Aquelas mãos eram um elemento conspícuo no quarto, um contraste ao tom alvo do hospital.

Com o paciente sedado, ele podia observar sem pressa. As mãos inchadas, algumas unhas faltando, cortes, manchas do vermelho rubro ao amarelo doentio. Mas o seu desafio era o que se escondia sob aquela pele.

— Então? — A voz do Coronel espantou seus devaneios.

— É... Mais complicado do que parece. Mas não o suficiente para o sedarem.

— Ele pediu , e eu mesmo insisti pelo sedativo, nessas circunstâncias...

— Circunstâncias?

— Quando alguém passa pelo o que ele passou, pode sair com mais do que apenas os ossos quebrados.