Que horas eram?

Capítulo 4 - Níver da Cacá


>> Cade a Flame? Boa pergunta. Onde? Na sala. Fazendo o quê? Lendo.

POV. AUTOR ~ 20:10 ~

— chegou a hora apagar as velinhas, vamos cantar aquela musiquinha! - Fernanda começou na festa de aniversário de sua prima. Seu aniversário seria dali a 4 meses. Camilla estava fazendo 12 anos e sim, era uma festa especial. Ela ansiava por esse dia a meses.

— Parabéns!!!- dessa vez todos cantaram e bateram palmas - Parabens!!! É o seu aniversário!! Parabéns!!! Parabéns!!! É o seu aniversário!!!

Camilla vestia um vestido curto bege e marrom, braceletes das mesmas cores e uma sandália bege estilo gladiador até o joelho, afinal, ela era uma gladiadora.

Sua festa a fantasia era um sucesso. Todos que ela convidou foram a festa e foram fantasiados. Fernanda de arqueira, Caio era um cientista, Felipe de motorista de fórmula 1, Liane era a princesa Hama (olha, se você pesquisar deve aparecer alguma coisa, mas eu que criei essa princesa da minh história, okay?), Leon de índio, Aylla de marinheira, Flame e Fionna de detetives, Marceline de amazona (feminino de cavaleiro), Marshall de roqueiro (o que, praticamente, ele já é), Finn de múmia, Chama de cozinheiro e Jujuba de super-mulher (não confunda com a mulher maravilha).

Essas pessoas são os principais, mas toda a sua turma, todos seus parentes e todos seus amigos estavam lá no salão de festas. A ajudante da festa deu a Camilla uma faça para cortar o bolo, mas ela fez que não viu e tirou uma adaga da bainha no cinto grosso que usava e girou várias vezes com a duas mãos e depois com uma só pra aí sim cravar a adaga no bolo, o cortando perfeitamente e fazendo um estrondo quando a ela bateu na mesa.

Os aplausos começaram com uma colega da aula de música, do reino água que se vestia de pirata. Kelly, o nome dela. Logo, toda o ambiente a aplaudia.

Enquanto Camilla agradecia a todos por tudo e fazia seu mini discurso, sem tirar a adaga do bolo... (20:30)

— não acredito que você deu uma FACA ENORME pra ela!- Fionna sussurou gritando (é possível) ficando com a voz aguda. Estava do lado de fora do salão, ao ar livre, para não ouvirem.

— claro que não. Eu só dei a ela minha adaga. Quer dizer, emprestei.- Marshall disse tranqüilamente em sua defesa.

— ainda é uma faca enorme! Ela é só uma criança.

— eu sei. Mas é só por hoje. E ela tem doze anos. Já sabe se cuidar bem mais do que achamos. - disse abraçando sua esposa. Fionna olhou pra cima. Sempre odiou ser tão mais baixa que Marshall.

— tá bom. Foi tentar ser menos 'a mãezona'.- disse revirando os olhos como uma criança que não quer saber de nada. Marshall se virou levando consigo a Fionna. Ela tirou a franja que estava em cima do olho e jogou o cabelo pra trás, o que a fez parecer uma patricinha. - tentar.- Marshall olhou pra ela e sorriu e os dois entraram de novo na festa.

=======================================

~ 9:10 ~

— então, Mãe e pai, eu quero, de presente, um gatinho.- Camilla exigiu.

Um dia após sua festa, Camilla estava de braços cruzados esperando uma resposta.

— um gato?- Marshall reclamou - que chato! Eles não fazem nada. Não correm, não mordem, não rondam em volta da casa, não buscam uma bolinha...

— parece alguém que eu conheço.- Camilla resmungou entre os dentes, profundamente irritada, olhando seriamente para seu pai.- não faz nada e só reclama.

Eles dois se encararam por longos segundos. Camilla se endireitou e esticou as costas para parecer mais alta. O problema é que Marshall é quase o dobro do tamanho dela. Até que ela bateu a mão na mesa ao seu lado provocando um barulho estridente.

— eu QUERO e eu VOU ganhar.- falou quase sussurrando.- eu podia pedir um celular super caro, - foi internando o olhar do Marshall e da Fionna a cada opção.- um videogame, uma câmera digital, uma televisão, mas não! Eu peço um GATO!!!- olhou para os dois enfurecida e começando a gritar - UM GATO!!! Sendo adotado ele sai de GRAÇA!!! Vocês são uns implicantes.

