Red Flowers

Eu me apaixonei, perdidamente.


O silêncio sepulcral que se instalou na sala continuou por alguns segundos, que para Mônica pareceram horas. Os olhos castanhos dela encaravam o do menino ainda parado a poucos metros dela, o mesmo menino que ela considerava até poucos meses o amor de sua vida, a pessoa com quem passaria a sua pequena eternidade, olhá-lo e lembrar-se que esse sentimento imenso de amor que ainda existia em seu coração não era correspondido fazia com que Mônica sentisse uma dor imensa em seu peito, uma dor que era quase física, como se alguém estivesse com seu coração nas mãos e o apertasse lentamente, sufocando.

Mas não era isso que ele havia feito? Afinal, seu coração sempre havia pertencido a ele, desde que eram crianças de sete anos e Mônica corria atrás dele com seu coelhinho, e após cada coelhada o perdoava, até a adolescência quando sentimentos mais complexos começaram a surgir, sempre haviam sido ele, seu eterno Cebolinha.

O encanto foi quebrado quando ele lentamente deu um passo na direção da garota, que ainda o olhava estática.

— Mônic... – ele interrompe o chamado no meio, quando em resposta, a menina balança a cabeça em uma negativa, somente uma vez e lentamente, porém a mensagem era clara. Ele recua novamente e a olha por outros longos segundos antes de andar a passos rápidos para o final da classe e se sentar ao lado de Cássio.

Mônica respira, soltando a respiração que nem havia percebido prender, e apoia a cabeça em suas mãos a abaixando e fixando o olhar na mesa. A sala toda continua em silêncio, nem uma palavra havia sido dita desde a entrada de Cebola na sala. Quando o professor finalmente entra, o alívio coletivo é quase audível. A garota ergue a cabeça e fixa os olhos no professor e em nenhum momento, pelos 40 minutos restantes da aula, Mônica os desvia.

Nenhum dos sentimentos anteriores poderia ser vistos em sua íris castanha, mas não porque haviam sumido, mas sim porque agora se encontravam no âmago da garota. Seu interior era um caos, dor, tristeza, raiva e amor borbulhavam dentro dela mas nada transparecia, quem a olhasse veria somente uma aluna focada, mesmo enquanto sua mão se movia agilmente sobre o caderno, fazendo anotações, os olhos continuavam fixos e serenos. Mais uma demonstração de força daquela garota única, que por pressão externa e de si mesma havia aprendido ao decorrer dos anos que fraqueza não era uma opção pra ela, não, ela era a dona da rua, tinha que ser forte sempre, mesmo quando estivesse destruída por dentro.

O tempo decorreu lentamente, aula após aula Mônica se manteve firme, sem desviar os olhos de qualquer que fosse o professor que se encontrasse a frente da sala, ninguém havia tentado falar com ela, o que era um alívio. Quando o sinal avisando o final daquele período tocou, só então os olhos da garota se desviaram, ela se levantou e arrumou sua mochila, um breve olhar para Magali bastou para transmitir a amiga seus pensamentos, esta acenou em concordância lentamente, deixando claro que havia entendido.

Mônica saiu pela porta calmamente, mas teve o mesmo efeito que um furacão, algo em seus olhos faziam as pessoas saírem do seu caminho. Seus passos a levaram para o único lugar que considerava seguro agora, um lugar que ela achava que mais ninguém conhecia.

Se abaixou e passou por entre a proteção de plástico, o lugar continuava empoeirado e mal cuidado, ela se desviou das latas, papéis e caixas pelo caminho, se dirigindo para o fundo daquele refúgio, quando se deparou com a parede de concreto ela virou á direita e alguns passos a levaram para a escada que ela conhecia tão bem, ela nem ao mesmo precisava tomar cuidado ou pensar onde pisar, seus pés sabiam exatamente quais pontos eram seguros, em segundos ela havia chegado ao último degrau que era um quadrado de concreto, maior que os outros e se encolhia abaixo da porta de metal acima de sua cabeça, com uma mão ela a empurrou e a porta abriu para o lado, Mônica se ergueu, apoiando as mãos de cada lado da abertura, impulsionou o corpo para cima e finalmente se encontrou no seu espaço particular.

