《《》♡♡♡♡♡♡ 《》》

Em meio à culpa, Clary sentia sua paixão por Jace, aquecendo outra vez seu peito, derretendo o gelo que soterrava, sua capacidade de ser feliz, sem sentir, aquela agoniante sensação, que uma parte sua, já não vivia como antes.

Jace aquecia seu peito, com a esperança, de que o amor deles vivia, com uma força, que os ligava, como um para-raios atraindo tempestades. E ele estava disposto com sua vida, a proteger aquele sentimento raro, para que eles voassem juntos, em direção à felicidade, que tanto ansiavam, para aquecer seus corações, já tão quebrados.

E Simon sentia, que seu chão, não repousava embaixo de seus pés, seu mundo foi lhe tirado, quando ele viu aquele beijo, aquele beijo ardiloso, provocado pela rainha seelie. Mais doía admitir, mas o garoto vampiro sabia, Clary nunca o beijou assim, não com aquela impetuosidade, com aquela atração, que a fazia desejar os lábios de Jace, nos seus, como água fresca para matar sua sede.

Clary pertencia, a um outro alguém, ela sempre pertenceu, o coração dela acelerava por Jace... Ele sempre esteve com Jace, desde o primeiro momento.

E ele nunca pensou que sentiria uma dor tão grande, como aquela, para ele, ter deixado de ter sangue humano em suas veias, teria sido o pior acontecimento de sua vida, mas não foi. O mais horripilante dolo que sofreu, foi ter visto aquela explosão de amor inabalável, bem frente a seus olhos...

Afinal, o que os olhos nunca veem, um amaldiçoado coração que sangra, não sente...

//************//

— Então realmente a rainha seelie, não tem nada a ver com os ataques...

Alec discursava, as mãos espalmadas sobre a mesa tecnológica, bem em sua frente, seu tom embasado, certeiro, político e firmemente centrado, como sempre era tudo que proferia o Lightwood mais velho, como um bom líder, Alexander tinha sempre, os melhores discursos racionais e maduros.

Só que para ser sincera, desde que chegou ali, e estaqueou na frente do moreno, Clary não prestava muita atenção em nada, do que ele afirmava e muito menos nas explicações mecânicas, que ela mesma dava, sobre como foi o encontro na corte seelie com a rainha, e quais informações eles trouxeram daquela missão, para pautarem ao diretor do instituto.

A ruiva se sentia pesada, em uma maldita bolha afogada, junto a seus desesperados e arrebatadores sentimentos confusos, que de uma forma irônica e loucamente estranha, tinham reacendido alguma coisa, muito chocante dentro dela.

Um vulcão... Era isso, um vulcão que há muito tempo não sabia, como era jorrar lava ardente e que jamais passariam despercebidas por onde andavam, ela estava queimando, a derreter como a lava quente de um vulcão. E isso, tinha exatamente, saltado sua vida, para uma bagunça, que agora a menina não sabia como consertar.

Tudo nela, estava trêmulo, quente, chocado, desesperado. Talvez não demorasse muito, para sair gritando pelos corredores do instituto, por já não saber como lidar, a respeito de seu estado impactado, tomado por desalento. Apesar de Clary ter consciência, que não era uma sensação ruim, pois depois de longos dias, afogada no mais agonizante rancor e tormento, habitando a negritude de seu coração. Ela estava viva...

A menina se sentia tão viva, mas dubiamente não entendia ainda o que fazer, com aquela sensação que transbordava para dentro de si, e para além de si, era uma tempestade de verão, ela já podia sentir o sol tímido, e o ar úmido da brisa, soprando contra seu rosto, e sendo assim acalentador senti-la.

— Ah Alec, nós não temos porque desconfiar dela...

Jace suspirou, só se dando conta da quantidade de ar, que segurava agora, em contrapartida, para quem sabe, controlar o desfoque alarmado, que era seu coração, pulando dentro de si. Ele tinha a nitidez severa, que havia corrido quilômetros, apenas contando com a capacidade física de seus pulmões, sem a forte ajuda, de runa de poder dos anjos nenhuma, e não era como se ele nunca tivesse feito isso, ele já tinha, mais enlouquecidamente, ele também sabia... Que nunca, nada, e nem ninguém, lhe tirava o ar, como os beijos daquela garota, e em realidade, já estava há tanto tempo sem sentir aquilo, execrando, amaldiçoando, amargando, tentando trancafiar de todas as maneiras, aquele imenso e intocado sentimento, dentro de si, que de fato poderia ter esquecido um pouco, como era incrivelmente maravilhado, se sentir daquela forma por Clary. Daquela maneira tão dela, ele sabia que se doaria inteiramente a ela, bastava uma simples fagulha, que indicasse um "sim", bem dentro dos olhos dela.

Clary estaqueou os olhos, até um ponto qualquer sobre a mesa, qualquer coisa, que se distraísse daquela sensação de amortecimento, que escutar a voz firme e concisa de Jace, tão perto de si, lhe trouxe. Ela viu, uma dor doída passar por suas costelas e coluna, tudo ocorrência e culpa, dela nem estar respirando direito, e nem ter coragem para nenhum movimento brusco, se tivesse entendimento, do cheiro, da presença mais nítida de Jace, tão perto assim, talvez nunca mais esquecesse daquele aroma, de menta e cravos, afogando suas narinas, domando seu olfato, eletrizando tudo dentro dela, nunca mais esquecesse do gosto e da textura dos lábios dos dois se movendo, com sede e com urgência, como um fogo, uma faísca que ocasionava, que seu sangue fosse tão desesperado, jorrando por suas veias, trazendo uma deliciosa sensação para sua pele. Por deus, a boca do estômago dela, se embrulhava, era como ter milhões de flamingos em uma súbita revoada, e seu coração, era um trem, um trem, que apenas seguia seu curso natural, correndo ágil pelos trilhos. Os trilhos do amor, mais puro e resistente.

Ela congelou um sentimento, por todo um horripilante inverno, mas quando o sol da primavera chegou, ele aos poucos, estava tomando calor dentro dela outra vez.

O que ela foi fazer com Simon? Que espécie de ser humano masoquista ela era, quebrou o coração, de um pessoa que tanto se importava com ela. O pior poderia nem ser a dor de Simon, mas sim a certeza, de que em meio à anestesia, ela se encontrava longe de arrependimento, que a fizesse ter repúdio por sua atitude, era como precisar de ar, e até beija-lo, ela simplesmente não tinha ideia, do quanto seu coração estava morto, porque ela já nem respirava livremente.

— Já acabou, eu tenho que... - o que ela tinha mesmo que fazer, Clary se sentiu tão imbestilizada, ao ponto de estar a um passe de esquecer seu nome. Talvez esmurrar a porta de Simon, outra vez, pedir mais um trilhão de desculpas, se humilhar, agonizar, implorar, para que o rapaz, tentasse deixar ela explicar-se melhor, já que da primeira vez que conseguiu falar com ele, o garoto vampiro, lhe pôs para fora, e lhe disse coisas, que mesmo sem admitir, Clary sabia que era verdade. A verdade, que ela estava tentando esconder de si mesma, durante aquelas dias e semanas todas... Não se mascara a verdade para si mesma, para o mundo quem sabe, mas dentro da gente, é como represar um rio, tentando impedir seu curso natural, quando a correnteza rompe as comportas, acaba desmoronando qualquer barreira que esteja em seu caminho.

