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As crônicas de uma família enlouquecida


Passaram-se algumas semanas depois dos pedidos de casamentos. Cuddy surpreendeu todos quando disse que queria apenas uma cerimônia simples, ela achava que o fato de House ser ateu dificultava um pouco as coisas, embora ele lhe garantisse que iria se converter ao judaísmo. Ela não queria abusar da sorte.

Cameron planejava tudo por Cuddy, só a consultava quando achava extremamente necessário. E Cuddy tentava, em vão, persuadir Cameron para que ela a deixasse preparar as coisas para seu próprio casamento. House estava mais nervoso do que deixava aparentar, Chase estava mais relaxado, pois sabia que Cameron iria voltar a ser dele, somente dele.

Alison e Roberta já estavam morando com Cuddy. Elas ficaram no quarto de hospedes, enquanto Cuddy chamava alguns empreiteiros para reformar a sua casa. Rachel nunca esteve mais feliz. Iria ganhar duas irmãs e um pai, tudo de uma vez só.

Cuddy pediu umas férias, que estavam acumuladas, para cuidar de tudo, e pediu para Wilson tomar conta da administração do PPTH. Wilson seria o padrinho do casamento de House e Cuddy. Afinal, todos achavam que Wilson era, de longe, o cupido da relação, então quem melhor pra ser o padrinho? E para a madrinha foi escolhida uma amiga de longa data de Cuddy: Claire Mackay, que estudou com ela em Michigan. Ela sempre apoiou o relacionamento deles e Cuddy concluiu que ela seria perfeita.

Para a lista de convidados, House foi conferir quem Cuddy estaria convidando.

– Você está convidando quem? - Perguntou House com medo da resposta, em um dia qualquer na casa dela.

– Ah, não me diga que você não tem nem idéia? - Perguntou Cuddy cética. Ela estava sentada no chão da sala de pernas cruzadas com uma caneta perto da boca.

– É claro que eu tenho uma idéia, mas se você não pensou nela eu não vou lembrar você. Já seria péssimo se ela estivesse aqui no nosso casamento. - Respondeu House se sentando na poltrona mais próxima.

Cuddy pensou nisso por um instante. Ela não se lembrava de quem seria tão ruim para House... "Oh! Ela!" Pensou ela quando descobriu o pesadelo de House.

– Ah... - Fez ela provocando House - Já sei quem é...

Funcionou.

– Já? - Perguntou House com medo.

– Sim. - Um sorriso vencedor surgiu em seus lábios - Sua mãe.

– Nãoooooooooooo!!!! - House reclamou - Minha mãe nãoooooooo!!!

House continuava a fazer birra, como uma criança mimada. Cuddy escrevia o nome da mãe de House no bloquinho de papel que ela estava usando, enquanto o sorriso, agora divertido, continuava em sua boca.

– Sabe, acho que deveríamos convidar o Lucas... - Comentou House distraído, quando percebeu que seu ataque de infantilidade não daria certo - Ah, a Stacy também.

"Honey, é só pra eles verem o meu prêmio. Você" Acrescentou House mentalmente.

– Lucas e Stacy? - Perguntou Cuddy confusa com essa súbita idéia de House.

– O Mark também. - Completou House.

– Ah! - Definitivamente ela estava confusa - Claro. Vamos ligar pra eles.

– Ótimo. - House foi pra cozinha tomar água.

– Nossa. - Murmurou Cuddy voltando a elaborar a lista de convidados.

Mais alguns dias depois...

Cameron, depois de levar uma bronca de Cuddy por pedir coisas extravagantes, voltou atrás e também resolveu fazer uma cerimônia simples. Ou quase isso.

– Allison! Pare com isso! Encomendar um vestido de 4 metros de cauda não é o que eu quero! - Exclamou Cuddy, depois de se olhar com o vestido que Cameron encomendou.

Cameron insistiu que Cuddy o vestisse com olhos fechados. Ele era branco, com mangas bufantes, e claro, com 4 metros só de cauda. Mas Cameron não se deixou abalar. Vestir a Reitora de Medicina, sua chefe, era um sonho seu. Principalmente para o casamento de Cuddy.

– Lisa, é o seu primeiro casamento, você tem que estar maravilhosa. E esse vestido é excelente pra você! - Explicou Cameron olhando Cuddy de longe. Ela estava quase emocionada como Cuddy estava vestida.

– Não - Discordou Cuddy olhando fixamente para o espelho - Eu estou ridícula. De onde veio isso? - Ela puxava a manga bufante de seu ombro direito.

– Você está linda. E não há nada de errado com essa manga. É a moda. - Explicou novamente Cameron pegando a manga.

Cuddy, depois de sua expressão descrente desaparecer, ficou imaginando House se casar com essa coisa que refletia no espelho. Sua expressão virou a de quem se diverte.

– Cameron, quem está bancando isso? - Cuddy perguntou depois de um tempo provando alguns vestidos. Escolheu outro e foi para um provador.

– House não quer saibamos. Eu não faço idéia de quem seja, mas House disse que podemos gastar o quanto quiser, e... - Ela parou. Cuddy saiu de um provador vestida com a sua escolha - O que foi?

Cuddy estava deslumbrada com sua imagem no espelho.

– Esse... - Cuddy tentava escolher a palavra certa - É lindo.

O vestido era branco, manga três quartos, trançado na parte do busto, o comprimento terminando nos joelhos. Lindo.

– Esse é muito simples, Lisa. - Discordou Cameron - Aquele ali é mais bonito. - Ela apontou um outro vestido branco, curto, acima dos joelhos e com um decote gigantesco que estava em um manequim.

Cuddy olhou e arregalou os olhos.

– Ahn, eu não acho que esse ficaria muito bom para uma mulher da minha idade... - Cuddy deu uma desculpa para não usar. Na verdade aquele vestido era realmente muito escandaloso. Cameron a interrompeu.

– E qual é a sua idade, hein, Lisa? - Desafiou Cameron cruzando os braços em frente ao peito.

– Não vou falar! - Reclamou Cuddy quase fazendo birra.

– Está bom! - Rendeu-se Cameron - É esse mesmo que você quer? - Cameron perguntou entediada.

– É esse mesmo. Amei. - Cuddy sorriu se olhando no espelho.

– Ótimo. Agora me ajuda a escolher o meu. - Pediu Cameron indo para uma seção de roupas sexy.

Cuddy continuou a se olhar no espelho. Ela já estava imaginando o seu casamento com House. Começou a ficar nervosa do nada. Por falar em House, ele, depois de ter resolvido o caso da semana, levou Alison, Roberta e Rachel para verem as escolhas das noivas.

– Mãe! - Gritou Alison quando viu o vestido que Cuddy estava usando - Esse é muito lindo!

– É mesmo! - Concordou Roberta chegando junto com Alison. Ela estava com Rachel no colo.

– Cadê o seu pai? - Perguntou Cuddy, o sorriso desaparecendo de seu rosto.

– A tia Cameron... - Roberta falava o nome de Cameron com muita relutância - Expulsou o papai daqui.

House tinha sido enxotado por Cameron, para que ele não visse o vestido que Cuddy estava usando. "Dá azar se o noivo ver a noiva vestida com o vestido do casamento antes dele acontecer" Cameron explicara antes para Roberta, quando ela perguntou porque House não poderia vir.

– Por quê? - Perguntou Cuddy, agora ligeiramente irritada com Cameron.

– É uma tradição - Respondeu Cameron pegando uma lingeire vermelha e pondo em frente do corpo - Que tal?

– Uau. - Fizeram Cuddy, Roberta e Alison ao olharem.

– Acham que o Robert vai gostar?

– Se ele não gostar... Deve ser loiro mesmo. - Respondeu Roberta dando de ombros desenteressada.

– Bonita! - Disse Rachel batendo as palminhas pra Cameron.

Todas sorriram para Rachel. (N/A: Minha mana é bebê ainda. Não sabe do que fala).