Aquele lugar havia sido uma grande descoberta, quando anos antes Mônica ajudava na limpeza e arrumação da escola após uma das várias festas que aconteciam ali todo ano, a abertura se encontrava em uma sala abandonada atrás de um grande armário de madeira, ao entrar ela se deparava com uma pequena sala com nada além de lixo, mas as escadas levavam a um quartinho ainda menor, era um quadrado pequeno, com 6 passos de largura cada lado e uma grande porta de vidro que se abria para os fundos da escola, dando uma ampla vista do telhado e da floresta a frente. Aquele lugar era escondido pois se encontrava na parte de trás do prédio, com as grandes árvores impedindo que fosse visto por qualquer outro lado senão para o oeste, e mesmo assim quem quisesse ver teria que se embrenhar na densa floresta e subir em uma das árvores. O chão era revestido com um fofo tapete preto que Mônica havia colocado ali após cansar de ficar com dor por passar horas sentada no frio e duro chão de concreto batido. As paredes reuniam diversos desenhos ou escritas que a garota fazia, letras de músicas, citações de livros, ou qualquer outra coisa que se passasse em sua mente estavam representadas ali.

Mônica se encosta na parede contrária para a porta e desliza lentamente até estar sentada no chão, ela se encolhe, trazendo os joelhos em direção ao peito e escondendo ali seu rosto, os cabelos caem em cascata ao seu redor e então as lágrimas começam a cair. E Mônica se permite isso, ficando ali, sentindo seus sentimentos aflorarem. Tinha esperança de pelo menos assim, sentir algum alívio no aperto em seu peito.

Minutos se passam até Mônica finalmente levantar a cabeça, as lágrimas já haviam parado de escorrer, mas os olhos agora estavam inchados e vermelhos. Ela não sabia exatamente o que a tinha alertado, mas sentia que alguém subia as escadas, embora não houvesse nenhum som que indicasse isso.

Ela não sabia quem esperar, mas quando os cabelos loiros invadem sua visão, não pode esconder sua surpresa, ficando momentaneamente paralisada, demora alguns segundos para raciocinar que a garota não conseguiria subir ali sozinha, e já está se levantando quando esta se pronuncia.

— Mônica, será que poderia me ajudar? Eu não consi... – a loira se interrompe quando a visão de Mônica se avulta acima dela, os olhos e o nariz vermelho indicam de primeira que a garota havia estado chorando e isso é uma novidade, ela desconfiava que ninguém nunca havia visto a dona da rua chorar.

— Apoia seus pés na abertura e faz impulso pra cima. – é a resposta curta que a garota dá ao estender suas mãos para a loira e puxá-la para cima. Após se certificar que esta está segura, Mônica se senta novamente e fixa o olhar no horizonte, sem mais nada dizer. A outra se senta ao dela, dando tempo para a morena, pois parece ser a coisa certa a fazer, discorrem-se longos minutos até que Mônica finalmente fale, minutos que a loira passou em um silêncio paciente – O que você tá fazendo aqui, Carmem?

É a vez da loira ficar em silêncio antes de responder, afinal era essa a mesma pergunta que se passava em sua mente “O que eu estou fazendo aqui?”, até que suspirando, a garota decide pela verdade e começa a falar.

— Eu ouvi vocês aquele dia, Mônica. – a morena vira a cabeça para a outra, os olhos demonstrando confusão com a declaração, engolindo em seco a garota continua – Aquele dia que o Cebola foi na sua casa e disse tudo aquilo... que vocês... enfim, eu estava lá, Mônica, e escutei tudo.

Ela termina de falar rápido e percebe quando a garota ao seu lado finalmente entende do que ela falava, os olhos passam de compreensão para raiva e em seguida, vergonha. Mônica abre a boca algumas vezes, mas nenhuma palavra ou som sai, mas Carmem entende mesmo assim, a pergunta que ela não conseguia formular estava estampada em seu rosto.

