Rainbow War

Gentil com uns, mortal com outros


POV Perla

Se algum dia alguém dissesse que eu tinha uma tara por garotas agressivas, eu desmentiria com fervor! Depois dessa de hoje, todos os meus fetiches de bondage tinham ido pras cucuias. Nunca tinha levado uma surra tão grande como levei hoje, e quase surtei quando percebi meu corpo todo dolorido! Mas não a dor comum. Era como se eu tivesse me queimado, aí me lembrei de tudo.

A batalha, a fúria, o raio… Fliender! Ela tinha derrotado a nós quatro com tamanha facilidade! Quando foi a Tati, eu pensei ter encontrar a alien mais forte, mas agora eu repenso a escolha. Qualquer uma das duas era um monstro de poder. É terrível ter as duas no mesmo time, pelo menos uma delas poderia vir para o meu lado. E agora eu tinha que ligar pra minha preocupação e ver se ela atendia.

Mas isso poderia esperar. Tinha coisas mais urgentes a serem feitas, tipo despertar minha equipe e reorganizarmos nossa estratégia para batalhas futuras. Tentei me levantar depois de acordar, mas meu corpo doía tanto que simplesmente me deixei ficar caída no chão por mais um tempo. Tentei me concentrar para falar, mas minha voz simplesmente não queria sair.

E como se não bastasse, devia estar quase amanhecendo, pois eu lembro que o céu estava negro e agora estava quase claro. Devia ser quase cinco da manhã. Não dava pra ignorar isso, e eu tinha que ser a responsável. Levantei meu corpo caído e forcei a mim mesma a andar até os outros, não importa quanto doesse. Eu teria que fazer primeiro por mim e depois por eles.

Encontrei Jack mais próximo de mim, e fui até ele cambaleante. Eu me sentia exausta e completamente derrotada. Foi humilhante ser pega num truque tão básico quanto o que ela usara, mas eu tinha de encarar a realidade e os fatos. Abaixei-me e tentei acordar Jack, com empurrões e cutucões. Demorou um pouco, mas ele finalmente estava de pé, e agora eu não estava sozinha.

– Kahel? O que aconteceu? Nós perdemos? – perguntou Jack, com a voz mais arrasada que havia.

– Sim, mas isso não é o fim do mundo – tentei parecer confiante, mas minha voz rouca passava exatamente o contrário.

Ajudei-o a levantar e me arrependi instantaneamente. Meus músculos quase gritaram de tanta dor, e minha cabeça girou tão rápido que fiquei com vontade de vomitar. No ultimo minuto consegui me controlar e mantive a compostura. Acho que Jack deve ter percebido que eu estava mal, pois não hesitou em me apoiar nos ombros e me levar até onde Nanda se encontrava.

– Você tem certeza de que está bem? Não estou sentindo firmeza em seus passos. Os choques de Fliender foram realmente intensos. – disse Jack.

– Eu to bem, só um pouco cansada. E você? – perguntei.

– Estou bem. Não fui abatido por um choque. Por sorte, fui golpeado por um tornado da Nanda e me dei menos mal. Mas ainda to todo lascado. Vamos acordar todos e ir embora daqui. E que dia é hoje? – replicou ele.

– Sei lá. Não tenho mais noção de tempo, eu perdi junto com essa batalha.

Apesar de já me sentir mais firme, Jack não me largou e fez o possível para acordar Nanda com os pés sem machucá-la com certeza mais do que já estava machucada. A tentativa deu bastante certo, mas, quando ela virou o rosto para nos olhar, quase gritei horrorizada. Em seu rosto, marcado a fogo estava um coração partido e um M. Agora não tínhamos mais nenhuma dúvida de quem era Fliender.

– O que foi? Que cara é essa, Kahel? Eu sei que meu rosto deve estar péssimo, mas isso vai passar, não vai? Só botar uma pomada… Eu acho. – disse ela. – Desculpe, gente. Eu não consegui derrotar a Marie. Eu vacilei no momento crucial e ela conseguiu me derrotar! Mas eu não consigo me imaginar machucando minha bonequinha. Desculpem!