Cuddy trocou de roupa e foi para o lado de Roberta, Alison e Rachel. Pegou Rachel no colo e se sentou em um puff acompanhada por Alison e Roberta.

– Allison, você nem escolheu o seu vestido ainda. - Lembrou Cuddy depois de um tempinho olhando Cameron provar algumas lingeires.

– Eu? - Perguntou Alison apontando para si mesma.

– Ah, me desculpe, filha. Eu quis dizer a Cameron. - Desculpou-se Cuddy, abraçando Alison com força com uma mão só - Isso é muito esquisito.

– Lisa, eu preciso preparar também a minha segunda lua-de-mel... Se é que você me entende, he. - Cameron piscou para Cuddy. Alison e Roberta estremeceram.

– Ah! Socorro! Excesso de informação! - Brincou Alison se rendendo.

– Perigo! - Completou Roberta levantando as mãos.

Peligo! - Falou Rachel completando as frases da irmãs.

Todas riram novamente.

– Mãe? - Chamou Roberta discretamente para que Cameron não ouvisse.

– O que, filha? - Perguntou Cuddy se virando para olhar Roberta.

– Eu e a Alison podemos ir ao banheiro? Eu tô apertada. - Explicou Roberta cruzando as pernas teatralmente.

– Ah, claro. - Cuddy sorriu.

Alison e Roberta levantaram e saíram do campo de visão de Cuddy e Cameron.

– O que foi, hein, sua doida? Você não quer ir no banheiro. - Acusou Alison.

– Isso aqui tá chato. - Começou Roberta.

– E...?

– Vamos embora?

– Como? A mamãe não vai querer sair daqui. Ela é muito legal pra deixar a "tia" Cameron sozinha.

– Eu sei disso. Qual é? Eu conheço a mãe que tenho.

– Então qual é o plano maligno da vez? - Perguntou Alison com uma ligeira empolgação que sempre aparecia em um dos planos de Roberta.

– Ai, você me magoa falando assim. - Falou Roberta se fazendo de ofendida.

Alison revirou os olhos.

– Ok. O plano é o seguinte: a mamãe está fingindo que está gostando das roupas que a tia Cameron está escolhendo...

– Ainda não endendi onde você quer chegar.

– E vamos lembrar a mamãe que ela tem três filhas que precisam dormir... Uma, inclusive, tem dois anos e já passou, há muito tempo, da hora de dormir.

– Nossa... Dá até orgulho de ter uma mana dessas.

– Eu sei. Agora, deixemos os elogios de lado e partimos para o plano. Sim?

– Estou dentro. - Alison sorriu.

Elas esperaram mais um pouco, para manter as aparências, e voltaram para onde estavam anteriormente.

– Ai, mãe, tô cansada. Quando vamos ir embora? - Perguntou Roberta fingindo que estava com sono. "O primeiro passo, ok. Segundo passo, tia Cameron pergunta: 'Que horas são?'. Vamos, tia. É a sua vez." Pensa ela sorrindo por dentro.

– Que horas são? - Perguntou Cameron preocupada com o tempo que elas estavam lá.

"Muito bem, tia... Agora, mãe, é sua vez. Não me decepcione." Continuou Roberta.

– Ahn... - Cuddy olhou a hora no celular - Nossa, são oito e quarenta e cinco...

"Isso! Yeah! Uhú! Vai, mãe, vai, mãe, vai, aham, aham, aham!" Roberta comemorava por dentro. Alison só olhava a sua irmã "dançando". Ela achava graça.

– Oito e quarenta e cinco? - Exclamou Cameron - Já está tão tarde assim?

– Aham. Você não parou de experimentar lingeires e nem procurou um vestido decente. - Brigou Alison cruzando os braços.

"Alison! Sua louca! Vai arruinar o plano todinho! Cala a boca! Fica quieta!" Roberta a ameaçava com o olhar.

– Oh. Me desculpe. É que eu fiquei tão feliz em poder me casar novamente com o Robert que queria que a nossa segunda lua-de-mel fosse perfei... - Cameron foi interrompida por Cuddy.

– Cameron, eu vou precisar levar as meninas. Já passou do tempo da Rachel dormir. Você se importa? - Pediu Cuddy com delicadeza.

"Aham! Uhú! É isso aí manhê! Arrebenta! Vai com tudo! Manda ver!" Agora Alison comemorava.

– Ah, não. Me desculpe. Vocês podem ir. E Cuddy, voltamos aqui faltando alguns dias pro casamento, para ajustar algumas part...

– Tia, a mamãe não vai engordar, se é isso que você está insinuando. - Interrompeu Roberta, um pouco mais "acordada" para defender Cuddy.

"Sua loucaaaa!!! Cala a boca! Você vai estragar o planoooo" Alison a fuzilava com os olhos, embora em outras situações similares faria exatamente a mesma coisa no lugar de Roberta.

– Não. Claro que não. - Defendeu-se Cameron.

– Chega, vocês três. Shiii! - Fez Cuddy. Rachel já estava dormindo no colo de Cuddy - A Rach está dormindo.

– Ah, vamos logo, mãe - Alison bocejou falsamente - Eu e a Roberta estamos com sono.

"Finalmente uma dentro, Alison. Eu já estava começando a acreditar que tinha uma irmã completamente idiota." Resmungou Roberta mentalmente.

– Claro. - Cuddy se levantou com cuidado e foi abraçar Cameron - Tchau, Cameron. Nos vemos amanhã, ok?

– Ok. - Respondeu Cameron abraçando Cuddy e as meninas - Tchau, meninas. Nossa.

Cameron parou e ficou olhando as garotas com as mãos nos braços delas.

– O que? Deixa eu adivinhar: tem uma espinha enorme na minha cara? - Perguntou Alison tentando olhar a testa.

– Não. Não é isso. Bem, vocês estão enormes. Estão quase maiores que eu, e olha que eu estou de salto.

– Isso não é nada. Eu sou a mais baixa... - Começou Cuddy.

– Mãe, não exagera. O Taub é mais baixo que você. Pensando bem, ele é mais baixo que qualquer um do hospital. - Discordou Alison saindo de perto da Cameron e indo para o lado da Cuddy.

– Ah... Eu quero dormir... Mãe, vamos logo... - Roberta deu um bocejo falso.

– Vamos. - Cuddy foi em direção a saída seguida de Roberta e Alison. Quando já estavam quase dentro do carro disse: - Meninas, obrigada por me tirar de lá.

Roberta e Alison se entreolharam.

– Co-como a senhora sabia? - Perguntou Alison pasma.

– Não foi só vocês que tiveram que fazer isso. - Respondeu Cuddy com um sorriso suave enquanto colocava Rachel na cadeirinha.

– Ah. - Fez Roberta entrando no carro também pasma.

– Obrigada por não brigar com a gente. - Respondeu Alison também entrando no carro.

– Tudo bem. - Respondeu Cuddy sentando no banco de motorista - Realmente foi uma plano sensacional.

Alguns segundos depois, Alison sussurrou:

– Nossa mãe é demais. - Comentou Alison baixo, mas sabia que Cuddy estava ouvindo.

– Com certeza. - Concordou Roberta no mesmo volume.

Cuddy sorriu.

Chegando em casa, todas saíram do carro. Cuddy tirou Rachel da cadeirinha com cuidado, pois ela ainda estava dormindo, e a colocou no colo.

– Alison, pegue a chave na minha bolsa. - Instruiu Cuddy entregando a bolsa para Alison.

– Será que o papai ainda está acordado? - Alison perguntou procurando a chave na bolsa de Cuddy.

– É claro que... - Começou Roberta, mas parou.

Elas estavam ouvindo alguns gemidos dentro da casa. Cuddy começou a ficar vermelha de raiva. Como ele a estava traindo dentro de sua própria casa? Alison sentiu a raiva transbordando de Cuddy e encontrou rapidamente a chave. Pegou-a e abriu a porta com a mesma velocidade. Todas entraram e ficaram instantaneamente imóveis.

