Remote

Descoberta


Floresta de Helheim

Era um dia como outro qualquer. Uma manhã comum. Takatora adentrou a floresta com seu Sengoku Driver na cintura e o Musou Saber na mão. Aquilo era rotina para ele. Todos os dias, o Chefe da Yggdrasill acordava bem cedo e entrava na floresta para treinar. Ele não se transformava, apenas treinava os golpes de espada sem armadura mesmo. Após o treino, depois de ter reduzido as armas artificiais da Yggdrasill a montes de sucata, ele sentou-se no chão, satisfeito por mais um treino concluído. Jogou-se direto no chão coberto de mato e deitou-se para descansar. Sentiu-se aliviado, e por alguns instantes fechou os olhos. Mas alguma coisa estava errada... Rapidamente ativou seu cinto e transformou-se em Zangetsu milésimos de segundos antes de uma caixa vinda do céu (?) cair direto na sua cabeça! Sim. Aquela caixa misteriosa caíra bem na sua cabeça, vinda de uma crack de Helhein que se abriu completamente do nada. Aquilo era realmente comum? De fato, ele deu sorte. Se mantivesse os olhos fechados por mais um segundo que fosse, sua cabeça teria sido esmagada por aquela coisa estranha. A pergunta era: O que diabos era aquilo?

Levantou-se, desfazendo a transformação. Ainda sentado no chão, tratou de abrir a caixa, meio receoso, mas curioso para saber o que tinha dentro daquele objeto que se não fosse pelos seus bons reflexos, teria o matado.

– Mas o que...?

Perguntou-se, ao abrir a caixa. Qual não foi sua surpresa ao perceber que o conteúdo da caixa nada mais era do que carta?. Sim, CARTAS! Mas não se tratava de cartas comuns. Eram cartas de baralho, mas também não era um baralho comum. Era um baralho especial, anteriormente usado por quatro Kamen Riders que lutaram bravamente para selar os Undeads, alguns anos atrás. Esses monstros estavam selados nessas cartas, e os Riders eram capazes de usar a habilidade desses monstros para lutar depois dos mesmos serem selados, e Takatora sabia muito bem da existência dessas cartas e desses Riders.

– Não posso acreditar! Isso é uma raridade! Como essas cartas vieram parar aqui dessa maneira? As cartas dos Riders de Kamen Rider Blade! Preciso levar isso para um lugar seguro imediatamente – pensou, dirigindo-se rapidamente para dentro da torre.

Após tomar um banho, trocar de roupa e comer algo, Takatora foi para a sua sala examinar melhor o conteúdo da caixa. Ainda custava a crer que fosse mesmo as cartas verdadeiras, e logo pensou na sorte que teve daquilo ter caído em suas mãos. Se fosse mesmo o que ele estava pensando, seria uma tragédia se algo tão importante caísse em mãos de gente ruim, e, por alguma razão, ele achou melhor não comentar tal acontecimento com Ryouma.

Muito atentamente, ele usava seu computador pessoal para tentar descobrir alguma forma de verificar a veracidade das cartas que ele tinha em mãos. Os dedos sobre o teclado macio do notebook não paravam, até que ele descobriu algo interessante. Muito receoso, ele escolheu justamente a carta de categoria ace de espadas. Nesta carta, havia a figura de um inseto, mais precisamente um besouro, o naipe de espadas no meio do corpo do animal e abaixo dela as palavras “change beetle”. Takatora já sabia que aquela carta era usada para que o Kamen Rider Blade pudesse se transformar. Ao escolher a carta, ele aproximou lentamente do seu Sengoku Driver, e espantou-se a notar uma forte reação vindo da mesma, quando uma luz azul brilhante ofuscou seus olhos. No mesmo instante afastou a carta do cinto e confirmou que suas suspeitas estavam certas: aquelas eram mesmo as cartas verdadeiras. Decidiu guardá-las em local muito seguro e manter segredo do fato, pois seria uma catástrofe se alguém usasse essas cartas de má fé, libertando os Undeads novamente, por exemplo.

Garagem da Equipe Gaim

Mitsuzane e Kouta estavam treinando passos de dança. De repente, Kouta para, senta-se em uma cadeira e inicia uma conversa com Mitsuzane.

– Ei, Michy.

– O que foi, Kouta-san?

– Eu estava aqui pensando. Eu quero ir até a torre da Yggdrasill.

– Na Yggdrasill? Mas o que você quer fazer lá?

– Quero falar com Kureshima Takatora.

– Kureshima Takatora?! – Mitsuzane gelou. Esse não é o nome do chefão da Yggdrasill?

– Sim. É ele mesmo.

– Mas vocês não eram inimigos?

– Era isso que eu pensava. Mas as coisas mudaram. Nós nos entendemos e nossos objetivos são os mesmos. Eu quero falar com ele a respeito dos Overlords. Tenho certeza de que juntos poderemos achar uma maneira de lidar com eles.

– Entendo.

– Então vamos?

– Sim. Já que não tem jeito...

Em sua sala na Yggdrasill, Takatora enfileirava todas as cartas em sua mesa para poder visualizá-las melhor. Notou então, que o baralho possuía apenas 52 cartas e que os Jokers não se encontravam lá.

– Os Jokers não estão. Que estranho. – pensou. A não ser que... sim. Já entendi o porquê da ausência dessas cartas. Faz todo o sentido agora.

