Red Velvet

Isso não é uma brincadeira.


Afastei-me de seu abraço evitando olhar para seu rosto.

– O que foi?

– Nada – respondi balançando a cabeça negativamente.

– Ah, olha isso gorducho! Ela está sem jeito perto do papai! – ele segurou meus ombros me fitando.

– O que você quer?

– Oh, não! – sua risada penetrante ecoou pelo salão – isso são modos de falar com seu querido papai?

Levantei meu olhar até ele – Querido?

– Não sou? – ele cruzou os braços sorrindo, mesmo que quisesse ele não conseguiria, nunca mais, retirar aquele sorriso de seus lábios.

Não respondi.

– Responda, querida – ele chegou seu rosto deformado próximo ao meu gritando logo em seguida – NÃO SOU SEU QUERIDO PAPAI?

Estremeci e dei um passo para trás após, involuntariamente, graças ao medo, pular assustada – Não.

A gargalhada ecoou novamente enquanto ele virava de costas para mim, evitei fita-lo, estava repleta de medo e queria apenas me ver livre dele, pareceu ser algo relativamente bom conhece-lo, mas eu provavelmente estava fora de mim mesma, fora de minha sanidade quando pensei, por poucos segundos, essa loucura.

– Você é sincera! – ele disse após rir por um tempo, sua voz havia mudado e toda doçura com a qual ele tinha se apresentado havia sumido, sua voz agora era em um tom tão gélido que apenas piorava minha situação – eu gosto disso!

Uma breve pausa, novamente mais uma risada por breves segundos.

– Não gosto que mintam para mim, sabe como é – sua voz estava mais distante – venha cá.

Não me movi, estava trêmula e estática no meio do salão escuro, agora iluminado por algumas velas e uma lareira.

– Sério, não me faça ir te buscar.

Arrepios percorreram meu corpo pelo modo fatídico como ele havia dito, ele parecia uma pessoa bipolar, mas sabia que o maior de seus problemas era sua grande insanidade, e como não poderia ser? Ergui meu rosto fitando uma cadeira acolchoada bem em frente à lareira acendida pelo gordo, este quem sorria ao lado da lareira encostado com as costas na parede. Conseguindo me mexer fui andando até onde ele se encontrava: sentado na cadeira com as pernas cruzadas e os olhos, embaixo de sua face posta como um máscara em seu rosto, fixos no fogo laranja que estalava na lareira.

Parei ao seu lado na cadeira acolchoada o fitando, ele olhava a lareira e sorria, como de costume, mesmo que ele realmente não estivesse com vontade de sorrir sempre estaria sorrindo. Ele virou seu rosto lentamente em minha direção, como se estivéssemos em um filme de terror.

– Sei que não fui um pai presente.

Ele fez uma pausa, talvez esperando que eu dissesse algo, porém, nada disse.

– Não me leve a mal, Natalie – ele estendeu uma das mãos enquanto me fitava – eu apenas tinha coisas melhores para fazer.

– Como matar minha mãe e tentar e matar?

– Isso é o que dizem, não é? – ele gargalhou, mas logo seu tom de voz ficou frio novamente – como pode acreditar neles?

– Porque “eles”, seja lá quem você acha que “eles” são, estiveram comigo enquanto você tentava me matar!

– Querida – ele ficou de pé vindo até minha direção e novamente mudando o tom de voz, agora ele parecia um pai compreensível e dócil – como pode acreditar nesse povo? Tudo o que eles querem é algo para dar ibope, desde que você nasceu venho de observando, minha querida.

– Não sou sua querida.

– Mas é minha filha – ele segurou meu rosto fazendo com que eu estremecesse – não acredite nisso, eu perdi sua mãe no seu parto. Simplesmente enlouqueci e tive que dar um tempo, me desculpe por isso, mas a mente humana é um tanto quanto irresponsável quando está sob pressão. Eu tinha que cuidar de você e não tinha um mísero emprego.

