Release Me

Capítulo 2


Mana entrou no apartamento com a última caixa da mudança que anda estava do lado de fora. Colocou-a no chão e observou o novo lugar onde moraria. Era menor do que sua casa no interior, mas por Kaya, faria o que precisasse. Queria ficar mais perto do namorado mesmo que para isso, tivessem que adiantar um pouco o decorrer de um simples namoro de horas vagas para algo mais sério, como dividirem um apartamento.

A varanda tinha uma vista ótima e o sol entrava na sala de maneira avassaladora, iluminando tudo o que tinha pela frente. As paredes eram a combinação de um azul claro e de um azul escuro contrastando muito bem. O cheiro de tinta fresca ainda era forte demais, mas logo passaria e o perfume de rosas de Kaya inundaria o local. Andou até a cozinha abrindo a geladeira ainda vazia. Teriam de ir ao supermercado logo, mas não hoje. Estava realmente cansando. Não custava pedir comida fora.

Compraram um apartamento com um único quarto de propósito. Não queria visitantes dormindo com eles e tirando toda a privacidade que sempre precisaram e adoraram. Kaya gritava alto demais. Mana sabia que poderia ter problemas com os vizinhos. Ia ter de colocar algo tapando a boca do vocalista enquanto estivessem desfrutando de um bom e ardente sexo.

Adentrou o quarto lentamente seguindo o cantarolar do amado enquanto colocava as roupas nos cabides e eles dentro do grande closet. Kaya virou-se para ele parando em um bico para cessar o assobio. Sorriu largamente e abraçou-o. Mana foi consumido pela vontade de morder a área livre do decote do vestido que o menor usava. Era apaixonado pela pele do pescoço deste e sempre o deixava com algumas marcas um tanto fortes. Sentia-se realizado ao fazer isso. Sentia que, quando as pessoas vissem, saberiam que Kaya já tinha dono. As mãos escorregaram para as coxas do namorado e logo adentraram a saia.

-Aish, Mana-Sama. Não vê que estou tentando arrumar isso aqui? –Kaya disse rindo e jogando a cabeça para trás ao sentir as mãos do outro e a mordida que levava no pescoço.

-Quer que eu pare? –Mana fez-se de desentendido afastando um passo do outro.

Kaya foi indo para trás até encostar-se em uma parede vazia onde, no futuro, iria ter um grande espelho para que este ficasse encarando sua beleza por um bom tempo até decidir que roupa usaria. O indicador foi levado até a boca puxando um pouco o lábio inferior para baixo. Os grandes olhos azuis se arregalaram um pouco mais a fim de tornar sua feição infantil e arrebatadora ao mesmo tempo. As pernas se abriram um pouco e a mão puxou a saia do vestido para cima deixando uma meia de renda preta à mostra.

O mais velho estava hipnotizado. Os olhos seguiam cada um dos movimentos que o outro fazia e por fim, quando percebeu que já era hora de atacar porque não conseguia mais resistir, andou, ou melhor, quase correu ao encontro deste cravando as unhas nas coxas e colocando-as acima da cintura. As mãos abriam o vestido rapidamente. Queria sentir o gosto e o calor que aquela pele alva exalava. Um caminho de beijos sobre o tórax foi deixado até irem a encontro do mamilo esquerdo. Mordeu a ponta desde e depois passou a língua em volta. Kaya rebolava com as pernas abraçadas na cintura de Mana. Assim, os membros se esbarravam ainda sobre as roupas, mas já se desenvolviam.

-ManAmour... –Kaya gemeu sentindo uma das mãos do outro adentrar a roupa intima.

Mana colocou-o no chão e puxando-o pela mão, levou-o até a cama jogando-o no centro da mesma. Tirou a camisa pela cabeça jogando-a em qualquer canto e pôs-se sobre o corpo alheio. Um beijo apaixonado, necessitado e delicioso iniciou-se, mas logo foi interrompido pela campainha tocando.

-Puta merda! –Mana disse em uma altura que era bem possível de se ouvir lá de fora.

-Deve ser a comida que pedi para nós. –Kaya sorriu acariciando o peitoral do outro e empurrando-o levemente para que pudesse sair.

Andando até a porta, Kaya estranhou quando olhou no olho mágico e não viu o amigo Masashi. Esperava que este viesse trazer a encomenda, mas tudo bem, pois com a fome que estava só queria a comida e pronto. Abriu a porta e surpreendeu-se com rapaz um tanto mais baixo que ele e com os olhos mais infantis que já viu. Sentiu inveja por um instante, mas este pensamento se foi quando o garoto interrompeu dizendo:

-Olá. Masashi pediu para que eu trouxese a comida, já que moro aqui do lado e... –Teru parou quando conseguiu observar Mana sem camisa dentro do apartamento.

Com os olhos arregalados do outro, Kaya sentiu-se atraído à olhar na mesma direção que este e deparou-se com o mesmo Mana sem camisa que já estava acostumado a ver e ter como seu. Sentiu o rosto queimar com o ciúme e a vontade de virar um tapa na cara do menor era tanta que quase fez, mas não. Fechou a porta atrás de si interrompendo a visão e os pensamentos de Teru.

-Sim, sim. –Kaya disse pegando a sacola da mão do outro.- Arigatou, nee. Alias, como devo lhe chamar?

-Ah, é... Teru. –Balançou a cabeça por um instante voltando à si e sorrindo em seguida.

-Prazer, Kaya. E diga ao Masashi que passo lá depois para acertar. –Falou rispidamente batendo a porta.

“MANA-SAMA”, Teru pode ouvir Kaya gritar do outro lado da porta. Queria realmente ficar ali para acompanhar a conversa, mas não podia. Não devia. O celular tremia no bolso traseiro da calça e ficou muito feliz por estar no vibra e não ter começado a tocar ali atraindo a atenção dos outros lá dentro.

Enquanto procurava a chave, começou a pensar que não devia ter feito este favor à Masashi mas, como morava no mesmo prédio, não custava nada. Mesmo assim, sabia que não era hora de ver Mana novamente e principalmente, ver além. Não sabia ao certo o que se passava consigo quando o via, mas queria tocá-lo. As mãos foram para baixo do tapete na entrada, onde ficava a chave reserva, mas não a encontrou.

Kamijo abriu a porta sorrindo e Teru olhou para cima incrédulo. Como o outro se atrevia a entrar em sua casa dessa forma?

-Teru! Até que enfim. Não agüentava mais te esperar, mon ange.