Red And Blue?

For The Love Of A Daughter


Érika mode on
Estava sentada no sofá lendo jornal como de costume até que a campainha tocou, fui ver quem era, eram meus pais chegando do trabalho, e agora, como vou explicar o que aconteceu?


-Oi meu amor. -minha mãe disse me dando um beijo na testa.
-Oi mãe, ou pai... -respondi desgostosa.
-E cadê a Sophia? -meu pai perguntou.
-Ér... Ela está lá em cima. -respondi desanimada.
-Tem certeza? -novamente meu pai perguntou.
-Tenho. -respondi e sorri.
-Tudo bem, então não haverá problemas se eu subir para chamá-la, estou com saudade das minhas filhas. -minha mãe disse indo na direção da escada.

Corri até ela impedindo-a de passar e disse:

-Tudo bem, a Sophia não está, logo que chegou do colégio, subiu para o quarto. Fiquei algum tempo batendo na porta e chamando ela, estava preocupada pois quando ela chegou, não parecia muito feliz. Ela saiu do quarto e me disse que iria ver TV, eu disse tudo bem e fui pegar meu celular no quarto, quando voltei ela não estava em lugar nenhum, creio que tenha fugido.
-De novo? -meu pai disse com o tom de voz alterado- Quando isso vai parar? Essa garota não pensa? Onde ela se meteu? Olha, já cansei dessas palhaçadas, eu vou tomar um banho que ganho mais, vocês que resolvam o que fazem, eu lavo as minhas mãos.

Meu pai foi para o quarto, minha mãe foi atrás com a intenção de acalmá-lo, acho meio difícil, eu não sei o que a Sophia tem na cabeça, ela some sem falar nada, sem dar um motivo, a ultima vez que saiu assim, ela voltou bebada e amparada por um taxista.

[...]

Já era tarde, bem tarde! Meus pais já estavam dormindo, e eu, bom, eu estava no sofá esperando a Sophia, espero que ela volte hoje. Cochilei um pouco, acordei com um barulho na porta, graças a Deus, Sophia estava chegando.

-Onde você se meteu? -perguntei preocupada.
-Calma, fala baixo, tive que sair, dar uma volta por aí...
-Por que você fez isso?
-Tive um dia ruim.
-Só isso? Por favor, somos amigas, me fala...
-Érika, amanhã, ok?! Estou cansada e com sono. -me deu um beijo na testa e foi para o quarto.

Sinceramente, eu não sei mais o que fazer com minha irmã.

Sophia mode on
Que dia terrível, hoje foi meu primeiro dia numa escola nova, eu e minha família nos mudamos a poucos dias para New York, parece que os negócios dos meus pais estão dando certo então resolveram mudar de vida, a unica parte que gostei nisso tudo é que a Brenda mora aqui, é ótimo poder vê-la depois de tanto tempo. Primeiro dia, mas adoraria que fosse o ultimo, meus novos "amigos" são horríveis, achei que bullying seria raro por aqui, mas é tão presente quanto no Brasil. Hoje no refeitório, eu estava sozinha, Brenda (minha melhor amiga) não foi ao colégio pois tinha consulta, continuando, um grupo de meninas se aproximou de mim e começaram a fazer piadinhas sobre mim, riram do meu cabelo, da minha roupa, do meu jeito de se maquiar... Enfim, me zoaram demais, e por fim, na hora da saída, as mesmas piranhas chegaram com 3 garotos e me derrubaram numa poça de lama, riram ironicamente e disseram: Está sujinha é? Não tem problema, iremos dar um jeito nisso. Chamaram mais um grupo de pessoas e me jogaram água com garrafinhas, eu me senti um lixo, não entendi o motivo de fazerem isso. Eu fui de skate pra escola, cheguei em casa e minha roupa já estava meio seca, me troquei no quarto e saí, não foi difícil achar cigarros e whiskey por aqui... Cheguei em casa tarde, minha irmã estava me esperando no sofá, sinto pena dela, a gente briga tanto mas eu amo ela, acho que ela é uma das poucas pessoas que me entendem.

[...]

Acordei com um barulho esquisito mas reconhecivel, vou tirar satisfação agora, que merda em. Abri a porta e fui furiosa até o quarto da minha irmã. Bati a porta e começei a gritar: ÉRIKA, QUE PORRA É ESSA?! DESLIGA ISSO JÁ!!!! Ela abriu a porta e disse:

-O que foi? Mal acordou e já está de mau humor?
-Eu ainda estaria dormindo se você não tivesse ligado essa marmota cantante.
-Bitch, please! This is Lady Gaga. -e fechou a porta na minha cara.

E agora? É Sábado e eu estou louca pra dormir mais, ai que vadia, na boa. LOVE, LOVE, LOVE, I WANT YOUR LOVE. Por que ela ouve isso? Quem precisa de amor quando se tem um poster do Johnny Depp na parede com aquele sorriso lindo olhando pra você? Enfim, voltei para meu quarto, fiz minhas higienes, cantei algumas musicas do album Believe, na boa, Justin Bieber e Lana Del Rey são mil vezes melhores que a Lady Gaga, aquela marmota desnutrida. Fui para a cozinha, estava morrendo de fome, me surpreendi quando olhei o relógio, como assim eram oito da manhã? Eu não acredito, minha irmã me paga! Abri a geladeira, peguei suco e quando olhei para a porta, lá estava meu pai, sério e me olhando fixamente, tentei um diálogo mas ele não me respondeu, ele não vai falar comigo, é o fim, meu pai é tipo, tudo pra mim... Ele se virou e saiu, meu mundo parecia desabar, senti um frio dentro de mim e deixei o copo de suco escorregar da minha mão, Miranda, a nossa empregada, viu a cena, acho que ela percebeu o clima estranho entre eu e meu pai.

-Deixa que eu limpo isso, vai descançar querida.
-Obrigada, Miranda.

Fui para o meu quarto, tranquei a porta e começei a chorar, chorei tanto que cheguei a cochilar.

Michael mode on
Foi meio difícil ignorar a minha princesa daquele jeito, mas eu estou realmente chateado com ela. As atitudes dela não me agradam nenhum pouco, saí para dar um volta, decidi conhecer um pouco o bairro...
Voltei para a casa quase na hora do almoço, Annelise estava linda, estava na cozinha com Miranda terminando o almoço, antes do almoço decidi tomar um banho, quando estava indo para meu quarto, passei em frente ao de Sophia, ouvi ela cantando, aquilo me fez sentir pior do que já estava, a musica dizia: Don't you remember I'm your baby girl? How could you push me out of your world? Lied to your flesh and your blood put your hands on the ones that you swore you loved!
Não conti minhas lágrimas, não queria que ninguém me visse chorar então fui direto para meu quarto. Tomei meu banho e esfriei a cabeça, quando estava indo na direção das escadas, encontrei Sophia, ela olhou pra trás e paralizou, eu não sabia o que fazer, eu não podia ignorar minha filha daquele jeito, eu queria conversar mas tinha algo dentro de mim que me impedia de ir até ela, abraçá-la e perguntar o porquê de ela tomar atitudes tão sem nexo como vem fazendo a tanto tempo...