.

— Kaito, o que aconteceu? Você brilhou e agora a gente está no fundo do mar! Isso é uma alucinação? – era claro que ele não entendia e nem tinha como entender a situação.

— O Maki-san está certo! Você disse que nos levaria até as garotas, mas na verdade viemos parar no fundo do mar. – Masahiro concordava com ele e Nagisa também.

— Conseguem ver esse selo dourado na minha testa? – ele mostrou seu símbolo – Ele é a prova que faço parte dos Phantalassa, um clã de seres marinhos antigos e fortes. Existem grandes segredos nesse oceano que vocês nem poderiam começar a imaginar; e as garotas fazem parte de um deles! Por isso elas estão indo embora e eu vou mostrar a vocês para onde.

A história era difícil de acreditar, mas naquela situação era plausível. Ok. Os três decidiram esperar para ver o que aconteceria.

— Vou levar vocês rapidamente para superfície e depois vamos voltar para água e nos esconder. – Kaito avisou e fez sua esfera de luz ficar parcialmente visível na superfície da água.

Nagisa, Maki e Masahiro puderam ver que Rina, Hanon, Lucia, Taki, Nikora e Hippo estavam na ponta de um penhasco e prestes a pular – suicídio na cabeça deles, já que as namoradas não sabiam nadar.

— Temos que detê-las! – Nagisa se desesperou quando Kaito os levou de volta ao fundo do mar – Elas não sabem nadar!

— Kaito, como saímos desta esfera? Elas vão morrer! – Masahiro não conseguia se conter também.

— Fiquem calmos! Elas sabem nadar melhor que qualquer outro ser nesse oceano! Vocês vão ver. – Kaito ficou atento a um ponto do mar e os três ficaram olhando também.

Não demorou para perceberem que alguém pulou na água e, de repente, haviam quatro sereias, um pinguim se transformando em um cavalo branco estranho e uma senhora com uma grande pérola verde e respirando tranquilamente naquela profundidade. Mas a maior surpresa veio quando elas começaram a conversar.

— Hippo, você vai assim até o palácio? Vai chamar muita atenção. – a sereia de cauda rosa e cabelos loiros falava com o cavalo.

— Eu quero aproveitar um pouco essa forma, Lucia-san. Já faz tempo que não a uso! – o cavalo respondeu e na cabeça dos três um choque apareceu.

“O cavalo chama Hippo, mesmo nome do pinguim de estimação de Lucia, o mesmo pinguim que tinha acabado de se transformar nele e tinha acabado de chamar a sereia de rosa de ‘Luca-san’.” – esse pensamento unanime de Maki, Nagisa e Masahiro foi ficando cada vez mais estranho.

— Lucia e Hanon, vamos juntas até o máximo possível do caminho. – Rina sugeriu e elas concordaram.

Nagisa percebeu que a seria de azul era Hanon! Sua Hanon! Não apenas elas eram parecidas como ela estava com o prendedor de cabelo que ele deu pra ela. Masahiro também reparou que aquela sereia verde era realmente Rina! Aquela elegância, cabelo e voz só podiam ser dela! Maki via que a sereia roxa tinha aquele penteado diferente de Nikora e que ele adorava nela. Aquela sereia tinha que ser ela.

— Eu disse para vocês que elas sabem nadar. – Kaito se divertiu com a expressão surpresa dos amigos.

— Elas são sereias!? As quatro? – Nagisa mal podia acreditar.

— São sim! A loira é a Lucia, a de cabelo verde é a Rina, a de cabelo azul é a Hanon e a de cabelo roxo é a Nikora. A Lucia, a Hanon e a Rina são princesas sereias de diferentes oceanos e precisam voltar para seus reinos para continuar a cumprir com seu dever. Porém, desta vez, elas não vão voltar para terra de novo. Ficaram permanentemente me seus palácios.

— Porque elas não nos contaram? – Masahiro sentia que esconder aquilo não foi uma ideia muito boa de Rina.

— Uma sereia que revela sua identidade a um humano irá se tornar bolhas e desaparecer. Essa é a lenda das sereias, contudo ela não fala nada sobre nós seres humanos descobrirmos por conta própria suas identidades. Além disso a regra das sereias fala que elas não devem se apaixonar por humanos, o que elas fizeram sem se importar. – Kaito finalizou.

— Foi por isso que você nos trouxe aqui. Você queria que descobríssemos o motivo delas partirem e para onde elas vão! – Maki finalmente encontrou sentido naquela aventura.

— E agora nós vamos falar com elas! – Kaito foi diretamente até as sereias – Lucia!! – ele chamou por ela e atraiu suas atenções.

— Kaito!? - Nagisa!? - Masahiro!? - Maki-san?

As quatro os chamaram surpresas e emocionadas! Seus amores estavam ali com elas mais uma vez, mas não deveriam.

— O que vieram fazer aqui? – Lucia foi quem perguntou.

— A lenda de vocês não diz nada sobre um ser humanos descobrir por conta própria o segredo de vocês. Nós vamos aos reinos para o festival com vocês! – Kaito respondeu com convicção e Nagisa, Masahiro e Maki confirmaram sua ideia (mesmo sem saber que festival era esse).

Emocionadas e com seus sentimentos em conflito, elas os acolheram em suas próprias esferas de energia e os levaram até seus reinos em silêncio. Eles admiravam o oceano encantados! Tanta vida, cor, brilho e beleza em um único lugar! Inclusive eles podiam reparar na diferença que elas faziam na água!

Seus cabelos acompanhavam o fluxo com excelência, suas caudas tinham movimentos firmes e precisos e as criaturas em volta as respeitavam muito! Elas se separaram em uma parte do caminho, mas eles não ligaram muito – pelo que Kaito disse, cada uma tinha um oceano para ir.

Chegando em seus oceanos, outra bela surpresa! Os reinos das sereias do Pacifico Norte, do Atlântico Sul e do Atlântico Norte. No Pacifico Norte, a grande estrutura rosa e brilhante estava decorada com lanternas e tinha vários espíritos de coral passeando em volta. No Atlântico Sul, o azul do palácio se destacava na água, brilhava com gentileza e graça e sustentava diversos cardumes de peixes coloridos dançando em suas colunas. No Atlântico Norte, um luminoso campo verde de estruturas reluzentes e baleias passeando se estendia até onde a vista alcançava e era completado pelo palácio ao centro.

Na entrada dos palácios os rapazes viam várias sereias se enfileirarem e cumprimentarem suas namoradas com ‘hime-sama’, ‘sama’ ou ‘ojousama’. No Pacifico Norte, Hippo era tratado com respeito pelas sereias por ser o Hipocampos. No Atlântico Norte, estava novamente consagrada a joia “O Olho da Sereia”. No Atlântico Sul, pedras azuis e brilhantes como as estrelas se espalhavam pelas paredes.

Tudo parecia um conto de fadas! Mas ver os sorrisos das garotas e das outras sereias, tocar e respirar dentro das estruturas, ver o oceano de dentro e serem recebidos educadamente pelos habitantes eram provas incontestáveis de que era tudo verdade.