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Verdade


-Como assim ela torceu o tornozelo? – perguntei enquanto caminhávamos pelo corredor do colégio, um dos alias.

-Parece que fora numa brincadeira – respondeu Amanda – Irei agora ao Instituto ver o quanto é serio.

-Eu te acompanho – me prontifiquei.

-Nós iremos – corrigiu Nemesis tirando do bolso de sua calça seu celular – Avisarei aos rapazes de nossa saída.

Amanda assentiu com a cabeça.

-No estacionamento – avisou Isabel indo para sua sala.

Separei-me delas indo para minha sala entrando como um tornado que até espantei os alunos que estavam ali.

Joguei minhas coisas de qualquer jeito dentro da bolsa, retirando apenas meu celular que tremia nas minhas mãos.

Claro, estava muito nervosa.

Sai da sala cabisbaixa escolhendo uma musica para que pudesse me acalmar até me esbarrar em alguém que me enlaçou pela cintura evitando minha queda.

-Você não conseguiria dirigir nesse estado – disse Zero me endireitando.

-Desculpe, tenho que ir – avisei me afastando dele.

Fui impedida por sua mão em meu braço.

-Eu te levo – prontificou-se ele – Não sou louco de deixar você dirigir assim.

Abri minha boca para protestar, mas seus lábios se uniram aos meus, não deixando margem para qualquer protesto.

-Seja uma boa menina – pediu ele com seus lábios colados aos meus.

Assenti silenciosa lhe entregando a chave da minha moto.

-Instituto? – indagou ele a Isabel quando chegamos ao estacionamento.

Ela apenas assentiu com a cabeça enquanto o Ford prata de Nemesis estacionava ao seu lado.

-Nos siga – recomendou Amanda dentro do carro.

Ele assentiu já subindo na minha moto. Isabel entrou no carro enquanto subia na Senna com Zero a acelerando.

-Nosso passeio – disse ele solene, mas nenhum sorriso apareceu em sua boca.

Nada falei, apenas apertei meu corpo de contra o seu, repousando minha cabeça em seu ombro sentindo seu cheiro invadir minhas narinas agradavelmente.

Novamente apertei meu corpo contra o seu enquanto o vento esvoaçava não só o meu cabelo como o dele também.

A sensação que estava sentindo era inexplicável, não havia uma palavra que pudesse descrevê-la, só sentindo mesmo para saber como eu estava naquele momento. Fechei meus olhos.

Quando os abri novamente já estava nas imediações do Instituto que nada mudara, continuava o mesmo com seu ar pomposo.

Zero olhava para os lados indeciso, instrui-o até minha vaga que continuava incólume. Ele estacionou, descendo logo em seguida. O acompanhei enquanto me guiava pelos corredores repletos de alunos que nos cumprimentavam.

Pareciam conhecê-lo.

Afastei tudo da minha mente, minha preocupação era com Lara.

Ela era praticamente essencial para a apresentação de Amanda semana que vem. Não havia quem a substituísse se seu acidente fosse tão serio como parecia ser arrancaria a chance de todo o grupo conseguir bolsas para as escolas de arte do mundo inteiro.

Senti meu sangue gelar quando adentrei a enfermaria atrás de Zero. Caminhamos pelo corredor até chegarmos à maca onde Lara estava.

O medico falou algo que fez seu rosto empalidecer antes de escondê-lo entre suas mãos. Amanda a abraçou segurando as lagrimas, que queriam descer de seus olhos.

Vi a perna de Lara meio engessada, levei a mão para abafar um grito enquanto me abraçava a Zero que afagava minhas costas.

O que acontece agora?

-Crianças – disse Derick se aproximando – Como ela ficará?

-Não poderei dançar na apresentação – disse Lara em meio aos soluços – Desculpe Amanda, desculpe...

Ele deixou um suspiro escapar antes de se voltar para Zero.

-Você pode assumir o lugar dela, Zero...

-Como? – perguntou Amanda oca – Ele teria que ser um estudante daqui... – A voz dela se perdeu enquanto o encarava.

-Acho melhor contar – sugeriu Nemesis quase sussurrando.

-Contar o que? – perguntei intercalando meu olhar entre os dois.

-Sabia? – indagou Derick a olhando surpreso.

-Acidentalmente, quando ele conversava com Isaac – disse ela vaga.

-Do que se referem? – perguntei fazendo Zero apenas me olhar – Conte-me.

O rosto dele se tornou uma expressão seria e triste ao mesmo tempo.

-Vem comigo – disse ele me puxando para fora da enfermaria.

Deixei que ele me guiasse para onde queria me levar. Sua mão apertava a minha com firmeza, não querendo separá-las.

Comecei a ficar temerosa pelo que contaria.

Logo percebi para onde estava me levando.

O Balanço.

Entramos na estrutura onde ele me indicou que sentasse no balanço, o que fez logo depois.

Esperei em silencio que me contasse.