Nanda estava destruída. Ela sabia quem era Fliender sem que ninguém contasse. Isso sim que era amor verdadeiro. Ela só olhou nos olhos dela e já soube tudo o que estava acontecendo. Não conseguia entender nada do que se passava, mas não importava. Nanda precisava de nós mais do que tudo nesse mundo, e eu não conseguia pensar claramente. Ela levantou-se, enxugou as lágrimas e fomos atrás de Romolo.

Pelo que parecia, ele estava bem já que não havia nenhum machucado aparente. Eu glorifiquei todas as entidades celestes de todas as religiões por pelo menos um de nós poder voltar pra casa sem ter que dar explicações sobre machucados horrorosos para os pais. Não era exatamente uma coisa boa, mas ele dormia tranquilamente e parecia estar respirando. Agora era só acordá-lo, e disso, Nanda se encarregou.

– Nanda? Jack? Perla? – perguntou ele meio grogue – Pessoal, acho que levei uma boa surra. To com o corpo todo dormente por causa do choque que levei. Deixa eu só me levantar que eu conto tudo pra vocês.

Entretanto ele ainda ficou no chão por vários minutos, até que finalmente disse outra coisa. Nós estávamos tão exaustos que nem nos passou pela cabeça ajudá-lo até que ele pediu isso. E quando o levantamos, seu corpo estava tão mole que parecia uma gelatina. Não conseguia nem ficar de pé. Tentamos levantá-lo mais umas duas vezes, mas nas duas, ele foi ao chão e de cara.

– Bem, Marie disse que eu ia ficar com uma cicatriz bem grande para me lembrar eternamente dessa batalha, mas se meu corpo está limpo, então… – por incrível que possa parecer, naquela situação Romolo sorriu. – Ao que parece eu fiquei tetraplégico. Uma cicatriz interna que não vai desaparecer nunca. Ela é bem esperta, essa Marie.

Senti Jack cair em um estado de inconsciência intermediária e permanecer em pé. Senti todos os músculos do meu corpo fraquejar e quase me enverguei sobre o peso daquelas palavras. Nanda cobriu a boca com as mãos e de seus olhos arregalados saíram lágrimas que deviam ser bem amargas. A dor de todos nós devia ser zero comparada a dele. Mas surpreendentemente, ele sorria.

– Romolo, você está… Tetraplégico? Tipo, você não pode mover nem o pescoço? Como assim? – perguntei eu tentando não gaguejar.

– Parece que sim. Acho que ela me acertou com um golpe elétrico que interrompeu as conexões elétricas da minha coluna e me fez perder a capacidade de me mover. Pelo visto terei problemas para me locomover. – disse ele ainda sorrindo.

A nós, parecia uma loucura muito grande. Mas ele encarava como se fosse algo normal, e sorria como se fosse algo bom. Quando vimos, seu corpo começou a se erguer lentamente como se algum guindaste invisível estivesse fazendo o serviço pesado. Era algo quase do além contemplar aquele corpo sendo manipulado como se fosse uma marionete. Dava medo e fascínio ao mesmo tempo.

– Parece que vou ter que usar isso por um tempo. Usei um pouco de ouro para fazer um exoesqueleto diretamente nos meus ossos. Agora estou controlando meus ossos como se eu fosse uma marionete. Ainda vai levar um tempo pra aprender a controlar direitinho, mas já dá pro gasto. – disse ele ainda sorrindo.

Sua auto-confiança e atitude positiva era de se admirar, mas ainda assim eu não pude deixar de sentir meu coração de despedaçando ao ver um grande guerreiro como ele sendo abatido com aquele tipo de baixaria. Não que eu tivesse preconceito de deficientes físicos, mas a vida que ele tinha seria completamente virada do avesso.

– Eu vou matar… Eu… – ouvi Jack murmurar ao meu lado – Eu prometo, Romolo… Eu vou te vingar! Eu não vou descansar enquanto não fizer todos que estão envolvidos nessa conspiração maligna se arrependerem de tudo o que fizeram contra nós! E principalmente contra você!

