Remição
Capítulo 3
Pov. Steve
— O QUE VOCÊ FEZ COM MINHA NETA? – Matteo avança e Peter entra no meio.
— Calma Senhor Matteo! – Pirralho pede educadamente.
— CALMO? – pergunta sarcasticamente e todos na recepção do hospital olham. O segurança se aproxima.
— Os Senhores poderiam parar? Estamos dentro de um hospital! – nos encara enfurecido.
— Desculpa! – respondo sem graça.
— Acompanhantes da Senhorita D´ Angelo? – uma moça de branco de aproxima. Matteo corre em sua direção.
— Sou o avô dela! – responde desesperado – Tia dela e primo – aponta para Beth e Henrico.
— Podem me acompanhar? – pergunta séria.
— Sim – Matteo responde impaciente.
— Posso? – pergunto chamando atenção de Henrico.
— Jamais! – Matteo responde de forma dura.
— Pode! – Matteo ignora a ordem dada - Ela ia gostar vô!
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Entro no quarto e vejo seu corpo pálido! Minha culpa, o que eu fiz? Será que sou tão bom assim?
— Doutora como ela está? – Matteo pergunta ignorando minha presença.
— Ela teve uma concussão e tem uma grande possibilidade de ter uma sequela temporária ou até mesmo permanente – fecho os olhos me sentindo a pior pessoa – Sequelas como perda de memória, concentração e até mesmo movimento. Só descobriremos quando ela acordar.
— Quando ela vai acordar? – Henrico pergunta preocupado.
— Não dá para saber, depende do organismo dela.
— Desculpa! – me pronuncio e Henrico me olha com pena.
— Você não teve culpa cara!
— Teve! – Matteo me encara com ódio.
— Desculpe Senhores! Mas..isso só piora as coisas – doutora fala constrangida.
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Já se passou dois dias é a pequena não acorda. Nat está me acompanhando todos os dias. Fui injusto com ela também. Talvez o Stark tenha razão...não dou uma dentro!
— Calma! – Nat chama minha atenção – Daqui a pouco vai abrir um buraco no chão.
— Não tem como Nat! – olho desesperado e a ruiva se levanta me abraçando.
— Não adianta ficar assim ok? Ela vai acordar, calma!
— GENTE! – Peter entra na recepção gritando.
— O que foi? Aqui é um hospital! – Nat ralha.
— Ela acordou! – fala animado.
— ACORDOU? – pergunto novamente para ter certeza que escutei direito.
— SIM! – Pit pula em cima de mim.
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— Senhorita? – a médica se aproxima de Milene calmamente para não assustá-la. Alguns minutos depois ela responde...
— Sim – responde lentamente
— Qual é o seu nome? – a médica pergunta preocupada. Não era para ter demorado tanto assim.
— Sim, Milene – responde como se fosse óbvio arrancando um sorriso do meu rosto. Minha Milene!
— Reconhece essas pessoas? – aponta para nós.
— Só uma – responde um pouco insegura.
— Quem? – a médica anota alguma coisa.
— Meu marido. Aquele loiro com cara de azedo – aponto para mim – Não tem como esquecer...por culpa dele estou aqui – explica friamente. Meu coração falha....entendi direito? MARIDO?
— HÃ? – pergunto tentando processar o que acabo de ouvir.
- e os outros?
—Desculpa, não sei quem são! – O choque percorre pelo meu corpo. Ela não se lembra deles? Milene faz uma careta de dor e fico em alerta.
— Você lembra o que aconteceu? – pergunto baixinho.
— Sim, estava indo embora e acabei tropeçando acho – ela parece estar confusa.
— Com isso você teve uma contusão que gerou uma concussão. Seus neurônios despolarizaram afetando sua memória – a médica explica – O Senhor é seu avó, Matteo D´Angelo Garth, a mulher sua tia Marie e o rapaz um dos seus primos, Henrico. A Senhorita não é casada, seu nome é Milene D´Angelo Garth.
— Senhora Rogers. Não sei nem como estou aqui. Eu moro em Manhattan...com ele – meu coração falha e não consigo encará-la.
— Não precisa se exaltar Senhorita Garth – a médica retira o soro.
— Por quanto tempo fiquei desacordada? – sua voz está tremula.
— Dois dias – respondo com a mão na cabeça. Não acredito que está acontecendo isso!
— O que? Meu Deus preciso voltar ao trabalho- Milene tenta se levantar, mas a médica impede.
— Acalma-se. Caso contrário terei que dar um sedativo – a doutora deita ela novamente na cama e me aproximo.