Aquele seria um bom retrato dela, naquele instante.

Os olhos de Alec, dançaram no rosto pálido e olhar confuso da ruiva, a sobrancelha dele se arqueando em dúvida. Estaria ele vendo coisas, onde não tinham, algo ali se encontrava tão fora do lugar.

— Vocês já tem tudo que precisam... – Clary concluiu, tremelicando seus lábios, um completo semblante atônito, quando emendou sua explicação. Ela se sentiu o ser mais burro do universo, estava gaguejando até para falar, o que esperar de si, quando não pudesse fugir para sempre, de assumir as consequências de seu ato.

Maldita rainha seelie e suas vinhas...

A garota em estado de exaustão, não se atreveu o olhar para Jace ao seu lado, porém sentia o olhar interrogativo dele, queimando por sobre ela, se olhasse nos olhos celestes dele, quem sabe não conseguiria, impedir mais, seu coração de transbordar.

Alec parou de tentar entender, o que de errado tinha com aqueles dois, pois não era só Clary, que parecia inegavelmente nervosa, Jace se encontrava calado demais, perdido dentro de seu olhar introspectivo, e longe do assunto que eles discutiam ali.

O moreno curvou seus olhos, com um discreto sorriso, dando permissão a Clary, e encerrando a discussão de trabalho que eles tinham.

Clary virou abruptamente apressada, só queria um banho relaxante, e uma cama quente, onde pudesse ganhar debaixo de seus cobertores, e quem sabe fingir, que podia se esconder de seus problemas, e sentimentos abrasáveis.

— Clary...

Alec acompanhou com os olhos sequiosos em alarme curioso, quando viu Jace, ser rápido para seguir os passes da ruiva, lhe chamando apressado. Em exato, o que de novo, tinha ocorrido, no não relacionamento enrolado daqueles dois. O namorado de Magnus, não podia negar, uma pontinha de curiosidade, estava acesa bem dentro dele.

Clary seguiu caminhando, com o cinto de armas, e a jaqueta ainda em suas mãos, poderia espantar Jace, se fingindo de surda, na verdade ela poderia ser cega, surda, e até estar muda, naquele momento, nenhum sentido que a fizesse ter consciência em Jace, a ajudaria, para lidar com o oceano incandescido de sentimentos, que habitava em seu peito.

— Espera aí. – Jace agilmente encurralou o pulso dela, bem preso entre sua mão.

Clary precisaria mais do que, se movimentar como uma raposa, que queria fugir de ser encurralada, quando sentia um sinal de perigo. Ela já deveria saber, que ele era mais obstinado do que aquilo, e não seria tão fácil assim para ela, continuar fugindo de o encarar, pois desde que deixaram a corte seelie, no mais completo silêncio agonizado e ensurdecido, Clary nunca olhou nos olhos dele, como se estivesse fazendo seu caminho de volta para o instituto, em piloto automático. Na verdade, nem ele se sentiu confortável, aquela mudez toda, e pra completar Simon, os fitando com olhares rígidos em julgamento, se é que ele, que sempre assumia tudo que fazia, viu algo que dissesse ao garoto, que amenizasse, o que os próprios olhos dele viram. O loiro já sabia, não tinha, a imagem do beijo deles, já bastava, para aniquilar Simon, aquela era a prova, que foi fatal para ele.

Jace só não queria que aquilo virasse uma competição, os sentimentos dele e de Clary, não eram um jogo sórdido, como a rainha das fadas fez parecer, por isso achou melhor, não tentar dar qualquer explicação a Simon, em real, nem Clary fez.

Clary sentiu o a pele dela, recebendo o calor do toque dele, e alguma coisa, a fez desconfiar de que ela estava, com as pernas mais bambas agora. Um ninho de borboletas, alegremente saltitantes, redemoinhando dentro de si.

— Eu quero conversar. – Jace alegou, com olhos apelativos, quando ela esgueiro desconfiada, o seu par de esmeraldas, até de encontro a face dele.

Clary quando virou, já estava muito pronta para dizer, que não iria falar, que não tinha nada a dizer, que nunca teria, e que ele esquecesse tudo, que rolou nas últimas horas, mais por todas as forças ocultas do planeta, que até poucos meses, ela nem tinha conhecimento de sua existência, porque ele tinha que ter aquele par de olhos, que penetravam tanto, dentro da alma dela, que aqueciam tanto seu coração, que a fazia tanto tirar os pés do chão. Como ser grossa e fria, com aqueles olhos tão carinhosos de Jace, refletindo sobre si. Mais dois segundos, mergulhada naquele mar transbordante de sentimentos, ela pularia nos braços dele, para nunca mais querer deixar aquele lugar.

Ela se sentiu tola, ao não ter controle sobre seu querer, seu corpo e seu coração, eram mais pensantes e tinham vontade igualmente avassaladoras, seu cérebro, não estava conseguindo lutar contra a arrebatadora força deles.

— Olha, a rainha seelie fez aquilo por maldade, e por um jogo ridículo mas...

— Claro que foi, você achar que eu queria aquilo. – Clary deixou seu nervosismo, falar por ela, antes que Jace terminasse sua frase. Era mesmo tão difícil prever, que se chegasse naquele ponto, dela não ser mais, a comandante de suas escolhas, ela própria não iria querer dizer tudo a Simon, e por deus, porque ela não disse, porque ela não deixou de ser covarde, e não encarou o que estava dentro de seu peito, pulsando fortemente, desde que Valentim fez Jace, revelar, que eles não era irmãos, ela teve tanto tempo, tantos dias, para organizar aquilo, e não deixar o coração de Simon, tão maltratado em dor como estava agora.

Jace encarou o chão, mais precisamente os coturnos de seu uniforme, não sabendo que conclusões tirar, daquela frase carrancuda dela.

— A magia dos seelies, pode ser ardilosa, mais nunca mentirosa Clary, você queria e eu também. – ele roçou a ponta de seus dedos, que ainda prendiam-na, acariciando a pele do braço dela, como se pudesse em definitivo, amenizar o peso de culpa, que rondasse Clary, pela constatação.

Não, ela podia gritar tudo na cara dele, mas Jace nunca se convenceria, de que o que ele sentiu, quando os lábios e línguas dos dois estavam grudados, varrendo cada canto da boca um do outro, não foi verídico, aquele beijo conteve, a mesma cede para ambos, era a mesma vontade, a mesma atração avassaladora, que eles sempre sentiam, quando se tocavam, se beijavam, se abraçavam. Aquele misto de sentimentos, que durante tanto tempo, foi tão pecador para eles, que os trouxe tanta condenação, e agora era maravilhoso, quebrar aquela corrente, que os aprisionava em culpa e saudade, e poder sentir aquilo tudo outra vez, sem sentir nenhuma dor, e sim, apenas o mais puro amor, embebedado por paixão.

