Queens And Kings

Rainha Elinor II


Eu mudei. Depois de toda aquela confusão com a Merida e com a bruxa, eu realmente mudei. A bruxa velhinha que morava na floresta havia criado aquele bolinho enfeitiçado com o objetivo de me mudar, transformar, e ela conseguiu. A transformação para urso foi apenas um artifício para me fazer perceber o quanto a liberdade deveria ser valorizada e me ensinou que uma princesa tem a capacidade de tomar as próprias decisões sem prejudicar o reino. Eu admirava aquela bruxa estranha, pois tinha certeza que era exatamente essa reação que ela queria causar com o feitiço. O encantamento era basicamente "Agora você é um urso. Volte a ser quem era antes, só que como uma pessoa melhor até o pôr do sol ou se tornará um urso irracional para toda a eternidade." Parece até simples falando assim, mas esse plano da bruxa era tão complexo que eu mesma, a Rainha de DunBroch demorei um bom tempo para compreendê-lo por inteiro. "Os fins justificam os meios." Este ditado se encaixava perfeitamente naquela situação.
Mas devo admitir que embora a experiência de ser uma ursa tenha me ensinado muita coisa, a possibilidade de me tornar um animal irracional e violento por toda a eternidade me atormentava. O que seria da minha vida se Merida não tivesse conseguido a quebrar o feitiço? Como Fergus reagiria? E o que seria dos trigêmeos, que teriam que ser criados por mulheres que não tinham nenhum parentesco com eles? E a pobre Merida? Ah, ela se culparia para sempre. Poderia até enlouquecer com o peso da culpa em seus ombros.
Só de pensar no que poderia ter acontecido, fico com ainda mais pena do antigo príncipe, o Mor'du. Além dos outros três irmãos, ele deveria ter outras pessoas especiais, não? Uma mulher, quem sabe até tivesse filhos. O destino são havia lhe reservado boas coisas. Infelizmente, ele não conseguiu entender a mensagem da bruxa e quebrar o feitiço. O príncipe poderia ter tido uma reconciliação com seus irmãos.
Agora minha relação com Merida está infinitamente melhor: raramente brigamos e estamos sempre pedindo a opinião uma da outra. Sobre o casamento arranjado, eu convenci Fergus a esperar mais e deixar a nossa filha escolher somente quando estiver pronta. Eu sempre fui o lado da razão da nossa relação, então Fergus aprendeu a confiar no meu julgamento.
Merida está se comportando de maneira muito mais apropriada para uma princesa. Está dividindo proporcionalmente sua dedicação entre a prática com o arco e flecha e as aulas de costura, línguas estrangeiras, história e várias outras. Parece que agora ela finalmente compreende meu ponto de vista, tanto quanto agora eu entendo o dela.
Minha filha, como meu marido, é apaixonada pela liberdade. É indomável, como a fúria de uma tempestade, ou como a força da correnteza de um rio agitado. Como a natureza, ela não tem dono, não gosta de ser contida ou de seguir regras. Se move puramente pelo sentimento, instinto e emoção. Mas acima de tudo, eu a amo do jeito que ela é, não importa o quão diferente de mim isso seja.