Corri, corri como se meus pulmões dependessem disso. Eu precisava dizer-lo...

No fim das contas, não consigo simplesmente deixar tudo para trás, eu precisava confrontá-lo pelo menos mais uma vez mesmo que isso significasse mais uma fuga do foco da conversa.

Atravessei a rua com pressa e o encontrei ali no parque, como sempre, do jeito que marquei.

"Aki, preciso conversar com você, vá no lugar de sempre"... o nosso lugar.

Cheguei, provavelmente com a cara fechada pois ele me encarava de forma que já sabia que lá viria, como se eu fosse uma criança que não sabia desistir e persistia na mesma birra de sempre. Isso me irritava, eu odiava.

—Oi, né?

—Oi...

—Eaí? Qual a bomba da vez? -É, ele já imaginava.

—Não consigo esquecer...

—...

—Sabe, eu fiquei muito mal, de verdade... você me fodeu e nem foi do jeito bom, eu não queria tantos traumas...

—Me desculpe...

—É só o que sabe me dizer?

—Quer que eu fale o que? -Suspirei, eu sabia exatamente o que queria, eu tinha em mente, ansiava por isso, tinha projetado milhões de sonhos com ele se redimindo de verdade... nada tão próximo da realidade que é, sem dúvidas, um balde de água fria.

Continuo teimoso como sempre...

No fim, vai ser sempre o Akira, não tem como mudar e nem pressionar. Eu realmente tinha que seguir em frente, se não seria só mais tortura para esse neurônio masoquista que insiste nessa ideia burra.

Dei um sorrio sem-graça.

—Entendo... -Com isso, me levantei e fui embora.

Doía.

Mas só doía em mim... logo, é tudo somente problema meu.

Abafei o choro com a camisa, seguindo para meu apartamento novamente para provar do doce gosto da nicotina -minha companheira de vida- e café doce melado.

Ora, ora... não é só na minha imaginação que chove sem cair pingos do céu.

...

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.