Radiação Arcana: Totem De Arquivo

Capítulo 40: Ala dos Problemáticos


Nós nos aproximamos da porta de ferro que parecia trancada. Fear se abaixou e analisou o mecanismo da porta cuidadosamente, em seguida se levantou.

— É um mecanismo difícil de abrir, preciso da chave ou de uns dez minutos para arrombar.

— Eu conheço um jeito mais fácil — falei.

— Qual? — ele perguntou enquanto eu me aproximava da porta.

Acendi uma esfera de fogo de dragão que iluminou o corredor com seu brilho vermelho. Levei o calor intenso da chama calmamente até a chapa de aço, que começou a aquecer, ganhando um brilho alaranjado. Aos poucos o metal derreteu, abrindo um buraco pequeno, que se expandiu lentamente.

Usei mais mana para tornar a magia mais eficaz, o que fez a porta se tornar líquido mais rapidamente. Em dois minutos o antigo bloqueio se tornou uma poça de ferro líquido no chão.

— E como vamos passar por isso? Jujuba, você me leva? — Skarlatte perguntou apontando para o líquido laranja no chão.

— Minhas asas não passam abertas por essa porta.

— Não se preocupem, garotas, eu pensei em tudo — disse acendendo uma esfera azul na palma da mão e congelando o bloqueio que elas tanto se preocupavam.

Entramos no novo corredor com os olhos e ouvidos atentos para qualquer perigo e tivemos uma surpresa com a aparência deste. Diferente dos outros corredores quadrados e cinzas, nosso caminho era parecido com uma tubulação de esgoto com tubos grandes e cortados ao meio. O chão ainda era reto, mas as paredes e o teto eram um só, um grande arco que tinha o ponto mais alto a dois metros e meio do chão. Lâmpadas simples estavam penduradas por cabos elétricos, uma longe demais da outra para poder segurar duas ao mesmo tempo, mas perto o bastante para iluminar o local perfeitamente. As pedras cinzas da parte antiga do labirinto haviam sido trocadas por um cimento cinza-esverdeado.

Porém havia algo estranho, muito estranho. A cada trinta metros uma pequena parte do tubo não era de cimento, mas sim de vidro. Não devia ter mais que o tamanho de uma porta, mas eu não entendi o porquê daquilo. Pelo menos não entendia de longe.

Senti a tensão se infiltrar em meus músculos, mas eu já estava começando a me acostumar com o medo dos monstros e das armadilhas. Eu sabia que se algo acontecesse, nós não tínhamos para onde fugir, então queria ir investigar as paredes de vidro o quanto antes. Talvez se alguma armadilha atirasse fogo ou uma rocha rolasse contra nós, poderíamos quebrar o vidro e nos proteger ali. Contudo minhas ideias foram mortas quando chegamos onde eu tanto queria.

Os vidros não eram portas, pois estavam mais para paredes de jaulas. Na parede mais baixa havia um vão por onde poderia ser inserida a comida. A sala que estava atrás do arco transparente guardava um zumbi. O morto caminhava lentamente pelo quarto, sem se importar conosco do lado de fora. Seu maxilar estava quebrado e um braço quase caía, mas estava pendurado por uma tira de pele podre do ombro. Suas roupas de couro tinham marcas de arranhões e mordidas, sinais de uma possível luta antes de ser tornar um morto-vivo.

O monstro parecia estar sob efeito de uma forte anestesia, pois seus movimentos eram lentos e sem sentido. Cansamo-nos de admirar o sábio zumbi e começamos a analisar o outro monstro do lado direito do corredor.

Vestido com um sobretudo preto, a caveira flutuava a um palmo de distância do chão, nos encarando fixamente. Por não ter músculos faciais, eu não sabia dizer qual era a expressão de seu rosto. Estremeci e continuei a caminhar, junto com meus amigos.