Ele deu um suspiro e depois um sorriso triste.

-Não sei nem como começar – disse ele suave – Mais tudo bem, vamos do modo rápido.

O fitei me silencio, absorta demais analisando suas feições que sempre foram maliciosas e alegres, tornarem-se serias e profundas.

-Eu sou aluno de intercambio, Scalat – contou ele solene – Estudo no Instituto desde o começo do ano.

-Mais Derick...

-Ele mentiu – ele me cortou sereno – Mentiu para que ninguém soubesse o favor que faria por Isaac.

-Que favor? – perguntei pausadamente.

-De que você esquecesse Martin – respondeu ele quase sussurrando.

Arregalei meus olhos enquanto via a tristeza latente em seus olhos.

-Por que você fez isso? – perguntei seria querendo á todo custo não desabar.

Ele sorriu sem humor.

-Por que? – perguntou ele retórico – Será que não vê, Scalat? Se não o esquecesse, continuaria a mesma garota que se crucificava por algo que não tivera culpa, ainda continuaria a defender alguém que não merece e o primordial você não mudaria, Scalat, não mudaria.

-Isso não é verdade – balbuciei – Eu seguiria minha vida.

-Não tenha tanta fé nisso – replicou ele duro – Não havia para onde correr, Scalat. Você não sairia do lugar se não se fizesse algo.

-Então você fez isso tudo para me ajudar? – indaguei franzindo a testa.

-Acabei fazendo mais do que isso – confessou ele – Disso não tenho duvida.

-Mais a mordida, as garotas, o mistério...

-Tinha que criar uma imagem para você se interessar, Scalat – explicou ele – Não sou um Gregory da vida, apesar de ter algumas coisas em igual com ele.

Deixei um sorriso escapar de meus lábios enquanto o olhava. Ele nem um segundo relaxara de sua tensão.

-Você foi para o colégio... – Não consegui terminar.

-Para impedir que fizesse algo que se arrependesse, tinha ciência que essa sua vingança não te faria bem. Não é de sua personalidade fazer algo do tipo...

O silenciei com meus lábios colados aos seus.

Dessa vez sentia a urgência que ele tinha de mim, sentia algo em seus lábios e no seu toque que me empurrava para junto de si. Agarrei um chumaço de seu cabelo enquanto aprofundava o beijo.

-Pare de me falar essas coisas – disse com meus lábios colados aos seus, depois deixei apenas que nossas testas tivessem contato – Não me importo qual fora à intenção que o aproximou de mim. Vamos recomeçar.

O corpo dele tornou-se rígido que me afastei para observá-lo.

-É tarde demais para isso – disse ele solene

-Por que? – perguntei sentindo todo meu interior tornar-se rígido.

-Estarei retornando para Madri duas semanas depois da apresentação – respondeu ele me olhando nos olhos.

Sustentei seu olhar quando novamente ele abriu a boca pra falar coloquei meu indicador em seus lábios.

-Basta – disse seria o encarando – Não quero mais saber de nada.

-Scalat – disse ele acariciando meu rosto – Você é incrível.

Corei violentamente com o elogio, o que o fez sorrir. Retirei o colar que usava e coloquei em seu pescoço.

-Essa será sua lembrança de mim – disse serena

Ele pegou o coração levemente rachado depois me encarou.

-Não tenho algo que possa oferecer.

Sorri levemente.

-Você já me dera inúmeros presentes – expliquei –Se me desse outro recusaria certamente.

-Scalat...

-Hora de fazer uso de um deles – disse já me levantando e saindo da estrutura – Vem comigo.

Amanda e as demais ainda mantinham na enfermaria ao lado de Lara.

-O que houve? – perguntou Amanda nos olhando curiosa.

Estava um pouco ofegante pela brusca corrida, pedi que esperassem alguns segundos que passaram rápidos.

-Quero substituir Lara – contei as olhando seria.

Todos me olharam surpresas.

-E a sua vingança? – indagou Lara me encarando – Vai mesmo largá-la?

-Por inferno isso – xinguei – Já tenho tudo que preciso aqui, não me importo com eles. Já que se quiserem mudar façam isso com as próprias pernas.

Lara entreolhou-se com Amanda que deixou um sorriso aparecer em seu rosto.

-Devo acreditar que tem dedo seu nisso, não é Zero? – indagou Nemesis o olhando

-Talvez sim – disse ele vago – Só que os méritos é do sorvete de coco aqui.

Todos sorriram.

-Obrigada Scalat – agradeceu Lara – Você acaba de salvar a chance de muitos.

-Só que – disse Amanda – Terá que fazer ensaios intensivos para pegar todos os passos, fui clara?

-Sim, senhora – bati continência – Vou aprender sim.

-Então tudo bem – concordou ela relaxando os ombros.

-Vamos – puxei Zero para sairmos dali, mas estanquei voltando para elas – Chamem os rapazes de volta, aqui é o lugar deles também.