O fitava enquanto ele segurava meu rosto, não queria falar nada ou acreditar no que ele dizia, obviamente ele estava mentindo, sua mente psicopata poderia muito bem enganar a todos os outros, mas não à mim.

– Mas agora podemos ficar juntos! – sua risada ecoou pelo local – desde quando soube de sua existência eu estava por perto, mas sem você ver ou notar! Lembra daquele presente de aniversário? Ah, aquela explosão! – novamente ele gargalhou, desta vez mais tempo do que antes – foi uma obra de arte, não achou?! – ele me soltou ficando de costas para mim, não respondi, mas sabia que ele não esperava uma resposta minha – Natalie, você está perdida neste mundo, assim como seu pai.

– Eu não...

– Não negue querida! – ele virou-se me fitando – você é uma assassina e fugitiva, você puxou ao seu pai, felizmente!

– Você tá falando sério? – cruzei os braços o fitando.

Desta vez ele quem ficou em silêncio, mas prossegui:

– Passei minha vida toda tentando fugir do fato de ser sua filha, ser uma assassina e fugitiva como você, então você simples...

Ele me interrompeu – Não funcionou muito bem, não é?

– Ele me batia! Foi por pura defesa e não por prazer! – tentei me defender.

– Pense o que quiser, sua mente vai fazer de tudo para que você acredite na mentira de que você não queria – ele tornou a sentar-se na cadeira – mas na verdade, você não podia ansiar por nada além da morte de seu namorado.

Apenas o fitei.

– Querida – ele virou seu olhar até mim – podemos ficar juntos! Como pai e filha! Como a família do crime! – ele gargalhou me fitando – você tem ideia do quão divertido isso pode ser? Você não precisa ficar fugindo o tempo todo, você não precisa mais negar quem realmente é, mentir para si mesma ou acreditar na ilusão. Eu sou seu pai, eu te amo e quero você ao meu lado e não vou mentir que iremos nos divertir muito juntos!

A gargalhada ecoou novamente, o fato dele rir a cada final de frase estava me deixando um tanto assustada, mas mais ainda, irritada.

– Mas, para isso, precisamos fortalecer nossos laços, não concorda? – ele esticou suas mãos grandes em minha direção, apenas as fitei – venha, me dê as mãos, não se preocupe, sou seu pai e jamais te machucarei.

Apenas estiquei as mãos em silêncio, pude sentir suas mãos geladas por baixo das luvas brancas e evitei olhar para seu rosto ou o que um dia fora, fitava nossas mãos juntas como se realmente fossemos um tipo de pai e filha que passavam todos os dias juntos.

– Preciso que mate alguém para mim.

Estremeci. Do que ele estava falando? Não matei Jeff porque quis, não planejei e não desejei realmente mata-lo, passava por minha cabeça diversas vezes que ele morresse para que eu pudesse viver em paz, mas sua morte não tinha sido nada mais do que um reflexo do meu desespero. E agora, ele queria que eu matasse alguém para ele? Ele estava louco? Claro que sim, ele era louco. Ele notou em minha expressão surpresa a hesitação em fazer tal “favor” para ele, tentei soltar minhas mãos das dele, mas ele apertou meus dedos juntos aos dele de modo que eu não conseguisse me soltar.

– Preciso que mate Harley Quinn para mim – ele prosseguiu como se meu esforço para soltar-me dele estivesse sendo apenas cócegas em seus dedos.

Parei de tentar me soltar quando me dei conta do nome dito – Ela não era sua parceira e sua mulher no crime?

– Sim, e é exatamente por isso que ela merece morrer.

– Você é insano.

Ele gargalhou soltando minhas mãos, riu mais que o normal, por quase um minuto inteiro enquanto eu pensava em alguma maneira para fugir dali, fugir das garras dele e da ideia maluca de que eu mataria Harley Quinn para ele. Independentemente da assassina que ela era, porque os dois não saiam dos jornais até certo tempo atrás, eu não a mataria, em primeiro lugar porque ela provavelmente seria mais ágil e rápida e em segundo lugar porque já estava completamente ferrada, já era assassina por um crime de pura defesa e não queria e nem iria me tornar outra assassina porque um psicopata me pediu, mesmo ele sendo meu pai.

