Relíquias de Sangue

Capítulo 8 - POV Jake


- Rose? O que aconteceu? Você está bem? Deixe-me ver isso. – Fui até ela, examinando-a completamente. Fiquei procurando por algum ferimento pra ter aquele sangue todo.
- Relaxa, o sangue não é meu. – eu a olhei irritado – Ei, eu estava com fome.
- Eu não me importo se estava com fome. Não me importo com quem você matou. Mas você veio toda ensanguentada? Isso é muito descuido Rose!
- Ninguém me viu, ok? Vou me limpar. – ela começou a subir as escadas.
- Hoje você não sai da cama hein! – eu gritei.
- Tá, tá. – ela resmungou.

- Matt, você pode cuidar dela hoje? Pelo menos só vigiar pra ela não sair daqui?
- Não... Porque hoje vou pra minha casa. Harry também.
- Como assim?
- Nós... Eu acho que é melhor, não queremos criar confusão. – ele disse, de repente me lembrei talvez o motivo dele querer ir. Provavelmente era por causa daquela coisa vermelha que ninguém queria me responder o que era.
- Onde vocês moram? – perguntei.
- Apenas há alguns quilômetros daqui.
- Vou levar vocês então.
- Não precisa.
- Eu insisto!
- Tudo bem então.

Fui até o quarto de Rose avisar que iria deixar os Campbell’s na casa deles, mas ela como sempre teimosa, decidiu ir conosco. Eu sei que não poderia fazer nada pra impedir. Ela se levantou imediatamente da cama e ajudou Harry com algumas coisas. Dirigi até a casa deles, Matt estava me mostrando o caminho enquanto Harry conversava com Rose no banco de trás.
Já havia passado uma hora desde que saímos de casa. Rose estava animada com toda aquela paisagem, a estrada era plana e havia árvores e como sempre o clima estava nublado. Naquele me perguntei se Rose se lembra do que aconteceu com ela, mas talvez eu devesse esperar algum tempo antes de perguntar a ela.
- É ali. – Matt disse. Parei o carro na frente daquela casa, não era tão grande quanto minha casa, mas era linda. Fui até a porta da casa deles e entreguei suas coisas. E fui até o carro.
- Ei Jake. – Harry disse – Não quer conhecer nossa casa?
- Ahn... Eu não sei se é uma boa ide... – Rose me interrompeu e me puxou pra dentro da casa. Logo quando entrei percebi um grande e maravilhoso lustre. Havia uma grande quantidade de livros também.
Fizemos um pequeno tour pela casa dos Campbell’s, era realmente muito bonita mas eu já tinha que ir. Hoje eu iria na casa de Melinda.
- Rose, nós temos que ir, você tem que descansar e eu tenho que sair. – eu disse.
- Aonde você vai?
- Vou ver uma amiga.
- Amiga Jake? Que amiga? Eu nem sabia que você tinha amiga.
- Mas eu tenho e nós temos que ir.
- E-eu não quero ir. Vou ficar aqui, depois vou pra casa.
- Como? – eu perguntei.
- Você vem me buscar ué! – ela disse.
- Tá Rose – eu não iria discutir com ela – Mais tarde eu venho.

Dirigi até em casa, quando cheguei fui rapidamente tomar banho e me arrumar. Peguei meu telefone e liguei pra Melinda.
- Alô? – ela disse.
- Vamos sair hoje? – perguntei.
- Claro, aonde vamos? – Eu disse.
- Quando eu chegar aí nós decidimos. – na verdade, eu estava querendo trazê-la aqui pra casa.
- Tudo bem então, vou começar a me arrumar. Beijo. – e desligou o telefone.