Algumas das celas eram vazias, outras tinham monstros, assombrações ou defuntos. Vi desde seres gosmentos e até filhotes de dragões. Quando passávamos por estes últimos, tínhamos de nos proteger das labaredas que escapavam pelo buraco de alimentação.

Analisando esse orifício no vidro, pensei que talvez alguém viesse dar comida aos prisioneiros, mas nunca vi ninguém além de nós no corredor. Isso criou uma dúvida dentro de mim, pois ponderei seriamente se eles realmente precisavam comer. Ou se talvez nós fôssemos a comida.

— Isso tudo é muito… sinistro — Supreme disse.

— Concordo. Por que será que eles estão aqui? — Limcon jogou a pergunta no ar.

— Talvez são monstros cruéis demais para ficar no labirinto… — disse.

— É isso! É isso sim! — alguém falou de uma das celas mais a frente.

Aproximamo-nos do prisioneiro, o primeiro que falou conosco. Talvez este era o homem/monstro/coisa mais estranho que eu vi no jogo. Eu não podia dizer que ele era careca, pois alguns fios desarrumados de cabelo negro apontavam para diferentes lados. Sua face era coberta por um pó branco, possivelmente uma maquiagem de palhaço. Seus olhos eram contornado por outro tipo de maquiagem, mas esta era negra e oleosa. Seus lábios tinham marcas de batom, como se ele tivesse beijado alguém a força recentemente. Ele vestia roupas de cirurgião manchadas de sangue. Os dentes eram amarelados, sinal que ele fumava. As unhas estavam sujas de sangue, assim como os pés descalços.

— Quem é você? — meu irmão perguntou com o rosto escondido na sombra do capuz.

— Eu sou eu mesmo, e talvez não seja quem você pensa — o ser disse loucamente.

— Ele é só mais um louco, vamos embora — Supreme retrucou.

— Não, ele é diferente disso. Ele é uma assombração — meu irmão informou.

— Isso mesmo, isso mesmo — o homem deu uma risada enlouquecida. — Eu sou uma assombração e eu fui preso aqui sabe por quê? — ele perguntou enquanto andava de um lado para outro na sala com as costas arqueadas e nos olhando nos olhos.

— Diga logo, louco! — Fear ordenou.

— Eu não sei! — a risada ecoou pelo túnel.

— Vamos embora, eu não gosto desse cara — Life Taster pediu.

— Por que não gosta de mim, senhorita? Sabe, você tem olhos muito bonitos, seriam uma pena se… — ele completou a frase fingindo estar arrancando os próprios olhos e dando mais uma risada enlouquecida.

— Vamos — Fear decidiu enfim.

Começamos a andar, mas o prisioneiro nos chamou.

— Por que não fazemos uma troca?

O pequeno assassino parou e perguntou sem olhar.

— Que troca?

— Vocês podem me libertar, quebrar essa parede de vidro e me deixar ir embora.

— E nós ganhamos o que com isso? — eu perguntei.

— Então eu devolvo isso — o louco falou.

Olhamos para trás e vimos na mão do prisioneiro algo redondo e verde. Prestando mais atenção, percebi o que era, mas foi Skarlatte que falou primeiro.

— A minha granada! — ela checou o cinto onde guardava os explosivos e se deu conta que faltava um — Como você fez isso? Nos devolva, já!

Os dentes de caçadora a mostra pareceram assustar um pouco o prisioneiro, mas este se deu conta que estava protegido pelo vidro a sua frente.

— Então façamos a troca. Vocês me libertam e eu devolvo essa bomba. Dou-lhes dez segundos para pensar.

O louco começou uma contagem regressiva, pronunciando os números lentamente e rindo cada vez que terminava um.

— Depois dos dez segundos, o que você fará se nós não aceitarmos a proposta? — Fear perguntou calmamente.

— Eu irei explodir tudo isso aqui — ele respondeu com outra débil gargalhada.

— Mas você morrerá com isso — o ladino tentou blefar.

— Não vou morrer não — outra gargalhada. — Eu sou imortal, eu não morro.

