Remember

Encontro Inesperado


- Aqui, definitivamente é o último lugar em que pensei encontrar você! – ouço uma voz familiar vinda da minha direita e quando me viro para olhar, tenho uma surpresa.

Bill Kaulitz.

O próprio, num supermercado em plena quarta-feira. Não é inacreditável?

- Bill! – aproximo-me e o abraço, cumprimentando com dois beijos no rosto. – Que surpresa te encontrar aqui!

- Digo o mesmo pra você! Vejo que o motivo da sua vinda são os chocolates, não é? – diz, olhando para minha cesta de compras.

- Pois é! – sorrio olhando para a cesta e depois para ele. – Você sabe como as coisas são... Quarta-feira, eu estava atoa em casa... Isso acabou gerando algumas vontades repentinas.

- Sei bem como é! E cadê a Gabriella? – pergunta.

- Ela está lá em casa, dormindo! – digo.

- Bom... Então presumo que você não vai fazer nada depois que sair daqui, certo? – ergue a sobrancelha.

- Não tenho nada programado... Por quê? – indago.

- Pois então a senhorita vai tomar um café comigo! – sorri. – E eu não aceito um não como resposta! – intima.

- Ué, já que é assim... – faço uma pausa. - Eu aceito! - sorrio. - Só vou passar esses chocolates no caixa, comprar um Starbucks e nós vamos! – ando em direção ao caixa.

- Tudo bem, eu te espero. Também quero comprar um. – me acompanha.

Enquanto estávamos no corredor conversando, percebi que algumas pessoas que estavam passando olhavam para nós, como se soubessem quem éramos mas não com toda certeza. Não liguei muito e acho que Bill nem percebeu.

Isso é normal de acontecer, já que nem sempre os artistas são encontrados em supermercados... Só que, diferentemente do Brasil, aqui eles não param ninguém na rua, a não ser que sejam realmente fãs da pessoa.

Saímos do supermercado.

Colocamos nossos óculos escuros já que está um sol infernal. E eu que pensava que era só no Brasil que fazia esse calor, acabei de perceber que estava imensamente enganada.

- Você está de carro? – pergunto.

- Sim, está estacionado há algumas quadras daqui. Dá para irmos andando, o Café onde quero te levar não fica muito longe... – faz uma pausa. – Você veio a pé?

- Vim sim. Moro aqui perto, na rua St. Louis, nos arredores da praça central... – passo a mão nos cabelos.

- Sei mais ou menos onde fica... – dá uma golada em sua bebida.

- E você, onde mora? – viro meu rosto para o olhar.

- No condomínio Green Valle, “O local mais calmo da cidade” como diz o próprio slogan – brinca ele.

- Ah sim, aquele em que só moram celebridades e pessoas “trilhionárias”...

- Esse mesmo! – diz, achando graça do que eu acabei de falar.

Ele para de andar.

- É aqui! – Bill entra e eu o acompanho.

Sentamos em uma mesa mais ao fundo.

– Mas sinceramente? – continua. - Acho que eu e Tom somos os mais pobres há habitar lá. Nossa casa é a mais simples!

- Não sei o por que, mas acho que você está sendo modesto! – digo.

- Que nada! – responde. – Você vai querer o que? – diz, vendo o garçom vir em direção à nossa mesa.

- Hmm... – olho o cardápio, pensativa. – Vou querer um suco de melancia por enquanto.

- Traga dois, por favor. – se dirige ao garçom em pé ao lado da mesa, que anota os nossos pedidos e logo em seguida sai.

- E então, como estão indo os preparativos para o próximo cd?

- Por enquanto estamos apenas nas composições... Vamos esperar os G’s chegarem da Alemanha para encaixarmos as melodias, eles estão indo pra lá essa semana. Estamos querendo soltar uma música inédita em breve, acho que nossas fãs merecem.

- Sério? – arregalo os olhos. – Que tudo! Mal posso esperar pra conferir! - ai, que emoção!!! -Mas vocês já têm em mente qual será? – me interesso.

- Ainda não... Queremos que seja algo bem legal, que realmente agrade à todos.

O garçom chega com nossos sucos.

- Entendi. – coloco adoçante na minha bebida.

- E a Sweet Poison? Soube que estão de turnê marcada, é verdade?

- Estamos sim, daqui à dois meses caímos na estrada!

- Por quanto tempo vão fazer shows?

- Uns três meses, se não me engano... Vamos rodar a Europa, Ásia e terminar aqui na América. Estou ansiosíssima!