Clary mordeu os lábios, se condenando, por seu gesto descarrilado de razão, ela podia sentir a respiração descompassada dele, tão perto, e ter ciência, do quanto Jace, era mais alto que ela, não estava a ajudando, para controlar aquela sensação de vulnerabilidade, transbordando desejo. Abruptamente, e sem querer, ela se pegou, olhando para os lábios dele, do mesmo jeito, que o encarar do rapaz, era de um jeito sedento em direção a boca dela.

A respiração arrastada de Clary a traiu. – Eu vou, é sério, eu só preciso descansar, eu não quero falar disso, não agora. – ela nasalou sua voz em tensão, justificando.

— Então olha no meu olho, e diz, que você não sentiu como da primeira vez, que a gente se beijou aqui, no meio desse salão... – Jace exigiu desafiante, prendendo os olhos dela nos seus, com muita insistência resignada.

Ela já tinha magoado Simon, se negava também a magoar Jace, mais estupidamente o que ela sentia, o que ela queria, era em exato, o que Jace também, estava a dizendo agora que queria, enquanto lhe fitava com o azul de seus olhos incandescente em determinação, como se pudesse ver e desvendar, a luz quase em neon, com o mais ensandecido amor, que era a alma dela naquele segundo.

— Amanhã a gente conversa, por favor, eu só quero descansar um pouco, minha cabeça está me matando. – em sincero, ela sentia mesmo, que sua cabeça iria explodir, seu coração talvez eclodisse primeiro, ou ela inteira, tinha algo muito louco se passando com ela. Clary não se sentia inapta a falar daquilo com ele, não agora. Ou só fosse medo, da forma desprovida de escudos e armas, que Jace sempre lhe deixava. E não era como, se isto tivesse mudado, só porque ela resolveu ignorar, o quanto ainda podia ter fortes e inabaláveis sentimentos por ele.

— Tudo bem, não vou insistir, você sabe onde me encontrar, quando quiser falar. – Jace curvou os lábios, desistindo de sua empreitada, Clary poderia estar sobrecarregada, cansada com todos aqueles acontecimentos, até ele estava, não seria ele a usar de força bruta, e argumentos infernais, para que ela continuasse a falar disto.

E se ela estava nervosa, e até ficando brava, com a maneira que ele a confrontava, Clary se pegou sem planejar, ou investir naquilo, sorrindo para ele, em um gesto súbito de alegria, aquecendo seu peito, quando ele alargou seu sorriso para ela, aquele sorriso reluzente, que Jace tinha, que a deixava sendo, o ser mais ridículo e tolo da face da terra, quando ela tinha convicção, de que ele estava sorrindo daquele jeito tão lindo, justamente para o deleite dela.

Aquele garoto deveria ser proibido de sorrir, ou deveria sorrir sempre, para abrandar a tristeza de alguém, que necessitava de luz brilhante para seu coração, ou Clary realmente não queria aquilo, não queria entender que ele sorria igualmente do mesmo modo, para outras pessoas, talvez ela estivesse agora com ciúmes, com inveja, e travando uma batalha interna, com seu ego ferido, porque ansiava algum tipo de exclusividade, a respeito do modo de sorrir de Jace. Ou ela já poderia trancar-se em seu quarto e cortar os pulsos, porque em definitivo, estava muito louca. Ela repentinamente sentiu-se enraivada consigo, ela estava doida...

— Boa noite... – Jace desejou, entre iluminar seu semblante, com um sorriso largo em meiguice, ela em sincero, queria continuar compenetrada em admirar aquele sorriso, porque se aquela imagem, era argumento forte para ela, se perder de sua realidade, fazendo sua mente vagar bobamente, pelo campo mais florido e de céu azul, os olhos celestes de Jace, aquela fagulha tão aplacada, no mais intenso carinho, quando a fitava compenetrado, a fazia murchar, se sentir, como se seus pés estivessem colados ao chão, como imãs jamais inseparáveis um do outro.

Clary pressentiu, que se assemelhava fácil com um prédio de muitos andares, um amontoado de concretos vindo ao chão, quase a velocidade da luz. Ele não iria facilitar as coisas para ela, se a garota sentiu isso, quando ele insistentemente, a prendeu no mesmo lugar, minutos anteriores, praticamente a obrigando a falar com ele, e agora ele estava disposto, a fazer decair de cima do precipício mais alto do mundo, a pele dela formigou anestesiada, como se estivesse há muito tempo exposta a uma temperatura muito alta, ou padecendo sobre um bloco de gelo sólido, talvez ela se encontrava agora caída por lá, completamente incapaz de reagir, a sensação que chocou seu corpo por inteiro, ainda sendo a mesma, desde ter a recordado na corte seelie, quando eles beijara-se, com toda fome e desejo adormecido, que padecia dentro de ambos... A forma como ele depositou aquele selinho passageiro, em sua bochecha, relando o canto de seus lábios propositalmente, a fez esmorecer com seu coração traidor em surto, ela podia sentir os ossos abaixo de sua clavícula tremendo.

Jace virou, voltando a caminhar para o centro da sala de operações, seu sorriso ainda era o mesmo, quando fiscalizou o rosto de Clary uma última vez, e ela só estava tentando lembrar, com que rapidez, ainda precisava voltar para seu quarto, mas simplesmente continuava com as mãos frouxas, segurando seus pertences, e ir aos poucos recuperando sua consciência real, só a fez se sentir, mais compelida por tolice, e pelo oceano confuso, que afogava seus pensamentos.

Agora ela iria se trancar, para bater com a cabeça na parede, até que sentisse estar sem ela...

//**************//

— Você não apareceu pra jantar. – Clary continuou com sua cabeça jogada contra a borda do colchão, quando viu Izzy abrir a porta de seu quarto. Ela nem sabia quantas horas, estava com a bunda cravada naquele chão. Já tinha decorado a voz da caixa eletrônica de Simon. Sem que tivesse sucesso dele lhe atender.

— Estou sem fome. – Clary olhou para a bandeja com sanduíches da morena, meio com preguiça de se imaginar os mastigando.

— Clary. – Isabelle pôs a bandeja na ponta do bidê, com um olhar quase desolado.

E Clary entendia, ela estava um caco, dormir não era algo, que fez parte da noite passada, esteve rolando na cama, remoendo o choque do que houve na corte seelie, sem que pudesse, ter um sono bom.

Izzy jogou sua língua contra a bochecha, não sabendo muito, o que opinar. – Olha eu não acho, que você deva se sentir a pior pessoa do mundo, pelo que houve, nem foi culpa tua. – ela afirmou, e de coração sendo sincera, a rainha seelie era uma perversa, sua cara angelical, era uma fachada muito bem montada para iludir.

— Simon não me atende. – Clary fitou Izzy, sentando de frente para ela, com os saltos de seus scarpins se tocando, devido sua posição, de cruzar as pernas dobradas, uma na outra, contra o tapete. A ruiva olhou para o celular, ao lado de seu corpo, desolada.

Izzy deu um sorriso compreensivo...

