Red Moon

Dia 1 - parte 3


Salão de reuniões, ala central do castelo, 12:30

— Pensei que nunca chegariam, bem vindos – saudou Alec sorrindo

— Tivemos um contra tempo por conta de Lliy e o seu clã – informou Jia Penhallow estendendo a mão para apontar a vampira ao seu lado

— Presumo que vocês sejam os reforços que foi mencionado pelos caçadores – a voz de Caius se fez presente – Seus nomes.

— E eu presumo que você seja Caius – Jia o olhou de cima a baixo – Dada pela grosseria que se dirigiu a nós.

Caius olhou de forma petulante para a mulher que lhe respondeu e o seu olhar for respondido a altura por ela.

— Bem, para matar a sua curiosidade – ela revirou os olhos – Sou Jia Penhallow, consulesa dos caçadores de sombras e aquela que respondeu o primeiro pedido de ajuda vindo de vocês.

— Consulesa? – Jasper deixou escapar o seu pensamento e quis se esconder ao ver que todos os olhares estavam nele

— Sim, a consulesa Penhallow é a nossa autoridade máxima – respondeu Jace

Jia olhou de forma agradecida para Jace que deu um mínimo sorriso, logo o seu olhar de voltou para Lily que observava os outros vampiros de forma curiosa.

— Continuando as apresentações, essa é Lily Chen líder do clã de vampiros de Nova York – Clary apontou para a mulher de descendência asiática que sorriu divertida – Esse é Luke Garroway, alfa da matilha de lobisomens

O homem passava uma calma e gentileza através de seus olhos azuis o que acabou incomodando Caius que caçou os filhos da lua por anos e sentia a sua paciência limitada dando um adeus novamente.

— E por fim este é Magnus Bane, o alto feiticeiro do Brooklyn – Clary deu um sorriso ao terminar as apresentações

— Certo, apresentações feitas, vamos direto ao assunto – Lily trocou o peso de uma perna para a outra – Clary já deve ter os avisado que vamos usar runas, espero que vocês não sejam uns frescos e aguente ela.

Eles ouviram os vampiros do clã de Lily tossirem para segurar a risada e viram os outros seres do submundo darem um leve sorriso divertido.

— Como o número de caçadores aumentou pensamos em trazer mais armamento – comunicou Jia olhando para os seus caçadores – Devo lembra-los que são duas lâminas de serafim para cada e mais um armamento a sua escolha, os que estão em forma de braceletes, pulseiras, colares, prendedores de cabelo, guardados nas botas de salto alto ou coturnos e etc., não são contabilizados já quem são pessoais.

Os caçadores concordaram com a ordem e então Magnus ergueu as mãos deixando uma espécie de fumaça azul sai-se dela e estralou os dedos.

Do chão enormes estantes lotadas de armamento de caçadores apareceram fazendo com que arquejos saíssem dos clãs de vampiros presentes, exceto é claro pelo de Nova York que revirou os olhos já acostumados com isso, os armamentos variavam iam de arma de fogo até armas brancas como adagas, punhais e espadas, mas o que chamou mais atenção foram uns simples tubos com arestas sem corte que estavam em grande quantidade.

Jia balançou a cabeça concedendo a permissão aos caçadores que se aproximaram as estantes sabendo que estavam sendo observados pelos olhares curiosos dos vampiros de outros clãs.

Edward observou Isabella se aproximar de uma das estantes e pegar dois daqueles tubos os colocando no cinto, depois caminhando para outra e pegando uma adaga com a lâmina cravejada de runas, imediatamente ele pensou na visão de Alice e temeu que aquela fosse a adaga maldita.

Quando todos os caçadores estavam equipados as estantes desapareceram deixando um enorme vazio no meio do salão.

— Onde está Aro? – perguntou Magnus – Imaginava que ele estaria presente.

Marcus soltou um rosnado raivoso ao ouvir o nome daquele assassino e apertou com força o descanso de braço de seu trono o quebrando, o vampiro sentiu uma calma em seguida e olhou irritado para o empata da família Cullen que não expressou nenhuma reação apenas piscou calmamente demonstrando zero interesse.

— Está em seu quarto – informou Chelsea

— Bem – Luke olhou para o seu relógio de pulso que havia ganhado de Clary – Já é quase uma hora da tarde e se não me engano o solstício começa as duas horas, acho que é melhor aplicar a runa assim já estaremos prontos para o ataque inicial.

Clary avançou até ficar no meio tendo uma ampla visão de todos e se virou colocando os braços para trás.