– Hey, garotas! - Saudou House. Ele estava meio deitado, meio sentado no sofá da sala, com os pés na mesinha de centro. Assistindo um filme +18.

A raiva sumiu e deu lugar a vergonha. Cuddy percebeu o que ele estava assistindo e rapidamente foi empurrando Alison e Roberta pra cima.

– Mami, o que o papi está assistindo? - Perguntou Roberta, fingindo inocência.

– É mami. O que ele está assistindo? - Alison perguntou também, só para deixar Cuddy constrangida.

– Nada que vocês devam saber ainda. Vão dormir. - Ordenou Cuddy empurrando elas para os quartos, ainda com Rachel no colo.

– Mas, mãe! Deixa a gente ver! - Reclamou Alison, mas ainda indo para o quarto.

– Abaixe o tom, mocinha. Sua irmã está dormindo. E vocês não podem ver esse tipo de coisa. São muito crianças! - Respondeu Cuddy ainda empurrando elas para o quarto.

– Nós não somos crianças. Somos adolescentes, Ok? - Explicou Roberta já chegando no quarto.

– Mãe, eu vou fazer em dezembro. 14, lembra? - Perguntou Alison.

– Claro que eu lembro. E a Roberta é em setembro, não é? - Perguntou Cuddy, somente para confirmar.

– Aham. Mãe, pode deixar que a Alison coloca a Rach para dormir. Vá falar com o papi, mas tenta não matar ele, ok? Todas nós precisamos dele para: - Ela começou a contar nos dedos - 1. Casar com você. 2. Dançar com a gente quando eu e a Alison fizermos 15 anos. E 3. Brigar com a gente quando tivermos namorados, não é, Alison? - Roberta piscou para Alison.

– Com certeza. Pode ir, mami. Eu cuido das duas aqui. - Alison sorriu.

Roberta olhou para Alison com a expressão de desdém. Cuddy também sorriu e entregou Rachel para Alison, que deu um "tchauzinho" enquanto Cuddy descia para conversar com House.

– Greg, o que foi aquilo? Quantas vezes eu já disse que você não pode assistir essas coisas aqui?! - Exclamou Cuddy, irritada.

House pegou o controle, que estava ao seu lado, e pausou o filme e desligou a tv.

– O que, mãe? Esse? Mas ele é educativo. Eu estou aprendendo muitas coisas, sabia? - Replicou House se ajeitando no sofá.

– Que coisas? - Cuddy perguntou confusa, se sentando no sofá. Ela passou basicamente o dia inteiro na loja de vestidos de noiva.

– Ah, - Ele começou a contar nos dedos - Palavrões. Tenho que manter meu dicionário atualizado.

Cuddy revirou os olhos. House não se interrompeu.

– Posições. Você nem sabia aquel... - Cuddy pulou em House, tapando a boca dele.

– House! As meninas estão ouvindo! Não! - Exclamou Cuddy ainda com a mão na boca de House.

– Você pode tirar a mão da minha boca? - House perguntou olhando Cuddy.

– Ah, claro. Você precisa parar com isso. - Cuddy tirou as mãos da boca de House.

– Parar com o quê? Eu podia estar matando, roubando, me prostituindo, mas não. Estou aqui vendo esse excelente filme educativo, somente para te fazer feliz. E eu também. Mas isso não vem ao caso agora. Vai me deixar de castigo, mãe? Eu sou o melhor da classe, não tem sentido me deixar no cantinho da disciplina.

– Ok, honey. Não vou fazer greve. Mas você vai ter que prometer não assistir mais essas coisas aqui em casa. O assistente social quando vir aqui vai perceber que isso é um filme impróprio para menores e não um filme educativo.

House revirou os olhos.

– E nós vamos acabar perdendo a guarda das meninas. E se, por sua causa, nós perdemos a guarda delas, eu vou fazer da sua vida um verdadeiro inferno.

Cuddy já estava com aquele tom de ameaça que faz qualquer um ficar com medo. Inclusive Gregory House. (N/A: Esse tom é atenuado no episódio 7x09 na sala dela quando o papi não quer jantar com a vovó pro aniversário da mamãe)

– Ahn... Ok. Parei. Não trago mais esses filmes para cá. Eu deixo lá no apartamento. - Concordou House com medo.

– Ótimo. É assim que eu gosto. Eu mando e você obedece. - Cuddy foi se aconchegando ao lado de House - Crianças?

Cuddy levantou a cabeça e tentou ouvir algo perto da escada. House estranhou e seguiu o olhar de Cuddy.

– Crianças? - House perguntou.

– Heh, mãe, não se estresse, viu? - Pediu Roberta envergonhada ao ser descoberta.

Alison e Roberta saíram do lado da parede que dava acesso a escada e foram em direção aos pais.

– Seu humor está ótimo, não vamos piorar, ok? A gente só tava querendo saber se a senhora não ia matar o papai e que, se caso tentasse matar, era pra gente salvar ele. - Alison falou. Agora elas estavam de frente para House e Cuddy.

House continuava confuso com aquela história. Cuddy estava se divertindo com a situação.

– Por favozinho, inho, inho, não devolve a gente! - Clamou Alison se ajoelhando.

– Éééééé! Não devolve a gente! - Pediu Roberta também se ajoelhando.

– Ah! Não, não, não. Eu jamais faria isso! Nunca! - Assustou-se Cuddy. Okay, certamente ela não esperava por essa.

– Ahn, o quê? Do que vocês estão falando? - Perguntou House ainda confuso.

– Ah, - Cuddy se lembrou que House não estava entendendo nada - Elas estavam ouvindo a nossa conversa. Eu escutei uma delas sussurrando algo, chamei elas, você não entendeu nada, elas estão aqui pensando que vou deixar de adotá-las. Bem, isso foi um resumo.

– Ah. - Fez House.

– Alison! Sua anta! Me lembre de nunca espionar alguém com você! - Brigou Roberta batendo no braço de Alison.

– Ai! Mas eu tava querendo fazer xixi! A gente ficou praticamente o dia todo na loja de vestido, poxa! Dá um tempo! - Tentou justificar-se Alison. Ela estava "massageando" o lugar que Roberta bateu.

– Meninas, chega! - Falou House cansado daquelas brigas.

– Desculpe, pai. Mas você falou que o melhor jeito de espionar as suas vítimas era sozinho. Mas essa anta da Alison fica falando o tempo todo! Isso estraga tuudo! - Explicou Roberta já de pé.

– Você falou? - Citou Cuddy - Do que ela está falando, querido?

– Nada, honey. Ela não está falando de nada. Bobagens de adolescente. - Desconversou House desviando o olhar.

– Bobagens de adolescentes, aham, sei. Bom, agora que está a par de tudo, você já pode se encontrar na conversa, estou certa? - Cuddy voltou a ser aconchegar em House.

– Aham. - Assegurou House abraçando Cuddy.

– Bom, agora que está tudo bem, e está todo mundo feliz, eu e a Roberta podemos assistir tv? - Perguntou Alison esperançosa.

– Vou pensar no seu caso. Assim que o seu pai tirar o filme da, ahn, tv. Vá lá, honey. Esperamos você aqui. - Cuddy deu um lindo sorriso. Aquele de vitória que só ela tem.

Todas sorriram daquele jeito. Doce e imperativo.

– Por que eu? - Perguntou House quase se rendendo aos sorrisos.

– Por que você? Bem, esse filme é seu. Eu estou mandando. E foi você que colocou. - Explicou Cuddy ainda com o sorriso.

– Okay, chefa. Okay, filhas tão malvadas e mandonas quanto a mãe. - Rendeu-se House se preparando para levantar-se.

– De nada, paizinho querido. - Responderam as duas em uníssono.

Cuddy levantou e deu espaço para House levantar. Ele foi em direção a tv e estava prestes a ligá-la, mas Cuddy falou:

– Ah, tire primeiro o filme, e depois ligue a tv. Sabe, temos duas crianças aqui que não podem ver isso. - Cuddy fingiu que estava contando um segredo e apontou para Alison e Roberta.

