Remanso

Calmaria; único


A noite era suave, macia, assim como sua respiração sobre minhas coxas e seus cabelos entre meus dedos. O vento que soprava fazia os meus próprios cabelos voarem, por vezes roçando seus ombros e te fazendo murmurar, meio sonolento, sobre como você gostava do meu shampoo.

O cheiro das flores provindas do jardim do quartel general me acalmavam, a insônia há muito esquecida, deixada de lado junto com o estresse no momento em que você apareceu à minha porta, os olhos baixos e sonolentos e o silêncio costumeiro como se sua presença ali não fosse nada demais.

Mas era, porque me fazia feliz. Todas as noites em que você aparecia, muitas vezes envergonhado a ponto de não verbalizar nada, pedindo com os olhos pelo meu colo e carinho e a calmaria que, você já havia confessado, só encontrava comigo.

E eu também já tinha dito, Lass, embora desconfie que você já estivesse dormindo nos momentos em que eu finalmente murmurava sobre como aqueles nossos momentos noturnos, nossos cochilos à meia-lua, me acalentavam tanto quanto a você.

Porque eles me davam a oportunidade de te ter por perto, de ver sua guarda baixa e seu rosto sereno. De rir com o seu jeito de ser mais solto quando com sono, mais honesto.

E de sentir meu peito aquecido quando você sorria, ao acordarmos, ainda muito antes do Sol, e me puxava para si, fosse para um abraço, um beijo de esquimó, um roçar de lábios e um selar na bochecha, todos seguidos de um "obrigado", de voz tão suave e serena quanto o azul que seus olhos refletem nesses momentos.

Sem nem saber que sou eu a que mais tenho a agradecer.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.