— Todos, quero que escutem bem, já podem escolher o seu parceiro de batalha! E lembrem-se seu parceiro ou parceira deve ser um caçador e um ser do submundo – declarou a ruiva em alto e bom som

De forma rápida os caçadores e seres do submundo escolheram os seus parceiros, pelo canto do olho Isabella viu o vampiro de olhos dourados se aproximar dela.

— Vou deixá-los – Isabelle se afastou da parabatai lançando um olhar de aviso para Edward e andou até Alice pedindo gentilmente o braço da vampira

Edward engoliu em seco, hesitando antes de parar na frente daquela que habitava a sua mente e mandava em seu coração e sentimentos, ela a viu arquear uma sobrancelha esperando-o começar a falar.

— Posso compartilhar a runa com você? – perguntou hesitante

Bella respirou fundo ignorando os arrepios que o seu corpo produziu apenas por escutar aquela voz de soprano, mas ela se proibiu de sentir isso e encarou o tormento de seus pensamentos.

— Pensei que tivesse falado que não era para me dirigir a palavra – Isabella cruzou os braços

— Por favor – a voz de Edward saiu meio suplicante

Ele a olhava gravando todos os detalhes dela incluindo as runas espalhadas pelos seus braços e colo, sua mente traiçoeira criava a ilusão da mulher atrás de Bella com aquele sorriso prepotente e segurando a adaga na mão.

— Estaremos ligados apenas temporariamente então tanto faz – Bella fingiu desinteresse

Respirando fundo novamente, ela levou a mão ao bolso e de lá retirou sua estela prateada adornada com rosas de metal com um pequeno cisne repousado na base e na ponta a pedra lapidada de adamas brilhava.

— Estique o braço – pediu a morena estendendo a mão

O telepata estendeu o braço sentindo o toque quente e o saudoso choque elétrico que veio de Isabella quando ela encostou a mão buscando apoio para começar a desenhar a runa, assim que a ponta de adamas encostou em sua pele uma fisgada dolorosa apareceu.

— O que é isso? – questionou o vampiro fazendo uma careta de dor

— Isso é uma Estela – respondeu Isabella desenhando a runa delicada – Ela que nos permite desenhar as runas, isso na ponta é Adamas, uma pedra celestial vinda diretamente do céu e manuseada pelas Irmãs de Ferro.

Isabella terminou a runa em silencio e se afastou dando o direito de Edward ver a marca brilhar fracamente, a runa era linda e bem detalhada, ele viu a morena a sua frente estender a estela e a pegou com medo de quebrar aquele instrumento.

— Vá em frente – a caçadora esticou o braço esquerdo e apontou para o seu pulso onde uma marca de meia lua brilhou

Edward rapidamente reconheceu a marca da mordida de James, pelo visto um pouco do veneno ficou na superfície, abaixando um pouco o olhar ele fez a mesma coisa que ela tinha feito nele.

Que bom que eles se aproximaram pensou Esme ao olhar para os dois

Assim que o vampiro terminou de desenhar a runa ele há viu brilhar fracamente igual a dele.

— Ela so vai ser ativada quando estivermos em batalha – falou Isabella – Izzy venha tenho que desenhar as runas em você!

Isabelle se aproximou dos dois junto com Alice e estendeu os seus braços para Bella que ignorou as cicatrizes começando a desenhar.

— Porque Bella tem que desenhar as runas em você? – perguntou Alice

— Somos parabatais ou irmãs cerimoniais, lutamos juntas e conhecemos uma a outra. Se os parabatais desenham as runas um no outro elas ficam mais fortes como se um pouco da força de cada um fosse distribuído igualmente para ambos – respondeu Isabelle – Acho melhor vocês voltarem para a sua família agora todo o tempo é precioso.

Alice e Edward se afastaram se reunindo com sua família, Jasper contou que tinha feito a aliança com Jace e Clary fez com Esme explicando que iria ajudar nos reflexos de batalha da figura materna do clã.

Turim – Itália, 13:30 pm

Ouvia os demônios se agitarem loucamente pelos corredores enquanto bebia uma taça de sangue na companhia de Jane que bufava furiosa com os caçadores.

— Eles descobriram tudo, aqueles filhinhos de anjos malditos! – falava andando de um lado para o outro – A essa altura devem ter descoberto mais coisas.

— Você me falou que a vidente conseguiu ver o futuro – coloquei mais sangue na taça – E que pelo jeito estávamos ganhando, certo?

— Exato – Jane balançou a cabeça em afirmação

— Então para que se preocupar? – revirei os olhos levando a taça a minha boca

Ignorei Jane que continuou com as reclamações e me recolhi em meus pensamentos, Lilith a essa altura estaria induzindo a loucura a Aro confesso que adorei ela ter se vestido com o vestido que eu usava quando fui morta e parecendo uma cópia exata minha.