Ele passou os dedos embaixo dos olhos como se estivesse limpando uma lágrima enquanto cessava suas gargalhadas, ficou de pé andando até seu capanga gordo e dando-lhe um tapa no ombro conversava com ele como se eu não estivesse lá:

– Você ouviu isso? Mais uma pessoa me chamando de insano, minha própria filha! É tão dramático e trágico que chega a ser extremamente engraçado! Você acredita nisso, gorducho?

O gorducho ria pesadamente – É engraçado, chefe.

Ele novamente gargalhou, desta vez apoiou as mãos nos joelhos enquanto inclinava seu corpo para frente, ele realmente estava achando engraçado e dizia para o homem à sua frente entre gargalhadas – Ela apenas... – pausa na frase para gargalhadas a ponto de contorcer seu corpo magrelo – ouviu o que eu mandei... – novamente mais gargalhadas – e achou que foi algo insano! – ele jogou a cabeça para trás já com seu corpo reto, batia as mãos no peito como quem tentava respirar.

O gordo ria pesadamente, mas não naturalmente. Senti alguns olhares dele vindo em minha direção e no instante em que ele notava seu chefe, meu pai, o Coringa, mexer, ele tentava parecer o mais natural possível em meio à tantas gargalhadas.

– Ai, ai! – ele parava de rir tentando respirar, estava realmente ofegante, virou-se em minha direção e ao parar na minha frente tornou a rir incontrolavelmente.

Ele era insano, não havia como negar. Eu definitivamente não era nada parecida com ele, como um ser humano desses ainda conseguia estar solto, estar livre por Gotham? Por que ele não morria? Ansiei algumas vezes um encontro com ele, não posso negar, cheguei a deixar parte de mim aceitar, após a morte de Jeff, que eu era como ele, mas ali de frente para ele eu só conseguia concluir que não, eu não era nem um pouco parecida com ele e no dia em que alguém me comparar com ele, dizendo que somos iguais, eu me mato.

Estava amedrontada em meio à tantas risadas, talvez alguém que entrou em um local desconhecido, tenha ouvido muitas coisas em tom penoso e sério, neste instante, repleto de gargalhadas, pudesse relaxar um pouco, afinal, risos nada mais são do que sinal de que tudo está correndo bem. Mas algo dentro de mim não permitia que eu ficasse tranquila, que eu pensasse que estava tudo bem apenas pelo motivo dele estar rindo, ele sempre estava rindo pelos motivos mais bizarros ou em meio às maiores catástrofes. Ele achava graça em todo tipo de desgraça e sempre seguido de suas risadas vinha algo realmente catastrófico, e sentia que, naquele momento, não seria diferente.

– Que orgulho de ser seu pai! – ele disse após parar as gargalhadas – você é bem mais engraçada do que eu, obrigada pelas risadas, querida!

– Fico feliz que está achando tão divertido, papai. Mas você é louco e não matarei ninguém por você.

– Você viu isso, Flood? – ele virou para o homem gordo mais uma vez – ela me chamou de papai! Vamos, traga a surpresa!

– Sim, chefe! – o homem gordo virou-se de costas para nós.

– Ansiei por esse dia, Natalie – ele foi andando até a lareira enquanto conversava comigo – honestamente, esperava que você já chegasse aqui me abraçando e me chamando de papai, esperava que você não fosse tão difícil de lidar. Acho que nisso você puxou sua mãe, não tem como confirmar porque não lembro como ela era, desculpe, mas aposto que você também não lembra então, estamos bem!