— Ok – sua voz está tão fraca.
— Vamos deixar ela descansar um pouco – a médica fala e me afastado em direção a porta.
— Senhor Rogers! – a médica me chama e paro no meio do caminho – Fique, ela vai se sentir mais segura! – me explica docemente.
— Tudo bem, eu fico! Por que ela pensa que somos casados? – pergunto confuso.
— Em casos assim o cérebro apresenta lacunas, espaços que podem ser preenchidos com desejos, sonhos – responde-me. Sonhos? Desejos?
— Quer dizer..que ela sonha em casar comigo? – pisco algumas vezes tentando entender.
— Ou teve – doutora pega o prontuário e sai do quarto. Sento no sofá e começo a lembrar de tudo que aconteceu....e a possibilidade de termos nos casamos. Tudo seria tão diferente! Tenho a sensação de estar sendo vigiado, olho para ela...seus olhos estão fechados.
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Pov. Fury
— Stark você não tem jeito! – tento levantá-lo. O cheiro de álcool está forte, acho que está bebendo sem parar a dias – O que aconteceu?
— Briguei com a Pepper - falo um pouco enrolado – Terminou!
— Aqui está! – Bruce aparece com um copo de água e alguns comprimidos. Pego e dou na mão de Tony que joga tudo no chão.
— Não quero! – resmunga – Quero a Pepper!
— Tony agora não dá – Bruce fala calmo – Precisa se recuperar!
— Sim! – bufo! Não acredito que tenho que aturar isso. Meu telefone começa a tocar..é Nat! Solto Tony e Bruce assume meu posto rapidamente.
— Sim? – atendo impaciente.
— Fury temos um grande problema! – Nat fala desesperada.
— O que aconteceu? – chuto a cadeira do lado chamando atenção de Bruce.
— Steve brigou com uma moça e ela perdeu a memória — fala tão rápido que quase não consigo entender.
— O QUE? – grito furioso.
— Preciso desligar, tinha prometido que não ia te avisar. Mas as coisas saíram um pouco do controle — falou apressadamente.
— Estou indo! – comunico furioso.
— Não precisa — escuto a voz de Pit longe.
— Até mais! – desligo e olho para Bruce que não está entendendo nada. Tony já está babando no ombro de Bruce.
— JARVIS! – grito e logo escuto sua voz.
— Sim Senhor Fury, em que posso ajuda-lo?
— Liga para a Pepper e fala para ela vir cuidar do Tony! Bruce e eu temos uma urgência para resolver – Bruce me olha espantado.
— Sim, senhor!
— Bruce deixa o Tony largado ai, precisamos ir – aponto em direção ao laboratório de Stark. Vou pegar um de seus carros, não posso chamar atenção com um dos jatinhos. Nossa moral não está das melhores.
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Pov. Natasha
Horas depois...
— Steve eu avisei o Fury – falou timidamente esperando a bronca. Steve me escara furioso.
— Eu pedi para não avisar Romanoff – responde-me enfurecido. Consigo ver até faíscas saindo de seus olhos.
— Foi necessário Steve, você sabe – respondo cabisbaixa.
— Ela vai ser investigada agora – conclui contrariado.
— Tem algo para esconder? – Pergunto desconfiada.
— É Capitão ela tem alguma coisa a esconder? – Fury nos interrompe. Olho para porta...ele está furioso. Sua mandíbula está travada, seus ombros tensos..
— Não, senhor! – Steve responde irritado.
— Então comece a explicar a merda que fez – olho para Bruce calado e ele lança um olhar de tranquilidade.
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Pov. Steve
— Então ela caiu sozinha? – Bruce pergunta calmamente.
— A madeira estava solta, ela desequílibrou e bateu a cabeça – explico novamente.
— Não sabia que tinha se envolvido rapaz – Fury me olha frustrado – Muito menos que o pirralho e você estavam escondendo algo tão importante. Como ela sabe sobre você?
— Não sei, ela não explicou fiquei surpreso também. A Nat estava comigo e viu minha reação – ela concorda com a cabeça fazendo Fury ficar pensativo.
— Ela lembra do que? – Bruce pergunta novamente.
— Só dele, ela acha que são casados – Nat se pronuncia – e do acidente também. Fury e Bruce arregalam os olhos com a explicação. Chefe começa a batucar a mesa.
— O que vamos fazer? – Bruce pergunta para Fury.
— Bom não posso deixar ela solta por ai vai que lembra de tudo. Além disso, ela só tecnicamente conhece o Steve, então vai morar com a gente.
