Quando Você Passa

Uma história de amor, de aventura e de magia


— Você nunca se importou com eles, Wade! – Strange comenta. – Por que está chorando?

— Tony Stark ficou de me pagar um bilhão de dólares se eu derrotasse Thanos! – o mercenário fala com a voz embargada.

Logo, o titã volta a caminhar em nossa direção com um sorriso malévolo.

— Gente! – e ele se aproxima. – Gente! – está cada vez mais perto, enquanto Stephen continua consolando Wilson. – GENTE! – naquele momento dou um grito tão agudo que faz Thanos, seus aliados, o doutor e o tagarela tamparem os ouvidos.

— V-Você tem superpoderes! – Deadpool aponta para mim e bate palmas.

— Na verdade, não é bem um superpoder. – fito o chão, de rosto corado. – Aprendi com a MC Melody! A rainha dos falsetes.

Enquanto nos distraímos, o titã já está com Strange sendo erguido pelo pescoço. Ele tenta roubar o Olho de Agamotto para pegar a Joia do Tempo, mas o doutor se debate e tenta lhe atirar um feitiço.

— Você precisa fazer alguma coisa. Proteja seu homem! Não deixe o shipp morrer! – Wade coloca a mão no meu ombro e sai correndo para matar alguns inimigos.

Fico estática, observando a cena igual uma retardada. Como Stephen pode ser lindo até morrendo? Ele já estava quase revirando os olhos e sua respiração estava fraca, quando me posiciono. Cerro os punhos. Puxo o ar e faço o falsete mais agudo o possível.

Ó O GÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁS!!!

As ondas sonoras causam um tremor enorme. Alguns dos aliados do Hulk roxo dissolvem como água. O próprio titã solta o mozão e cobre a audição. Stephen também tampa os ouvidos, ainda tentando recuperar o fôlego.

Thanos começa a lutar contra a força do meu grito e caminha devagar. Um passo por minuto. Meu ar começa a se esvair e o falsete vai enfraquecendo. Com isso, o rival se aproveita e aperta meu pescoço. Já repararam como ele gosta de enforcar as pessoas?

Strange ao ver a cena, arregala os olhos.

— Stephen... Faça alguma... Coisa... – murmuro, já vendo a luz branca.

— Eu deveria fazer o mesmo que você fez. – dá de ombros. – Mas não vá para a luz branca! Vou te salvar! – voa em minha direção, atirando vários poderes místicos contra o fortão, que se esquiva de alguns e continua a me matar.

— Doutor Estranho, sai da frente! – Henrique avisa a ele, vindo com um fusca amarelo, com as laterais batidas. Ele para o carro de costas para nós.

— Estou tentando salvar sua prima, caso não tenha percebido. – o Doutor finalmente acerta um feitiço na cabeça do titã que rodeia seu rosto com fumaça, fazendo-o ficar confuso. Ou noiado mesmo...

Stephen me pega no colo e pousa no chão, longe do titã. Meu primo abre a parte de trás do fusca e revela um puta som. Ele dá play na música e as ondas sonoras desta vez causam tremores piores que o meu falsete.

A música começa e vejo a massa encefálica de Thanos se espalhando pelo chão devido à letra:

Vários homem bomba
Bomba, bomba, bomba, bomba aqui
Vários homem bomba
bomba, bomba, bomba, bomba lá

(MCs Zaac e Jerry – Bumbum Granada)

Strange me coloca no chão delicadamente e abre um sorriso. Ele se aproxima de Thanos, vencendo o poder do Bumbum Granada. Aproveita-se de sua fragilidade e o desintegra com sua magia. Assim, transformando o grande e poderoso vilão em purpurina.

Ele desfila até mim, com seus cabelos e Capa ao vento. Um óculos Thug Life surge em seus olhos. Em suas mãos, trazia a Manopla da Joelma.

O mago desperta os poderes da Joia da Alma, fazendo assim todos os que morreram naquela batalha voltarem à vida. Inclusive os Vingadores.

Ele sorri vitorioso e volta a andar em minha direção, porém, é parado pelo abraço de várias mulheres:

“AAAAAH SEU LINDO, PEGA EU!” “LINDO, TESÃO, BONITO E GOSTOSÃO!”— elas gritavam.

Deadpool surge ao meu lado com uma katana nas mãos.

— Faça o que deve ser feito. Você é a mulher do Strange! – cochicha com os olhos semicerrados.

Stephen sorria sem graça, todavia, ao mesmo tempo, com o peito inflado pelo assédio. Aproximo-me do galinheiro e corto a cabeça das piranhas. Todas de uma vez só, em um só golpe.

— Onde aprendeu a fazer isso? – Henrique indaga, boquiaberto.

— Uma mulher enciumada aprende qualquer coisa. – dou de ombros. – E então, Doutor, - aponto a katana em sua garganta. – o que vamos fazer agora? – sorrio de forma angelical.

— Q-Que tal comermos alguma coisa? – ele engole em seco e dá um meio-sorriso.

— Ótimo! Crie um de seus portais e vamos ao Hambúrguer do Rei. – ele me encara. – Anda, não temos muito tempo! – puxo sua mão.

