Red Moon

Nunca mais


Só posso ter jogado chiclete na cruz ou ter feito um pacto com um demônio mor e os anjos descobriram pensei olhando aquela carinha perfeita que dava vontade de sentar a mão nela. Talvez se eu ativar a runa de força eu consiga dar o tapa e fazer um belo estrago na cara dele

— Cullen – falei pouco me ligando pela careta dele – Estamos no meio da madrugada, estou morta de sono e...

— Bella, realmente precisamos conversar – repetiu e tentou avançar

Apenas vi as runas da porta começarem a brilhar e logo em seguida o vampiro que estava na minha frente soltou um grito de dor, rapidamente vi Alice aparecendo junto com Jasper e Emmett e ouvi a porta do Jace e do Alec sendo abertas.

— Edward o que você tem na cabeça? Vento? – perguntou Alice irritada – Sabia que você estava aprontando uma, peguem ele.

Jasper e Emmett andaram até o irmão, o pegando pelos braços e deram um mini sorriso para mim que não foi retribuído.

— Cullen, não temos nada para conversar até porque não foi você que me pediu para esquecer que vocês existiam? Não foi você que disse que não me amava mais? Não foi? – emendei uma pergunta na outra já sacando a minha estela – Sabia que na mudança de meu pai para Idris, ele encontrou os presentes que vocês me deram de aniversario escondidos debaixo do assoalho? Foi uma jogada baixa Cullen.

Estava pouco me fodendo que apareceu uma mini plateia lá queria mesmo falar tudo que estava entalado na minha garganta por cinco fodendos anos, observei Alice olhando chocada para o irmão assim como Jasper e Emmett.

Opa, ao que parece ele escondeu isso dos irmãos pensei

— Bella – implorou

— É Isabella para você – falei entre dentes segurando a minha raiva e terminando de desenhar a runa de força, automaticamente senti a minha força aumentando e nem me liguei se tinha subido o cheiro de pele queimada ou não – A cinco anos atrás, eu estava correndo floresta a dentro com uma chuva torrencial sob a minha cabeça berrando o seu nome e chorando com uma dor insuportável no peito, aposto que você estava escutando os meus gritos perto do seu carro horroroso e por conta do seu orgulho e do seu achismo não ligou para a porra dos berros indo embora.

Vi pela minha visão embaraçada por conta das lagrimas que toda a família Cullen estava lá junto com mais dois Volturi apreciando o espetáculo, senti que meus amigos e parabatai estavam atrás de mim, eles já tinham ouvido a história toda e alimentavam uma pequena raiva desse vampiro de olhos dourados, até mesmo Simon que era um vampiro na época e muito pacifico quis a morte de Edward.

— Achou o que Cullen? Que eu assim que lhe visse novamente ia voltar correndo para os seus braços depois de tudo? – soltei uma gargalhada – Eu tenho amor próprio...

— Bell... Isabella – Edward me interrompeu e tentou se soltar do aperto dos irmãos – Eu te amo.

OI? Berrei mentalmente. Cocei os meus ouvidos, mas eles estavam bem limpinhos e puderam escutar aquela asneira tremenda.

— Mas que porra de fala é essa purpurina? – perguntou Jace – Já não basta ter largado ela na merda de uma floresta, vem acordar todo mundo só para falar uma porra dessas? Não tem amor próprio não seu filho da puta?

— Espero que não tenha se sentido ofendida, Esme – falou Clary sabendo que a vampira mãe escutaria

— Não, Jace – respondi cega de raiva sentindo uma lagrima quente escorrer pela minha bochecha e apertei as minhas mãos fortemente – Ele não tem amor próprio, esse vampirinho de merda só sabe controlar a vida dos outros e adivinha Edward... Você não controla mais a minha.

Sai da zona de proteção e andei ate ele e juro que ele teve a caralha da coragem de dar um sorriso torto que antes eu tanto amava e que agora eu detesto. Fechei os meus olhos respirando fundo canalizando toda a minha raiva na minha mão e quando eu os abri o que Edward viu foi a mais pura raiva encarnada, levantei o meu braço e desci a mão no rosto dele.

Graças aos anjos eu não quebrei a minha mão e o estalo que deu foi do tapa, ouvi os meus amigos rindo de forma engasgada porque estavam tentando segurar a risada já os outros olhavam chocados para a cena que ocorreu em completo silencio.

— Nunca mais, me dirija a palavra – rosnei – Pegue essas palavras e as engole ou melhor as enfiem em um lugar que nunca vai bater o sol, já esgotou a minha paciência. Saiam todos... AGORA!