– Hey! - Protestaram elas.

– Calma, não está mais aqui quem falou! - Defendeu-se Cuddy sentando no sofá de pernas cruzadas.

– Okay. Tenho que me acostumar em ter menores aqui. - Sussurrou House para si mesmo. Ele tentava tirar o DVD, mas não conseguia - Hey, vocês tem um aleijado em casa que não consegue tirar essa droga daqui. Alguma ajuda?

– Deixa que eu vou, daddy! - Alison levantou rápido e foi em direção à House.

Ela tirou o dvd e olhou o verso: "APRENDEN...". House tirou o cd da mão de Alison antes que ela terminasse de ler.

– Eu estava lendo! - Protestou Alison de joelhos.

– Ou eu tiro isso da sua mão, ou a sua mãe me bate. Das duas uma. - House balançou o cd na mão.

– Ahn, pode levar. - Respondeu Alison sorrindo falsamente.

– Achei que ia escolher essa. Sou irresistível. - Falou House fazendo pose.

– É sim, pai. Espero ser tão irresistível quanto você quando crescer. - Respondeu Alison se levantando e abraçando House.

House ficou surpreso com o abraço, mas o retribuiu com um suave sorriso.

– Eu também. Só não me dê netos antes do tempo. - Pediu House com uma cara de safado para a filha.

Cuddy se surpreendeu com a frase do amado.

– House! - Cuddy o repreendeu, mas estava com a face divertida.

– Ok, Alison desgruda do papi e coloca naquele filme sobre aqueles caras grandes e verdes que são de outro planeta... - Falou Roberta sentando, no chão, perto de Cuddy.

– Avatar? Rob, eles são azuis. - Explica House indo se sentar ao lado de Cuddy.

– Heh, é esse mesmo. - Confirmou Roberta cruzando as pernas.

– Ai, credo, tem muito sangue? - Perguntou Alison claramente enojada. (N/A: Eu adoro esse filme, principlamente naquela parte que a galera azul ataca os babacas malvados. É show!)

– Putz, mana. Eu não te conheço. - Falou Roberta balançando a cabeça em negativa.

– O que foi? - Perguntou Alison confusa. Ela ainda estava perto da tv.

– Filha, esse filme até ganhou um prêmio. É mundialmente famoso! - Contou Cuddy apoiando a cabeça no colo de House.

– Ah, é? Não sabia. Estou meio desligada do mundo ultimamente. - Respondeu Alison despreocupada. Ela se virou e ligou a tv.

Começou a pecorrer os canais.

– E posso saber por quê? - Perguntou House agora interessado.

– É. Por quê? Algum motivo especial...? - Perguntou Cuddy também interessada, mais ainda porque ela tinha uma vaga idéia do que se tratava. "Talvez um... Namorado?". Sorriu.

– Aly? - Chamou Roberta - O que você está escondendo de mim? Sua mana!

Alison assustou-se. Ela virou o centro das atenções, e das perguntas, de uma hora para outra com somente uma frase: "Ah, é? Não sabia. Estou meio desligada do mundo ultimamente."

– Ahn? Nada não, mãe. Trabalhos de escola, seu casamento. Fico nervosa com isso. - Respondeu Alison dando de ombros e ainda percorrendo os canais.

– Nervosa? - Perguntou Cuddy descrente. "Acho que ela está mentindo. Não é nem ela que vai casar. Sou eu!" Pensou Cuddy estremecendo levemente.

– Uhum. Sou meio paranoica com essas coisas. Fico nervosa por tudo. Ainda bem que meus pais são médicos. - Sorriu verdadeiramente.

– Mãe, ela está falando a verdade. Essa louca fica nervosa por tudo. Se eu ou ela se corta, ela liga pros CSIs, dá o alerta vermelho nos hospitais, liga pro advogado, começa a chorar, diz que vai ficar sozinha no mundo, etc. - Disse Roberta olhando atentamente para Alison. Caso a mesma quisesse fazê-la de vítima de assassinato.

– Epa! Calma lá. Mana, não é para tanto. Você esqueceu que eu chamo o FBI. - Falou Alison virando-se para Roberta com um sorriso no rosto.

– Ah, é mesmo. O FBI. - Roberta bateu de leve na cabeça.

Cuddy estava se divertindo com a loucura das filhas. House só prestava atenção na tv, caso passasse um filme bacana.

– Alison! Pára aí! Deixa nesse filme! - Chama House de repente.

Todas levam um susto.

– House! - Cuddy o repreende.

– Pai! - Alison também o repreende - Quer me matar do coração? - Diz ela com a mão no peito, assustada.

– Eu não. - Falou House.

Roberta não prestava atenção na "conversa paralela" que estava acontecendo, ela queria saber se conhecia o filme.

– Ahá! Já sei o nome do filme! Eu sabia que era esse! - Disse ela comemorando.

– Qual é o nome do filme? - Desafiou House olhando para ela.

– O procurado. - Respondeu ela confiante.

Alison tinha parado para assitir a pequena epifania de sua irmã. Pegou o controle e apertou o botãozinho "+", e na tela apareceu o nome do filme, a classificação, e a sinopse.

– Roberta! - Cuddy deu uma pequena enlouquecida - Esse filme é para maiores de 18! Como você sabia?!

As duas ficaram assustadas, afinal, é mais fácil porco criar asas, do que Lisa Cuddy perder o controle.

– Mãe! Eu não assisti ele! - Roberta falou rápido, tamanho o susto que levou de sua mãe - Só tinha visto a capa do filme quando a gente foi na locadora semana passada!

Cuddy deu um suspiro aliviado. House também ficou um pouco assustado. Imagina, ele, que a conhece há mais de 20 anos nunca a viu perder parcialmente esse controle que ela tanto prezava.

– Calma, mansa, mansa... - Brincou House acariciando o braço dela. Ela respirava um pouco mais rápido do que seria ela no seu "normal".

– Err... Vamos passar de canal, não é? Rob, pro nosso bem. - Falou Alison um pouco sem graça. Recomeçou a pecorrer os canais.

A noite se passou assim, com eles vendo filmes, séries, notícias, etc. Formavam a família imperfeitamente perfeita de New Jersey (N/A: essa frase é da mana Roberta. Peçam pra ela primeiro).

Cameron já tinha marcado o casamento de House e Cuddy para ser antes do dela, com um intervalo de um mês, para que as meninas pudessem passar um tempo na casa de Wilson, já que House e Cuddy iriam passar a lua-de-mel em Mont Saint-Michel, como era o sonho de Cuddy há muito tempo. Tudo estava completamente acertado, o vestido, o espaço alugado, o smoking de House... Que ele se recusou a usar.

– Pareço um pinguim com esta roupa. Por favor, Cuddy, se você gosta de mim, não me obrigue a ir com isto. - Implorou House quando Cuddy, Cameron e Wilson o foram escolher os smokings do padrinho e do noivo.

Wilson já estava com o seu smoking e se admirava no espelho, enquanto House odiava a sua imagem refletida.

– House é claro que eu gosto de você, mas você tem que ir com este smoking, senão vão prestar atenção só em mim, e eu não estou casando comigo mesma. Por mim... - Cuddy fez chantagem emocional. Jamais pensariam que um dia isso daria certo, mas isso aconteceu.

Cameron e Wilson param para olhar House ceder. Ele com certeza faria qualquer coisa que ela pedisse.

– Cuddy, - House suspirou derrotado - Você vai ter que me recompensar por isso depois.

– Pode deixar que dessa parte cuido eu. - Cuddy deu uma piscadela, virou-se e foi a um outro smoking no maior rebolado.

House e Wilson entortaram as cabeças para o lado e reparam no rebolado exclusivo de Lisa Cuddy.

– Hey! - Fez House enciumado, quando viu para onde Wilson olhava - She is mine!

– Okay. Parei. - Defendeu-se Wilson dando meia volta e indo para o provador trocar de roupa.

Cuddy e Cameron riram com esta demostração de afeto de House.

