Remember me.

Corrida contra o tempo.


Acordei com o barulho irritante do despertador do meu telemóvel. Soltei um grande suspiro enquanto esfregava os meus olhos com as patas. Peguei no meu telemóvel vendo que este marcava exatamente as 6:00 da manhã. Conseguia arranjar-me rápido o suficiente para estar no departamento às 7:00. Acabei por finalmente desligar o alarme e aproveitei para mandar uma mensagem a Nick, desta forma teria a certeza de que ele acordaria e não chegaria atrasado ao trabalho, como é habitual.

“Toca a acordar Nick!”

Enviei a mensagem e finalmente ganhei coragem para levantar o meu pequeno corpo da cama. Fui tomar um duche rápido, sequei o meu pelo e logo depois vesti o meu uniforme. Olhei para o meu reflexo no espelho que tenho à porta de casa, dando um grande sorriso motivador a mim mesma. “Mais um grande dia, Judy.”, pensei, enquanto limpava o meu distintivo com a pata. Peguei nas chaves e no telemóvel. Olhei para o último e vi que este marcava as 6:30. Meia hora é suficiente para chegar ao DPZ.

Assim que cheguei fui logo recebida pelo sorriso simpático e habitual de Benjamin Clawhauser. Sorri-lhe de volta enquanto chegava perto do seu balcão e saltei para cima do mesmo com um grande pulo, sentando-me lá.

— Bom dia Benjamin! Novidades para hoje? - perguntei-lhe enquanto ele enchia a sua boca com um donut e o engolia, o que me fez rir ligeiramente.

— O chefe Bogo disse para irem ter com ele assim que chegassem, parecia urgente…- fiquei logo curiosa com as suas palavras, será que ela mais um caso “daqueles”?

— Será que devo ir já ter com o chefe ou espero que o Nick chegue? - perguntei a Ben, mas assim que terminei a minha pergunta pude ouvir a porta da delegacia abrir e uma raposa que já me era bem conhecida entrar por ali a dentro, com o seu uniforme e óculos de sol para completar o look. - Fala-se no diabo e ele aparece. -disse fazendo Clawhauser soltar uma gargalhada.

Saltei do balcão e fui ter com ele pondo as minhas patas na cintura:

— Estás atrasado, mais uma vez. – disse num tom sério. Ele simplesmente apontou o dedo para o relógio que estava na parede da delegacia e este marcava exatamente as sete em ponto da manhã.

— Atrasado, dizias tu cenourinha? Sou pontual, já devias saber. - Ele disse num tom irónico. Revirei os meus olhos e simplesmente puxei-o pelo braço, conduzindo-o até à sala onde o chefe nos costuma transmitir os casos.

Já lá estavam todos os agentes, por isso, quando entrámos não conseguimos evitar sem alvo de todos aqueles olhares e, talvez, alguns cochichos entre eles. Fomos imediatamente para o nosso lugar e esperámos que chefe Bogo, que nos olhava com um olhar matador, nos fizesse o comunicado urgente que Ben havia mencionado à minutos atrás.

— Agentes…- começou então o seu discurso- Para este caso vou precisar a colaboração de todos vocês, devido à dimensão do mesmo, que já estamos a tentar resolver.- as minhas orelhas levantaram-se de imediato, ouvindo o búfalo com atenção.- Vários progenitores têm vindo cá queixar-se de que as suas crias vão para a escola, no entanto, quando as vão buscar elas simplesmente não aparecem e não estão lá. À primeira queixa pensámos que fosse apenas uma criança rebelde a tentar assustar os pais e, eventualmente, acabaria por voltar para casa. A questão aqui é que procurámos essa cria pelos arredores e não a encontrámos, ou seja, estamos a falar de rapto de menores. Depois desta queixa houve mais seis iguais e isto dá um total de sete crias desaparecidas.- arregalei os meus olhos completamente chocada. Como é que alguém faria uma coisa destas? Olhei para Nick e ele parecia quando tão incrédulo como eu.

— Ch-Chefe Bogo…sete crianças desaparecidas? Porque é que alguém faria algo assim? Que querem eles destas crias?!- perguntei num tom revoltado enquanto cerrava os meus punhos. O chefe Bogo suspirou e respondeu.

— Não sei, Hopps, é isso que quero que descubram o mais rapidamente possível. Estas crianças são completamente indefesas e extremamente frágeis, não sabem como se defender perante a animais, provavelmente, muito maiores que elas.- o chefe começou a distribuir a patrulha por todos os distritos da cidade e, como era habitual, eu e Nick ficámos para último.- Wilde, Hopps, venham cá.- assim que ele nos chamou saímos do nosso lugar indo até à sua secretária. Ele mostrou-nos a ficha de cada criança desaparecia. Estas fichas continham o seu nome, idade, espécie, progenitores e o último sítio onde foram vistas, todas elas, na escola. Reparei que as idade rondavam entre os 6 e 10 anos.- Quero que investiguem todas as escolas onde estas crianças andam. Vigiem-nas, interroguem os funcionários e professores, façam o que for preciso. Agora saiam.- Ele disse num tom bastante sério. Assentimos e saímos da sala.

Estava completamente abatida com esta notícia, que querem eles fazer com as pobres crianças? E as mantiverem presas em cativeiro? E se as estiverem a magoar? Pior, se as assediarem. E se as quiserem matar? Todos os piores cenários passavam pela minha mente neste momento.

— Judy? Judy!- disse Nick num tom meio alto abanando o meu ombro com a pata, acabando por me acordar do meu transe.

— Nick temos de começar isto, agora! Temos de descobrir quem está a fazer isto e porquê…- ele assentiu com a cabeça ao ouvir-me falar e saímos rapidamente da delegacia, indo para o carro que o DPZ nos disponibilizou.- Que achas que estão a fazer com eles?- perguntei enquanto me sentava no lugar do condutor e punha o cinto de segurança.

— Tenho andando a pensar nisso desde que saímos da sala dos casos. Talvez queiram atrair alguém e estão a usar aquelas crianças como reféns.- suspirei ao ouvi-lo e pus as patas no volante do carro. Senti depois a pata de Nick no meu ombro, ele olhava para mim com um pequeno sorriso no focinho.- Vamos encontrá-las, eu sei que sim. Não te esqueças que somos a melhor parceria que esta delegacia tem! -ele disse com um ar convencido rindo-se depois.

— Acho que nunca mais me vou queixar quando o despertador tocar, isto é uma corrida contra o tempo…podem fazer o que quiserem enquanto não chegar-mos lá. -disse enquanto começava a guiar em direção à primeira escola.