— A rainha é uma cretina mentirosa Izzy, eu sei. – Clary bateu a cabeça umas três vezes, a lateral da cama, antes de continuar, já teria se jogado, da alta sacada de sua janela, se algo pudesse ser mudado, caso ela fosse tão intempestiva. A menina suspirou compelida por sua constatação culposa, que não tirava o peso de seu ato. – Agora, o que eu senti, o que eu fiz. – ela fechou os olhos, os colando quase sem coragem, de por aquilo pra fora, apesar de saber que Isabelle, era a pessoa mais digna de sua confiança, que ela conhecia para falar sobre o que houve.

— O beijo, não foi mentiroso, e nem desprovido de sentimentos verdadeiros. – Clary se sentiu como uma âncora, atingindo o fundo do mar, e de lá não sairia tão cedo, seus dilemas estavam a deixando pesada.

— Você e o Jace... – Izzy incitou que ela terminasse. Não que ela não desconfiasse, o quanto aqueles dois ainda se amavam. Mas realmente era confuso, a forma como aquilo veio a tona para ambos.

Clary assentiu. – Era fácil por na cabeça, que eu tinha que tirar isso de mim, ele já nem parecia mais afim, quer dizer, Jace é um ponto de interrogação às vezes, você sabe disso. – e às vezes ela se pegava, tentando desvendar aquele mistério todo, como realmente alguém que aprendia a decifrar um novo idioma. – Eu pegava ele, me olhando de um jeito diferente, não diferente... – se a mente dela lutou arduamente para não trair Simon, o coração dela, já tinha feito isso inconscientemente, uma porção de vezes, quando disparava por Jace, com a rapidez que ela precisava respirar.

— Não era diferente, era igual antes, antes de Valentim mentir pra vocês... – Izzy deduziu, falando baixinho, Clary já parecia tão assustada.

— É, mais eu nunca iria fazer isso com Simon, deve ser horrível se sentir traído dessa forma, e justo por alguém que ele confiava tanto. – Clary agonizou sua voz, devido ao amontoado de lágrimas empossando em seus olhos verdeados.

— O Simon tem que entender, que vocês não tiveram culpa, Clary o que Valentim fez foi cruel, e ele deveria ter se preocupado, depois que soube da verdade, aliás, eu contei né. – Izzy lembrou-se, da língua grande que teve naquela tarde. E como ela quis, usar seu próprio chicote, agora preso em seu braço, para enforcar a si mesma por aquilo. Se Clary não tinha dito nada a Simon, era porque no fundo, ela não queria que ele soubesse, por algum motivo muito particular seu.

— Eu menti, eu disse pra ele, que isso não era importante, mais a verdade é que eu quis atravessar uma adaga em Valentim, por saber que ele me tirou o Jace, no momento que eu mais precisei do amor dele. – Cary molhou seu rosto por inteiro, como uma cachoeira correndo veloz por um despenhadeiro, não segurando, não mais, seu estado desolado, com a complicação que tinha para si. Ficar com Simon, foi uma fuga terrível, que ela nunca deveria ter feito com ele, mas a grande realidade, era que Clary teria trocado de nome, tirado outra vez suas memórias se pudesse, era como se o mundo fosse somente uma escuridão gélida, lhe abraçando, ela não tinha mais ninguém, nem a mãe, nem o amor que tinha achado que encontrou para si, só um buraco gigantesco em seu peito, que exalava solidão e pensamentos nebulosos, que a impediam de ser feliz e sorrir outra vez. Jace não a abandonou, não era isso, mais o pouco que eles ofereceram um ao outro, era tão mínimo, perto dos sentimentos, que queriam destinar para o outro.

Isabelle a abraçou, quando arrastou seu corpo ainda sentado, para bem perto dela. Clary não precisava de um julgamento severo, mas só de alguém que lhe dissesse, que apesar de seu erro, ela não era má por isso, só alguém perdida nas curvas e voltas, que a vida lhe deu de presente para administrar, ela não era uma criminosa.

— Quer saber, toda garota deveria casar com sua melhor amiga, e parar de sofrer por relacionamentos em náufrago. – Clary enfatizou brincalhona, enxugando seu rosto, desistindo de derramar mais lágrimas, até porque, nada seria resolvido com seu surto.

— Uma boa ideia, só tem um problema aí, você não poderia ser mais minha cunhadinha. – Izzy sorriu meiga em alegria.

Clary se negou a responder, ela estava já até querendo rir de Isabelle, mas certamente a hora que processasse, o teor importante de toda frase, ficaria mais abismada consigo mesma, do que já estava por tudo que protagonizou.

//*************//

— Você não parece bem. – Alec releu o semblante de Jace, afirmando, com toda certeza que possuía para conhecê-lo. – O que houve no reino seelie.

— Nada de bom sai de lá, você já deveria saber. – Jace fitou o horizonte, entre os muitos prédios, que desenhavam a paisagem da cidade, o céu mais cinzento do que escuro, denunciando o amanhecer próximo. Apesar dos demônios, a caçada daquela noite ao lado de Alec, até que foi calma, se fosse levado em conta, que Valentim estava soltíssimo para ameaçar o mundo deles outra vez. O loiro não sabia, com o que se preocupava mais, a fuga do pai adotivo sem escrúpulos, ou o fato, de que se conteve muito, para não arrebentar a porta de Clary, para que ela finalmente resolvesse conversar com ele. Dois dias de fuga, já eram o limite dele, para aquela situação de ambos. Ele não sentia, que veria mais uma noite a dentro, vivendo aquele impasse.

— Mas o que isso significa. – Alec atentou os olhos ao irmão, livrando do aperto de suas mãos, seu arco e flecha.

— Que eu não preciso de um psicólogo Alec. – Jace olhou para os lados, suplicando que um novo demônio aparece, talvez ele devorasse com sua adaga, uns quinhentos e nem assim, se sentiria pronto para responder as perguntas de Alec. Que se comportava, como um curioso dando voltas a terra, só para irrita-lo.

— Avaliação psicológica, faz parte de nossos requisitos, você sabe. – o moreno pendeu seu lado piadista, para desvenda-lo, e de fato, ele era péssimo, tentando ler alguém, mas quando esse alguém era Jace, era outro assunto. Talvez sua runa parabati, lhe ajudasse, e fosse culpa dela, entender que o irmão, não estava nada bem humorado.

— Então diga, que eu manipulei todas as minhas. – Jace rebateu, desistindo de esperar por uma nova caçada, quando prendeu a lâmina serafim em seu coldre, já com seu encantamento habitual.

— Então o que é...

— É a Clary, a teimosia da Clary, me irrita... – o rapaz desceu a mão pelo rosto, impaciente com sua constatação.

— Bom, nesse caso, você pode criticá-la. – Alec estendeu um olhar indagador, enquanto franzia o cenho, curiosamente tentado a saber mais. Quando ele viu Jace, ser uma pessoa fácil de lidar, quando dispunha de uma ideia em sua cabeça... Alec simplesmente não sabia.

Jace imitou um sorriso ácido, pela resposta de Alec.

— Você e ela... – Alec forçou outra vez. O jovem Lightwood poderia mesmo estar surpreso.

— Não, é complicado, quer saber, esquece isso. – Jace desistiu de pensar no assunto. E também, a última coisa que queria, era Alec lhe enchendo mais a paciência. Quando viu, Jace já tinha caminhando abruptamente para longe do irmão.