— Não foi de propósito, eu não fui lá bisbilhotar nem nada, só aconteceu. Quando eu cheguei, vocês já estavam discutindo e eu fiquei tão surpresa, sem saber o que fazer que fiquei paralisada, eu ouvi quase tudo antes de finalmente perceber que eu deveria ir embora.

Carmem a observa, vendo seus olhos repentinamente se tornarem calmos, nenhuma emoção era transmitida ou vista neles. E isso faz um calafrio subir pelas costas de Carmem, muitos que não conheciam Mônica achavam que sua versão mais perigosa era quando ela gritava ou usava sua força, mas a realidade, que poucas pessoas sabiam era que aquela versão fria, calma e calculista era na verdade a sua versão que deveria ser temida e que causava mais danos. Do grupo da “turma da Mônica”, as pessoas presumiam que o Cebola era o cérebro e ela só os músculos e força, mas Mônica era tão inteligente e fria quando o troca-letras, somente não demonstrava isso com tanta frequência, não, ela agia como era esperado dela, jamais a inteligente, somente a forte.

— Se explique melhor, Carmem. – engolindo em seco, a loira começa a falar.

— Não foi por querer Mônica, eu não sei se você lembra, mas nós tínhamos estávamos juntas em um projeto em dupla pra aula de Português, o combinado era eu aparecer na sua casa uma ou duas horas depois da escola, e foi o que eu fiz. – Carmem para um momento e busca nos olhos da outra algum tipo de aprovação, a qual assente, demonstrando se lembrar – Quando cheguei lá, sua mãe me deixou subir, acho que ela pensou que estávamos todos juntos no projeto, que era combinado ou sei lá, mas o importante é que ela me deixou subir sem avisar. No momento em que eu cheguei perto da porta do seu quarto, eu escutei as vozes, minha mão já estava na maçaneta, quando algo me fez parar e eu fiquei escutando. Eu fiquei surpresa, Mônica, de ouvir ele falar aquilo tudo pra você, de falar que... eu nunca imaginei, vocês eram a Mônica e Cebola, ninguém nunca esperou que realmente pudessem terminar, já parecia que o destino de vocês estava entrelaçado desde que nasceram. Eu não pude acreditar e admito que a curiosidade tomou a melhor de mim, eu não pude me obrigar a afastar e não escutar, somente depois de alguns minutos, quando ele começou a ir em direção a porta eu finalmente acordei, a última coisa que eu escutei antes de sair correndo dali foi você pedindo pra ele ficar. Eu juro que não foi por mal, Mônica.

Carmem parou e respirou fundo, para repor o ar em seus pulmões, havia falado tudo sem ao menos parar para respirar e agora encarava a amiga, que havia encolhido em si mesma, os joelhos próximos ao corpo, os braços em volta das pernas, ela se apertava como se de alguma forma pudesse se concertar se usasse força o suficiente, como se pudesse juntar os pedaços em que se encontrava e ficar inteira de novo. Assentiu lentamente, indicando que entenderá tudo.

—Você contou para alguém? – a voz saiu firme e sem nenhum tremor, mas a pergunta irritou a loira, que respondeu de forma tão firme e ríspida que assustou a outra garota.

— Eu não sei que tipo merda de ser humano você acha que eu sou, mas saiba que nem mesmo eu seria capaz de fazer algo assim. Não, eu não contei a ninguém, Mônica. – a outra a olha surpresa, com os olhos levemente arregalados, até que a expressão relaxa e um sorriso surge no rosto da morena, que se vira para as portas e a paisagem que se estende a frente delas e as duas recaem em um novo silêncio, o qual quem quebra dessa vez é a loira.