Quando cheguei lá, saí do carro rapidamente e apertei a campainha.
Antes de alguém abrir a porta conseguir sentir o cheiro dela. Minha nossa, ela estava tão perfumada.
- Oi Jake! – Ela parecia feliz por me ver. Estava com um lindo sorriso no rosto.
- Oi Mel – sorri e a abracei forte. Por um instante esqueci que ela era apenas uma delicada humana e se abraçasse muito forte poderia quebrar seus ossos. Então a soltei.
- Nossa... Que abraço forte Jake. – Disse Melinda com a mão atrás do pescoço.
- Desculpa. Então, você está linda. – Ela estava simples, mas linda. Estava com um vestido preto e uma pequena bolsa na mão, imaginei que lá teria apenas produtos de beleza. – Vem comigo – sorri, peguei sua mão e a levei até o carro.
- E então.. Aonde vamos? – ela disse.
- Que tal irmos pra minha casa?
- ahn.. ta bom. Eu vou adorar conhecer sua irmã.
- Ela também vai adorar te conhecer. – Menti. Rose nunca ia aceitar isso. Mas, dane-se. Eu adoro a Melinda, mas melhor ainda era que Rose nem sequer estava em casa.
Quando chegamos na frente de casa, abri a porta do carro pra ela tentando ser cavalheiro. Quando entramos, ela ficou maravilhada com a beleza do lugar e sentou no sofá.
- Senta aí.. Eu vou chamar a Rose. Fique a vontade! – menti, tentei parecer educado. Fingi estar chamando por Rose. – Parece que ela saiu. Talvez outro dia você possa conhecê-la.
- Ahn, tudo bem. – ela disse – Onde é o seu quarto?
- Por qui. – subimos a escada e mostrei onde era o quarto e ela entrou.
- Que vista linda Jake. – ela disse apoiando-se na janela.
- Pois é. – eu sentei em minha cama.
Nós ficamos ali conversando por um bom tempo. Eu adorava conversar com ela. Ela sempre me perguntava coisas sobre a Alemanha. Melinda era simplesmente maravilhosa. Aquele vestido fazia o seu corpo ficar com tantas curvas, eu nunca percebi que Melinda tinha um ótimo corpo.
- Mel... Eu quero fazer uma coisa agora. – eu disse, simplesmente me aproximei de seu rosto e consegui sentir o seu hálito quente.
- Ahn... J-j-jake... Eu... – ela olhava para a minha boca. Ela me beijou. Quando nossas bocas se encontraram não foi mágico, não foi aquela coisa toda de príncipe encantado. Eu simplesmente senti que eu a queria. Ela pegava na minha nuca, nossos corpos se encaixavam perfeitamente. Eu a deitei na cama e fiquei por cima dela. Ela passava aquelas mãos quentes em minha costa, quase que me arranhando, aquilo me excitou. Eu sabia que ela estava perfeitamente segura comigo. Tirei o vestido de Melinda e apesar daquele corpo magro, percebi que ela tinha belos seios. Ela estava excitada e eu sabia o que ela queria. Fui dando beijos em sua nuca e fui descendo até chegar e sua barriga... Ela delirava. Quando eu ia tirar seu sutiã ela pediu pra eu parar.
- O que foi? – perguntei.
- Jake... Por favor, agora não.
- Ahn... Tá. – concordei, será que ela era virgem? Mas enfim. Nós vestimos nossas roupas e ficamos nos olhando, acho que ela estava envergonhada por ter pedido pra ter parado. Quando ela ia falar algo eu a interrompi. Eu tinha ouvido algo lá em baixo. Não poderia ser Rose porque eu a avisei pra não vim sozinha. Talvez fosse Harry ou Matt. Desci pra ver o que era e deixei Melinda no quarto. Cheguei até o corredor e não havia ninguém, talvez aquilo fosse coisa da minha imaginação. Então ouvi um barulho de algo se quebrando na sala de estar e corri pra ver o que era, mais uma vez não havia ninguém. Resolvi esquecer aquilo e subi para o meu quarto... Olhei para a cama e Melinda não estava lá, quando fechei a porta havia um homem velho a segurando pelos cabelos. Ele estava com uma faca na mão.
- Onde está? – ele falou ameaçadamente.
- Onde está o que? – eu falei, precisava me manter calmo.
- Os Campbell’s! ONDE ESTÃO OS CAMPBELL’S? EU SEI QUE ELES ESTÃO AQUI! – ele gritou, colocou a faca no pescoço de Melinda.
- TÁ BOM, TÁ BOM. Vai com calma, a garota não tem nada a ver com isso.
- J-j-jake... – ela estava chorando.
- Cala a boca! – o velho disse.
- Olha, eu não sei quem é você, não sei o que quer com eles, mas eles não estão mais aqui! – eu disse.
- Que pena... Então acho que a mocinha aqui adoraria que eu provasse ela.
- NÃO! – naquele mesmo momento ele iria colocar as presas no pescoço de Melinda. Puxei ela com toda a minha força e quebrei o pescoço dele.
- JAKE! O QUE VOCÊ FEZ? JAKE! – Melinda gritava aterrorizada.
- Nós temos que sair daqui! – desci para pegar o carro, mas a sala estava cheia de vampiros. Estavam quebrando tudo, provavelmente procurando pelo Campbell. Eu tentei sair o mais rápido que pude, mas quando passamos pela porta senti uma mão me jogando para as árvores. Melinda correu para o carro, era o melhor que ela poderia fazer. Eu só estava preocupado com Melinda, ela só ela que me importava naquele momento. Não me importei com quem morreria ou se estavam destruindo minha casa. Ela precisava sair dali, mas sei que ela não saíria sem mim. Fiz a mesma coisa que aquele vampiro fez comigo, o joguei contra a árvore. Fui até ele e o joguei contra o chão, ele tentou agarrar meus braços e logo em seguida eu o mordi. Arranquei um pedaço de seu pescoço e ele gritou. E de uma vez por todas eu o silenciei. Ele estava morto.
Entrei no carro e dirigi até a casa dos Campbell’s o mais rápido que pude, nenhum vampiro tentou me seguir. Estavam ocupados demais garantindo que eu não voltaria ali. Melinda estava tremendo, ela estava assustada, talvez com medo de mim.
- Melinda se acalma! – eu falei, ela precisava se acalmar se não quem iria enlouquecer era eu.
- J-j-jake... Q-quem eram a-aqueles? O que e-e-era aquilo? – ela lutava contra sua própria boca.
- Melinda logo tudo vai se esclarecer, você precisa descansar.
- Eu não consigo! O QUE ACONTECEU? EU VI O QUE VOCÊ FEZ COM AQUELE HOMEM! - ela gritou.
- Se acalma!
- Jake eu vi seu rosto! Seus olhos! Não parecia você! – aquela era a pior parte de ser um vampiro.
- Melinda, se calma por favor? Eu estou tentando dirigir se você não percebeu!
- Onde estamos indo?
- Pra casa de um amigo! Você vai estar segura lá.