– O que é? Nunca viram uma pessoa apaixonada? - Perguntou House ligeiramente irritado em ter concordado com os smokings.

– Eu já. Toda vez que me olho no espelho. Mas um House apaixonado é a primeira vez. - Respondeu Cameron pegando o celular na bolsa para tirar uma foto - Preciso salvar esse momento. Você se importa, Lisa?

– Ahn, eu não. Pode tirar. - Cuddy falou um pouquinho triste.

– Heey, espera. Um apaixonado tem que ter a causadora desse desastre na foto, não é? - House perguntou saindo do palanquezinho, agarrando Cuddy na cintura e a prensando junto ao corpo.

– Ai! - Cuddy protestou, mas riu logo depois.

House ainda deu uma risadinha junto com Cuddy. Cameron tirou a foto em que o casal aparecia rindo.

– Bem, agora que sou a fotógrafa, muitas fotos para o álbum! - Cameron se empolgou e começou a tirar um monte de fotos.

House e Cuddy faziam caras e bocas para a câmera. Wilson saiu do provador, deu a volta no casal, e se pôs ao lado de Cameron.

– Wilson, - Cuddy o chamou rindo daquilo - Vem tirar foto com a gente!

– É, vai lá James. O casal sem o cupido não dá certo. - Incentivou Cameron o empurrando para o lado de House e Cuddy.

– Está bem! Vamos com isso. - Concordou Wilson rindo.

Mais e mais fotos foram tiradas. Depois de um tempo, Wilson deu uma pausa e saiu das fotos para beber água. Seu telefone tocou.

- Alô, boa tarde, aqui é do colégio Lorraine Cambridge. - Uma mulher com voz fina falou.

– Algum problema? - Wilson começou a ficar preocupado. Esse era o colégio onde Alison e Roberta estudavam.

- Preciso falar com James Wilson. Posso, por favor, falar com ele?

– É ele quem está falando.

- Desculpe incomodar, mas é um problema com uma de suas sobrinhas.

– O que aconteceu?

- Uma delas se envolveu numa briga e está aqui na diretoria. A outra também está aqui.

– Você já ligou para os pais delas?

- Sim, mas ninguém atende. Por favor, preciso que alguém venha aqui para buscá-las.

– Ela está bem?

- Sim, mas ela não está em condições de ir sozinha para casa. Ela está chorando.

– É a Alison ou a Roberta?

- Alison.

Wilson surpreendeu-se. Isso não fazia parte da personalidade de Alison. Ela prefere ficar longe de brigas.

"Alison se metendo em confusão? Minha nossa, isso não é bom sinal." Wilson pensou ainda preocupado.

– Está bem, estou indo buscá-las. Avise-as, por favor. - Wilson pediu.

- Sim, senhor. - A mulher disse, e desligou.

Wilson ficou pensando nisso por alguns segundos. Deveria ou não contar o acontecido com Alison para House e Cuddy? Ele decidiu guardar o longo discurso sobre brigas para mais tarde. Deu meia volta e foi para o lugar onde estava anteriormente.

– Algum problema, James? - Cuddy perguntou ao olhar a cara de Wilson. Essa certamente não estava como a poucos minutos atrás. Estava preocupada.

Cuddy se desfez da pose com House, e foi em direção à Wilson.

– Não, está tudo bem. Eu só preciso buscar uma prima minha na... - Wilson pensava numa mentira convincente - Bem, estou indo buscá-la na escola – Wilson frisou bem a palavra ao olhar para House. Essa era uma dica... Que ele não pegou.

– Que prima na escola? - House perguntou, mas se arrependeu ao captar o que Wilson queria dizer - Ah, aquela prima de terceiro, ahn, grau.

Wilson deu uma suspirada ao perceber que House tinha captado sua valiosa dica. Já Cuddy ficou desconfiada.

– Bem, ela me ligou e disse que o carro dela quebrou. Então preciso buscá-la. - Wilson falou já quase correndo para fora da loja.

– Espere, James. - Cuddy o chamou.

Wilson parou abruptamente. Ela estava desconfiada, e isso não era um bom sinal.

– Que prima de terceiro grau? - Perguntou ela cruzando os braços.

– Err... - Wilson suspirou e resolveu contar a verdade - Eu não tenho prima de terceiro grau.

– Disso eu já sabia. - Falou Cuddy - O que você está me escondendo?

– Lisa, fique calma, não é nada para se preocupar. Me ligaram da escola da Alison e da Roberta, e... - Cuddy rapidamente pegou sua bolsa e seu celular.

Começou a ficar desesperada.

– O que, James?! - Gritou ela nervosa.

– Calma, Lees. - Pediu House ficando ao lado dela.

– Disseram que a Alison entrou numa briga e está na diretoria. - Wilson contou, e, ao perceber que Cuddy estava para ter um treco, completou a frase - Ela está bem, mas está chorando. Estou indo buscá-la agora. Calma.

– Alison? Numa briga? Vou lá agora! - Disse ela já procurando as chaves na bolsa.

– Não, Lisa. Isso só vai deixá-la pior. Deixa que eu vou buscar ela. - Wilson a confortou, foi em direção à porta, e saiu. O carro não estava muito longe. Com o carro seriam, no máximo, uns 10 minutos até a escola.

No local, Cameron ficou se perguntando o que será que tinha acontecido. House ficou preocupado com Alison, e mais ainda com Cuddy, que parecia que estava para ter um treco.

– A Alison tem um bom comportamento, o que será que aconteceu? - Cameron perguntou, entrando na conversa agora.

– Eu não sei. Isso é estranho. Não é do fetio dela brigar. Tomara que ela esteja bem. - Cuddy se acalmou um pouco.

– Ela vai ficar bem. Vamos pagar logo esse smoking, para irmos embora. Lees, você precisa se acalmar, senão ela vai se sentir pior. Vamos logo. - House falou arrastando Cuddy para perto de Cameron, caso desse a louca nela e resolvesse sair correndo atrás do carro de Wilson para levá-la até a escola. Cameron percebeu a intenção de House, e agarrou no braço de Cuddy.

Nas ruas de Princeton - Carro de Wilson - À caminho da escola.

Wilson dirigia como um louco, não literalmente, pois estava mais tenso com o que acontecera com Alison, do que a sua direção perigosa. Ela era sua preferida. Durante a sua "direção perigosa", recebeu uns sinais feios, algumas multas por alta velocidade, outros palavrões, mas enfim chegou no seu destino. A escola.

Foi correndo até a diretoria, nem fechou o carro direito. Chegando lá, encontrou Alison chorando em uma poltrona, enquanto Roberta tentava consolá-la. Em vão.

Roberta levantou o olhar e viu que Wilson chegara.

– Aly? - Roberta a chamou.

– Que é, Rob? - Alison perguntou, quando um soluço irrompeu de sua garganta. Ela estava destroçada.

– O tio Wilson chegou.

Alison levantou a cabeça e sorriu quando viu que Wilson tinha chegado. Levantou-se da poltrona e foi correndo para abraçar Wilson. Chorou mais.

– O que aconteceu, Aly? - Wilson perguntou preocupado.

Ela chorou ainda mais, se é que isso é possível.

Wilson viu que ela não diria muita coisa, então fez um gesto com a cabeça para Roberta, indicando que ela contasse a história.

– Bem, por onde começar? Umas meninas que não gostam da gente começaram a caçoar da Alison. Ficaram chamando ela de fresca, nerd, até que esses xingamentos chegaram a outro nível: começaram a chamar palavrão, disseram que a papai era um aleijado sem coração, que você era um tapado que nunca fica com alguém... E chamaram a mamãe de prostituta, não desse jeito, e sim vulgarmente. A Alison perdeu a paciência e começou a socar a outra menina, depois viemos parar aqui. Ela está muito arrependida. Bem, eu vivo dizendo pra ela se soltar, mas acho que não era bem desse jeito.

Depois de Roberta contar o ocorrido, Alison afundou no abraço de Wilson, em profunda decepção consigo mesma.