— Morre sim, porque acabamos de matar outra assombração antes de entrar aqui — Supreme falou com um sorriso no rosto e estralando os dedos das mãos.

— Oh, então vocês mataram a minha filha? — o louco perguntou olhando o bárbaro fixamente.

— Era… a sua filha? — Supreme engoliu em seco.

— Sim! Vocês não acharam ela linda? Garanto que ela estava com a boneca dela — a assombração disse confirmando a pessoa que estávamos conversando.

— Si-sim — o dracônico respondeu com medo.

— Sabe o porquê dela ser daquele jeito? Dela gostar tanto daquela boneca e ser tão… agressiva?

Ninguém falou nada, pois o medo estava impregnado em nossos corações. Aquela garota tinha família e nós a matamos, pensando que ela era somente um monstro.

— Ela era daquele jeito porque eu brincava muito com ela — a risada foi diabólica dessa vez. — E, se vocês não me libertarem, eu vou brincar do mesmo jeito com essa garota de asas — ele disse apontando para Jujuba.

Senti uma pontada de fúria invadir meus pensamentos, mas minha raiva foi trocada pelo medo quando o louco disse as seguintes palavras:

— Seu tempo acabou!

Ele colocou a mão dentro do bolso e tirou um bisturi afiadíssimo. Em seguida arrancou o pino da granada, que o sugou como se fosse um ralo engolindo a água. Como o esperado, não houve explosão. Contudo, o monstro surgiu atrás de Skarlatte e, com reflexos surpreendentes, entendeu o que havia acontecido. Ele agarrou Skarlatte e colocou a ponta da lâmina no pescoço dela. A garota gritou de medo, impotente contra o ataque da assombração.

— Me salvem, por favor! — ela pediu.

— Ninguém vai te salvar, delícia — o louco disse passando a lâmina forte pelo pescoço, abrindo um corte que fez o sangue escorrer como uma cachoeira.

Sem tempo a perder, Jujuba acendeu uma chama de cura e atirou contra a amiga, impedindo que ela morresse. Porém parte do fogo tocou o braço do débil assassino, que pulou para trás gritando de dor.

— Isso queima! Isso dói!

A assombração correu para longe de nós, indo para o caminho que nós ainda tínhamos que percorrer.

— Limcon, atire nele — gritei.

A sniper já estava na mão do atirador antes mesmo que eu acabasse a frase. Se ajoelhando, o elemental de fogo arrumou a mira até encontrar o alvo. O gatilho foi apertado e a bala fugiu do cano da arma com um estrondo. Quando o projétil iria tocar as costas do monstro, este sumiu se transformando em uma pilha de partes de manequim.

Nós cercamos a ferida, que já estava fazendo sinal de que estava bem. Uma cicatriz marcava o pescoço, mas sangue nenhum escorria pelo antigo ferimento.

— Obrigado, Jujuba, você salvou minha vida.

— De nada, é meu dever curar vocês, eu sou a enfermeira do grupo, não é?

Concordamos com uma risada, pois sabíamos que em todos os jogos de fantasia algum personagem era quem ficava encarregado de curar os outros.

— Ele morreu? — Limcon perguntou.

— Não, esse maldito monstro usou uma técnica de ladrão para fugir, onde você desaparece e troca algo em seu lugar. No caso foram pedaços de manequim — Fear retrucou irritado.

— Galera, como ele roubou minha granada? — Skarlatte apontou outra dúvida.

— Talvez ele tenha alguma magia ou algo do tipo para roubar coisas — Supreme levantou a hipótese.

— Não existem magias para roubar, é tudo técnica — Fear falou. — Não sei se vocês se lembram, mas eu sou um ladrão.

— Se você diz, deve ser verdade — concluí.