Toda aquela conversa estava me irritando, mas eu precisava me manter calmo pra ela se acalmar também. Quando cheguei na casa dos Campbell’s, todas as luzes estavam ligadas. Melinda me acompanhou e apertamos a campainha, mas ninguém foi até a porta. E então, eu ouvi Harry gritar por mim do outro lado da rua.
- Harry? O que você está fazendo aqui fora? – eu perguntei.
- Ahn... É que... – ele estava olhando para Melinda, ela estava assustada, e então ele voltou a olhar pra mim – É a Rose Jake!
- O que tem ela?
- Ela sumiu! Eu estava proc... – eu interrompi.
- COMO ASSIM ELA SUMIU? ERA PRA VOCÊS CUIDAREM DELA! – Eu estava furioso, era muita coisa pra aguentar em um dia só.
- Eu sei... Matt tá procurando por ela... Nós havíamos deixado ela no nosso quarto olhando algumas fotografias e quando voltamos ela não estava mais lá... Encontrei um pouco de sangue no nosso quarto, foi isso que nos preocupou.
- Isso faz muito tempo?
- Já faz duas horas.
- DUAS HORAS? ELA SUMIU POR DUAS HORAS E VOCÊS NÃO ME AVISARAM?
- Não sabíamos seu número.
- Ahn... Desculpa, mas... – Melinda falou.
- Ah sim, você. Venha comigo. Você precisa descansar. O que aconteceu? – Harry perguntou levando Melinda até a sala de estar.
- É uma longa história! Nós temo que conversar sobre isso depois.
- Acho que já devo imaginar o que é.