Todos deram um pulo pelo grito, Jasper e Emmett rebocaram o Cullen topetudo e os outros desceram sobrando apenas os dois Volturi que andaram até mim e me entregaram o HD.

— Obrigada – agradeci já mais calma, mesmo assim os vi tremendo e saíram correndo – Eu em. Esquisitos da porra.

Entrei novamente dentro da sala e fechei a porta encontrando os quatro parados com sorrisos enormes.

— Filmei tudo, vou soltar no instagram do submundo – comentou Alec guardando o celular no bolso

— Arrasou mana – elogiou Izzy vindo me abraçar – E Alec deixa de ser um fofoqueiro.

— Pode falar deu um alívio quando você deu o tapa né? – perguntou Clary

— Ixi, se eu fosse você tinha medito umas belas porradas nele – Jace cruzou os braços – Mas até que o tapa foi legal.

— Estou guardando-as caso ele venha me importunar novamente – falei abraçada a Isabelle – Agora vamos todos para cama, pois isso tudo já esgotou a minha energia que já estava esgotada.

Os quatro concordaram e fomos para os nossos quartos, assim que fechei a porta do meu comecei a arrancar a minha roupa, abri o armário pegando o meu pijama o vestindo em seguida e cai na cama.

Dar aquele tapa no Edward foi libertador, durante muito tempo tive pesadelos sobre o dia que ele havia me deixado, mas nessa madrugada encontrei um sono que fazia tempo que não tinha.

Penúltimo andar, cede temporária do clã Cullen

— Edward o que você tinha na cabeça? – Rosalie se virou para mim furiosa – O tapa que a Bella lhe deu foi pouco, na verdade nem sei como ela conseguiu fazer isso e não quebrar a mão, mas foda-se isso não importa o caso é ela te deu o tapa que foi muito bem dado.

Jasper e Emmett me sentaram no sofá e ficaram na porta fazendo uma barreira.

— Só precisava falar com ela – sussurrei sabendo que todos ouviriam

Alice revirou os olhos ao mesmo tempo em que Rosalie bufou e jogou as mãos para cima.

— Deus, está me ouvindo? Daime paciência por que se me der força eu mato o meu irmão – Alice olhou para o teto

— Alice – repreendeu Esme

— Alice nada – rebateu ela – Você ouviu a Bella falando que o Edward escondeu os nossos presentes? Aposto que escondeu também todas as fotos que tiramos juntos ou aquela foto que eu tirei dos dois. Falou também que ela tinha que continuar a vida dela fingindo para si mesma que nunca existimos, sabe o quanto que isso doeu?

Esme ficou em silencio, mas por seus pensamentos dava para ver que ela estava bem chateada. Não somente o dela, Emmett ficou triste por Bella não ter respondido ao seu sorriso, Jasper voltou a se sentir culpado pelo que fez, os de Alice e Rose beiravam a irritação e desejo de me matar e por fim os de Carlisle eram decepcionados.

— A Bella já deixou bem claro que não quer que Edward se aproxime dela – Jasper deu de ombros – Ainda me sinto culpado pelo que eu fiz, mas não sou tão idiota de ir em plena madrugada depois de um porre de dia e falar que preciso conversar com ela.

— Eu vou ir para o meu quarto – anunciou Rosalie – Não quero ver mais a cara do Edward se não vou acabar fazendo um favor para a Bella, vamos Emm.

Os dois foram para o seu quarto e se trancaram lá, logo em seguida Alice e Jasper fizeram a mesma coisa sobrando apenas eu e meus pais.

— Sabe Edward, acho que você tem que entender o lado de Bella e refletir sobre o que você fez para aprender – Esme sentou do meu lado e pegou as minhas mãos – Ela tem uma nova vida, uma nova família, novos amigos que a amam. Tudo que é novo devemos aprender, assim como os erros, o que você fez com ela é algo que é imperdoável, mas nunca vamos compreender totalmente o nosso coração.

— Esme tem razão – falou Carlisle – Por mais que eu esteja decepcionado com sua atitude que foi deveras infantil, tenho que concordar com ela.

Abaixei a minha cabeça a última coisa que eu queria era decepcionar Carlisle e acabei conseguindo isso, se pudesse chorar já estaria sentindo as lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

Decepcionei a minha família e meu único amor. Pensei

— De tempo ao tempo, filho – Esme apertou as minhas mãos e se levantou – Tente se distrair um pouco.

E os dois saíram da sala e entraram no seu quarto. Enquanto eu fiquei ali sentado no sofá imóvel deixando os meus pensamentos divagarem e querendo voltar no tempo, mas sabia que isso era impossível.