O loiro parou de andar, na frente do parabatai, virando para ele. – A rainha fez ela me beijar.

Jace revirou os olhos, já arrependido da própria boca grande, quando viu o queixo de Alec, pender sem reação.

— Que tipo de beijo. – Alexander entendeu, o quanto a pergunta era descabida, mas levando em conta, que Simon também estava lá, não custava entender melhor, antes de retrucar.

— Daqueles que você dá, com onze anos, o que você acha Alec. – Jace trincou os dentes enfurecido, com a passividade abobada do irmão, gritando muito alto, fazendo sua voz reluzir entre ecos, pela rua deserta, onde eles estavam.

— Coitado do Simon. – Alec olhou para o sol já nascendo, deixando um feixe de luz em seus olhos que incomodava sua visão.

— Claro, ainda bem que você é meu parabatai. – o loiro respondeu, parecendo ofendido com a preocupação do outro.

— Jace, ele acreditava que a Clary e ele, iriam viver felizes pra sempre, e de repente... – quem podia culpar Simon, aquela suposta relação de Clary e Jace, estava sendo tão distante agora, não que ele, Alec Lightwood pensasse assim, pois conhecia Jace demais, para não achar, que em algum momento, ele não sucumbiria a vontade de estar com ela, só não pensava que fosse daquele modo, intrigante no mínimo.

— De repente, a Clary me engoliu em um beijo, e estragou tudo, eu deveria me sentir mal, okay, talvez eu me sinta, mais droga, eu também não acredito, que ela vai tentar voltar com ele por pena, ou culpa sei lá, quer dizer ela me beija daquele jeito, e vai me descartar, porque é mais conveniente. – Jace abriu os braços para o lado, chocado com seu estado revoltado.

— Você está com ciúmes, ou com raiva dela. – Alec riu, do drama amoroso do parabatai. Quando imaginou, que veria justo Jace, falando algo parecido com aquilo.

— Não, só me sentindo burro talvez, porque ela não pode ter me beijado daquele jeito, se tivesse afim dele, o jogo da rainha foi sujo, mais o beijo, esse foi de verdade, bem de verdade. – se parasse de pensar naquele fatídico e enfeitiçado beijo, poderia parar de ansiar uma explicação, ou qualquer movimento da parte de Clary, porém nem isso Jace conseguia.

— Olha sendo sincero, você e a Clary, vocês se fazem de inabaláveis demais...

— Preciso te lembrar, que te salvei de ser comido por um demônio duas vezes essa noite. – Jace cortou o irmão irritadiço, sua frase respondia, que ele não se fazia de forte, ele era. Em contradição, se Clary atravesse seu caminho, a morte dele era tão eminente, quanto seria parar de respirar. Que maldição de amor era aquele, o loiro desistiu de ser presunçoso com Alec, amargando sua imaginação, que não parava quieta. Justamente por conta de Clary.

— O que eu estou querendo falar, é que vocês estão escondendo algo de vocês mesmos, que é perceptível pra todos, vocês mendigam afeto Jace, porque antes a desculpa, era o laço de sangue, depois passou a ser coleguismo, ou o parentesco sombrio de vocês com Valentim. – Alec alegou, decididamente sincero.

A sinceridade de Alec, era pior do que seu estado ranzinza, Jace nunca duvidava...

— Tá bom Alec, enche meu saco, eu estou precisando que você ponha mais minhoca na minha cabeça. – revolta tomou conta dele, se Alec era o primeiro a parar a impulsividade dele, porque ele não estava fazendo aquilo justo agora, quando ele estava prestes a pular no pescoço de Clary, a obrigando a esclarecer tudo de uma vez.

— Jace, quantas vezes eu não peguei a Clary, pendurada em você na cozinha pela manhã, alegando que só estava com frio, por isso te abraçava, vocês ficam arrumando desculpas, pra justificar porque estão juntos, como se isso impedisse alguém de ver a verdade. – Simon vivia um namoro sem futuro há muito tempo. E se Alec, não quisesse ser justo, até poderia culpar Jace por aquilo, mas não era só o irmão, era a garota ruiva também.

— Você está sendo cruel, eu sempre abraço a Izzy, e isso não parece um crime. – Alec estava maliciando algo, que não deveria, porque ele se quer teve intenção de atrapalhar o namoro de Clary, por incrível que fosse, ele tentava manter certa distância, mas a vida dos dois, era mais entrelaçada, do que as malditas vinhas da rainha seelie, não estava nele virar as costas para Clary, na verdade sempre fracassava em suas tentativas. E não era como se ficasse perto dela, em um momento de conforto, ou só descontração, por algo dissimulado, ou tramoia de sua parte. Porque a amizade deles, era algo que trazia tanta intriga para os olhos de qualquer um.

— Você sabe que não é mesma coisa. – Alec confrontou em firmeza. Isabelle era tão sua irmã, quanto de Jace. Não era possível, que o loiro não abrisse seus olhos para diferença clara, que existia ali.

— Ou seja, dentre as muitas opções, quem sai queimado, sou sempre eu... – Jace aceitou a derrota, ele e Alec, acabariam rolando pelo chão, porque nenhum dos dois, desistiria de seus argumentos. Sua dor de cotovelo, poderia não ser nada, perto da possibilidade do mundo ruir, essa sim, seria algo urgente a ser resolvido. Talvez precisasse esquecer, os seus dilemas por hora.

Alec quis rir alto, mas se segurou para não prolongar o estado zangado do irmão.

//***********//

Simon não quis atender suas ligações, não quis a receber, aquela manhã tinha um sol arregalado, em felicidade no céu, mais Clary se sentia como a pior treva, abatida, vencida pelos próprios erros que cometera.

O reconhecimento, de que mais vez seu grande amigo de infância, e talvez agora não mais, do que seu ex-namorado, que a odiava com todas as forças, se quer quis a receber outra vez naquele começo de manhã, foi o amontoado de frustração, que ela precisava para matar sua capacidade pensante de uma vez por todas. Ela podia ser agora, um corpo mole, padecendo em sua mais arrebatadora desgraça.

Dizer um milhão de vezes a Simon, mesmo que por trás da porta, de seu quartinho nas docas, ela conversava com portas, travesseiros, espelhos, paredes, tinha sido assim desde a fatídica visita a terra das fadas, a realidade era que o menino não quis lhe ouvir, ela repetiu incansáveis vezes, que a rainha seelie, queria exatamente o que conseguiu, aniquilar com ambos, para ela não passava de um jogo sórdido, e cruel, que traria alegria para si, Clary percebeu, que isso não convenceu o rapaz vampiro de nada, ele se quer expeliu de lá de dentro, um "talvez eu entenda um dia", nada, absolutamente nenhum som, nada que pudesse fazer a consciência regada por culpa de Clary, pesar menos.

Ela já estava ficando impaciente... Ela deveria ter os deixado morrer então, assim não entregaria seus sentimentos mais ocultos, aqueles que preferia achar, que eram sombras, escondidas em seu coração, era isso que ele desejaria.

Na verdade Clary sabia, sim, ele almejaria tudo, até a morte pela segunda vez, do que ver, aquela explosão tão viva de amor e desejo, que foi o beijo dela e de Jace. Ela não tinha como se defender, não sabia como, não havia como, em sinceridade, nada que dissesse ao contrário daquilo, seria verdade, tal hipótese só amargava os sentimentos da ruiva ainda mais.

