DF


Mansão Sandoval .


Era 19:00 da noite.


Heriberto tinha chegado, em casa mais cedo . Por saber que Guilhermo Quintana tinha sido preso nos EUA e que o mais tardar em 2 dias estaria de volta no México para cumprir sua pena e pagar por seus crimes, ele resolveu voltar mais cedo pra casa.

Todos já sabiam, menos Victoria que dormia desde que havia chegado em casa com a mãe do shopping.


No quarto, Heriberto via ela dormir de braços cruzados, calado enquanto pensava. Estava aliviado, pois agora Guilhermo estaria atrás das grades, e tudo que roubou pelo menos boa parte voltaria para empresa de Victoria . Era o ditado aqui se faz e aqui se paga .


Victoria na cama, moveu -se acordando. E viu Heriberto. Ele sorriu pra ela e disse.


— Heriberto : Boa noite meu amor. Como está hum ?

Ele sentou ao lado dela, Victoria também se sentou com cara de sono e cabelos fora do lugar. Ela vestia uma camisola preta e leve no corpo .

E arrumando os cabelos, ela o respondeu se queixando.


— Victoria : Não Heriberto eu não estou bem, sinto me inchada, não vou ao banheiro a 3 dias. E nossos filhos estão tão agitado depois que cheguei com minha mãe, que quase não dormi.

Heriberto deu um leve sorriso, entendo os maus estar dela por ser uma gestante. E paciente, ele passou com os dedos parte do cabelo dela para atrás de sua orelha, e então ele disse, depois de dar dois beijinhos nela.


—Heriberto : Meu amor devia ter ficado em casa minha vida. E não está tomando seu remédio para ir ao banheiro, por isso se sente inchada, é normal está assim.


Victoria deitou de novo na cama com as mãos nos olhos, estava de mal humor queria apenas reclamar.


— Victoria : Não gosto daquele remédio Heriberto, por isso não tomei.

— Heriberto : Meu amor agora só tendem a piorar todos seus sintomas, até o nascimento de nossos filhos, posso entende -la. Mas para que melhore é bom que tome seu remédio e mantenha o repouso.


Victoria colocou a mão nos cabelos olhando para o teto, cansada . Então disse.


— Victoria : Eu não aguento mais Heriberto, eu quero que o tempo passe e eles nasçam .


— Heriberto : Está de mau humor por isso fala assim. O quer hum, para ficar melhor ?

Victoria o olhou e pediu.

— Victoria : Quero que fique comigo Heriberto, o resto da noite.


Heriberto depois de ouvi -la, encheu Victoria de beijos, para depois fazer as vontades dela. Deixando assim para depois o que pretendia falar ao entrar no quarto. E ele como estava com roupas do seu trabalho todo de branco, se levantou prometendo a sua companhia e foi tomar um banho.

Horas mais tarde, estavam os dois sobre a cama, com a televisão ligada e abraçados.


Victoria tinha a cabeça no peito de Heriberto, estava deitada de lado com um travesseiro abaixo de sua barriga . E Heriberto tinha um livro em uma de suas mãos, enquanto lia sobre a luz de um abajur ligado ao lado dele, com a outra mão ele fazia cafuné nela.

Estavam sozinhos, Mariana havia levado sua vó para visitar Fernanda e a vó dela na vila.


Victoria assistia tv atenta, enquanto Heriberto lia quieto.


Até ela, levantar a cabeça do peito dele, para olha -lo. E dizer.


— Victoria : Minha vida .


Heriberto tirou a atenção do que lia para olha -la.


— Heriberto : Hum ?

Ela acariciou o peito dele coberto com a blusa de seu pijama branco. E disse.


— Victoria : O que está lendo?


— Heriberto : História da arte, meu amor.


Victoria ficou quieta por um momento olhando as folhas do livro aberto, até deitar a cabeça de novo no peito dele e resmungou.


— Victoria : Hum, parece que a leitura está boa.

Heriberto sorriu pra ela e então disse, a olhando.


— Heriberto : O que quer hum ?


Ele acariciou os cabelos dela, então então Victoria o respondeu depois de um suspiro.


— Victoria : Não quero nada .


Heriberto então colocou o livro ao lado dele no criado mudo, retirou o braço de baixo da cabeça dela, e ficou de lado para olha – lá . E então perguntou outra vez.


— Heriberto : Tem certeza que não quer nada ? Esta bem, estão bem ?