— Eu... meio que te entendo, Mônica. – a garota não olha para a outra mesmo quando essa começa a falar, se limitando a balançar a cabeça como quem diz “Não, você não entende”, mas isso não a impede de continuar falando, ela sentia que precisava tirar aquele sentimento do peito, talvez contar para alguém que havia passado por algo semelhante, mesmo que de forma mais intensa, talvez ajudasse a sua própria dor a diminuir, era mais um ato para seu próprio bem, do que de solidariedade – Eu namorava um cara, ele era um amigo da família. Alguns anos mais velho, rico e perfeito, ou pelo menos foi o que eu achei no começo. Ele me paquerou, deuses, como é estranho e antigo dizer isso, mas é como melhor define o que ele fez, durante semanas. Mandava flores, chocolates, cartões e presentes todos os dias para mim, todo dia eu chegava em casa e havia uma caixinha na porta me esperando. Aos poucos, sem nem perceber, eu me apaixonei, Mônica, perdidamente. Nós namoramos durante meses e eu nunca, nunca tinha sido tão feliz, eu finalmente sentia que alguém me amava e me entendia como eu era. Mas, em algum momento, as coisas mudaram. Ele não me ligava mais, e os presentes deixaram de me esperar em casa, estava sempre ocupado e eu nunca era prioridade. Um dia, eu cheguei em casa e ele estava me esperando, me joguei em seus braços mas ele me afastou e quando eu olhei em seus olhos percebi o que aconteceria antes mesmo que ele falasse. As coisas que ele falou... ainda doem. Me chamou de fútil, que eu era um passatempo divertido, mas que nem toda a minha beleza compensava a minha estupidez. Eu não quero, não consigo, repetir tudo, mas ele me disse coisas que eu sempre pensei de mim mesma, e ter alguém confirmando isso, alguém que eu amava, me quebrou. Eu implorei pra que parasse de falar, mas ele continuou, parecia ter algum prazer mórbido em me humilhar. Quando ele finalmente foi embora, eu estava sem forças, os empregados me levaram pro meu quarto e eu não sai de lá durante uma semana, não comia, mal me mexia e só dormia quando o cansaço me obrigava. Meus pais me obrigaram a fazer terapia, eu ainda vou, uma vez por semana, mas isso não passa rápido. Os fantasmas do que ele disse ainda sussurram na minha orelha durante o dia ou de noite e... e...

Nesse momento, Mônica puxou a garota que chorava compulsivamente para perto de si, a abraçando e deixando-a chorar o tempo que bem entendesse. Os minutos se arrastaram novamente, mas aos poucos ela parou de tremer e as lágrimas pararam de escorrer. Só então Mônica a soltou, a loira se se encostou à parede e respirou fundo algumas vezes, quando por fim abriu os olhos, Mônica já havia deixado de observá-la, pelo que a garota foi grata. Pegando sua bolsa, tirou de lá sua nécessaire e começou a se arrumar, abriu um espelho e o apoiou em suas pernas, com um lenço limpou os olhos e o nariz, reaplicou delicadamente sua maquiagem e terminou com uma passada leve de brilho nos lábios. Quando Mônica enfim ouviu o zíper da bolsa se fechar, só então ela voltou a olhar para a loira ao seu lado, que lhe devolveu o olhar, quem a visse jamais diria que tinha chorado. As duas, repentinamente, começaram a sorrir uma para a outra, quem imaginaria que duas pessoas de mente e personalidade tão distintas e com o histórico que as duas tinham poderiam compartilhar um momento tão intimo como aquele? Seria o início de uma amizade? Embora negassem, em seus íntimos ambas as garotas esperavam que sim. Sem dizer uma palavra, Carmem se dirigiu para o alçapão e sentou-se na borda, apoiando as mãos de cada lado da abertura, pronta para descer, quando a voz de Mônica se fez ouvir atrás dela.

— Sabe, loira de farmácia, você devia tentar ser legal mais vezes, é quase suportável te ter perto quando age assim. – a garota trava e sorri, sabia que Mônica estava apenas fazendo uma piada, podia sentir que não havia maldade em sua voz, por isso não se ofendeu.

— Não ouse contar isso para alguém, se bem que ninguém vai acreditar em você se disser. – ela diz enquanto desliza o corpo pela abertura e desce as escadas, e a última coisa que houve é a gargalhada de Mônica, antes de enfim sumir pela abertura de plástico do local.