– Tio, desculpa! Eu não queria fazer isso, mas elas ficaram dizendo isso de você, do papai, da mamãe... E eu perdi a paciência! Desculpa, desculpa! - Alison continuava chorando e pedindo desculpa. Wilson não sabia muito o que fazer, então apelou para o que quase sempre funciona.

– Aly, me diz uma coisa. - Pediu Wilson arrastando Alison para um sofá.

– O que, tio? - Perguntou Alison soluçando um pouco.

– Você deu muito na cara da menina? Ela bem que mereceu. - Falou Wilson com um sorriso.

Roberta sorriu de leve. Alison se recuperou um pouco, ela também sorriu confirmando com a cabeça.

Uma senhora velha entrou na sala.

– O senhor é James Wilson? - Ela era a diretora, e a que tinha falado com ele alguns minutos atrás.

– Sim, sou eu. - Confirmou Wilson, pedindo que Alison ficasse no sofá enquanto se levantava.

– Bem, sinto dizer, mas com esse tipo de comportamento ela não poderá continuar aqui, no meu colégio. - Falou ela indo se sentar na cadeira atrás da mesa. Ela se achava.

Roberta a fuzilava com os olhos. "Velha chata..." Pensou.

– Desculpe, mas a senhora já viu o boletim dela? Uma das melhores da classe, se não desse colégio! - Wilson começou a ficar estressado.

– Por favor, não se exalte. - Ela deu uma pausa, olhou para Alison e consentiu com a afirmação de Wilson - Sim, ela é uma das melhores do meu colégio, mas...

Roberta a interrompeu.

– "Mas" o que? Minha mana é a melhor desse colégio! A senhora não pode expulsar ela! - Roberta gritou para defender a irmã.

– Rob, deixa que o tio Jimmy resolve isso. Vamos para fora. - Alison tinha se recuperado um pouco e pensou que Roberta, em vez de ajudar, iria atrapalhar Wilson. Foi arrastando Roberta para fora.

– Obrigado, Aly. - Agradeceu Wilson.

Alison consentiu. A velha diretora observou elas saírem da sala.

– Onde nós estávamos? - Perguntou Wilson sentando na cadeira em frente à diretora tentando não ficar tenso.

– Sobre a expulsão da aluna Alison Cuddy House. - Respondeu ela com um ar de superioridade que irritaria qualquer um. Principalmente Wilson.

– A senhora quer mesmo fazer isso? Expulsar ela? Durante todo o tempo em que ela estuda aqui, ela nunca se meteu em confusão. É uma ótima aluna. Em todas as reuniões, a mãe dela se torna uma celebridade quando fala que é a mãe de Alison e Roberta Cuddy House!

– Mas isso não é realmente um motivo. Já vi casos em que os melhores alunos deste colégio, tornaram-se os maiores problemas que já enfrentei. Só quero menos uma dor de cabeça no futuro.

Wilson suspirou, pelo visto aquela diretora estava com esse pensamento fixo na cabeça. Expulsar Alison era uma meta que ela queria conseguir. Ele teve uma idéia.

– Perdoe-me, mas o que aconteceu com a outra garota que estava na briga? - Perguntou Wilson, querendo uma chance para provar seu argumento.

Ele conseguiu, a diretora foi pega de surpresa. Ela estava torcendo para que Wilson não tocasse nesse assunto.

– Chamei os pais dela, e dei o castigo merecido.

– Que foi...?

– Três dias de suspensão.

– Ah, então quer dizer que a menina que estava xingando a minha sobrinha pegou apenas três dias de suspensão? Enquanto a vítima dessa história toda parece que vai levar uma expulsão? Isso não me parece muito justo. O que acha?

Wilson estava se sentindo. Ele teve seu momento House, único e sozinho. Ah, que sonho realizado.

– Eu... - Ela deu uma pausa, claramente derrotada - Ela pode ficar, mas que isso não se repita.

– Pode deixar, que ela e a irmã só iram ficar nesta escola neste ano. Depois, não precisa mais se preocupar com essa alunas brilhantes.

A diretora confirmou com a cabeça. Wilson olhou o relógio no celular.

– Bem, se terminamos por aqui, eu preciso levar elas para casa. Está tarde. Boa noite, senhora...?

– Mackay, Sara Mackay.

– Oh, você é a mãe de Claire Mackay? - Wilson estava surpreso. Ela era mãe da madrinha de casamento de House e Cuddy. Claire!

– Ah, então conhece minha filha?

– Sim, ela vai ser a madrinha de casamento dos pais de Alison e Roberta.

– Ah. - Ela não sabia!

– Nossa, - Wilson surpreendentemente estava feliz com aquilo - Como o mundo pode conspirar?

Ele suspirou, maravilhado.

– Lisa Cuddy e Gregory House? - Sara perguntou não aceitando que sua filha fosse madrinha do casamento dos pais de uma "peste" que estudava em sua escola. (N/A: Tadinha de mim, mi, mi, mi *choro*)

– Sim, isso mesmo. - Wilson já nem prestava atenção no tom de repulsa da diretora.

– Ah. - Foi só o que ela fez, de novo.

– Bem, muito prazer, senhora Mackay - Wilson levantou-se e apertou fortemente a mão de Sara num cumprimento - Muito prazer.

Wilson estava eufórico com a descoberta.

– Também foi um prazer conhecê-lo, senhor Wilson. - Sara levantou-se e acompanhou Wilson até a porta do escritório.

– Até mais! - Wilson se despediu e foi até onde Alison e Roberta estavam, com um enorme sorriso no rosto.

– O que foi, tio? Conseguiu manter a Aly na escola? Não? Ah, mas eu vou lá agora dizer umas verdades na cara daquela velha gorda! - Roberta pulou da cadeira em que estava e foi com passos firmes até a porta, mas Alison a segurou impedindo-a de continuar a andar.

– Rob, você não percebeu que o tio Wilson está sorridente? - Alison perguntou olhando a face de Wilson, como se ele fosse uma espécie de cobaia, ou um ET - Sorridente até demais.

Roberta parou para olhar a acusação de Alison. Ficou com a mesma reação de sua irmã.

– Tiooo! - Roberta foi para a frente de Wilson e começou a abanar freneticamente as mãos para chamar a atenção dele.

– Rob, pare com isso. Ele só está em... - Alison estreitou os olhos vendo o rosto de Wilson - Transe?

– Não. Acho que é outra coisa. - Roberta respondeu também estreitando os olhos ao olhar o rosto de Wilson - Pode ser hipnose?

Roberta olhou para Alison.

– Acho que é felicidade. - Alison sorriu satisfeita.

– Ihh! O tio Wilson viu um passarinho verde! - Roberta riu alto.

Wilson deu uma leve despertada, mas só acordou mesmo quando seu celular tocou.

– Wilson? - Ele saudou.

- James, onde você está? Elas estão bem? Por que está demorando? O houve? Me responda! - Uma voz nervosa soou na outra linha. Era Cuddy.

– Calma, Lisa. Está tudo bem. Elas estão bem. Estamos na escola ainda. Não precisa ficar nervosa. - Wilson tentou acalmá-la. Completamente em vão.

- Por que vocês ainda estão aí? Algum problema? Cadê a Alison? Quero falar com ela agora! - Ela estava mais que nervosa.

– Lis... - Wilson foi interrompido por uma voz no fundo da outra linha.

- Cuddy! Me dá isso aqui! Você vai pirar a cabeça da menina desse jeito! Me dá o celular! - Outra voz. Era House.

- De jeito nenhum! Você não vai pegar! - Cuddy sorria correndo ao redor do sofá, fugindo de House.

- Antigamente existia mais respeito aos aleijados! - House resmungou com um pouco de dor, enquanto parava encostado no sofá.

Wilson sorria de leve. Cuddy já não estava mais tanto nervosa, tinha relaxado. Mas tinha que levar Roberta e Alison para casa, antes que House tivesse um ataque.