— QUE? – Nat pergunta perplexa.
— Isso que escutou Romanoff.
— Acho que ela não vai aceitar Fury – falo desanimado – Ela me odeia.
— Vai passar a amar o marido então – responde-me sarcasticamente dando ênfase ao marido– Fale com a família dela, assim que ela tiver alta vamos embora. Bruce e eu vamos ficar aqui até tudo se resolver. Cadê o Peter?
—Ele está com a família dela -Nat responde.
— Bruce acompanha eles se apresente como irmão da Nat – ele concorda vindo em nossa direção.
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Pov. Peter
— ELA NÃO VAI COM VOCÊ A LUGAR NENHUM- Matteo berra no corredor do hospital.
— Creio que seja melhor para ela – Bruce se manifesta só aumentando à ira do velho.
— QUEM É VOCÊ? VOCÊS SURGEM COMO PRAGAS? - pergunta irado.
— É meu irmão Senhor D´Angelo – Nat responde impaciente.
— ENTÃO FALE PARA SEU IRMÃO NÃO METER – se afasta um pouco puxando o ar. Beth se aproxima de Matteo.
— Tudo bem? – sua voz está tensa.
— Sim, querida – responde fraco sentando no banco.
— Pai creio que seja melhor para a Mi – escuto um soluço – Ela não lembra de nós, só dele. Ele pode ajudar a lembrar das coisas, e tomar conta dela.
— Também acho – falo e me aproximo devagar – Sei que não conhecem o Steve a muito tempo...mas a minha família sim. Sabem quem eu sou – olho estreitamente para Nat – prometo que vou cuidar bem dela.
- Para onde vão leva-la? – Matteo analisa cada palavra dita.
— Acho que Manhattan é melhor – falo baixinho.
— Mas vocês não moram lá – responde-me contrariado.
— Vamos nos mudar então – tia May se manifesta – Matteo prometo que vamos cuidar bem dela. O Senhor me conhece desde pequena. Confie em mim, ok? – Matteo olha para os lados.
— Pai! –Beth chama sua atenção.
— Tudo bem! – aceita contrariado – Quero informações todos os dias.
— Pode deixar Senhor – respondo um pouco mais aliviado.
— Vamos contar para ela então – tia May olha para Steve.
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Pov. Milene
— Ir com você? Nem morta! Acabo de falar que sou casada com você e todos negam. Quem é você? – respondo incrédula com a sua proposta absurda.
— Pense bem senhorita – a médica tenta me convencer novamente.
— Não! – cruzo os braços – com ele não vou nem na esquina! – olho para Steve que respira fundo.
— Por favor Milene...colabora – Steve pede mais uma vez!
— Não! – respondo secamente.
— Como não? Você lembra de alguma coisa por acaso? Lembra onde mora? Só lembra de mim, da queda, que somos casados e de onde trabalha. Só isso! Como vai se virar por ai Milene? Larga mão de ser teimosa e vem comigo – sua voz é dura comigo. Sinto algumas lágrimas caindo em meu rosto, limpo delicadamente.
— Culpa sua! – acuso tocando em sua ferida – Não sei quem sou...não sei o que é realidade ou fantasia.
— Falar que a culpa é minha não vai ajudar em nada? Vai?
— Não! – respondo frustrada.
— Então? – Steve me olha com esperanças.
— Tenho outra opção doutora? – pergunto para médica - Não posso ficar internada? Ir para uma casa de repouso?
— Não querida! – ela me olha carinhosamente.
— Tudo bem então...eu vou! – Steve abre um sorriso e sussurra um obrigado.
Retiro o cobertor e sento na cama chamando atenção dos dois. Viro e coloco o pé do chão, uma pontada na cabeça surge, mas ignoro.
— O que vai fazer? – Steve se aproxima me segurando.
— Vou ao banheiro, não posso? A Milene casada com o fantasma não pode ir ao banheiro?– falo ofendida.
— Claro – a médica responde – Te acompanho.
— Não precisa,não sou inválida – respondo grosseiramente retirando a mão de Steve do meu braço. Ando mais depressa possível até o banheiro, entro e deixo a porta destrancada. Olho para o espelho me assustando com minha aparência, olheiras, olhos inchados e com um curativo em minha cabeça. Abro a torneira e começo a lavar um pouco meu rosto, algumas lembranças invadem meus pensamentos.
FLASHBACK
— Milene D´Angelo aceita casar-se com Steven Rogers? – olho para Steve um pouco tremula. Ele aperta de leve minha mão e pisca.