Ao adentrar na torre da Yggdrasill, Mitsuzane mandou uma mensagem para o celular do irmão, que ainda observava as cartas sobre a mesa.

“Nii-san. Estou chegando a sua sala com um amigo. Por favor, não diga que somos irmãos e finja que não me conhece. Eu juro que depois eu explico tudo. – Mitsuzane.”

– Mitsuzane? Mas o que será que ele está fazendo? – perguntou-se, esquecendo-se do detalhe de guardar rapidamente as cartas, quando Kouta adentra a sala abrindo a porta bruscamente como se fosse a própia alegria em pessoa aos berros.

– Takatora!! Que bom que está aqui. Eu queria falar com você! – Disse Kouta, aos berros.

– Kazuraba Kouta?! – exclamou Takatora surpreso, literalmente dando um salto da cadeira onde estava sentado.

– Que cartas legais são essas na sua mesa? São incríveis. Posso ver?

– Não toque nelas!

– Ah... tudo bem. – disse Kouta, amedrontado.

– Quem é esse garoto? – perguntou o Chefe da Yggdrasill, seguindo a mensagem do irmão mais novo.

– Ah, Mitsuzane! Meu nome é Mitsuzane. Desculpe pela invasão.

– A propósito, Kureshima-san, pode nos dizer o que são essas cartas? Elas não parecem normais. Todas tem figuras de animais. – perguntou Mitsuzane, bem curioso.

– Eu até poderia contar, mas vocês devem prometer que jamais contarão isso a mais ninguém. Essas cartas não são brincadeira.

– Mas Takatora, isso é tão perigoso assim? São apenas cartas.

– Não são apenas cartas, Kazuraba. Se fosse, eu não pediria tal descrição.

– Ah, entendi.

– Aqui não é o lugar mais indicado pra isso. Vamos para a sala de reuniões, onde teremos mais espaço.

E assim, os três se dirigem para a sala de reuniões.

Na sala de reuniões da Yggdrasill...

Kouta estava totalmente abobado com as instalações da empresa. Nunca tinha visto uma sala tão enorme em toda a sua vida. Ele já não sabia nem mais para onde olhar.

– Uau!! Que sala enorme! Que mesa imensa e quantas cadeiras! Tem até um telão na parede. Sugoii!!!! – exclamava Kouta.

Mitsuzane observava Takatora, que fazia uma expressão chateada. O Rider Uva já conhecia tal característica do irmão. Ele nem sempre falava, mas seu rosto já demonstrava todo o seu descontentamento. Michy então já conseguia traduzir os pensamentos do irmão apenas com isso.

– Se eu conheço o Nii-san, ele deve estar xingando todas as gerações do Kouta-san neste momento. – pensou Mitsuzane. E sim, ele havia pensado certo.

– Que piso brilhante! E que teto mais lustroso...!

– Kazuraba! Será que dá pra você ficar quieto? – Questionou Takatora, literalmente cansado dos berros de Kouta.

– Ah, desculpe. – Respondeu ele, envergonhado.

Takatora sentou-se no lugar mais importante da mesa, na ponta, abaixo do grande monitor que havia na sala. No lugar havia um notebook. Ele fechou o aparelho e o colocou de lado, dando lugar a caixa de cartas que trouxera consigo. Mitsuzane e Kouta sentaram-se cada um de um lado da mesa para observar.

– Antes de começar, eu quero perguntar o que vocês vieram fazer aqui.

– Kouta-san queria vê-lo. Ele queria conversar sobre um modo de deter os Overlords.

– E você também é um Rider?

– Sim. Sou o Ryugen.

– Tá bom, mas isso agora não importa. Eu estou bastante curioso pra saber sobre essas cartas. Conte pra gente, Takatora.

O Rider Melão deu um longo suspiro e começou.

– Tudo indica que essas cartas vieram de outra dimensão através da crack de Helheim para o nosso mundo. Essas cartas foram usadas por outros Riders anos atrás e cada uma delas possui um monstro selado, e os Riders podiam usar as habilidades desses monstros para lutar. Por isso é importante que essas cartas não caiam em mãos erradas, pois seria uma catástrofe se alguém libertasse esses monstros das cartas.

– Agora eu entendi! Mas Takatora, nós podemos fazer algo mais divertido com essas cartas. – brincou Kouta.

– É verdade! Por que a gente não joga com elas? – perguntou Mitsuzane.

– Jogar? Vocês estão loucos? Essas cartas não foram feitas para ficar brincando.

– E por que não? Afinal, já que estamos aqui, podemos aproveitar, não é Michy?

– Kouta-san, por que você não joga com o Kureshima-san?

– Comigo? Não. Agora eu não tenho cabeça para essas bobagens.

– Ah, vai, Takatora, não me diga que está com medo de perder pra mim? Ou pior... será que você não sabe jogar cartas?

– Perder pra você, Kazuraba? Não me faça rir. Você não pode comigo em uma luta, por que eu jogaria com você?

– Ah, eu sabia que você estava com medo.

– Está certo Kazuraba. Já que insiste eu jogo, mas não diga que eu não avisei.

– Pobre Nii-san e pobre Kouta-san. Esses dois não sabem o que os espera. – Pensou Mitsuzane.

Continua... つづく