Durante todo esse tempo pensei em como matar Aro de uma forma dolorosa digamos assim, mas esperar que ele estivesse completamente louco e rendido a sua loucura abriu uma porta agora o queria de joelhos a minha frente enquanto arrancava a sua cabeça e o incendiava.

Um sorriso brotou em meus lábios enquanto imaginava a cena, ouvi a cadeira ao meu lado se arrastando e olhei para Jane que se sentava.

— O dia de São Marcus já deve ter começado – comentou me olhando – Terá muitos humanos nas ruas

Me delimitei apenas a dar de ombros, não queria que todos os humanos morressem por uma guerra que não era deles e nem do mundo deles só que os demônios e recém criados não estavam se importando com eles então não poderia fazer nada.

— Não posso fazer nada – falei e olhei para o relógio que marcava exatamente uma hora e quarenta minutos

Daqui a pouco solto a primeira leva de demônios, demônios mais fracos vamos aumentar a dificuldade com o passar dos dias pensei e me levantei com a taça na mão

— Vamos, está quase na hora – e sai da sala junto com Jane atrás de mim

Andamos pelo corredor lotado de demônios agitados até chegarmos na porta da enorme mansão, me virei para ver as criaturas juntas com os recém criados e dei um sorriso.

— Está quase na hora, meus queridos – comuniquei ampliando ainda mais o meu sorriso – Iremos começar uma nova era.

Volterra – Itália, 14:00 pm

Segurava a minhas lâminas de serafim firmemente em minhas mãos ao lado do meu grupo, tínhamos nos dividido para proteger todas as entradas de Volterra e agora aguardávamos o tão esperado solstício.

Estávamos em completo silencio apenas ouvindo e vendo os humanos caminharem pelas ruas e pela praça central de Volterra comemorando o dia de São Marcus, todos estavam vestidos com capas vermelhas igual a visão de Alice.

No meio daquela barulheira ouvi o som do sino do relógio anunciando que o horário do solstício chegou, segurei ainda mais forte o suporte das lâminas e respirei fundo me concentrando totalmente.

— Fiquem aqui, irei anunciar quando a lua começar a cobrir o sol – Jace passou por nós saindo pela porta principal do esconderijo dos Volturi

Ficamos aguardando o sinal dele que não demorou para acontecer, vi o amarelo do sol começar a ficar sombrio, assim que saímos uma rajada de vento apareceu e levou o balão vermelho de uma garotinha para longe.

— Os demônios estão vindo, os demônios estão vindo – murmurou Isabelle esticando a mão e a cobra de seu bracelete começou a rastejar até a sua mão e se transformar em um chicote

— Agora a runa vai entrar em ação, Cullen – olhei para Edward que estava ao meu lado – E se prepare para ver as criaturas mais horrendas.

Edward me olhou e depois virou a sua cabeça rapidamente para o outro lado ao ouvirmos um grito de uma criança vindo do lado leste onde Alec estava protegendo junto com Magnus e outros caçadores e seres do submundo.

— Meu Deus! – exclamou Kate

A nossa frente apareceu uma horda de demônios e alguns eu nunca tinha visto durante os meus cinco anos de caçada, eles escalavam as paredes e entravam pelas entradas da cidade, os humanos que estavam mais próximos foram agarrados brutalmente e os gritos começaram.

— A visão de Alice começou – anunciei

— VAMOS PROTEGER OS MUNDANOS! – berrou uma feiticeira avançando junto com uma caçadora

Avançamos correndo e empurrando os humanos para longe, os demônios nos viram se aproximar e começaram a virem em nossa direção matando humanos no caminho.

— CASSIEL! – gritei - SAMANDIRIEL!

Logo as minhas lâminas de serafim ganharam vida brilhando com o fogo celestial, alguns dizem que uma parte do poder do anjo é fundida com a lâmina quando invocamos o seu nome e eu acredito fielmente nisso.

Senti o poder das runas me invadindo e comecei a correr lado a lado com Edward ganhando cada vez mais velocidade, assim como os outros que corriam com mais velocidade com os seus parceiros vampiros ou lobisomens.

Assim que chegamos na horda só vi as minhas lâminas acertando os demônios com uma precisão que até eu me impressionei, ouvia os estalos do chicote de Isabelle, os rosnados dos vampiros e dos lobisomens e sentia a magia que era jogada pelos feiticeiros.

Quarto de Aro Volturi, 14:05 pm

Lilith via Aro encolhido no canto se balançando com as mãos nos ouvidos e murmurando um ‘’ eu não sou louco’’ repetidas vezes, revirando os olhos ela desviou a sua atenção para os gritos e os sons de batalha vindos do lado de fora.