Maldita e sangrenta manhã... Clary exasperou, com a cabeça pesada ao soltar o ar, quando resolveu dar meia volta, imediata, quando avistou a sala de treinos do instituto ocupada, e justamente pela presença humana, de quem ela menos desejava conversar naquele momento.

— Você não acha, que ainda tem idade pra isso, certo... – Jace murmurou de costas, apertando a faca de metal em sua mão, a bandagem que cobria sua palma, impedindo que a ponta afiada do metal machucasse sua pele. Se Clary queria alguém para brincar de gato a rato, que fizesse aquilo com Simon, ou talvez ela já estivesse fazendo, afinal Isabelle lhe disse na mesa do café, que ela não conseguia falar com o garoto por nada, porque ele não a recebia. Mas em definitivo não com ele, o loiro sabia, o quanto não tinha a menor paciência para os joguinhos introspectivos de ninguém, e na verdade se ela quisesse continuar a fingir, o quanto aquela situação mentirosa era cômoda para ambos, Clary faria aquilo sozinha, ele não iria fantasiar mais mentiras em sua mente, ao menos para alguma coisa serviu, a maldita vossa majestade do povo das fadas.

Ele nem precisaria virar, para ter certeza que era Clary, e que sua frase, ao fazê-la se sentir, sorrateiramente pega no flagra, a fez estaquear no mesmo lugar, e a conhecendo, ela estava com muita raiva dele agora, por a ter interceptado daquele modo hostil. Apesar dela estar fugindo de encontrar com ele, aquela perfume leve dela, sempre inebriava qualquer resquício de raiva, que ele poderia estar querendo nutrir por toda sua reclusa, seria mais fácil esquecer Clary, se ele repentinamente pudesse a odiar de verdade, por toda sua teimosia e marra, e ele sabia disso desde o início.

Clary suspirou, Jace estava a fazendo decair do desânimo para uma forte raiva, e ela se conhecia para saber, que aquilo não era nada bom.

— Achei que estava vazia só isso, privacidade é algo que não se encontra por aqui, ou o que... – ela pisou para dentro, e teve ciência de que era melhor ter saído batendo o pé, do que esperar, um outro contra ataque de Jace. Ela queria brincar com fogo e gostava disso, Clary condenou a si mesma, queria treinar sozinha, mas talvez agora, isso nem fosse estranho, não ter ninguém para dividir uma luta, poderia bater em si mesma, pois já estava mesmo ficando enojada, das próprias atitudes infantilizadas e egoístas.

— Até porque, você não sai, de todo lugar que eu entro ou estou. – ela estava desempenhando tanto aquilo, que Jace já tinha perdido a conta de quantas vezes foram.

— Você não tem nenhum demônio para cuidar não, ao invés de ficar listando meus passes. – ela depositou a garrafa cheia de água, que trazia consigo, ao seu lado no chão, antes de cruzar os braços em frente ao corpo. Algo nela, institivamente lhe alertando, que não seguraria, por mais trinta segundos, aquele seu olhar feroz até ele, porque encarar Jace sem camisa, seria a prova viva, de que ela merecia morrer em Edon, até sua velhice, pela estupidez que envolveu Simon, era claro, que alguma hora, a certeza, de que não, o que eles sentiam, não era pecador, traria para tudo nela, aquela chama acessa, que Clary sufocava em seu peito, tão esquecida, tão camuflada de si mesma.

Jace curvou o olhar, não parecendo querer discordar dela, talvez fosse importante, estar se dedicando com o mesmo afinco de antes, a caçada a Valentim, que tinha acabado de escapar na noite anterior, não estar ali, tão ocupado com seus dilemas amorosos, que pareciam serem mais complicados, do que os problemas que assombravam sua vida inteira.

Clary o viu virar para o alvo, e deixar a faca, que antes em sua mão, cravada por lá. Ela se questionou, se ele estava querendo acerta-la, nela própria, por se negar a falar qualquer coisa com ele.

— Eu não tive culpa Clary, você deveria levar isso em conta. – Jace argumentou. O que verdadeiramente estava desolando Clary, o beijo, a mágoa de Simon, ou o fato de que ela poderia estar disposta, a fazer de tudo pra recuperar o relacionamento deles, mesmo que não estivesse conseguindo. A verdade é que nem ele, tinha convicção, até que ponto, seu próprio gostar por ela, o fez enganar a si mesmo, em relação aos sentimentos de Clary, passados naquele beijo. Ele não entendia, se era insegurança ou curiosidade, para desvendar aquela questão, que o movia.

Clary negou, abatida pela mancada, que claramente deu, em real, ela nem poderia jogar o peso daquilo em Jace, o fardo pesava, mas pesava nas costas dela, ela sozinha, tinha se enredado naquela teia mentirosa. – Eu sei, eu não disse isso...

Ele não diria, que não viu verdade nas palavras dela. Mas ainda assim, aquilo não sanava suas próprias dúvidas. – É isso que você quer.

A pergunta dele bateu confusa, contra a audição dela. Clary piscou os olhos verdes, incapaz de entender, o que ele queria dela.

Jace focou os olhos cravados no rosto dela, quando deu dois passes até ela. Ficar muito perto de Clary, era sempre pedir, para receber doses altas de eletricidade, só que ele se conhecia para entender, que era impulsivo demais, para se auto frear agora.

— É se entender com o Simon, que você quer, mesmo, do fundo do teu coração, ou é só culpa, que você esta sentindo, porque se for isso, eu vou lá, eu falo pra ele, que o que ele viu, não teve nada a ver, pra nós dois...

Clary enrijeceu sua mandíbula, não terminando nenhuma das palavras que ela ameaçou maldizer a ele. – Porque você faria isso. – o tom vulnerável dela, foi uma surpresa para si mesma, estaria plantada demais no mesmo lugar, Clary sentia que se mexesse seus braços, uma parte sua, grudaria em definitivo em Jace, e algo muito pior aconteceria. Ou seria a melhor coisa do mundo, a confusão que ela mesma deu a si mesma, fez sua cabeça latejar, como na noite anterior, quando mal havia dormido. Se ele fosse sincericida a ponto, de lhe responder, que era porque, nem se importava tanto assim, com que frequência eles se beijavam ou porque, certamente Clary se veria, socando a cara dele no instante que viria a seguir.

— Porque, eu não quero que você sofra, por algo que você nem queria, certo. – Jace sanou a indagação. Automaticamente, o rosto dele estava colando na pele da bochecha dela.

Clary segurou em ambos os pulsos dele, tentando acreditar, que era só porque, não queria se enredar em Jace, a ponto dos dois caírem para trás, em desiquilíbrio perturbador. Não, perturbador, era ter aquele risco dele estar tão perto.

— Do mesmo jeito, que você me escondeu a verdade, e veio com aquela desculpa esfarrapada depois. – Clary revidou, talvez fosse boa naquilo, tanto quanto ele, e eles ficassem lavando a roupa suja, que impregnava o passado de ambos por horas.

