Johnny sabia que tinha alguma coisa muito estranha com a cidade em que cresceu. Mesmo com suas maluquices criadas com a genialidade das suas irmãs ainda era estranha o suficiente.

Era um dia calmo e Johnny estava entediado, principalmente agora que seu melhor amigo saiu com seu pai para o veterinário e iria demorar, sua mãe trabalhando como sempre e principalmente com suas irmãs no instituto tendo um debate com seu professor sobre coisas chatas que ele não tinha interesse nenhum. Tudo era a mesma coisa e a sua única opção acabou sendo deitar na grama de seu quintal modificada para ser a mais confortável que qualquer coisa já criada pela humanidade.

Ele tinha um sol gostoso, em seu rosto o aquecendo e relaxando permitindo sua mente vagar rapidamente por seus pensamentos quase nunca refletidos pelo garoto de cabelos loiros.

Primeiro pensou em sua mãe que estava sempre trabalhando e nunca tinha tempo para nada, sua única alegria era poder dizer que de três de seus filhos dois eram seu orgulho e completamente inteligentes... Ele sabia exatamente que não era ele.

Então veio seu pai o homem que cuidava da casa e praticamente estragou o bolo de carne para toda sua família eternamente. Ele tinha náuseas apenas de se lembrar. O homem que sempre o estava criticando e dizendo não, o homem que nunca acreditava nele e nem mesmo ouvia o que o garoto queria.

Ele ainda lembra quando disse a seus pais que suas irmãs tinham feito experimentos genéticos dolorosos com ele e isso apenas rendeu a elas duas semanas de castigo sem laboratório. Ele desistiu depois que percebeu que sua família não ligava para ele.

Pelo menos o doce e fiel Dukey o defendia completamente da melhor forma possível. Seu companheiro canino fiel e preocupado, ele seria o pai ideal se fosse humano. Ele deu uma leve risada apenas pensando no robô pai e como seu pedido de personalidade descrevia seu cachorro.

A cidade estava totalmente contente maluca se nunca estranhou o cachorro falante andando por ai ou até mesmo as maluquices que suas irmãs criavam. Ele queria rir principalmente do exercito com a maluquice que acontecia e eles, pobres soldados, completamente incompetentes. Não era a toa que a área 51 era secreta, a vergonha secreta do governo.

Sua mente sempre desviando. Johnny rolou na grama fiando deitado de barriga para baixo colocando as mãos em apoio para a cabeça. Seus olhos desviaram para a casa de seu vizinho Gil, pelo menos antes dele se mudar para a casa do outro lado da dele.

Ele não entendia como suas irmãs podiam ser obcecadas por um garoto que nem se lembrava do nome delas. E Gil era um cara legal, sempre foi gentil com ele e a única criança da escola que nunca zombou ele de forma alguma.

Escola, aquele inferno com um valentão que ninguém em sua casa havia feito algo a respeito sobre ele apanhar ou ser intimidado. A garota que fazia bulling com ele era sempre bem vinda em sua casa e principalmente todos na sua casa acreditavam que Sissi e ele seriam um casal apaixonado.

Parando para pensar era uma realidade triste este que ele estava enfrentando.

— E ai irmãozinho – a voz calma e inconfundível de seu vizinho o fez sentar – Você esta bem?

— Oi Gil, estou bem sim... Só pensando nas coisas.

— Você esta chorando.

Surpreso o loiro com chamas no cabelo limpou o rosto sentindo apenas agora a sensação de molhado escorrendo por sua face. Suspirando o menino limpou seus olhos antes de voltar a olhar seu vizinho agora sentado ao seu lado. Suspirando o Test jogou-se novamente no gramado ganhando uma risada divertida do outro loiro que resolveu deitar ao seu lado olhando para as nuvens com ele.

— Estou apenas pensando mesmo – começou Johnny depois de um tempo em silencio – Eu sinto como se todos tivessem falhado comigo, meus pais não ligam para mim, minhas irmãs querem apenas uma cobaia e eu não tenho amigos fora um cachorro!

— Bem e aquelas pessoas estranhas? O cara verde e os outros?

— Eles não gostam de mim e sinceramente eles apenas atrapalham minha vida, eu tirei nota baixa na escola por culpa do Eugene e o senhor White não ajudou em nada me escaneando e mostrando para todos a minha cueca na escola, as coisas só pioram depois disso.

— Isso não é uma coisa legal Johnny, você tem eu pelo menos.

— Obrigado Gil... Mas é só estranho sabe, eu sou sempre zombado e todos garantem em dizer que minhas irmãs gêmeas são geniais e eu sou a decepção, meus pais pericialmente com esta ideia maluca de que eu não serei nada.

— Sabe eu acho você incrível , corajoso e radical eu sempre me divirto quando estou com você

— Usando as invenções das minhas irmãs para ser incrível e estragando tudo – bufou contradizendo o mais velho.

— Elas podem ser inteligentes, mas você também do seu jeito – disse Gil fazendo o garoto olhar para ele.

Seus olhos azuis estavam arregalados olhando seu companheiro deitado agora lhe encarando. Virando-se novamente para olhar nos olhos da paixão de suas irmãs.

— Eu não sou especial Gil, para ninguém não precisa me animar sabe, todos na minha família são especiais de alguma forma principalmente Susan e Mary, mas eu não.

— Sabe o que eu acho?

— o que?

— Susan e Mary são como a lua e as estrelas sempre admiradas e especiais, sendo como a noite distante e perto das pessoas fazendo seus pais terem atenção apenas nelas assim como todos, mas você Johnny, você é a chama o sol atraindo tudo e tornando as coisas completamente perfeitas e alegres.

— Eu não sou tudo isso.

— Não, você é muito mais você consegue entender todo mundo e seu coração enorme deixa todos apaixonados por você.

— Só se for em outra dimensão – zombou – Ninguém se importa comigo.

— Johnny eu me importo – repreendeu Gil levantando-se em seus braços um pouco mais tampando seu sol permitindo que o garoto encarra-se o adolescente – Eu estou sempre te seguindo nos experimentos da sua irmã para ter certeza que você esta bem.

— Eu achei que você aparecia por conhecidencia nos lugares.

— Não, assim como eu sei o nome delas e me recuso a dizer por tudo que elas fazem com você... Não é como se elas escondessem bem seus experimentos malucos.

— Realmente achava que você era apenas muito desligado e desatento – Johnny Test estava finalmente sem palavras.

— Eu gosto de você Johnny, sempre convido suas irmãs para que você possa vir, sempre fico no quintal para te ver e sempre estou em todos os lugares para ficar perto de você.

Johnny estava corando e pasmo. O menino, garoto, vizinho e o amor da vida de suas irmãs, aparentemente estava dizendo descaradamente que ele o amava ou algo assim.

— Você... O que? Gil você sabe que minhas irmãs te amam né?

— E o que tem? Elas não são você e nunca será.

Sorrindo da forma que ele agora sabia que Gil fazia apenas para enlouquecer suas irmãs e estranhamente mais real do que os que ele já viu o menino mais velho se debruçou sobre ele e lhe deu um beijo leve em seus lábios. Então se levantou e se foi assim como veio.

— Johnny!

Ele se levantou inda sem acreditar seguindo automaticamente o chamado de seu pai. Um sorriso levemente se formando em seu rosto com a ideia de alguém realmente o apreciar.

Por um acaso se naquela noite na casa ao lado dos Test o menino mais requisitado do bairro estava em sua cama olhando apreciativa a mensagem do seu novo namorado com cabelos de fogo era apenas para eles saberem.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.