Quebrando Regras - Hiatus

Seis, quatro, quatro, nove.


"Mas não era isso que eu tinha em mente."

Seis, quatro, quatro, nove.– Joguei a foto na cara de Isaac, vendo-o pegar a mesma rapidamente. - É uma codificação.

– Acha que Bárbara sabe o que significa?

– Codificação Secreta, Isaac. - Ressaltei, acabando com as perguntas dele.

– Olha, eu descubro isso e você fala com a Holly. - Olhei para o Somers parado no meio do quarto, com a foto em mãos e a sequência anotada. - Acho que ela está meio indecisa quanto algumas coisas.

– Indecisa? - Peguei as chaves em cima da mesinha e encarei Isaac. - Não tenho tempo agora para lidar com Holly.

– Só por que você a confundiu com Wend na noite passada?

Seis, quatro, quatro, nove.– Ignorei Isaac e passei a sequência para Nicholas.

Desci as escadas rapidamente, vendo a casa vazia. Max sairia daqui há alguns minutos e por sorte o colégio era extremamente perto, o que facilitava qualquer saída e que dificultava para que Max inventasse de passear pela cidade na volta. Os cabelos ruivos logo entraram sob minha visão, deixando a garota visível para mim.

Os olhos demonstravam cansaço e o corpo ereto estava tenso, deixando claro o nervosismo que ela estava ao estar diante do cara que havia a deixado sozinha em uma boate com um amigo desconhecido que mora na mesma casa que todos nós. Ela estava incrívelmente bonita, a simplicidade dos movimentos bem posicionados e a leveza como observava as coisas a deixava encantadora.
Holly era bonita. Holly era Wend.

– Irei buscar Max, sinta-se a vontade. - Passei por ela, depositando um leve beijo em seus cabelos, sentindo o aroma adocicado dos fios ruivos. - Desculpe por ontem.

– Tudo bem. - Um sorriso brincou em seus lábios e pude ver suas bochechas corar, enquanto suas mãos passam pelo seu pescoço. Nervosismo. - Irei fazer o jantar, Isaac disse que posso mexer em qualquer lugar da cozinha.

– Sinta-se em casa.

Senti o celular vibrar novamente quando saí pela porta de casa, vendo oito chamadas perdidas de Max, sendo que ele nem havia saído das aulas. Desliguei o alarme, vendo as portas do carro se destrancarem e olhos esverdeados me observarem atentamente.

Blaze acenou, piscando em seguida e empurrando o garoto moreno para dentro de casa novamente, vindo em minha direção. Antes que o garoto sumisse de minha visão, ele parou e olhou em minha direção, observando calmamente. Os punhos fechados com força fizeram com que eu questionasse a micro-expressão agressiva.

– Olha só, o loiro dos Black's. - Olhei imediatamente para Blaze ao vê-la dizer isso. - Garoto de Atlanta, se preferir.

– Como vai, Blaze? - Um olhar confuso preenchia seus olhos e um sorriso leve brincava em seus lábios. - Bárbara melhorou?

– Que eu saiba ela não se machucou. - Rebateu, sorrindo torto em seguida. - Acho que o pessoal da Pensilvânia tem vários encantos.

– Como?

– Tenho um convite. - Murmurou enquanto revirava os olhos e dava de ombros, respirando fundo. - Bárbara é fora da lei, e diferente de mim ela não liga pra a Elite da Sociedade. Você é um Levinsk e sei que receberá um convite para o Evento Beneficente de alguns dias.

– Evento? - Observei-a novamente.

– É dado todos os anos pelos Black's, para uma arrecadação que eu não entendo muito bem. Os Adans, os Black's e Cales sempre organizam isso, é um Evento excepcionalmente elegante e sofisticado. Mas, os filhos dos organizadores não são o que eu chamaria de sutilmente educados.

– O que acontece depois da festa? - Blaze olhou novamente para dentro de casa, fazendo com que eu percebesse o garoto de olhos castanhos nos observando pela janela


Nada discreto.

– Bárbara anda com eles, apesar de tudo. São bonitos, inteligentes e gostam de uma adrenalina. Não importa onde vão, só importa que você deve a impedir. - Blaze disse rapidamente. - Sempre dá errado essas festas.

– Por que acha que eu conseguiria fazer com que ela não fosse? - Questionei a olhando, vendo que estava visivelmente irritado, fazendo com que eu passase as mãos rapidamente pelos meus cabelos. - Ela é apenas meu caso. Só algo que eu tenho como obrigação resolver e deixar exatamente claro para todos que quiserem saber.

– Ela é a sua atual distração, Garoto de Atlanta. Fique de olho, você é investigador e os problemas estão por lá. - Blaze murmurou. - Seis, quatro, quatro, nove.

– O quê?

Blaze entrou rapidamente dentro de casa, fechando a porta. Era a mesma codificação. Max ligou novamente, fazendo com que eu entrasse dentro do carro e dirigisse lentamente até o lugar onde ele estava. Passei em frente da casa da morena e estava tudo completamente normal, sem nenhuma previsão de acontecimento estranho. Olhei os carros estacionados e nenhum tinha alguma coincidência com a sequência de números descobertos e dado pela Blaze.

Liguei o carro novamente, olhando pela última vez a casa, e acelerando em seguida. Depois de alguns minutos, a porta foi aberta e um Max irritado entrou no carro, colocando o cinto e jogando a mochila de qualquer jeito no banco de trás.

– Você veio de ré?! Que saco, Braider, eu fiquei esperando quase dois anos! - Grunhiu irritado, pegando os headphones.

– Não liga isso. - Tomei das mãos dele, vendo-o revirar os olhos. - Você está esperando só há alguns vinte minutos, sabe que pode aguentar isso.

– Vamos olhar o treinador agora? - Liguei o carro, vendo um sorriso brotar em seus lábios e ele mexer as mãos ansiosos.

– Você diz como se não tivesse algum em mente, Max.

**

Nicholas saia de casa assim que cheguei, e optei por não dizer nada a ele sobre as codificações identicas passadas por Blaze. Isaac mexia nas câmeras dele e segui Max em direção da cozinha, vendo ele começar a tirar as coisas dos armários e preparar algo para comer. Um envelope estava em cima da mesa, próximas de onde deixava o distintivo. Andei até onde estava o convite, garantindo que Max estava totalmente distraído.

"Evento Beneficente,
Sr.Levinsk."

As letras douradas em itálico grifadas em um papel branco deixava claro o horário, lugar, e formalidade do evento. Os nomes dos Black's eram citados a todo momento no envelope, deixando claro o centro do Evento.

Isaac parou ao meu lado, entregando um convite idêntico, ressaltando o nome de Nicholas grifado no envelope. Max escutava música nos headphones e nem prestava atenção, deixando Somers falar a vontade.

– Por que não entregou o convite de Nicholas? - Questionei, vendo-o mexer no celular e o jogar e cima da mesa. - O que descobriu

– Incentivei Blaze a dizer a você sobre o que rola depois da festa, Nicholas só vai atrapalhar isso. - Explicou dando de ombros e respirando fundo. - Blaze e Bárbara andam sempre juntas, alguma coisa tem de errado para Blaze não querer aparecer por lá. Um dos organizadores é o pai de Riot, o cara que agrediu Bábara.
Encarei o envelope em minhas mãos, puxei os fones de Max, fazendo-o parar.

– Temos um Evento para ir, vista algo formal. - Entreguei o convite a ele. - Seu pai estará lá, comporte-se.

– Papai vai estar lá? Então por que a gente vai, Braider? Eu não quero ver ele.

– Somos Levinsk, Max, querendo ou não.