— Você não pareceu afetada, quando soube. – Jace tirou de perto a mecha mal presa do cabelo dela, que estava escondendo seu rosto. Poderia querer ficar ali, olhando para aquele rosto delicado em atrevimento dela, até que o mundo nem tivesse proporção de o incomodar com nada. Ela estava raivosamente jogando com ele da mesma forma, ou parecia chateada com a pergunta que fez. Jace não soube.

— Nem você pelo jeito. – Clary arranhou em desafio. Se fosse tão imprescindível para Jace, desfazer aquela mentira de Valentim, porque ele a escondeu durante dias, e nunca teria provavelmente contado, se não fosse pelo próprio pai inescrupuloso que ela tinha.

Jace curvou os lábios, com um meio sorriso curto, para a parede em sua frente, que nem a visão baixinha do corpo de Clary, o impedia de ver. – Por hipótese, eu deveria realmente, assumir minhas desilusões amorosas, apesar delas nunca terem em sincero, feito parte da minha vida um dia. – uma em questão, ele sabia que tinha, e a culpada, por pela primeira vez, estraçalhar seu coração, estava bem em sua frente agora, o fuzilando com olhos graúdos em impaciência.

Clary estreitou os olhos, não compreendendo, se ele queria uma resposta sincera, ou que ela lhe batesse, muito minuda de ira... Diacho de ser humano exibido, que triplicava os problemas dela. A garota pensou, impulsiva.

— Você estava mais feliz com o Simon, do que comigo, a tua vida, tinha virado tanto, de cabeça pra baixo, e pela primeira vez, parecia que tudo estava no lugar, eu só não quis bagunçar mais as coisas, o Simon pode se irritante na maioria das vezes, mas ele faz bem pra você, ele te equilibra. – os olhos de Clary dançaram nervosos, quando ela visualizou Jace, varrendo carinhosamente as costas da mão, pela lateral de seu rosto.

— E nós dois, somos a mesma coisa, que tentar apagar fogo com fogo, fogo com fogo destrói, mesmo que isso seja a coisa mais boa do mundo... – e por uma fração mínima de segundo, ele achou que doeria só nele, aquela amarga decisão, e que assim ela seria feliz, plenamente realizada, porque queria estar perto de Simon, mas depois de tudo aquilo, a pitada de desapontamento e ciúmes, que constatar aquilo lhe trouxe na época, pode ter quem sabe, lhe enganado, quando teve aquela certeza.

Clary engoliu em seco a última parte, como se sua língua estivesse congelado dentro da boca, por mais que ela quisesse o desmentir, ou seus olhos verdes faiscando em verdade, entregando o que ela pensava sobre o assunto.

— Só que eu decidia isso, você é um belo de um infeliz cabeça dura... – Clary esmurrou o ombro dele, com o punho fechado, irritadiça, na verdade ansiava mesmo lhe socar a cara, e nem soube porque não o fez, talvez por pensar, que seria muita audácia sua, almejar pegar Jace desprevenido.

Jace gemeu sob impacto, estava sempre se iludindo com aquela áurea delicada dela, só podia ser isso, porque de algum jeito, ela estava sempre quebrando sua capacidade de crer, que era de fato um bom lutador, ia e vinha, e em algum momento, ele se encontrava apanhando de Clary.

— Que ódio, que eu tenho de você. - Clary baixou seu braço, em desalento raivoso, e nem o parcial arrependimento, pela mancha vermelha na pele do ombro de Jace, a fez se sentir, nada mais nada menos do que furiosa, pelo que ele lhe contava, com aquela calma toda.

Se ele tivesse lhe dito, toda a verdade de bom grado, talvez ela tivesse lhe falado também a parte de verdade, que carregava consigo, ela talvez tivesse conversado com Simon, lhe dito a verdade, por sua boca, talvez não tivesse o destruído tanto. Por mais, que nem pudesse culpar Jace por nada, levar aquela vida fingida, foi uma decisão que tomou solita, bem como seria só ela a carregar a consequência daquilo e responder por ela. Mas se ele tivesse ao menos lhe dito aquilo, por seu puro querer, algo poderia ter sido melhor e mais brando, eles também não teriam se afundado em questionamentos tão infelizes, ela não teria achado, que o tempo distante, o fez perceber, que o sentimento dele por ela, foi realmente algo passageiro, que se perdeu com o tempo, e que ela estava sofrendo por dentro, por um amor que era agora só dela, e não mais dele. Foi tão fácil, cogitar que Jace não sentia mais nada por ela, quando o sentiu não sucumbir nem um pouco, com a descoberta que eles não eram irmãos de verdade, pois ele aparentava estar tão feliz, ao poder voltar para sua vida habitual e descompromissada, pois o viu tantas vezes com Kaelie, com Maya, e com tantas outras garotas, com aquele mesmo sorriso descarado no rosto.

— Eu vou matar você... – Clary usou de seu braço esquerdo, e estapeou o auto do braço dele outra vez, quando viu Jace segurar as laterais de seu rosto entre suas mãos. Não poderia ser tão fácil para ele, não na hora que ele decidia. Ela se recusava a ser tão facilmente iludida.

— Alguém já te disse, que você não bate como uma flor. – ele provocou, saindo do transe sorridente com que fitava bem dentro dos olhos dela. Clary não parecia nem um pouco estar brincando, os lábios curvados dela, estavam prensados em fúria, enquanto o olhava de volta.

— Você não é dono das minhas decisões, porque você sempre acha, que ninguém pode ver nada de bom em você. – Clary cobrou emburrada. E aparentemente ter desistido de lhe estapear, não podia dar garantias a ele, que ela não faria de novo e de novo. Ela teve consciência, de que afundava com posse as unhas na carne do antebraço dele, poderia estar, ainda tentando fazer, com que ele soltasse seu rosto de seu aperto, ou desistisse de quase colar seu corpo no dela. Mas Jace também não era alguém que desistia de algo, não quando queria realmente, e isso talvez era, no que mais eles se assemelhavam. Um cabia dentro do outro, exatamente porque seus estados teimosos, traziam o mesmo nível de obstinação.

— Então isso, responde a minha pergunta inicial. – Jace teimou em saber, sua voz arranhando desconfortavelmente em um receio, levemente aturdido por tensão.

Clary constatou, de que odiosa, aquela troca de farpas dos dois, não tinha em sincero nada... – É que o Simon, eu não deveria ter feito aquilo com ele, quer dizer não assim. – tudo bem, depois daquele furacão todo, que lhe assolava, Clary já tinha entendido, que não manteria, sua falsa alusão de felicidade em pé por muito tempo, mas ao menos poderia ter tido calma, para fazer aquilo, e contar tudo a Simon, de um modo que não fosse tão agonizante em sofrimento para ele.

— Eu sei que você está preocupada com ele. – nem que Jace, estivesse muito disposto a fazer Clary, parar de se desculpar com Simon, ele sabia que não conseguiria, talvez seu lado racional entendesse a situação surtada, que ele estava passando. Rejeição poderia matar, tão rápido quanto outra arma mortal. Porém agora, seu egoísmo parecia ter se juntado, para impedir que ele deixasse Clary escapar outra vez, maquiando seu olhar, como duas esmeraldas endurecidas, tentando negar o que ele tanto deseja compreender. – Mas e nós dois Clary, o que isso significa, pra você nesse momento, nesse tempo, aqui e agora. – ele arrastou carinhosamente os polegares pelas bochechas dela, cercando o olhar de Clary com o seu, a deixando incapaz de recuar para outra visão, que não fosse olhar para ele.