Foram sussurros que todos nós ouvimos. E doeu em todos nós sentir a dor dele. Queria que isso acabasse como se eu acordasse de um pesadelo. Queria que não fosse verdade que Romolo tinha perdido os movimentos do corpo em uma batalha, e que ele teria a vida normal de volta. Mas lembrei: nós não tínhamos vida normal há muito tempo. Não ajuda pensar desse ângulo, mas é melhor que não pensar.

POV Atlantis

Acompanhei a batalha toda de longe e vi todos os momentos de destruição e caos que minha pequena Marie causou àqueles que ousava chamar de amigos. Cada golpe dado era eu quem sentia. Tremi perante o poder da minha garota, sem saber se me metia para ajudar a contê-la. Por fim, fui covarde e continuei escondido. Quando tudo acabou percebi que ela tinha vencido todos com uma facilidade até que admirável.

Sai de meu esconderijo e fui diretamente até ela exigir que deixasse aquele local e poupasse-os. Tentei usar todos os argumentos, mas ela estava resoluta a causar mais estragos. Queria a todo custo fazer mais maldades, e eu não podia permitir que a inocência da minha pequena fosse maculada ainda mais. Aquilo me magoava ainda mais do que eu poderia imaginar.

– Marie, pare com isso agora mesmo. Eu não quero te machucar mais do que você já machucou a si mesma, mas se for preciso, eu o farei.

– Você não entende, Hugo! Jack roubou a Nanda de mim. Ele roubou a única mulher que eu amo e isso eu jamais vou perdoar. – replicou ela com a voz amargurada.

– Isso não se trata de vingança! Eu também quero me vingar de alguém, mas não posso perder o meu caráter e meu objetivo! Se eu perder isso, serei apenas mais um que é controlado como uma marionete. Você não pode ser uma marionete dele, Marie! Por favor, liberte-se disso!

Eu a segurava pelos ombros com determinação, mas ela se aproveitou e descarregou uma grande quantidade de eletricidade em mim. Foi o suficiente para que eu a largasse, mas dessa vez foi ela que me segurou. Sem eletricidade, apenas com a fúria de uma garota que tinha sido enganada e traída. Mas mesmo assim, ela traia a Nanda comigo. Não justificava o que ela sentia.

– Eu sei o que você está dizendo e sei aonde quer chegar! Jack é seu melhor amigo e eu sei disso, mas não posso perdoar o fato de ter sido traída! Mesmo que eu esteja corneando a vaca da Nanda com você, isso não justifica a quebra de confiança que ela fez! – gritou ela, cuspindo na minha cara – Não me importo com mais nada desse mundo! Ela vai me pagar caro por isso, pois eu sou mais forte, melhor do que ela. Melhor do que qualquer um! Eu sou a mais poderosa, Hikari e se você se importa tanto assim com seu amigo, devia ter se juntado a ele, e não a nós!

– Eu só me juntei a eles pra proteger o Jack, mas quando eu te conheci percebi que tinha que me juntar a eles para impedir que você se envolvesse nessa loucura! Não é justo te arrastar para esse mundo!

– Nada nessa vida é justa, Hikari. Se quiser me ajudar de verdade, não me atrapalhe. Não sabe o que é dor, já que você nunca se machucou.

– Mas já machuquei incontáveis pessoas. Inclusive você. E eu sei que você está esgotava agora, pois acabou de batalhar contra quatro aliens muito poderosos de uma vez. Se eu tiver que lutar contra você agora, então eu lutarei. – disse eu, armando meus poderes.

– Hikari, eu já estou forte o suficiente para matar pessoas. Por favor, não me tente a te fazer minha primeira vítima. Apesar de sentir raiva desse seu protecionismo exagerado ao Jack e Nanda, eu ainda te amo com todas as minhas forças. E não pretendo te machucar agora. – disse ela, com um olhar duro e uma virada cinematográfica de costas.

Não deixei por menos e segurei-a pelos braços, dei-lhe mais uma virada espetacular e beijei-lhe com tanto amor que por um segundo pensei ter quebrado o feitiço que ele jogou nela. Mas não consegui abrir-lhe totalmente os olhos. Pelo menos consegui com que minha pequena Marie voltasse a vida por alguns minutos. Era o suficiente para mim.