Ela saiu da sala pro seu quarto cheio de presentes ainda não abertos. Ela se sentou no meio do quarto e começou a abri-los. Pareceu se lembrar que seus pais podiam vê-la e fechou a porta com o pé.

Fionna se deixou cair no sofá. Marshall sentou ao seu lado.

— e aí? O que você acha disso?- ele perguntou a sua esposa que tinha ficado quieta até então.

— sabe, eu não me importo se ela tiver um gato.- olhou de relance para o vampiro e viu sua cara de desespero.- eu gosto de gatos. Eu mesma já tive três. Os três fugiram mas é outra história.- vez uma pausa de alguns segundos.- mas sabe o que é pior? ELA disse que NÓS somos implicantes, sendo que VOCÊ que falou e EU fiquei calada.- disse apontando, ora pra ela, ora pra ele, ora pros dois e ora para o quarto da sua filha.

— okaaaaaaay... Mas voltando ao assunto principal, vamos conversar. - disse sentindo que já tinha perdido a batalha.

========================================

~ 9:17 ~

— Fefê, tão te mandando zilhões de mensagens.- Felipe disse sem tirar os olhos da tela da TV. Porque alguém tiraria os olhos do seu seriado favorito?

— valeu.

Ela saiu correndo do seu quarto até a sala. Digitou rapidamente sua senha e abriu as mensagens. Eram toda da Camilla.

C >> vem cah???

C >> pf

C >> eh urgente

C >>

C >> Fê, vc pode vir aqui?

F >> pq?

C >> eu te explco aqui. Soh vem

F >> tah. Onde vc tah?

C >> em ksa. Vem logo. Antes q a Li e o Le acordem

F >> ok

Ela saiu da sala e colocou seu tênis. Pegou seu casaco do cabide e saiu correndo.

— ei! Fefê, onde cê vai?- Felipe perguntou enquanto abria a porta.

— lá na Cacá. Se o papai perguntar, diz que fui correr, o que é verdade. Se a mamãe perguntar, diz que tanto faz.- e fechou a porta.

============================================

~ 9:20 ~

Enquanto ia pra calçada, Fernanda colocou uma música no seu MP3. Colocou os fones de ouvido e saiu correndo. Não rápido e nem caminhando, ela foi trotando até lá.

Fernanda chegou lá mais ou menos as 9:30. Bateu na porta e Fionna a abriu.

— oi tia! A Cacá tá aí? Ela me chamou.

— está sim. No quarto dela. Pode entrar. Quer um suco?

— Ah não, obrigada. Eu já tomei café da manhã.

E saiu da sala feito um raio. Pra ela ter oferecido, e não mandado, tinha rolado alguma coisa.

— OICACÁPORQUEMECHAMOUAQUIHEIN?!- Fernanda abriu a porta totalmente e entrou marchando no quarto de sua prima aos berros.

— hã... Oi. Não precisa gritar, eu estou bem aqui.- Camilla respondeu, sentada na cama sem fazer nada, com uma voz que parecia extremamente baixa comparada aos gritos de Fernanda.

— MAIS E AÍ?! O QUE VOCÊ ACHOU DAQUELE VESTIDO LINDO PRA CARAMBA QUE VIMOS NO SHOPPING SEMANA PASSADA?!

— mas que ves...- ela começou mas não pode terminar porque sua amiga voou em cima dela quase sentando em seu colo.- então tá. Mas o que aconteceu com você? Chega no meu quarto gritando tanto que dava para ressuscitar os mortos e depois senta quase em cima de mim me olhando como uma criança pequena querendo respostas.- colocou a mão na testa dela.- você tá doente?

— não, é que sua mãe estava não mandona e você, calma. O tio Marshall não falou comigo e nem me deu um susto.- deu uma pausa para ganhar fôlego.- ele nem me pegou por trás e me levantou girando até eu ficar mais perdida que cego em tiroteio.

— tá, eu pedi para você vir aqui porque,- ela olhou pra Fernanda.- é uma coisa especial...

— o que?

— uma coisa que eu quero muito...

— o que?!

— é incrível e eu...

— fala logo!!

— eu quero um gato.

Fernanda se levantou de repente.

— Ah, fala sério, Camilla!! - ela levantou o tom de voz - Eu estava muito bem lá na MINHA casa quando eu recebo uma mensagem:'venha aqui em casa, é urgente.'- disse com uma fina e logo voltou a falar normal.- mas o que era a tal urgência? Um gato. UM GATO!!! Oh my glob! Você não podia ter um pouco mais de noção? Minha mãe ainda vai brigar comigo porque eu sai antes das 10 horas!!!