Heriberto tocou a mão dele na barriga de Victoria, fazendo círculos em uma carícia a espera da resposta dela.


— Victoria : Estamos bem Heriberto.


Heriberto baixou a cabeça e deu vários beijos na barriga dela, e depois disse ao voltar olha – lá.

— Heriberto : Falta pouco Victoria para eles nascerem hum, seus mal estar vai passar logo.


— Victoria : Eu sei Heriberto, eu me queixo porque tudo que estou sentindo nessa gravidez é muito mais intenso do que na gravidez de Mariana . Mas estou feliz minha vida, muito feliz, Miguel e Mariano são os filhos que eu sempre quis te dar .

Heriberto sorriu para ela, sentindo os meninos mexer .

— Heriberto : Antes de vim para casa, falei com seu médico, e logo marcaremos a data para cesariana meu amor.


— Victoria : Está bem meu amor . O que vocês acharem melhor para nós, eu farei.


Heriberto suspirou feliz, não podia negar que a emoção de ser pai de novo estava ficando cada vez maior, o deixando ansioso. E então ele disse, imaginando o momento em sua mente que veria os filhos nascerem.


— Heriberto : Logo teremos os dois em nossos braços, depois de tudo que houve Victoria.


Victoria tocou na mão dele que ainda estava na barriga dela, e o respondeu.


— Victória : Sim, houve tantas coisas, tantas, para chegarmos até aqui . Mas aqui estamos juntos meu amor, contando os dias para eles nascerem.


— Heriberto : Sim meu amor .

E Victoria só sentindo Heriberto, beijar a barriga dela, distribuindo beijos e mais beijos o chamou.


— Victoria : Heriberto .

Heriberto sem parar o que fazia a respondeu sem olhar.


— Heriberto : Hum.


— Victoria : E o coração de minha mãe ?


Heriberto suspirou fundo se arrumando para olha-lá, e a respondeu .


— Heriberto : Temos que esperar Victória, até aparecer um doador compatível com ela, só podemos esperar .


— Victoria : Aí minha vida, tenho medo que essa espera seja longa e ela não aguente.

— Heriberto : Vamos ter fé Victoria hum. Vamos seguir com os cuidados com ela como estamos. E queria saber algo, já que entramos nesse assunto.


— Victoria : Diga Heriberto.


— Heriberto : Perdoou ela ?

Victoria virou o rosto para outro lado para pensar na resposta, e então respondeu depois de voltar olhar para ele.

— Victoria : Não tenho raiva e não dói mais como antes Heriberto, mas eu lembro tudo, lembro que ela não acreditou em mim e aconteceu tudo o que houve com Guilhermo porque ela não ficou do meu lado. Mas não sei dizer se perdoei, acho que eu não sei perdoar .


Heriberto a beijou nos lábios, já tinha escutado mais de uma vez ela dizer o que dizia, que não sabia perdoar. Mas com o que ele via entre os dias que passava a diferença como agora Victoria tratava a mãe. Ele disse para que ela entendesse, que apesar de achar que não podia, ela já tinha sim perdoado a mãe .


—Heriberto : Victoria mas você não vai esquecer minha vida, é impossível que esqueça a não ser se sofresse de amnésia . Perdoar é lembrar e não sentir dor, não ter rancor, isso é perdoar. E talvez a contrário do que diz, você já tenha perdoado ela.

Victoria passou a mão no rosto bonito de Heriberto o olhando, em dúvida do que sentia. E para mudar de assunto ainda o olhando ela disse.

— Victória : Tem alguma coisa errada comigo Heriberto .

Heriberto olhou ela sorrir parecendo divertida, e então sorrindo também, ele perguntou.

— Heriberto : O que foi Victoria ? O que foi, se sente mal? Porque sorri assim ?

— Victoria : Não meu amor, é que estamos aqui conversando a muito tempo e não sinto nada.

— Heriberto : Como assim, não sente nada ?

— Victoria: Estou fria, é isso o que acontece, não sinto desejo não sinto nada aqui em baixo.

Heriberto riu olhando para onde Victoria olhou no meio de suas pernas, e então ele disse.


— Heriberto : Eu sabia que na reta final da sua gestação Victoria sua líbido sexual iria diminuir . Não iria ficar como estava no início o tempo todo.

— Victoria : Mas não quero que diminua Heriberto, quero aproveitar cada momento até eles nascerem fazendo amor, porque depois quando eles nascerem meu amor, serão dois recém nascidos para darmos atenção, amor e cuidado.