Enquanto me mantinha imóvel o observando mexer no fogo da lareira, ele prosseguiu:

– Imagine pelo lado positivo, porque ficar negativando é sempre chato, você tem que pensar sempre positivo! Você foi para um orfanato, com pessoas legais, conheceu diversas pessoas e criou amigos! Você teve diversão lá que talvez nunca tivesse tido em sua vida, com sua amiga... Jessica é o nome dela não é? – ele virou em minha direção – mas você a chama de Jess. Ela sempre esteve presente com você, eu sei disso, vocês até moram... Bem, moravam, na mesma casa! Que amizade adorável!

Estremeci. Ele não estava brincando, ele me conhecia e havia realmente acompanhado minha vida.

– Realmente adorável. Ela foi a primeira a saber da morte do seu namorado, não foi? E ainda sim, mesmo te vendo repleta de sangue, te apoiou!

– Como sabe dessas coisas? – perguntei engasgada e tão baixo que me surpreendeu ele ter compreendido.

– Eu te disse, sempre estive presente, mesmo sem você notar.

– O que você quer?

– Chefe! – escutamos uma voz em meio à escuridão – trouxe a surpresa.

Não conseguia enxergar muito naquela escuridão, mas pude ver que o gorducho trazia em mãos algum saco grande com algo que se remexia ali dentro, a medida que ele foi se aproximando de nós, enquanto Coringa esperava ansioso pela surpresa, pude ver que não era um saco e sim uma pessoa, era Mark o garoto da loja ensanguentado e amordaçado, ele estava com as mãos para trás, os pés amarrados de modo que ele tinha que pular para se mover e uma corda na sua boca de modo que ele não conseguisse falar ou até mesmo gritar. Seu rosto escorria sangue de seu nariz, ele estava extremamente apavorado – não tanto quanto eu – e os dois pareciam se divertir com isso.

– Perfeito! – ele gargalhou brevemente vendo o garoto ser jogado no chão bem em frente à lareira – acho que você conhece minha filha, Mark – ele apoiou seu pé nas costas do garoto quem gemia amordaçado.

– O que você está fazendo?

– Ah, apenas me divertindo – ele abaixou em direção ao garoto estirado ao chão – não tenha medo, tudo depende da minha filha!

Encarei Mark no mesmo instante em que ele me fitou com seus olhos lacrimejando e arregalados – O que você quer? – ergui meu olhar para Coringa logo em seguida, não conseguia chama-lo de pai.

– Já te disse, querida! Quero que mate Harley Quinn ou Harleen Quinzel, são a mesma pessoa.

– Mas você a amava – tentei argumentar enquanto ele me fitava ao lado de Mark – como você pode?

– Amor – ele gargalhou mais uma vez, mas desta vez não foi tão breve quanto a anterior, neste meio tempo olhei para Mark quem estava cada segundo mais apavorado – ah, o amor! Sim, eu posso senti-lo. Todos os dias quando mato alguém ou quando explodo algum lugar e até mesmo enquanto monto meus planos para deixar a cidade apavorada! Mas pela Harley... Pobre garotinha, fazia tudo o que eu mandava, era bom ter ela ao meu lado, não me entendam mal, mas o que é amor? Como vocês conseguem amar alguém além de si mesmos? É burrice.

Mark moveu-se no chão, tentando soltar-se das cordas.

– Mas todo mundo erra, não concorda? – ele chegou seu rosto perto do de Mark, mas não esperou que ele respondesse – e eu errei, Harley conhece metade dos meus planos, meu modo de pensar e por isso ela é uma ameaça – sua voz, novamente, havia ficado fria e penosa, ele não estava brincando naquele momento – e é por isso que quero Harley morta, mas não posso fazer isso com minhas próprias mãos porque... Estou morto.

– Por que eu? – perguntei o fitando.

– Porque você é minha filha.

– Para isso sou sua filha, certo?

Ele segurou a gola da blusa de Mark – Ah, não fala assim! Você sempre foi minha filha, analise o quanto somos parecidos! Você gostou de matar seu ex-namorado, você mesma admitiu isso para Jess, eu pude ouvir.

– Não sou uma assassina.

