Quando eu fui aprisionada naquela torre, com o desafio de transformar palha em ouro, eu me desesperei. Eu certamente seria morta ao amanhecer. Eu não tinha magia. Todos descobririam a mentira e eu não me casaria com o príncipe. Não me tornaria um membro da realeza daquele pequeno e quare insignificante reino. Mas então, algo completamente inesperado aconteceu. Rumpelstiltskin, o Senhor das Trevas, surgiu, junto com seus acordos e propostas insinuantes. Sua calma e autoconfiança me irritaram no início, pois eu só queria que ele fizesse a magia por mim, mas mais tarde eu encarei isso como algo provocante e charmoso. Ele me ensinou a fazer mágicas e eu consegui transformar palha em ouro. Me casei com o príncipe, e quando o rei morresse, eu me tornaria rainha. O único problema era que meu coração estava dividido entre o amor e o poder. Eu deveria fujir com Rumpelstiltskin, o homem que agora eu amava, ou ficar com aquele príncipe sem graça e obter o poder e o status que sempre aspirei? Pensei muito e por fim me decidi. O poder era mais importante que o amor. Tentei parar de amar o Senhor das Trevas, mas não fui capaz. Então, em uma ação brutal e um tanto impensada eu arranquei meu próprio coração, usando minhas mais novas habilidades. Eu esperava que aquilo fizesse eu parar de sentir a dor de não ficar com Rumpelstiltskin, o que realmente aconteceu. A dor parou, mas eu também não sentia nada. Uma ausência de sentimento tomou conta de mim, e eu me senti como um pote vazio. Inútil e sem valor. Mas eu não me deixei abater, lembrei a mim mesma que eu tinha um objetivo. Poder. Era só isso que eu queria agora. Eu subiria na vida, nem que eu tivesse que usar as pessoas como degraus.