– Hikari, por quê? Por que a gente tem que passar por isso? Eu te amo tanto, mas não me imagino sem a Nanda. Por que isso tinha que acontecer? Eu não quero mais machucar ninguém, só quero acordar desse pesadelo. Tem que ter um jeito de acordar desse pesadelo e perceber que nada foi real.

– Nem eu? – perguntei fazendo graça.

– Bem, você é um caso a parte. Tinha que acontecer de qualquer maneira. Mas não assim. Me leva pra casa? To sentindo que vou desmaiar se ficar aqui por mais tempo.

Peguei-a nos braços e fomos direto para a casa dela. A pé, é claro, pois eu não era como o Jack que tinha um moto e coragem pra dirigir sem carteira pela cidade. Marie em meus braços parecia um urso de pelúcia muito fofinho. Fiquei com olhando para ela dormindo em meus braços, tão calma, tão inocente. Minha menina dos olhos tinha voltado, mesmo que por algumas horas.

Quando cheguei a casa dela, meus pés tinham bolhas nas bolhas. Mas valera a pena para ter minha pequena de volta. E isso me deixava feliz. Dei um jeito de entrar e colocá-la em sua cama sem que as pessoas notassem. E quando terminei, levei meu corpo para fora dali e fui direto para casa. Mas não antes, passei em um lugar que poderia ser problemático se você não fosse malvado de carteira.

Entrei disfarçadamente e me aproximei da presença nefasta que Darkshadow emanava. A encenação de hoje mais cedo tinha sido bem impressionante a mim, mas agora que ele tinha voltado ao normal, sentia que falar com ele seria uma tarefa que exigiria todo o meu poder de concentração e minha capacidade de resistir a impulsos homicidas. Ainda era espantoso o poder de controle que ele detinha sobre nós.

– Você não atrapalhou o poder total da Fliender, não é? – perguntou ele com um tom que faria qualquer tremer eternamente.

– Claro que não. Nem eu conseguiria detê-la se ela quisesse alguma coisa. Ou o que você quisesse. Você não é o mestre dos cachorrinhos? – perguntei eu irônico.

– Não, eu não sou. Você sabe tão bem quanto eu quem é o Simon. E Simon diz: mate a equipe de Kahel enquanto eles estão indefesos.

– Simon pode até mandar que eu faça alguma coisa, mas não pode me obrigar a fazer realmente. Lembre que eu troquei minha lealdade pela imunidade deles.

– Que eu me lembre, você trocou apenas pela do Jack. Então você deve matar a equipe e deixar o Jack para nós. O que acha?

– Não! Não permito! Vocês não podem machucar o meu Jack, o meu melhor amigo. E muito menos me obrigar a machucar os amigos deles. Isso não é algo que está em seu poder.

Ele me olhou com uma fúria gélida. Eu sabia que se medisse as forças num cabo de guerra, eu certamente sairia perdendo, mas não me importava. Isso era algo que eu precisava vencer sozinho, pela minha honra. Pela amizade do Jack. Pelo amor da Marie. Dessa vez, eu iria até o fim, sem medir as conseqüências. No entanto, me surpreendi com sua reação nada emotiva e até controlada.

– Bem, realmente não podemos obrigar sua mente a fazer algo que você não deseja. O que de fato é bem estranho em se tratando de nós, mas isso não importa nada agora. – disse ele, soando bastante confuso pra mim.

– Seja mais explicito em suas palavras, por favor. – falei para alfinetar suavemente.

– Nós não podemos obrigar você a fazer o que não quer, mas temos outros meios de conseguir que essas coisas sejam feitas. Acredite em mim, Atlantis, eu vou conseguir o que estou buscando.

– Olhe nos meu olhos, Dark e diga isso mais uma vez. Você jamais conseguiria conseguir o que busca antes de mim. Sabe que eu sou mais forte, e que minhas razões são mais justas.