Mônica ainda se deteve ali por um bom tempo, perdida em seus próprios pensamentos, sabia que já estava no final da uma hora de almoço que os alunos tinham se já não estivesse atrasada, mas ela não tinha a intenção de participar das próximas aulas. Não se importava o que as pessoas pensariam de sua atitude, ela iria para a casa, era o máximo que podia suportar por um dia.

Quando se levanta, Mônica se detém um momento, tirando um marca texto preto da bolsa e escrevendo em uma das paredes. Só enfim, ela desliza o próprio corpo pela abertura e segura a alça do alçapão, dando uma última olhada nas novas memórias que havia adicionado ao local, antes de fechar a abertura.

“... o destino de vocês estava entrelaçado desde que nasceram.”

“Não ouse contar isso para alguém, se bem que ninguém vai acreditar em você se disser.”

Mônica se encaminha para a saída da escola, escolhe o caminho menos usado pelas pessoas, que é o que passa por trás da quadra, seu olhar é focado a frente, a cabeça erguida, mas algo a faz olhar para os lados e o que ela vê a paralisa no lugar. A garota não a vê, mas Mônica a observa terminar de comer seu lanche, olhando para o chão a sua frente, mesmo de longe era clara a expressão triste que a garota possuía. Ela estava escondida, almoçando sozinha. Essa constatação faz uma onda de culpa invadir o corpo da garota, que continua ali, observando, enquanto a outra se levanta e vai para a lixeira e em seguida sai dali a passos lentos, os cabelos loiros brilhando ao entrar em contato com o sol.

Em vez de ir direto para sua casa, Mônica se dirige para sua cafeteria preferida, no caminho, pega seu celular da mochila e busca pelo único contato ali que nunca usou, digita uma mensagem simples e o guarda novamente na bolsa.

Quando abre a porta e o cheiro familiar do lugar lhe atinge, uma mistura de café, chocolate e livros, a garota se permite sorrir e uma sensação de felicidade que estava ausente o dia todo lhe atinge, certas coisas nunca mudam. Aquele era um dos seus lugares preferidos, tinha perdido a conta de quantas vezes tinha sido seu refugio após dias estressantes ou brigas com os amigos. Ela tenta não pensar no “amigo” em especial que quase sempre era o motivo de ela se refugiar ali.

Se dirige para a mesa de sempre, a qual fica posicionada no canto do lugar que tem uma grande parede de vidro, possibilitando que quem se sentasse ali visse a rua e todas que passavam ali, mas não permitia ninguém vê-se de volta. O vidro tinha duas faces, por fora era um espelho e por dentro era transparente. Ela se sentou, e bastou olhar para a atendente no balcão e lhe dar um aceno com a cabeça para que essa entendesse que podia trazer o de sempre, Mônica espera seu pedido chegar enquanto olha as ruas agitadas do bairro, um casal com moletons azuis combinando passam rindo de mãos dadas, um executivo elegante passa apressada com seu celular na orelha e pasta na mão, uma mãe com seu bebê adormecido no colo sorri para o vento, uma mulher de capa de chuva amarela passa calmamente pela calçada, um guarda chuva vermelho girando em sua mão. Sempre que estava ali, um sentimento de pequenez a atingia, cada pessoa que passava ali tinha seus próprios problemas, pensamentos, felicidades e tristeza, seu próprio mundo pessoal, seus problemas sempre pareciam menores quando ela se lembrava disso, que ela não era a única a estar sofrendo no mundo.

Quando seu pedido chega, um chocolate quente com bolinhos de morango, Mônica pega seu celular e um caderno de capa de couro da bolsa. Ao ler a confirmação que esperava, ela deixa o celular de lado e começa a escrever, as palavras da história surgindo em sua cabeça de forma instantânea, como se a história já estivesse ali, somente esperando para ser contada. “E a moça girava o guarda chuva entre seus dedos, a capa de chuva molhada fazia escorrer água pelas suas pernas, entrando em suas botas, mas ela mal percebia...”

Você pode me encontrar na Coffe and Books ao final da aula, por favor? Pode ir direto, já estarei esperando. É importante.”

“Ok.”

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.