— Sim! – respondo sorrindo e ele se aproxima.
— Declaro marido e mulher! – o padre fala e todos começam a bater palmas. Encostamos nossas testas, sinto Rogers segurar minha cintura, fecho os olhos e me entrego ao beijo.
...
— Onde vai amor? – pergunto para Rogers que desce apressado as escadas,
— Preciso ir ao trabalho – responde-me dando um beijo.
...
— Onde você estava? – falo baixinho segurando o choro.
— Trabalhando princesa – ele se aproxima e desvio. Pego sua camiseta e encontro um fio ruivo.
— COM UMA RUIVA? – grito e a ira percorre em meu corpo.
FIM DO FLASHBACK!
...
Começo a bater em meu rosto....são lembranças..fantasias? Quem eu sou? Qual a minha história? Olho para janela em desespero...não é tão alta, dá certinho para fugir. Escuto alguns passos se aproximando.
— Tudo bem ai Senhorita? – escuto a voz da médica abafada pela porta.
— Sim, mais 5 minutos, por favor! – peço gentilmente indo até a janela.
— Ok! – Abro devagar e sento no batente da janela colocando as pernas para fora, olho devagar não tem ninguém. Ótimo! Dou um mísero pulo e rezo para que não tenham escutado nada. Ando cautelosamente e olho para todos os lados. Preciso sair daqui! Não posso ir pela rua, a pé e nem pela pequena floresta ao lado...e agora? Olho para o lado e vejo um carro parado. Me aproximo e vejo que a chave está no contato. Dou uma disfarçada entro e dou partida. Olho ao redor para ver se tem alguém pela última vez...nada! Ótimo!
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Pov. Steve
— Ela não está demorando muito? – pergunto para médica que me olha preocupada.
— Sim eu vou entrar – fala pedindo licença e vai até o banheiro.
— E ai Steve? – Nat entra no quarto hospitalar.
— Ela está no banheiro - explico com desgosto. Nat nunca me escuta!
— Desculpa ok? – Pergunta diretamente daquele jeito Nat de ser.
— Se eu não desculpar não vai fazer diferença né? – pergunto rindo.
— Não mesmo! – ela retribuiu com uma gargalhada.
— ELA FUGIU! - a doutora aparece desesperada. Entro em choque e só escuto os berros da Nat.
— COMO ASSIM?
— ELA FUGIU!
— STEVE! – Nat me sacode e acordo. Saio correndo pelos corredores!
— PETER, BRUCE! – chamo os dois que me fitam assustados.
— O que aconteceu cara? – Bruce pergunta tenso.
— Ela fugiu! – ambos arregalam os olhos e correm para fora do hospital. Sigo seus passos e Henrico corre também.
— MILENE! – Henrico grita procurando pela prima - AH NÃO! ELA PEGOU MEU CARRO! – berra batendo a mão em sua testa. Pego o celular e ligo para Fury....estou literalmente...ferrado!
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Pov. Milene
Dirijo tranquilidade tentando não chamar muito atenção. Leio as placas e sigo pela pista que me indica Manhattan. Se eu vou me perder? Possivelmente! O importante é vazar daqui! Não fico com Steve nunca! Escuto uma respiração do meu lado...acho que estou ficando louca. Olho de canto e não tem nada. Respiro tranquilamente. Sinto novamente, fecho meus olhos um pouco assustada e aperto o volante. Olho novamente e nada! É acho que estou ficando louca!
— Não está ficando louca! – escuto uma voz e olho para o lado. Um homem estranho todo de preto sentando ao meu lado.
— AHHH! – grito assustada freando bruscamente o carro – QUEM É VOCÊ? – tento soltar o meu cinto para correr, mas não consigo. Escuto o carro sendo trancando e meu pavor só aumenta.
— Loki ao seu dispor! – o homem dá um sorriso me fazendo arrepiar.
— O que você quer? –tento disfarçar meu medo..
— Te ajudar Milene! – responde-me olhando para frente – Você odeia o Steve..e eu também – me olha com um sorriso sacana em seus lábios - Estou aqui para te ajudar, é bom aceitar...ou em 5 minutos ele vai estar aqui –seu olhar é tentador.
— Qual é a proposta? – pergunto engolindo seco sem me desconectar de seus olhos.
— Você vai descobrir depois. Agora é só me dizer...sim ou não? – beija minha mão.
— Sim! – respondo rezando para não me arrepender depois, Bom..não tenho nada a perder mesmo!
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