Como prometido, Falk me levou a casa da minha mãe. Não antes parar na casa de Hiver, afinal, era para eu estar com ela, não com Falk.

Minha mãe nos recebeu na porta com uma calça jeans e um casaco fino por cima de uma blusa amarela.

- Filha! – Ela exclamou.

- Oi, mãe.

Nos abraçamos enquanto ela me dizia como tinha sentindo minha falta.

- Entrem, entrem.

Ela nos convidou. A casa estava totalmente organizada, parecia que sabia que todos nos viríamos.

Sentei no sofá e Falk sentou ao meu lado, Hiver sentou-se na poltrona ao meu lado. Minha mãe voltou da cozinha trazendo uma bandeja com biscoitos e chá. Ela nos serviu e começou um pequeno interrogatório...

- Então, você deve ser Hiver. – Ela bebericou o chá enquanto olhava para Hiver.

- Sim, sou eu.

- E você... – Mamãe olhou para Falk.

- Sou- – Interrompi Falk antes que ele pudesse completar a frase com qualquer mentira estupida.

- Falkon é o namorado de Hiver. – Falei abruptamente.

Nem percebi que o que eu disse era mais estupido do que qualquer mentira que Falk poderia contar.

- Ah! E você trouxe as meninas?

- Sim, eu moro perto.

- Oh... – Mamãe bebericou o chá.

Sorri amarelo.

- Filha, você parece tão... Forte. Anda fazendo algo?

- A-Ah, eu? Ah, não, mãe. É só que- Faz tempo que não nos vemos, em uma semana, ahn... Não, acha que pareço melhor?

Eu nunca consegui mentir para minha mãe como pode ver.

- Parece saudável, querida. Mas só não se machuque às vezes as coisas mais perigosas são as mais perto de nos.

Minha mãe levantou da poltrona e levou seu chá até a cozinha. Encarei Falk por alguns instantes, perguntando em silencio se eu tinha ouvido o mesmo. Eu podia sentir outro sentimento dentro de mim, um que não era meu. Sentia angustia e acho que insegurança, que era exatamente o que o exterior de Falk passava, aquelas emoções eram dele, não minhas. Eu me sentia nervosa e só.

Ouvi um barulho nas escadas. Levantei de uma vez.

- Mãe? – Chamei.

Outro passo nas escadas.

- Mãe?! – Chamei novamente, agora um pouco mais insegura.

Falk se levantou e me puxou para traz dele. Hiver se levantou devagar, sem fazer sequer um som. Ouvi um grito gutural vindo das escadas, minha mãe pulava do alto da escada com um machado na mão, e ela vinha em direção a Falk.

Falk me empurrou para longe, Hiver me pegou no ar antes que eu pudesse cair no chão e bater com a cabeça na mesa. Minha mãe veio para cima de Falk com tudo, ela tentava golpeá-lo com o machado, mas Falk segurava a madeira.

- Mãe! Pare! Ele é meu guardião! Se você mata-lo eu vou sentir a dor! – Gritei.

Empurrei minha mãe para longe de Falkon e me postei na frente dele, ajoelhada.

- Do que você está falando? Ele é apenas um mero caçador! Vai te matar!

- Não! Nos fechamos o contrato, ele é meu guardião!

Mamãe abaixou o machado e me escutou, contei a ela tudo. Que Falk tinha se rebelado contra sua família e me protegido, pois achava isso certo; que iria conhecer minha família paterna; que Hiver seria em principio minha guardiã; que estava sendo treinada. Ela ouviu tudo isso em silêncio, piscando algumas vezes.

Quando acabei, ela se sentou na poltrona, o machado apoiado em suas pernas.

- Eu sei. Eliot me contou tudo.

...

Minha mãe disse que no dia anterior, Eliot tinha aparecido, tinha dito quem era e o que minha hora tinha chegado, que eu deveria conhecer minha família. Inventou mentiras e escondeu verdades, minha mãe pensou o pior e planejava assassinar Falk. O que era muito pior. Será que minha família nunca ouviu falar sobre “Dialogo”?

- Eu não sabia que ele tinha se tornado seu guardião, se soubesse, eu teria certeza que fazer algo contra você seria suicídio da parte dele. – Minha mãe disse sem olhar-nos.

- Não acha que deve desculpas? – Murmurei.

- Não importa o que ele é. Tem sangue de caçador, o sangue que matou o meu marido, o seu pai.

- Mãe, sangue não importa, sangue não muda seu caráter.

- O que você fez? – Minha mãe franziu as sobrancelhas.

- Um contrato.

- Você o beijou.

- É... – “Mas de uma vez na verdade”, era o que eu queria dizer.

...

Fomos embora depois de explicarmos tudo, assim como explicamos para Edmund, mas ao contrário dele, mamãe pareceu entender, não que aceitasse bem ou gostasse da ideia, ela só gostava da ideia de eu estar protegida.

- Ela ficou louca, ela enlouqueceu.

Eu andava de um lado pro outro na frente de Falk e Hiver, eles apenas me observavam ir e voltar.

- Vocês viram aquilo? Ela pulou de um lugar muito alto! Como conseguiu fazer aquilo?! – Parei em frente a eles.

Falk suspirou: - Fox, sua mãe tinha que saber se defender também. Não sei como ainda lembra como fazer aquilo, mas ela simplesmente sabe.