– Você é – ele levantou Mark do chão levemente – então, meus homens não tem muitas chances contra Harley porque ela os conhece, mas você... Você conquistará aquela idiota e me trará a cabeça dela – apenas observei-o puxar Mark para mais perto da lareira.

– Solta ele – vociferei tentando parecer o mais firme possível.

– Por quê? – ele me fitou, senti seu olhar atravessar meu peito como uma lâmina afiada.

– Porque ele não tem nada a ver com isso.

– Ele tem – Coringa colocou o rosto de Mark tão próximo ao fogo que ele começou a se remexer tanto que poderia se queimar sem que Coringa fizesse nenhum esforço – ele abusou de você.

– Do que... Você... Viu?

– Não – ele soltou Mark batendo as mãos nas pernas – por Deus! Não suportaria ver minha filha sendo violada por um abutre desses.

– Não fui violada – tentava enrolá-lo mesmo não tendo noção do “pra quê” – eu quis aquilo.

– É, tanto faz, ele morrerá de qualquer maneira – ele segurou Mark pela gola mais uma vez.

– Não faça isso – ergui minhas mãos em direção à eles – ele não tem nada a ver com isso.

– Você sabe que a escolha é sua – ele aproximou o rosto de Mark, quem chorava e tentava gritar desesperadamente, do fogo que estalava.

– Você quer que eu mate alguém... Já estou ferrada pelo que fiz por pura defesa.

Ele virou seu rosto em direção à Mark – É como dizem... A vida é injusta, Mark.

– Para! – gritei evitando que ele, realmente, colocasse o rosto de Mark dentro da lareira – eu faço! Faço o que quiser!

– Mesmo que isso inclua matar a Harley não importa o que aconteça? – sua voz estava, novamente, mais doce.

– Sim! – disse com convicção – eu mato Harley Quinn se isso vai fazer com que ele vá embora vivo.

Coringa o soltou, ficou de pé e bateu palmas vindo em minha direção, estendeu as mãos esperando que eu, mais uma vez, apoiasse as minhas nas dele e foi exatamente o que o fiz, ele me puxou em direção à cadeira acolchoada enquanto o gordo levantava Mark e retirava as cordas de suas mãos.

– Por favor, sente-se querida, tenho outra surpresa na lareira que gostaria que visse.

Estremeci, novamente havia uma surpresa e não havia gostado nem um pouco da primeira, pelo menos Mark estava a salvo, não aceitaria se ele morresse por minha causa, ele havia sido tão bondoso comigo, me ajudou e me deu um canto para dormir por uma noite, não podia simplesmente deixar que meu pai fizesse com ele o que bem entendesse. Certa parte de mim sentia-se aliviada, mas outra grande parte, estava com medo do que a outra surpresa me proporcionaria.

O gordo retirou as cordas das mãos e dos pés de Mark, logo em seguida retirou a terceira corda que cobria a boca de Mark, agora ele podia falar, mas tudo o que ele conseguia era tremer como um bambu em meio à tempestade. Ele me lançou um olhar e tudo o que fiz foi desviar, era por minha culpa que ele estava sofrendo todo este trauma, mas pelo menos estava vivo.

Estava.

Escutei o tiro ecoar pelo local e o primeiro local em que olhei foi onde Mark estava. Ele caiu de joelhos com os olhos imóveis e havia parado de tremer, logo em seguida seu corpo mole e sem vida caiu no chão de madeira onde o sangue escorreu por toda sua cabeça, havia um buraco na parte de trás em meio à seu cabelo preto e meu coração acelerou ao mesmo tempo em que eu desejava vomitar.

Tentei ficar de pé, mas o braço gélido do Coringa me segurou na cadeira acolchoada, virei meu rosto em direção à ele e pude ver que em sua mão direita ele segurava sua arma preta apontada para onde Mark esteve de pé em seus últimos segundos de vida.

– Não se esqueça – ele disse sem me fitar e sem abaixar a arma – não estou brincando com você.