Heriberto suspirou ao ouvi -lá, ela tinha toda razão. Mariana recém nascida, deixou ele três meses afastada dela, e muitas noites em claro, e agora eram dois bebês a caminho. Mas ainda assim, ele sorriu ao lembrar de alguns momentos deles pais de primeira viagem . E então ele disse divertido .


— Heriberto : Eu posso dar um jeito nisso, se esse é o seu desejo meu amor. Não vamos parar de fazer amor até eles nascerem, se quiser.


Depois de suas palavras, Heriberto cheirando o pescoço de Victoria, entrou com a mão no meio das pernas dela e foi subindo, até chegar onde queria. E quando ele a tocou, disse bem perto do ouvido dela.


— Heriberto : Está me sentindo agora hum? Sente meus dedos em você?

Victoria fechou os olhos, sentindo ele esfregar os dedos no clitóris dela bem escondido da forma que estava na cama .


— Victoria : Nada Heriberto sinto, nada .

Heriberto a olhou sério e então disse.

— Heriberto : Como não ? Então não estou fazendo direito.

E assim ele se sentou para retirar a calcinha dela. Victoria abriu as pernas para se mostrar para ele já nua por baixo. E olhando ela disse.

— Victoria : Pensei que iria gostar Heriberto, de saber que estaria tranquila em relação a fazermos amor sempre. Mas vejo que não.

Ela riu para ele, e Heriberto a olhando em desafio disse.


— Heriberto : Veremos Victoria, se de fato agora estará apenas na espera de nossos filhos nascer.

Heriberto então, tocou Victoria esfregando com o dedão o clitóris dela, enquanto tinha dois dedos já dentro dela. E assim Heriberto sentiu ela molhar o seus dedos e respirou forte com tesão dela.


Victoria gemeu baixo, apertando o lençol, mexendo as pernas .


Heriberto tirou os dedos de dentro dela, e levou a boca aonde estava sua mão.

E Victoria gemeu mais, quente por ele.


— Victoria : Ah Heriberto. Continua assim .


Heriberto tirou a boca e deixou os dedos entrando e saindo de dentro dela. E certo de suas palavras ele disse.

— Heriberto : Você sempre vai gostar disso e por isso sempre vai querer, Victoria.


Victoria sorriu, apertando o forro da cama, gemendo querendo mais.


— Victoria : Ah sim Heriberto, sim. Tira a roupa, tira logo e faz amor comigo .


Heriberto já duro por ela, fez o que ela pedia, tirou a blusa rapidamente e então ouviram o telefone tocar . Os dois se olharam, e Heriberto se afastou para ela atender .

Enquanto já tinha o peito nu, pronto para tirar a calça, Victoria atendeu a ligação. Esticando a perna para ele pegar seu pé da forma que estava de joelhos ao lado dela no colchão .

Na outra linha estava Antonieta eufórica, por ter visto no jornal da noite, a notícia que o ator Guilhermo Quintana havia sido preso, enquanto Heriberto beijava e mordiscava o pé dela, a espera da ligação terminar.

Victoria ficou calada depois de ter trocado duas palavras com Antonieta, só a ouvindo, antes de saber o que ela tinha dizer, tinha imaginado que ela havia ligado para se queixar do plano dela para que sua amiga ficasse a sós com Osvaldo. Mas não, era melhor ainda o que ouvia. E rapidamente prometendo que no dia seguinte estaria na casa de moda para conversar com ela, Victoria desligou a ligação.

Heriberto quando viu que ela desligou foi até ela, e começou beijar pescoço dela. Enquanto Victoria já se perguntava se ele sabia.


E assim ela disse

— Victoria: Guilhermo foi preso Heriberto!

Heriberto se afastou dela, deitando ao lado na cama e ela o olhou todo nu tocar sua cabeça e dizer.


— Heriberto : Eu já sabia Victoria, quando entrei no quarto mais cedo iria te dizer, mas acabou que deixei pra depois .

Victoria tocou o telefone no queixo pensativa enquanto olhava a porta sem ligar mais para que Heriberto falava. Ela estava com um brilho nos olhos que sempre tinha quando alcançava algo que queria muito, estava em uma festa por dentro. Vitoriosa, poderosa que conseguia tudo que queria, era assim que ela se sentia outra vez , por saber que enfim Guilhermo ia ter o que merecia atrás das grades . Ele estava derrotado, acabado! A guerra que tinha começado desde que se encontraram depois de 20 anos , tinha acabado e ela tinha vencido ele!