– Lisa, dê o celular para House, por favor. - Wilson pediu rindo.

- Okay - Ela suspirou derrotada. - House, telefone para você. É o Wilson. - E entregou o celular para House.

- Obrigado - disse ele com um sorriso vencedor. Pôs o celular no ouvido e falou: - Takayama falando.

– House, tenta acalmar a fera aí, que eu já estou indo com as meninas. - Falou ele segurando o riso, quase obtendo êxito completo.

- Ok, senhor. Vou tentar! - Disse House batendo continência.

– Passa o celular para a Cuddy. - Ordenou Wilson.

- Mãe, telefone para você. É o titio. - Brincou House passando o celular para ela.

Cuddy riu.

- Senhora House falando. - Falou ela rindo.

– Já estou saindo da escola, pode ficar tranquila, que eu já resolvi tudo aqui e te conto o que aconteceu quando chegar aí. Fica calma. - Disse ele chamando as meninas com um aceno de mão. Foi andando até a saída.

- Ok. E James? - Ela o chamou.

– Sim? - Ele parou de andar. Alison e Roberta também. Ficaram olhando para Wilson, ansiosas.

- Cuide delas, por favor. - Cuddy pediu. Ela já não estava nervosa, nem ansiosa. Estava controlada. A diretora do Princeton-Plainsboro tinha voltado.

– Claro. Pode deixar, Lisa. - Wilson consentiu. Recomeçou a andar. Alison e Roberta também.

- Obrigada. Manda um beijo para elas. Tchau. - Ela disse e desligou.

– Tchau. - Ele também desligou e pôs o celular no bolso.

– E aí? A mamãe? Como ela está? Ela não está brava comigo, não é? - Alison perguntou preocupada com a sua "arte".

– Nossa, você está parecendo com sua mãe quando fica nervosa. Pergunta tudo. - Wilson sorriu com a semelhança.

– Pior, né? - Roberta riu também.

Alison revirou os olhos.

– E então? Como ela está? - Alison perguntou ignorando as frases anteriores.

– Ela está bem, Aly. Só está preocupada com você. - Respondeu Wilson chegando próximo ao carro - Ah, ela mandou beijos para vocês.

– Oh, brigada tiuuuu! - Alison pulou nele.

Roberta balançou a cabeça negativamente. Wilson riu.

– De nada. Vamos logo. O pai de vocês não vai resistir por muito tempo com a sua mãe lá. - Wilson disse e esperou Alison e Roberta entrarem no carro para entrar também.

– Vamos! - As duas falaram.

– Se segurem! - Wilson avisou e saiu correndo com seu carro.

Já na casa de Cuddy, a brincadeira rolava solta.

– Você não me pegaaa! - Cuddy corria entre os cômodos da casa, enquanto House a perseguia, tentando distraí-la.

– Pego sim! Espera até chegar daqui a pouco! - House respondeu correndo o mais rápido que sua perna permitia.

– O que vai ter daqui a pouco? - Cuddy perguntou parando de correr.

– Você vai saber... - House deu uma piscada safada.

Cuddy viu e riu.

– Então eu quero saber agora! - Cuddy ordenou se aproximando sensualmente de House - Você vai me mostrar?

– Se vou, hehe... - House deu um passo para frente, segurou o rosto de Cuddy e começou o beijo.

Logo roupas começaram a ser tiradas e jogadas no chão. Camisas, robes... Uma batida na porta e um barulho de chaves interromperam o "joguinho".

– Mãe? - Alison gritou do lado de fora - Você está aí?

– Aly, eu tenho a chave. - Ouviu-se Wilson do lado de fora.

– Droga! - Resmungou House.

Cuddy ficou vermelha com seu estado. Catou suas roupas e correu para o quarto, enquanto House pegava, com a bengala, sua camisa que também estava no chão (N/A: Desculpa, Huddies. Não sei escrever Hentai. Isso é com a Rob).

– Pronto, abri. - Disse Wilson abrindo a porta.

House deitou-se rapidamente e colocou o travesseiro na frente do corpo. Wilson percebeu o ato de House e tentou disfarçar as visões de Aly e Rob.

– Bem, vão logo trocar de roupa que eu começo a explicar pros seus pais. - Disse Wilson empurrando-as para cima.

– Okay, tio. - Disse Alison puxando Roberta para cima, não desconfiando do motivo da ordem, e sim fugindo de um provável sermão.

– Ai, Alison! - Reclamou Roberta sendo puxada para cima.

Wilson virou de costas para House. Ele não queria ver nada que o fizesse tremer.

– Se veste logo, House. Eu não sou a sua mulher para te ver assim. - Exigiu Wilson, impaciente.

– Você não é de trair com homens casados? - Perguntou House vestindo a camisa.

– Vai contra a minha política fazer isso. Já? - Perguntou Wilson um pouco nervoso.

– Pode virar. Já foi pego em flagrante? - Perguntou House com um olhar especulativo.

House ficou apoiado na perna esquerda, enquanto aguardava sua resposta, esperando uma oportunidade de deixar Wilson vermelho.

– Não. - Respondeu Wilson num tom confuso, e percebeu a ausência de Cuddy - Cadê a Cuddy?

Wilson olhou em volta.

– Subiu quando vocês chegaram. Preocupado se ela chegar? Acho que ela não vai pegar a gente. - Respondeu House andando de modo "sexy" em direção ao Wilson.

Ele ficou meio bestificado, mas riu logo depois.

– Você está tentando me seduzir? - Wilson perguntou ainda rindo.

– House, o Wilson está com a Claire. Não ouse me trair. - Cuddy apareceu descendo as escadas com um conjunto preto de babados.

House e Wilson olharam de modo surpreso para Cuddy. Ela entendeu de modo errado e ficou meio preocupada.

– Muito exagerado? Feio? - Perguntou ela se olhando.

House olhou para Wilson... Que tinha a boca um pouco escancarada. House deu um pigarro.

– Hmm, Wilson? - Cuddy esqueceu-se de Wilson e ficou preocupada com o estado mental dele.

– Ahn? O quê? - Ele acordou.

– Sou noiva, ok? - Cuddy mostrou a aliança.

– E o noivo está aqui do seu lado. Se não quiser ver o novo golpe de bengala que eu aprendi, sugiro que pare de olhar assim para ela. - House se ajeitou numa pose de luta, com a bengala na mão.

Wilson abaixou o olhar, tentando se concentrar.

– Onde estão as meninas? - Perguntou Cuddy com uma ligeira ansiedade.

– Eu mandei elas subirem para trocar de roupa. - Wilson disse, e pediu - Escute, não seja muito dura com a Alison. Ela estava tentando proteger vocês.

O rosto de Cuddy ficou confuso.

– Como assim?

– Umas garotas nos xingaram com palavrões. A Alison ficou um pouco, hã... Revoltada e partiu para a briga. Ela só estava protegendo a honra da família. E fez isso com muita veemência. - Explicou Wilson não olhando Cuddy por muito tempo.

– Sério? - House não sabia da história e ficou surpreso com a reação de Alison. Ficou empolgado com isso.

– House! - Cuddy o repreendeu - Não pode incentivar uma coisa dessas!

– Ah, mãe! - Brincou House fazendo careta.

No segundo andar, Alison e Roberta espiavam a conversa dos adultos, procurando algum sinal de castigo eminente.

– Acha que vão me deixar de castigo? - Sussurrou Alison, preocupada.

– Não. - Roberta respondeu convicta - A conversa está muito humorada para um provável assassinato.

– É mesmo. Acha que é seguro?

– Não sei... Vou na frente para testar o humor deles. Você espera aqui e vê se é seguro falar com eles. Se não, você vai correndo para o quarto e finge que está dormindo. Fica de olho. - Roberta instruiu e foi descendo as escadas forçando uma expressão de tranquilidade.

Tá bom. - Assentiu Alison, um pouco tarde demais.

Ela estava nervosa.

Roberta desceu as escadas e foi ao lado de House.