- É bom mesmo! A única coisa ruim é ficar longe de casa e da família.

- Aham... Semana que vem eu vou pro Brasil ver minha família e resolver uma pendência. Vai ser minha última passada lá antes da turnê.

- Pendência? – pergunta.

- Sim, pendência amorosa.

- Você namora? – pergunta perplexo.

- Namoro... – franzo a testa. – Você não sabia?

- Não, e nem imaginava!

- Estou com o Bruno há, se não me engano, um pouco mais de um ano... – digo pensativa. – Sei lá, não sou boa em datas.

- Então vocês brigaram, e é por isso que você está indo lá resolver isso. Acertei?

- Errou! – exclamo. – Ele me disse que precisamos conversar, mas não falou o assunto. E sinceramente? Eu não quero saber... Estou com medo do que possa ser o motivo disso.

- Você acha que ele quer terminar?

- Terminar? Não... Isso eu tenho certeza que ele não quer, caso contrário não estaria me chamando de lindeza, amor e outras coisas bregas das quais pessoas apaixonadas falam uma pra outra.

- Ihh... Se não é isso, então vem um pedido de casamento!

CASAMENTO? Até gelei quando Bill falou essa palavra.

- CASAMENTO?! – arregalo os olhos. – Pelo amor de Deus, nem brinque com umas coisas dessas!

- Por que? – ri da minha reação.

- Casamento e filhos são as últimas coisas que eu quero ter na vida... Se é que eu quero ter!

- Juro que acabo de ver a versão feminina de Tom Kaulitz! Você é a primeira pessoa além dele, ou melhor, a primeira mulher que eu ouço falar isso!

- Uffa! Pelo menos eu não sou a única pessoa a pensar assim, como pensei que seria!

- Até agora não estou acreditando que você falou isso! – exclama perplexo.

Inclino minha cabeça para trás, rindo.

- Mas e se for isso que o seu namorado for falar, o que você vai fazer?

- Vou dizer que não, não quero casar com ele e nem com ninguém! Eu não entendo por que todo mundo tem mania de casar novo assim... É por isso que hoje em dia não estão durando nem 24 horas.

- Meu Deus, quanta surpresa pra um dia só! – diz pasmo com minhas palavras.

- Sou moderna! – brinco. – Bom, mas agora vou esperar chegar semana que vem pra saber o que ele quer comigo, não é?

- Confesso que eu fiquei curioso!

- Não se preocupe, eu te ligo pra contar! Por falar nisso, não tenho o seu número!

- É verdade! Até comentei com o Tom que devíamos ter trocado os celulares lá na festa do VMA...

- Anote o meu aí então... – dito os números pra ele, que também me passa o seu e o de Tom.

- Quero receber notícias então, hein?

- Pode deixar que assim que eu acabar de conversar com ele vou ligar pra você!

- Mudando de assunto aqui um pouquinho, depois de amanhã os G’s vão pra Alemanha e nós vamos dar uma pequena festa na mansão de despedida, que nem é tão despedida assim já que daqui a duas semanas eles estarão de volta. – faz uma pausa. – Por que você e Gabriella também não vem? Tom e eu vamos ficar muito felizes se vocês forem!

- Ué Bill, eu vou sim mas acho que não vai dar pra Gaby ir, porque ela vai sair amanhã com um amigo...

- Amigo? Seei... – ele ri.

- Pois é, amiiigo... – rio também.

- Bom, então te espero lá amanhã às 10! Depois te mando o endereço por SMS, não sei direito pra te falar aqui agora...

- Tudo bem! – olho para o meu relógio, que marca 18 horas. – Nossa! O tempo passou tão rápido que eu nem percebi! Tenho que ir, Bill... – me levanto. - Está aqui o dinheiro da minha parte e...

- Não, não, não! – me interrompe, se levantando também. - Você não tem que pagar nada, foi eu quem convidou!

- Nada disso, Bill!

- Nada disso digo eu! Tome aqui o seu dinheiro! Guarde-o pra comprar outro Starbucks na volta pra casa!

- Então fico te devendo essa!

- Vamos, vou com você até o supermercado.

Andamos algumas quadras conversando e rindo, até chegar ao supermercado. Bill é realmente como aparenta ser: atencioso e divertido. Gosto de pessoas assim, que alegram a nossa vida.

- Obrigada pelo café e pelo convite! Foi muito bom te ver novamente! – o abraço.

- Eu que agradeço pela companhia! Te espero lá em casa amanhã, hein?

- Até amanhã, então! - aceno para ele.