Responda a si mesmo
Capítulo 1
Ouça seu batimento
Bate num frenético ritmo
E não são nem sete da manhã
Você corria como se pudesse escapar daquele monstro que está dentro de você. Aquele cheiro de vômito, ou de algo parecido com isso que você jamais sentira em mais nenhum lugar.
Os urros desse monstro ecoavam por sua cabeça e mostrava que estava mais perto que nunca. Estava aproximando rapidamente de você e não teria como escapar mais. Deveria você soltar-se aos desejos desse monstro, ou simplesmente deixa-lo tomar conta?
Você está sentindo a súbita chegada
da angústia se acomodando
Você não pode fazer nada além de deixá-los entrar
A chuva realmente alagava seus pés e escorregava seu equilíbrio até o chão várias e várias vezes. Não dava para você fugir sem sentir que ele estava perto. Aquele monstro que estava dentro de você ou estava fora te perseguindo?
Apresse-se então
Ou você ficará para trás e
Eles controlarão você
Um raio acordou sua consciência. Mais uma noite que os urros assustadores ecoavam por todos os lados de seus sonhos e pesadelos. Pesadelos e pesadelos.
Seus cabelos laranja estavam molhados de suor e seu pequeno coração de criança de seis anos batia em um ritmo acelerado causando falta de ar.
Tente como você puder
Você tenta desistir
Parece estar resistindo rapidamente
Mão na sua mão
Uma sombra sobre você
Alguém que pede por almas no seu rosto[/i]
Mais uma noite... Mais duas noites... Mais cem noites. Até quando? Você se pergunta. Saberia você mesmo responder? Como pode uma criança de seis anos sonhar tais coisas? Responda para si mesmo.
Sua mãe estava morta há pouco, seu pai odiava-lhe cada vez mais, a maldição de transformar-se em um animal ao toque de um sexo oposto tomava-lhe o direito de ser livre e, ao mesmo tempo, era o mais amaldiçoado dos amaldiçoados.
Ainda não importa
Se você não ouvirá
Se você não os deixará seguí-la
Você apenas precisa curar
Fazer suas mentiras boas
Siga em frente e não olhe para trás
O gato, aquele ser menosprezado e enganado pelas mentiras do rato. Aquele rato... Maldito rato, você pensa. Como culpa-lo pela morte de sua mãe? Oras, responda a si mesmo.
Dia após dia
Visões instáveis
Mexendo com sua cabeça
Vicios instáveis
Dormindo em sua cama
Mexendo com sua cabeça
Visões instáveis
Vicios instáveis
Seu mestre entra em seu quarto no meio da noite todas as noites à mesma hora. Ele sabe o que você passa e o que você sente, mas não entende. Ou será que sim? Teria coragem de perguntar para ele isso? Responda a si mesmo.
Ele te abraça e tenta te acalmar, dando-lhe o amor que você sempre pediu. Mas você não consegue retribuir. As coisas do passado ainda te prendem. Viciado no sofrimento, agarrou-se com tanta força que você não sabe mais se soltar.
Afinal, você quer se soltar desse sentimento? Não responda.
Durma, querido, deixe seus sonhos fluírem,
Como ondas de doce fogo, você está segura internamente
Seu mestre te embala em uma canção calma, um sorriso amigável e um beijo em sua testa. Envergonhado você está.
Envergonhado por ter acordado mais uma vez, por ter preocupado-o mais uma vez, por ter sonhado e perdido a batalha mais uma vez. Até quando você lutará com o monstro que está dentro de você? Responda a si mesmo.
Durma, querido, deixe suas torrentes virem subitamente,
E a levarem para uma nova manhã
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