Heriberto por ver Victoria a muito tempo em silêncio, tocou no braço dela para trazer ela de volta para aquele quarto.

E para chamar a atenção dela ele disse.

— Heriberto: Victoria, fala comigo. Não esta nervosa, ou está?

Victoria colocou o telefone sem fio ao lado do criado mudo . E então voltou a olhar para Heriberto nu naquele quarto a meia luz, só com a TV ligada.

Então, ela passou a mão no peito dele com Heriberto a olhando desconfiado, esperando ouvir ela brava por não ter contado antes. Mas ao invés disso, ela acariciava o peito dele que subia e descia com seu respirar o olhando com desejo.


— Victoria : Eu não estou brava Heriberto, eu estou feliz, feliz e excitada.

E assim ela subiu de pernas abertas em cima de Heriberto, fazendo ele se deitar novamente. Heriberto posou as mãos na perna dela, atento e surpreso com o que ela fazia.


Victoria retirou a camisola jogando longe no chão do quarto, a calcinha ela já não usava então ela ficou nua pra ele.


— Victória : Eu estou feliz Heriberto, muito feliz. Me da um orgasmo meu amor, é isso que quero.

Heriberto a olhou, mais duro por ela assim em cima dele, se roçando nele como ela havia começado a fazer. E então ele disse .

— Heriberto : Dou quantos você quiser minha vida.

E se encaixando em Heriberto, Victoria, sentiu ele entrar fundo nela, enquanto descia devagar até todo seu membro estar dentro dela. E logo com rapidez ela começou a cavalgar nele, trazendo só prazer para ambos.


Longe dali, na vila onde Fernanda morava com a avó, estava Mariana e Rosário.

Na sala com uma mesa ao meio, Rosário conversava com a senhora em sua frente, Socorro vó de Fernanda, tinha os olhos claros e cabelos bem brancos lisos cortados até seu ombro . Não era a primeira vez que Rosário estava naquela vizinhança, ela tinha até gostado do lugar ela até chegou imaginar que seria bom morar com pessoas como aquelas, humildes como ela e gentis .


E por já conhecer, Socorro, elas conversavam sem segredos. Rosário havia dito que parte do dia esteve mal, mas não se rendeu, a doença que tinha. Ela tinha, estado com Victoria como ela queria e estava agora com a neta como ela gostava. Rosário, não queria e não podia desperdiçar nenhum momento com elas, porque Rosário sabia, que cada tempo que ela estava com elas, valia ouro .

Era 22:OO da noite já, por esperar Mariana e Fernanda que foram andar na praça próxima, as senhoras havia ficado sozinhas. .
E então conversavam ambas de suas saúdes.

— Socorro : Estive muito doente, e graças a Victoria Sandoval sua filha Rosário, que deu trabalho a minha neta, conseguimos comprar todos meus remédios.

— Rosário : Se o meu caso fosse só remédios Socorro, eu sei que minha filha não mediria esforços para me dar, mas não se pode comprar o que eu preciso. Estamos a espera de um milagre e o tempo parece está contra mim.


Socorro pegou na mão de Rosário e então disse .


— Socorro : Tenha fé, minha amiga e não desista. Deus sabe o que faz, olhe como está com Victoria, depois de saber a história de vocês duas, estarem como estão é um presente da vida.


— Rosário : Eu sei e sou grata por isso. Mas não tenho medo de morrer Socorro, eu tenho medo de morrer sem o perdão de minha filha.


A porta se abriu depois de dois toques, seu Napo com uniforme de bombeiros apareceu sorrindo. Sempre aquela hora ele adorava tomava tomar o café da senhora Socorro depois que chegava do trabalho e por isso estava lá. Ele via Rosário na vila mais de uma vez com Mariana e sempre as cumprimentavas, então já não havia cerimônia entre os três, eram amigos.

Lá fora, Mariana tinha estado com Fernanda na praça que uma vez esteve com Max e ele havia lhe pedido em namoro. Ela sentia tanta falta dele e agora que ela soube que haviam prendido Guilhermo, ela estava com esperança de que ele voltasse pra ela. Maximiliano era seu primeiro amor, seu primeiro homem e ainda que Fernanda pedia para ela esquece – lo e dar uma chance para o jovem médico Alonso, ela não conseguia. Porque o amava .