Camilla abaixou a cabeça e abraçou o próprio corpo. Falou numa voz tão baixa que Fernanda se inclinou para ouvir:

— foi mal...

Amolecida, Fernanda sentiu pena dela. Não estava fazendo nada em sua casa e Camilla com certeza queria muito o bichinho. Abraçou-a.

— ta bom. Eu te perdoo. Mas...- olhou para os presentes que Camilla ainda não tinha aberto (ela só abriu três ou quatro de mais de 100 presentes. Camilla olhou pra ela.

— mas o que?

— eu só te perdoo SE você deixar eu abrir os presentes com você.

— okay!

==============================================
~10:56~

— olha esse kit de beleza que a...- Fernanda respondeu abrindo mais uma embalagem.- Francisca te deu. É incrível!

— Chica.- Camilla respondeu.- ela não gosta de Francisca. E é mesmo! Ela está sempre maquiada, tem um ótimo bom gosto pra isso e como é do reino água, é uma das meninas mais bonitas da minha turma de música.

— e esse vestido preto? DI-VO. Mas eu não consigo ler a assinatura do bilhete. Reconhece?- disse Fernanda mostrando um papel com uma assinatura rabiscada.

— hummmmm... Não. Mas reconheço a letra da dedicatória. É do Alberto. Da escola.

— reconhece? Hu-hum... Sinto cheiro romance.- ela falou fazendo uma cara retorcida com um sorriso maléfico. Camilla corou.

— Ah, é que ele é a pessoa mais inteligente da sala. Eu já pedi o caderno dele várias vezes emprestado.- fez uma pausa e terminou de abrir um presente.- saca só essa camisa que a Margaret me deu! Ela me acha uma baleia? Fala sério!- mostrou uma camisa branca com a palavra chocolate em marrom várias vezes e em várias fontes.

"Realmente," Fenanda pensou." Ela é grande. Acho que caberia no sofá de dois lugares lá de casa."Camilla continuava a reclamar.

— caramba! Como assim? Isso caberia na nossa família inteira, não acha? Apertando um pouco mais, talvez até um pequeno reino!

— tá bom... Mas é aí? O que o Josh deu pra você?- Fernanda perguntou apontando para um pacote escondido embaixo de tanto papel pra presente.- ela é a pessoa mais rica lá da escola. Ele deve ter te dado uma poção anti-sede.

— pois é. Até que seria bom, mas nessa caixinha, só se for uma pastilha.- falou e começou a abrir.- oh-my-glob-que-coisa-mais-linda!

— o que é?

Fernanda se aproximou mais porque era realmente minúsculo. Camilla só faltava ficar com corações nós olhos.

— uma guitarra em miniatura.

— põe mini nisso!- Fernanda disse secamente. No seu aniversário, ele nem sequer se lembrou que ela gostava de ler ou de desenhar. Deu a ela um tesoura! Uma TESOURA!!! Um tesoura comum, sem ponta, que se compra em qualquer esquina.'você adora fazer recortes.' Estava escrito no bilhete. 'E na aula de artes passada você não tinha tesoura.'

Ela se levantou e gemeu com o esforço, estava sentada a muito tempo.

— falou, Cacá. Mas eu preciso ir. Até mais.- ela disse desanimada.

— já?! Mas por que você não lancha? Ou eu vou com você pra sua casa e ficamos lá. Que tal?

Fernanda sentiu uma pontada de ciúme. Estava na cara que Josh, além do mais rico o mais bonito da sala, estava afim de sua prima. Ela odiou a idéia de ficar mais tempo com aquela menina chamada Camilla que de respeite pareceu tão chata e insuportável.

— não, valeu. Eu me viro sozinha. Não sua uma de seus irmãos.- responde asperamente.

Camilla pareceu perceber seu mal estar e se perguntou o que teria feito isso. Deu de ombros. "As vezes as pessoas ficam mal-humoradas sem razão nenhuma. É melhor deixá-la quieta." Ela pensou filosoficamente.

Fernanda já tinha saído do quarto e estava saindo de casa quando Camilla gritou:

— Tchau, Fefê! Amanhã a gente se vê lá na sua casa?!

Fernanda só resmungou palavras incompreensíveis e saiu correndo regular ouvindo música.