Passado o susto, continuamos o caminho, dessa vez sem dar atenção aos monstros presos nas jaulas de vidros. É claro que eu não deixei de ver alguns, como um homem sem cabeça que surrava as paredes, uma mulher que estava tricotando com veias, um velho sem as pernas que comia alguns ratos, um lobisomem cego, entre outros monstros abomináveis. Algumas feras rugiam, outras se escondiam, tinha aquelas que nem ligavam para nós e outras que tentaram chamar nossa atenção com pequenos shows de crueldade. Nós não podíamos correr o risco de ser atacados de novo. Se esses seres eram os piores de todos, então a única coisa que nos protegia era uma parede de vidro.

— Será que o louco foi o primeiro a fugir daqui? — perguntei.

— Não, muitos fugiram — os prisioneiros que ouviram minha dúvida responderam.

— Devemos estar preparados para lutar então — Supreme disse.

Concordamos e preparamos o cérebro para reações rápidas, mas com os músculos relaxados para não carregar de tensão. Por mais que fosse tudo um jogo, o criador havia feito quase todos os detalhes da vida real, ou seria do outro universo? Cada vez mais as minhas dúvidas sobre o que é real e o que é falso ganhavam força.

Meu momento filosófico foi atrapalhado quando as luzes piscaram sem aviso. Levantei minhas luvas em posição de defesa, igual os boxeadores. Fear ficou corcunda, com as machadinhas girando em suas mãos. Limcon segurava uma escopeta e estava do lado de sua namorada. A garota já estava preparada com a minigun carregada. Jujuba desembainhou a espada, que parecia ter uma leve aura prateada. Supreme balançava as correntes eletrificadas, rangendo os dentes.

Então as luzes apagaram completamente e por dois ou três segundos assim ficou. Finalmente elas acenderam e eu ouvi um grito de terror. Olhei para trás e vi que vinha de Skarlatte. Do lado dela, pés balançavam junto com um corpo pendurado por uma corda. A corda fazia uma volta no pescoço do herói enforcado. Era Limcon.

O garoto tentava tirar a corda do pescoço, mas o próprio peso do corpo fazia ela enterrar na pele da garganta. O atirador tentava gritar, mas sua voz era um som rouco e fraco. Sem pensar duas vezes, atirei uma pequena chama na corda acima da cabeça dele, que queimo e arrebentou instantaneamente.

Tossindo, Limcon arrancou a corda do pescoço e eu pude ver seus olhos com raiva.

— Quem fez isso? — perguntei.

— Não sei. Em um momento eu estava no chão, no outro eu não conseguia respirar. As luzes acenderam assim que eu fui suspenso. Eu vou matar o desgraçado que fez isso comigo.

— Então venha me matar.

O louco maquiado estava dez metros a nossa frente, com seus bisturis girando entre os dedos e um sorriso que dobrava as bochechas. Ele deu uma risada curta e se preparou em posição de luta igual ao meu irmão.

— Seu verme! — Limcon disse puxando a arma e atirando com a escopeta, que espalhou piche para vários lados.

Com uma precisão cirúrgica, a assombração cortou os pedaços do líquido negro no ar. Em seguida atirou uma dúzia de equipamentos médicos afiados contra nós, mas estes foram defendidos pelas machadinhas de obsidiana de Fear.

— Limcon, sem calma você não consegue derrotá-lo. Ele usa o abalo mental para derrotar os inimigos, primeiro o medo, depois a fúria, em seguida o desespero. Se você lutar, ele vai te ganhar.

— Não vai ganhar não, seu helmen baixinho! Eu vou cortar ele com minha serra e mostrar quem é um bom cirurgião nessa merda!

O pequeno assassino se virou e encarou com uma serenidade assustadora o quase enforcado atirador. O olhar frio do meu irmão pareceu fazer mais efeito que as palavras, pois Limcon deu um passo para trás e fez sinal irritado para que o ladrão lutasse.

Fear se aproximou do inimigo e o se manteve calmo. Sua respiração era controlada e seus curtos machados estavam prontos para matar. O inimigo sorria de forma assustadora, mas meu irmão não parecia ligar.

