Achado o que procurava

Valerie e Erick estavam em um quarto escuro, até que ouviram a voz do cara de hoje cedo falar com eles:

-Vou soltar vocês, preciso esclarecer algumas coisas.

O cara estava com o capuz de novo, só estavam os três no depósito.

-Por que você ainda não tirou esse capuz idiota?—perguntou Valerie.

-Já eu tiro para vocês, mas mesmo assim vocês provavelmente não saberão quem eu sou. —disse o jovem. —Vou fazer algo para vocês comerem, você!—disse apontando para Valerie. —como está grávida não deveria está andado por aí, você precisa de energia, e toda a energia do seu corpo está sendo consumida pelo bebê.

O cara foi em direção a cozinha, deixando Erick e Valerie ficaram sozinhos de novo.

-Desculpe Erick!—disse Valerie.

-Você está sempre se desculpando, se preocupe menos com as pessoas Valerie. —disse Erick.

-Então seu nome é Valerie?—perguntou o rapaz vindo com pedaços de bolo e leite. —podem comer sossegados não está com veneno. —o rapaz disse pegando um pedaço do bolo comendo. —Bom vou tirar esse capuz já estou cheio dele.

O rapaz tirou o capuz. Ele tinha o cabelo preto azulado, olhos pretos como a noite. Valerie se lembrou de um trecho do conto do livro que estava lendo.

Cayro era um rapaz bonito, cabelos pretos azulados, olhos pretos como a noite, era fácil se perder naqueles olhos.

Valerie não conseguia tirar os olhos do rapaz.

-Cayro?—perguntou ela, Erick ficou surpreso por ela conhecer ele.

-Como que você sabe quem sou eu?—perguntou Cayro perplexo.

-Eu li em um livro. Cadê minha bolsa? Ele está lá. —disse Valerie.

-A sua bolsa está guardada. —respondeu Cayro.

-No livro diz que você foi amaldiçoado por um lobo. —disse Valerie.

-Então acho que não precisarei te contar a história de um antepassado seu não é mesmo?—perguntou Cayro com um sorriso maroto no rosto. Cayro parecia ser um cara gentil, sem nenhum aspecto malvado.

-Meu antepassado?—perguntou Valerie.

-Sim! Eu sou antepassado seu e desse menino que eu ainda não sei o nome. Perdão, qual o seu nome jovem?

-Erick, você só pode está maluco mesmo, dizendo essas coisas.

-Não Erick ele é mesmo milenar, ele é imortal, mas dizer que sou sua antepassada, não sei se isso é verdade.—disse Valerie.

-Tenho certeza disso, você é idêntica a uma bisneta que conheci, sem dizer os seus traços, são da minha família, e você Erick também, é familiar, ou vocês não estranharam a afinidade que tem um com o outro?—Cayro argumentou.

Os dois se entreolharam e acentiram. Cayro deu um leve sorriso e disse:

-Foi o que pensei. Mas como você conseguiu o livro, e sobre que ele fala? Tem uns livros ai que eu estou sendo defamado.

Valerie contou tudo, até da sua idéia de procurar Cayro, contou absolutamente tudo.

-Nem precisou você procurar tanto, fico contente em te encontrar.

-Hã? Mas por quê?—perguntou Valerie.

-Porque como disse o livro, o lobo me informou algumas coisas, com o tempo eu irei falando para vocês, e bom, eu também estava procurando por vocês Valerie e Erick, vocês são as pessoas que o lobo disse que iriam viver para sempre. —disse Cayro.

-Será mesmo que somos nós, às vezes, quem sabe, não é outra geração?—Erick argumentou.

-Tenho quase certeza que são vocês.

Valerie ficou em choque.

-Cayro, nós não podemos ficar muito tempo aqui. Precisamos voltar para o vilarejo, como eu disse, eu só deixei uma carta para as pessoas que são importantes para mim, e fui embora, estão todos preocupados, sem dizer que não agüento de saudades de Peter. —Valerie tinha mencionado Peter. Cayro já sabia da história de Valerie.

-O lobo disse também sobre um cara fora da minha linhagem de sangue ser mordido por um de minha linhagem, e o mesmo viver eternamente. —disse Cayro. —Foi horripilante ouvir aquela fera falando comigo. Vamos fazer o seguinte, vocês dois discassem dois ou três dias, e partiremos. Irei com vocês. Preciso conhecer Peter, parece que estou chegando mais perto do antídoto.

Os olhos de Valerie e Cayro brilharam com a mesma intensidade.

-Valerie saiba que você viverá eternamente, e esse seu filho também por ser da mesma linhagem que você. Erick você igualmente, será imortal.

Erick arregalou os olhos, lembrando de Prudence.

-NÃO!—gritou Erick. —Não pode ser! Eu vou envelhecer junto com Prudence.

-Entendo essa dor Erick, me desculpe por isso, se eu não tivesse feito as besteiras, talvez você não tivesse que abrir mão de algo. —disse Cayro com sinceridade, e com culpa na voz.

-Nós daremos um jeito Erick, não se preocupem os dois, eu vou conseguir um jeito para vocês ficar com Prudence. —disse Valerie.

Erick ignorou tudo e foi para outro lugar do depósito, precisava ficar sozinho depois dessa informação.

-Ele vai ficar melhor. —disse Cayro triste. —A gente vai se acostumando com a dor.

Valerie sentiu dó de Cayro.

-Não se preocupe com Erick, ele é forte. E acharemos um jeito em tudo.

-Gostei de você Valerie, você é uma pessoa determinada, para uma menina da sua idade. —disse Cayro.

Valerie deu um sorriso e disse:

-Então o que nós somos?—perguntou Valerie.

-Você é minha tatatatatataatatatatatataatata três pontinhos ravô seu. —disse Cayro dando risada fazendo com que Valerie risse também. —Mas pode me chamar de tio, ou de primo, porque ninguém vai acredita se me chama de vô. —Cayro riu de novo e retornou a dizer. —Mas se preferir me chamar só de Cayro tudo bem, se bem que eu gostaria de ser chamado de primo, para ter mais aproximidade.

-Não acho que precisa chamar a pessoa por nomes como tio, ou primo para ter aproximidade, mas como você quer que eu te chame de primo, tudo bem por mim. —disse Valerie.