Logo, estamos em um Hambúrguer do Rei numa avenida bastante movimentada. O atendente nos olha com cara de tédio, enquanto todos admiram o mozão.

Sentamo-nos em uma mesa, abro meu lanche e como igual uma porca cruzada com um coala, pois estava faminta. Ele me sorri, com alface nos dentes.

— E então, o que vamos fazer depois daqui? – pergunto.

— Não sei... Eu tenho gostos muito peculiares. – sorrio maliciosamente. – Tá lendo muito 50 Tons de Cinza, garota! Não é disso que estou falando. - reviro os olhos. – Apesar de que não seria má ideia fazermos sexo no telhado. Ou nossas projeções astrais transarem enquanto viajam o multiverso. Ou podemos chamar Wong, Mordo e até Dormammu para uma festinha – ri.

— Você é muito safado, Stephen! – advirto. – Não falei de sexo. Deveríamos sair juntos, assim, como um casal normal... Conhecermos-nos. Entende? – explico.

Ele franze o cenho.

— Claro, podemos ir ao cemitério à noite. Ou podemos ir à dimensão negra perturbar Dormammu. Ou podemos...

Shhhhh... – coloco o dedo indicador em seus lábios. – Você fala demais! – levanto-me da cadeira e sento-me em seu colo. Seu olhar é confuso. Massageio seus cabelos e selo nossos lábios.

Todos ao nosso redor gritam, aplaudem e assoviam como gralhas no cio.

Dois anos depois...

— E eu vos declaro marido e mulher. Usem camisinha! – a padre sela nosso matrimônio.

Beijamo-nos, contudo, abro um pouquinho os olhos e vejo Stephen dar uma piscadela à padre que escreveu seu número do WhatsApp num pedaço de papel e entregou a ele.

Aproveito para olhar os convidados. Henrique estava na primeira fileira abraçado à Wade. Eram nossos padrinhos e choravam muito.

A filha do Deadpool, ovacionava entediada, enquanto mascava um chiclete e buscava um orelhão para usar suas fichas, já que onde nasceu, no Acre, não existia sequer telefone fixo.

Clea (personagem da minha fanfic Redenção, link nas notas finais porque sou dessas) estava acompanhada de seu esposo Odin, apreciando o casamento.

Ao lado deles, Thor me encarava com um sorriso malicioso e me mandou um beijo no ar.

Finalmente, Strange e eu nos separamos do beijo e resolvemos ficar um pouco a sós.

— Será que você não vai se arrepender de casar comigo? – ele interroga, beijando meu pescoço e acariciando meus cabelos.

Esse turu, turu, turu aqui dentro. Que faz turu, turu, quando você passa. Meu olhar decora cada movimento. Até seu sorriso me deixa sem graça!— digo.

— Desde quando o coração faz “turu turu”? – pergunta, arqueando uma das sobrancelhas.

— Foda-se porra, é Sandy & Júnior, caralho. Não fala mal não! – dou-lhe um tapa no peito.

Ele ri e nos beijamos novamente.

Algum tempo depois...

Stephen e eu tivemos muitos filhos maravilhosos. E nesse meio-tempo, nasceu uma garota, filha de vários pais, pois na mesma época tive um rolo com Thor, T’Challa e Charles Xavier. Stephen ainda tem dúvidas sobre a paternidade, mas prefiro acreditar que ele é o pai de todos. Afinal, com tantos filhos, está superando Odin e Mr. Catra.

Nossa única filha com poderes foi tirada de nós por este motivo e ouvimos falar que a chamam de Eleven e virou personagem de uma série conhecida como Stranger Things. Mas isso é assunto pra outra fanfic...

Doutor Estranho continuou sendo o Mago Supremo e eu continuei ganhando dinheiro falando bosta no meu canal do youtube, Rainha Nerd (inclusive, vocês já se inscreveram?). De vez em quando, ele pegava a Padree eu pegava o Thor. E às vezes ele pegava o Thor e eu a Padre. Uma verdadeira família tradicional.

Só não vivemos felizes para sempre porque todos os meses nossas projeções astrais faziam sexo e era bem nojento. E porque Stephen era pobre. E porque às vezes Wong participava das nossas “festinhas”.

Neste momento, Strange lia o Livro de Cagliostro, enquanto nossos filhos corriam de um lado para o outro no quintal. Eu limpava a sala, reclamando da vida, como toda mãe faz, até que Thor surge na porta, com suas longas madeixas louras, o sorriso de “oi, vim te comer”, se aproxima e me abraça.

— Levar-te-ei para comermos pizza em Asgard! – expressa, dando-me um beijo rápido.

AMOR,— berro a Stephen. – VOU TOMAR CAFÉ E JÁ VOLTO!— tudo que ouço é um “ok”.

— Não sei como gostas de um velho como ele. Deveríamos nos casar! – reclama.

— Cala a boca e me leva logo para Asgard! – agarro-o e ele roda o martelo, abrindo um enorme buraco no teto de nossa casa.

Entretanto, o que importa é que meu fechamento são esses dois mozões e hoje é dia de maldade!

“Uma história de amor

De aventura e de magia”

(Sandy & Júnior - Era Uma Vez)

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.