– Hã, mãe, por que você está vestida assim? Na frente do tio Wilson? - Roberta perguntou curiosa e com um pouco de ciúme. Ela se vira para House e pergunta: - E você, pai? Deixa ela ficar tão indecente na presença de outro?

Cuddy estava um pouco com menos roupa para estar numa conversa com um amigo.

– Estou indecente, James? - Cuddy perguntou com uma satisfação disfarçada.

– Bom, você está bonita, se é o que quer saber. - Wilson respondeu corando um pouco.

Roberta e Cuddy riram. Alison riu também, mas tomou cuidado para não ser descoberta.

– Eiiiiii! - Wilson defendeu-se quando percebeu o significado das risadas.

House arregalou os olhos.

– Hã, Cuddy, pode colocar um robe? - Pediu House rindo por dentro da reação de Wilson - O Wilson não está reagindo muito bem com sua roupa. Ele está meio... - House procurou palavras - Distraído.

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Cuddy e House conteram o riso. Roberta foi andando em direção a Wilson com a expressão de quem compreende.

– Tio, eu continuo te amando, mesmo você dando em cima da minha mãe. - Disse Roberta compreensiva, enquanto abraçava Wilson.

Wilson ficou sem graça e pegou seu casaco.

– Eu já vou indo, e... Cadê a Alison? - Wilson procurou em volta. De novo.

Roberta ficou imóvel. Alison também. Cuddy e House se deram conta da falta da filha.

– Rob, cadê a sua irmã? - Cuddy perguntou, agora se lembrando da bronca de devia dar.

– Hã... Ela já foi dormir. Shiii! - Roberta colocou o dedo na boca.

Alison foi correndo para o quarto, com medo de levar uma bronca, mas tropeçou nos próprios pés e caiu. Houve um barulho grande. Ela xingou baixinho.

– Alison?! - Roberta chamou preocupada.

Ela foi correndo para cima. House, Cuddy e Wilson também correram para cima. Encontraram Alison jogada no chão com cara de culpada. Ela tinha machucado o joelho.

– Ha, ha... - Ela ficou sem graça - Fui pega. Eu tropecei nos meus pés.

– Alison Cuddy House! - Cuddy a repreendeu - O você estava pensando, hein?

– Em nada, não é? - Censurou Roberta, irritada com a idiotice de Alison em tropeçar nos próprios pés.

– Ah, qual é, Rob? Sabe que não sou boa em correr, muito menos em fugir. - Alison falou enquanto levantava - Eu entro em pânico!

– Percebe-se. - Roberta revirou os olhos.

– Vão lá para baixo. Não acordem a sua irmã. - Ordenou Cuddy empurrando as duas para a escada.

– Chata. - Disse Alison mostrando a língua para Roberta.

– Molenga. - Respondeu Roberta fazendo a mesma coisa que Alison.

– Malvada.

– Lerda.

– Parem, vocês duas. - Disse Cuddy suspirando.

Elas eram tão irmãs, tão unidas, mas de vez em quando brigavam mesmo.

– Oh, estamos lhe incomodando, não? - Perguntou Alison, de repente se sentindo culpada - Desculpe. Vou tentar me comportar. É a TPM.

– Está desculpada, mas se comporte. Por favor. - Cuddy pediu acariciando a cabeça da filha.

Alison consentiu.

– Maninha do meu coração, me perdoa? - Pediu Alison com uma carinha de cãozinho abandonado, se virando para Roberta.

Elas haviam parado no alto da escada.

– Claro, claro. - Roberta concordou depressa.

– Mãe, a Rob não tava na briga. Ela pode ir logo dormir? - Perguntou Alison olhando para Cuddy.

– Sim. Mas é´para dormir, hein? Nada de ficar escutando conversa alheias, ok? - Cuddy também acariciou a cabeça de Roberta.

– Ok. - Roberta suspirou - Boa noite, mãe, pai, tio Jimmy e Alison.

– Boa noite, mana. - Disse Alison sorrindo.

– Boa noite, filha. - Disse Cuddy abraçando Roberta e beijando o topo da cabeça dela.

– Boa noite, Rob - Disse Wilson a abraçando também.

– Boa noite, pirralha - Falou House sorrrindo de leve.

Roberta foi em direção ao seu quarto esfregando os olhos.

– Então, House e Wilson, sigam-me. - Disse Cuddy descendo - Aly também.

– Yes, mistress. - Os três disseram.

Os quatro desceram e foram rumo ao sofá. Se sentaram. House sentou-se ao lado de Cuddy no sofá de três lugares. Cuddy ficou perto da poltrona que Alison estava. Wilson foi para o de dois lugares.

– Mãe, eu sei que errei, sei que sou meio lerda que tropeça nos próprios pés. - Alison revirou os olhos. Ela estava triste com sua atitude - Me desculpe pela briga. Mas eu fiquei com muita raiva daquela garota. Desde que nós nos mudamos para aquela escola ela pega no meu pé. E ela definitivamente me irritou de um jeito que não pude mais aguentar em silêncio. Me desculpe. Prometo controlar meu gênio. Palavra de escoteiro. - Prometeu Alison levantando a mão.

– Mas você nunca foi escoteira. - Acusou House.

– Tem que ser? Pensei que era só falar. Bom, nesse caso, eu só prometo controlar meu gênio.

Ela deu uma pausa, analisando os rostos dos pais.

– Posso subir? - Alison perguntou esperançosa, levantando-se.

– Hmmm... - Cuddy olhou para House e Wilson, pensando - Pode. Mas lembre-se: nada de sair batendo nos outros por causa de uns xingamentos, ok?

– Mãe, isso só foi uma vez, e além do mais eu tinha que proteger a sua honra. - Disse Alison orgulhosa.

Cuddy levantou também.

– Do que está falando? - Ela perguntou confusa.

– Elas falaram que a senhora era uma prostituta. Eu simplesmente tive que agir. Pode não parecer, mas eu te amo. - Alison a abraçou.

Cuddy a abraçou também.

– Eu também te amo, minha boxeadora favorita. - Brincou Cuddy se afastando um pouco para olhar Alison.

Alison riu.

– Boa noite, tio. Obrigada. - Disse ela indo abraçar Wilson.

– Boa noite. E de nada. - Falou Wilson.

Alison foi abraçar House.

– Boa noite, pai.

– Boa noite, Aly.

Alison foi para cima. Mas antes virou e disse:

– Boa noite, mãe. E a propósito, a senhora está muito gata com essa roupa. - Alison imitou garras com as mãos, fazendo um "miau" enquanto subia.

Cuddy riu. House e Wilson deram uma risadinha.

– Boa noite, gente. - Ela foi correndo para o quarto.

Cuddy foi em direção a Wilson de braços abertos.

– James, muito obrigada. Sério. Eu não sei o que faria sem você. Juro. - Disse ela aliviada, enquanto abraçava Wilson dando um beijinho inofensivo na bochecha de Wilson.

– Tudo bem. Afinal elas também são minha responsabilidade. Sempre estarei aqui para ajudar. - Falou Wilson sorrindo.

– Blá, blá, blá... - House falou entediado e fingiu uma máscara de tristeza - E eu? Não me quer mais?

House fez biquinho.

– Own, é claro que eu quero! - Cuddy foi correndo para a frente de House, deixando Wilson meio bestificado.

Cuddy pegou o rosto de House e o encheu de beijinhos.

– Coisinha fofa... - Ela dizia em meio aos ataques de beijos com uma voz modificada, como se falasse com um bebê - É claro que eu quero você!

– Ah, Lees! - House a beijou.

Wilson ficou desconfortável e foi saindo sorrateiramente.

– Err, já vou indo. - Anunciou Wilson andando para a porta de costas.

– Tch... - Cuddy foi interrompida por House, que a pegou com um novo beijo.

– Uau. - Murmurou Wilson já com a mão na marçaneta da porta.

Ele a abriu, saiu e a fechou, trancando-a.

Cuddy e House subiram aos trancos e barrancos para o quarto. Seria uma longa noite.

(...)

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.