E se ela não morresse afogada na culpa que sentia, por se achar o ser humano mais traidor do universo, aquele olhar dele, a mataria, o coração dela batia tanto, que uma hora, não suportaria o próprio ritmo acalorado, com que bombeava sangue para cada parte viva do corpo dela.

— Eu vou, eu tô... – Clary precisava entender em que momento desesperado, a mão dela teve comando próprio e foi parar a acariciar a nuca de Jace. O que mesmo ela pensava, que eles estavam tentando fazer, o lado consciente dela lhe avisou que a ideia, sairia de controle e logo. Ela só queria o fazer compreender, que precisava resolver a bagunça que deixou pelo caminho, antes de embarcar naquela loucura toda, que era estar ciente daquele amor, mas o controle dela, já não existia. E nem a explicação de que só queria conversar com Simon, pessoalmente para não o magoar mais.

Jace desviou dos lábios dela, mal arrastando sua boca pela maciez deles, quando fez aquilo. E Clary não captou dentro de si, se estava mais nervosa, porque ele não a beijou, ou porque ela lutava para não desejar aquilo.

Ela iria voltar a ficar com raiva dele, quando finalmente percebesse, que ele estava desafiadoramente apenas a testando provocativamente outra vez.

— Jace...

Clary se entendeu serpenteando na ponta dos pés, simplesmente porque tentou achar que assim, não perderia a consciência deles sobre o chão, algum sentido muito racional dela, se desligou quase em automático, quando os lábios dele, arranharam com cócegas, ao se fundirem com a pele de seu pescoço.

— Você acorda já assim, cheirando como o paraíso. – ele baixinho sussurrou, subindo aquela beijação pela curva da orelha dela. Sendo honesto demais, Jace desconfiava que nem o paraíso, teria aquele aroma tão único dela. Fazia muito tempo, que ele não tinha tão nitidamente, aquele cheiro maravilhoso para desfrutar.

Nada ficou tão claro, como naquele segundo, o do porque não era assim com Simon, ela nunca se desligava do mundo real assim, com Simon, com o menino de cabelos castanhos escuros, era tão fácil deixar seus pés no chão, já com Jace, ela tinha a propensão a saltitar pelos ares entre voos rasantes, mas que sempre traziam o êxtase, para cada pedaço de pele dela.

Talvez Jace tivesse razão, ela queimava como fogo nos braços dele, e esse era o melhor, e o pior impasse, que eles sempre tinham.

Os pelos do braço dela, ganharam vida com aquela corrente de ar invisível, que lhe atingiu a pele, e ela não soube, se foi porque se sentiu vulnerável com o gesto que teve, de circular seu braço pelos costelas dele, comprimindo seus corpos ainda mais perto um do outro. Estar assim com ele, parecia ser algo que ocorreu há um milênio atrás, era como sentir a saudade explodir por meio das batidas de seu coração.

Ela se sentiu presa na sede do beijo, que sabia, que ele lhe daria, e se seu estado abatido, derrubaria sua auto estima com culpa mais ainda, Clary não conseguia querer mais nada, do que estar o beijando, do que estar varrendo a boca dele, com aquele desejo ardente, que os enlouquecia, com a intensidade de uma onda do mar, atropelando tudo que poderia destruir com sua força. Aquele calor dos dois se misturando, deveria ser mais avassalador, do que caminhar por sobre uma fogueira acesa.

E se Jace, nunca se sentiu derrotado, nem mesmo quando um inimigo, tinha a posse de uma espada afiada, pairando em sua garganta e ameaçando sua vida, Clary era capaz de roubar, todo seu ar de uma só vez, aquela garota tinha sua vida nas mãos, e ele era tão maleável por ela, quando um pedaço de papel se amassando, ele parecia mesmo, uma daquelas bolinhas de papel, que ela descartava de seu bloco de desenhos, quando não lhe agradava mais, o que estava rabiscado ali, ele se deixaria ser assim para ela, ele se entregava nas mãos dela, completamente desarmado, e sem medo, de perder sua sanidade, a cada volta que seus lábios davam contornando os dela, e sentindo aquela doçura incrivelmente maravilhosa.

Ele daria sua vida, por um beijo dela, ou morreria outras tantas vezes, se no final ainda pudesse beijar aquela boca, com gosto paradisíaco, se pudesse ter o cheiro, o seus dedos se perdendo, a dedilhar o contorno da cintura dela, se pudesse ter o calor dela, emanando contra seu toque, ele morreria com um sorriso no rosto, a cada golpe de misericórdia que recebesse...

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Clary grunhiu inadiavelmente, precisando de ar, mais nem assim se sentiu apta a desejar sair daquele beijo deles, ela ofegou contra uma lufada de ar, quando sentiu Jace mordiscar o canto de seu lábio inferior, as unhas dela, escorregando fincadas pelas omoplatas dele. As marcas daquele beijo, não seriam esquecidas tão cedo.

E ela só seria, o ser mais infeliz do mundo, se continuasse amarrando, sufocado seus sentimentos dentro de seu peito daquela forma, a luz forte na vida dela, poderia ter nome e sobrenome, Jace Herondale sem tirar nem por.

— As alas do Magnus vão nos proteger, ao menos... – Alec esticou os olhos com tanta força, que sentiu suas pálpebras, reclamarem de seu gesto. – O que eu perdi... – era um delírio, ele esteve tão ocupado nos últimas horas, que o excesso de sono, estava o deixando criar imagens ilusórias. O meio sorriso de Alexander, estava embasbacado. Depois da quietude dos últimos dias, não acreditava mais que veria, aquela cena.

— Pelo jeito a fila da Clary, anda mais rápido que a minha. – Izzy sorriu, levemente atrevida, quando espiou na mesma direção, que os olhos do irmão estavam presos e perplexos, e avistou as costas de Clary, com os braços presos entre o pescoço de Jace, enquanto os dois beijavam-se avidamente. Finalmente parecia que Clary deixou de se culpar, pelos, últimos acontecimentos.

— E o Simon. – Alec cochichou, se concentrando nos olhos chocolates da irmã, as bochechas dele, ficariam como um tomate avermelhado ao máximo, se continuasse olhando aquela cena por mais segundos.

— Tudo resolvido, ao que parece, mais depois, você pergunta ao Jace, agora vamos, deixar os dois. – Isabelle exclamou, parcialmente esclarecendo, o embaraço de Alec, ao não entender mais nada em sua volta, arrastando o irmão pelo corredor a dentro. A morena só cogitava, que tudo que aqueles dois, não precisavam eram de platéia, e mais interrupções em suas vidas.

A alegria da irmã, fez Alec quase rir, a mexer seu rosto para lados, em incredulidade. Como Izzy disse, aparentava estar tudo resolvido...

《♡》《《》》《♡》

♡ Fim... ♡

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.