Voltei a me mover. Reparei que Falkon estava sentindo alguma coisa, alguma espécie de sentimento forte toda vez que eu não propositalmente girava em meu vestido.

- Eu vou pra casa, acho que vocês tem que conversar. – Hiver disse pegando sua bolsa que estava em cima do balcão da cozinha.

Levei Hiver até a porta e voltei para onde Falk estava, eu ia perguntar sobre o que Hiver estava falando, mas ele me agarrou pela cintura, me girou como se estivéssemos dançando e pôs meu corpo contra a beirada do balcão. O corpo dele estava tão perto do meu que eu sentia o coração dele bater.

- Você poucas vezes usa vestido.

Eu estava com um vestido vermelho meio rosado, ele era levemente rodado, uma fita passava entre as casas no decote e se enrolava em minha cintura, com um laço nas costas. Ele era curto, sim, talvez curto demais, mas eu – e minha mãe – gostávamos dele. Eu já estava descalça, mas antes estava com uma sapatilha vermelha fosca.

- É... Mas eu gosto. – Falei me inclinando para trás, para longe dele.

As mãos de Falkon estavam segurando o balcão dos dois lados do meu corpo, me impedindo de escapar por qualquer lado. Eu já sentia os arrepios do seu corpo em aflição com o meu.

- Eu gosto.

Falk pegou minha perna esquerda e a puxou para cima, quase deixando minha calcinha amostra, olhei para baixo, para sua mão.

- O que você está fazendo?

Tarde de mais, Falk já começava a beijar meu pescoço. Ele tinha se abaixado para poder me alcançar. Desabei, em seus braços, caindo em seu ombro e agarrando seu pescoço com uma das mãos e a outra deixando livre em suas costas, agarrando sua camiseta com a mão direita. Falk me segurou com o outro braço e riu, seu risinho sentido em minhas cordas vocais me fez gemer bem baixinho, mas ele ouviu de qualquer forma, ou sentiu, pois soltou minha cintura durante um instante, para poder agarrar minha outra perna e me sentar em cima do balcão, fiquei mais alta. Ele ainda segurava minhas coxas quando me olhou de baixo e com os lábios entreabertos, mas foi só durante alguns segundos. Falk me encarou com seus olhos verdes, enquanto me olhava nos meus olhos azuis, seus olhos foram ficando mais claros, franzi as sobrancelhas. Ele foi descendo o olhar sobre meu corpo.

Falkon recomeçou a beijar meu pescoço, agarrei sua camisa e joguei a cabeça para trás, então depois de um arrepio prolongado e um gemido, ouvi um “pop”. Abri os olhos e Falk parou, sorrindo. Passei a mão no meu pescoço e olhei para sua cara de sacana.

- Não você não fez isso.

Peguei uma colher ao meu lado e a apontei para o meu pescoço, pelo reflexo, vi um pequeno roxo começando a se formar.

- Você deixou marca!

- A minha marca. – Falk sorriu sexy.

Sorri furiosa e o puxei pela camisa, com a cabeça abaixada até seu pescoço, lambi e beijei-o como ele tinha feito. Falk gemia mais que eu, e seus olhos se fechavam franzidos. Ele passeava suas mãos pelas minhas pernas, subindo e descendo... Parei em um ponto de seu pescoço e o mordi, Falk emitiu um pequeno grito misturado com gemido, me fazendo rir e deixar minha marca nele também. Falk me puxou para trás e eu cobri a boca rindo.

Ele tentou olhar para seu próprio pescoço, mas não conseguiu, obviamente. Ele olhou para mim, com uma expressão brava. Me puxou pelas alças do vestido e tocou meus lábios com os dele, me fazendo gemer e consequentemente faze-lo aumentar a força. Nossos arrepios se trocavam, aumentando um ao outro. Eu pressionava a cabeça de Falkon contra o meu rosto, fazendo uma bagunça em seu cabelo. Falk desceu uma das mãos até chegar as minhas costas e soltou o laço do vestido, afrouxando o decote e deixando meu sutiã a mostra. Ele me empurrou para trás, enquanto gemia, eu abri a boca ligeiramente e senti-o fazendo o mesmo, apoiei uma das mãos no balcão, minhas costas quase encostando na superfície fria. Falk enfiou sua língua sutilmente dentro de minha boca e soltou sua mão direita do meu vestido e a colocou embaixo de minha cabeça. Ele me deitou no balcão e deitou em cima de mim. Ele passou a beijar meu pescoço como beijava minha boca e eu a me debater lentamente no balcão, ele foi descendo até chegar a altura do meu decote.

Abri os olhos e o afastei de mim com um chute, levantando rapidamente. Limpei a boca com as costas da mão e saltei do balcão.

- Falkon! O que esta fazendo?! E-Eu sou virgem! – Gaguejei.

- Eu suspeitava, mas eu... Eu só pensei que o sexo seria incrível.

Falk parecia... Sem graça.

- Então da próxima vez, pergunte se eu quero!

Amarrei o vestido de volta e concertei meu cabelo. O cabelo dele estava uma bagunça e a camiseta estava tão amassada quanto o meu vestido.

- Desculpe, eu fui irresponsável.

- Sim. Desculpas aceitas.

- Eu acho que vou subir. – Falk estava vermelho.

- Tá.

Observei Falkon subir as escadas e me apoiei no balcão, ainda sentindo os arrepios que ele me provocara.

- Merda, porque isso continua?