Os seus filhos demônios avançavam com certa dificuldade até então nenhum caçador ou ser do submundo havia caído para o seu total desanimo, mas o cheiro de sangue mundano que estava sendo derramado a contentava um pouco.

Se acalme, Lilith isso é apenas o começo pensava ela

Ela viu a lua que começava a ficar vermelha cobrir totalmente o sol deixando Volterra dominada pelas sombras e sorriu ao ver mais de seus filhos aparecendo no meio da praça por meio dos bueiros e correndo atrás dos humanos que gritavam desesperados e morriam em vielas ou perto da porta de sua casa.

O cheiro de sangue começou a ficar ainda mais intenso a cada humano que morria, logo um pouco de sangue angelical se misturou no ar junto com o demoníaco vindo dos submundanos.

Vamos aparecer apenas mais uma vez pensou voltando a sua atenção novamente para Aro

Praça central, Volterra – Itália, 18:00 pm

A batalha se seguia com uma ou duas baixas vindas dos caçadores ou dos seres do submundo, eles sabiam que aquilo era apenas o começo e aqueles demônios eram fáceis de se matar.

De forma lenta as entradas sul, leste e oeste de Volterra foram devidamente protegidas, mas a norte demandava mais esforço, pois tinham muitos demônios por ali ainda e muitos corpos mutilados de humanos no chão.

Isabella havia colocado o escudo envolta de uma família que se protegia encolhidos na entrada do castelo Volturi e a caçadora seguia lutando, enfiava as lâminas de serafim direto no peito do demônio que explodia em gosma preta ou se transformava em pó e as vezes os degolava.

Jasper pulava em cima do demônio e arrancava tudo que conseguia da criatura para matá-la com eficácia, embora alguns tivessem que ser finalizados por Jace, a mesma coisa ocorria com Isabelle e Alice que perceberam que formavam uma excelente dupla.

Assim que o último demônio caiu, eles pararam para respirar um pouco e olharam para o céu o eclipse ainda continuava firme gerando cada vez mais sombras em Volterra.

Como a visão de Alice o céu começou a ficar vermelho e a lua adquiriu a mesma coloração dessa vez mais forte como se todo o sangue derramado fosse absorvido por ela a quilômetros de distância.

Esme olhava horrorizada para todos os lados da cidade encontrando sangue e lodo misturados, crianças sem vida jogadas nos cantos, homens e mulheres degolados ou com uma perna ou braço ou até mesmo uma parte do pescoço faltando que foram comidos pelos demônios Ravener.

Os mundanos que foram salvos começaram a correr de volta para as suas casas como se aquilo fosse parar os ataques, eles foram instruídos por feiticeiros para fugirem o mais rápido possível da província e irem para outro lugar temporariamente.

Quando todos voltaram a se reunir viram que haviam perdido alguns amigos ou irmãos de caçada, as baixas ainda eram poucas porem eram dolorosas.

Magnus com o auxílio de mais alguns feiticeiros montaram uma enfermaria na sala dos tronos onde passaram a abrigar os gravemente feridos, Caterine se encarregou dessa função já que suas magias de cura eram mais fortes, Carlisle se ofereceu para ajudá-la e a feiticeira concordou.

— Só de pensar que isso é a apenas o início me dá uma dor no coração – comentou Maia

— Nem me fale – Isabelle negou com a cabeça – Fico feliz que Simon não tenha vindo.

— Ele não está pronto ainda – falou Magnus que estava ao lado de Alec – Já marcaram a cerimônia de Ascenção?

— Marcamos para depois desse trabalho – Izzy deu um sorriso e voltou o seu olhar para a Consulesa

Jia conversava com Marcus e Caius aparentemente ela brigava com os dois, a guarda Volturi quase não ajudou os caçadores e os outros seres nesse primeiro confronto o que condenou a vida de alguns deles.

— Vocês vão lutar como ‘’os todos poderosos’’ e acabar com essa merda, eu estou pouco me ligando se sua esposa foi sequestrada ou foi morta, o que eu quero é a presença de vocês e a da sua ‘’temida’’ guarda para ganhamos essa guerra – Jia tinha um dedo em riste e sua expressão era em pura raiva – Se mais caçadores e seres do submundo morrerem, vocês automaticamente viram alvos e são mortos.

Marcus e Caius acabaram concordando com a consulesa que se afastou para cuidar dos caçadores que se feriram de forma superficial aplicando a runa Iratze neles.

Com a luz vermelha iluminando o ambiente foram distribuídos as tarefas de vigias para algumas duplas para deixar os outros descansarem um pouco se preparando para o segundo dia.