— Você também é um assassino. Cuide-se para não se transformar em uma assombração, senão pode ficar igual a mim… louco.

— Obrigado pelo aviso, mas vou te libertar dessa loucura. Diga-me qual seu ponto fraco que eu iria te eliminar.

— E quem disse que eu quero morrer? Agora eu sou mais forte, mais assustador e nunca morro. Poderei brincar com muitas garotinhas por esse mundo afora.

— Desculpe-me tirar sua alegria, mas seu túmulo é aqui e seu óbito será culpa das minhas armas — Fear disse.

— Mostre-me suas habilidades então, pequeno ladrão — a assombração desafiou.

Ambos se transformaram em manchas negras e desapareceram da nossa visão. Vez ou outra nós escutávamos o som de lâminas se chocando e gritos de dor, mas não víamos eles lutarem. Comecei a ficar preocupado pela vida de meu irmão.

Gotas de sangue caiam no chão e logo algo pisava nelas, dispersando o líquido e fazendo marcas de pegadas em outros pontos do túnel. As paredes perdiam parte do cimento com os golpes que eram desviados, fazendo sulcos sujos de vermelho.

Para quase me fazer enfartar, um dedo caiu no chão, mas ambos os assassinos seguiram lutando no modo invisível. O grito de dor de quem perdeu o membro não podia ser reconhecido. Talvez fosse meu irmão, mas talvez fosse o inimigo.

Enfim ambos apareceram, um distanciado do outro por curtos dois metros. Fear estava mais próximo a nós, enquanto o louco segurava a mão encharcada de sangue.

— Seu ladrãozinho de merda! Roubou meu dedo.

— Eu disse que sua morte era hoje, mas isso é só o começo.

— Nada consegue ferir uma assombração, ouviu? Nada! É impossível que você tenha cortado meu lindo dedo fora — o monstro gritava de raiva e dor.

— Não se irrite, meu amigo — Fear começou com um tom irônico. — Eu podia ter cortado sua mão naquela hora, mas fiquei com pena.

— Pena?! Você teve pena de mim? Seu moleque, vou te ensinar uma lição agora.

O inimigo correu contra o experiente necromante, que jogou o peso pro lado e se agachou, passou a lâmina das armas pela coxa da assombração, levantou e deu um chute nas costas, derrubando o louco. Em seguida, Fear girou o ex-prisioneiro e sussurrou da forma mais assustadora que conseguiu:

— Eu descobri seu ponto fraco.

O homem estremeceu, mas imaginou que o pequeno ladrão estava blefando.

— Você não descobriu, ninguém descobre, é um segredo que ninguém conseguiria imaginar — ele riu loucamente.

— Ah é? Pois bem, te digo como descobri então. Você, antes de ser uma assombração, adorava brincar com sua filha e talvez até com outras mulheres e crianças. Seu ponto fraco é o seu brinquedo.

— Não, não é não! — o monstro tentou enganar, mas pela expressão de terror era evidente que Fear havia descoberto.

— É mesmo, vamos testar. Irmãozão, segure os braços dele. Supreme, agarre as pernas.

Fiz o que o assassino pediu, assim como o bárbaro. Cruelmente Fear preparou o terreno e castrou o inimigo, que gritou de dor e medo. Não quero descrever a cena, pois não tenho estômago e ânimo o bastante para dizer a barbaridade que meu irmão fez, mas vocês conseguem entender o que aconteceu.

O corpo do monstro se dissolveu em mais sangue, molhando meus sapatos de couro. Por um momento tive repulsa pela minha atitude, mas se eu não tivesse feito aquilo, quem teria morrido seria eu e meus amigos.

— Temos que seguir caminho e tomar cuidado com esses outros prisioneiros. Algo me diz que esse não era o mais forte e perigoso, somente o mais louco deles — falei.

Todos concordaram e nós retomamos o tour pelo corredor de monstros criminosos.