– E você sabe muito bem quem é o chefe e quem é o empregado aqui! Não quero mais discutir isso com você. Agora volte lá e mate a todos! Se quiser, deixe o Jack de fora e espere que ele se suicide. Mas mate a equipe de Kahel!

– NÃO! Eu não vou matar ninguém! Eu não sou mal como vocês, e você sabe disso! Estou aqui por vontade própria, e tenho motivos mais que suficientes para não me revoltar pelo menos por agora.

– Você está abusando da sorte, Atlantis. Reveja seus atos agora mesmo antes que eu faça com que sua cabeça se separe do corpo! – e nesse momento, eu senti que ele estava falando sério MESMO.

– Eu não tenho motivos para lutar com você. Mas acho que não fará mal se eu arrebentar sua fuça pelo menos uma vez nesses dias. – convoquei meus poderes e armei meus ataques.

Uma olhada apenas separava o momento da derradeira batalha entre mim e um ser feito absolutamente de trevas. Se a água podia lavar aquele cara, então a hora perfeita para descobrir era agora! O primeiro movimento era meu por descuido dele, então aproveitei e lancei um jato de água por trás, que por sorte, saiu como um esguicho fortíssimo. Já comentei que tinha uma torneira atrás dele?

Ele lançou espinhos de sombras sobre mim, mas consegui escapas invocando uma barreira de água entre mim e ele. Mas fui lento em notar a armadilha e quando dei por mim, um tentáculo de trevas já envolto em meu pescoço, me sufocando. Ele tinha usado a distração para se teleportar para trás de mim e usar uma técnica de estrangulamento. Antes de perder a calma, usei a água para chicoteá-lo. Deu certo.

Ele perdeu a compostura por alguns segundos e isso foi o tempo necessário para me livrar do tentáculo e rebater com balas de água disparadas sob alta pressão. Ele usou um escudo de sombras para se defender das balas, mas ainda consegui alguns estragos em seu braço. Não perdi tempo e aproveitei a ocasião para lançar a água em um jato de alta pressão que cortasse aquele cara ao meio.

Consegui aprontar o jato e usá-lo de forma perfeita, mas era um fake. Isso me preocupou, pois ele poderia ter ido para qualquer lugar, e o concreto e que apareceria atrás de mim. Consegui usar mais uma vez os jatos de alta pressão cortantes para fazer um redemoinho, mas ele apareceu em cima de mim e usava as asas de Jack, e lançou um monte de penas de sombras contra mim.

Isso quebrou minha concentração e a água perdeu pressão, então usei da melhor maneira: um contra ataque giratório. Isso levou todas as penas para longe de mim, mas ainda não estava de bom tamanho. Ele usou um martelo de sombras e desferiu um ataque direto contra mim. Usei a água para desviar o ataque e fazer um corte não muito profundo no braço dele. Agora se eu chegasse perto, a batalha estava ganha, e ele morto.

Ele sabia muito bem que não devia me deixar chegar perto, por isso tentou manter distancia, mas eu estendi minha concentração ao máximo e acabei conseguindo controlar o sangue dele a distância. Fiz o sangue se espalhar pelo corpo todo como fios de cerol que detonariam o corpinho bombado dele ao menor comando meu. A vitória estava na mão, mas era cedo demais ainda. Cedo demais.

Antes que pudesse fatiá-lo em tiras de carne, senti uma enorme dor pontiaguda na cabeça, como se estivessem enfiando agulhas de tricô por todo o meu cérebro. A dor era tão intensa que eu cai e acabei soltando Darkshadow. Senti todos os meus sentidos se apagando lentamente. Meu corpo estava caindo em letargia de um modo fatal, onde a dor era um espaço secundário. Só tive tempo de visualizar o sorriso sinistro de Darkshadow e de ouvir suas ultimas palavras:

– Você tentou e não conseguiu, Atlantis. Na verdade, você nunca vai conseguir, porque eu sempre serei o mais forte. Você não é mal como eu!

Depois disso, as trevas da inconsciência me dominaram e eu afundei em sono profundo. Não tenho certeza do que aconteceu em seguida, mas posso dizer com certeza de que não foi coisa boa.