E assim as duas andavam entrando outra vez na vila, conversando uma de cada lado.

— Fernanda : Eu não quero que sofra Mary esperando que Max volte. Por isso que disse para você dar uma chance para o Alonso, Max foi embora sem importar com você.

— Mariana : Ele disse que voltaria Fer, eu acredito que ele volte, se não for pra ficar comigo pelo menos para terminarmos de verdade como dois adultos ele vai voltar. E sabe que não posso iludir o Alonso não amo ele, então não posso dar essa chance pra ele.

— Fernanda : Quando Max voltar eu vou bater nele Mariana, pode apostar que vou .


— Mariana : Ele perdeu a mãe dele, perdeu tudo . Estava sofrendo . Eu ainda fiquei com meus pais, eles nunca me abandonaram Fernanda. E Guilhermo matou a mãe dele, então ele ficou sozinho.


— Fernanda : Ele é o único herdeiro dos pais dele não é?

— Mariana : Sim porque ? Mas Guilhermo ainda está vivo e não é o pai dele.

— Fernanda : Sim é o sei. Mas pelo menos ele não ficou desamparado, e trabalha ele pode seguir com a vida dele , se não já seguiu aonde está.


Mariana ficou pensando nas últimas palavras de sua amiga e então disse.

— Mariana : Você esta querendo dizer o que com seguir a vida dele? Acha que ele está fazendo isso aonde está Fernanda? Será que ele já tem alguém e eu estou aqui a espera dele?

— Fernanda : Não sei Mariana, não queria te deixar mal, mas ele esta longe sem se importar com você, sem ligar sem nada . Enquanto você toda boba espera ele.


Mariana chateada com que pensava, arrastou Fernanda pelo braço, para encerrar o assunto. Enquanto dizia.

— Mariana : Vai, vamos entrar de uma vez .


Mariana entrou junto com Fernanda na casa dela. Na mesa, estavam, Seu Napo, Rosário e Socorro trocando experiências dá vida. Eles se levantaram e juntos foram até o portão da vila para acompanhar Mariana e Rosário.

Caminhando na calçada até o carro de Mariana, com Fernanda e avó dela, e seu Napo já voltando pra vila. Rosário sentiu que suas pernas fraquejavam, e apoiou uma mão no carro e outra no coração, sentindo ele queimar e doer .


Mariana a olhou assustada.

— Mariana : Vovó a senhora está bem ? Vovó fala comigo.

Rosário começou puxar o ar com força, com dificuldade de respirar. E então ela pegou no braço de Mariana e disse.

— Rosário : Filha, vai pedir ajuda, eu não estou bem.


Mariana então gritou Fernanda, e todos olharam para trás ao ouvir ela pedir ajuda . E assim voltaram pra ajuda – lás.

Mariana quis colocar Rosário no carro e leva – lá ao hospital, mas seu Napo sabendo os primeiros socorros chamou a ambulância por perceber que Rosário estava tendo um ataque do coração no meio da rua.

Seu coração fraco estava sofrendo um infarto.


Na casa de Victoria e Heriberto.


Os dois já tinha feito amor, apenas coberta com um lençol, Victoria olhava sentada na cama ela olhava tarada, Heriberto colocar a calça de seu pijama.


— Heriberto : Vou descer rápido para buscar algo para comermos . Não durma hum...

— Victoria : Não meu amor, estarei esperando bem acordada.

Victoria mordeu o canto da boca olhando Heriberto agora colocar a blusa do pijama querendo mais dele. Heriberto sorriu pra ela, sabendo que ao voltar ela montaria nele de novo como tinha feito mais de uma vez naquela noite. E ele também queria isso, porque mesmo ter estado muitas vezes preocupado com ela com o sexo, não estava preparado para que o ritmo que estavam fazendo amor diminuísse, ele estava mal acostumado .

E assim, ele saiu do quarto.

Victoria se levantou da cama para tomar uma ducha, já era quase 23:30 da noite e ela não tinha escutado sua filha e mãe chegarem em casa.

Heriberto estava na cozinha cantarolando, montando a bandeja com alimentos, cheio fome para subir com ela ao quarto . Ele viu morangos e acrescentou, lembrando como tinha comido eles da última vez. E assim ele permanecia na cozinha batendo uma vitamina de frutas, para ele e Victoria no liquidificador .

Enquanto no quarto.

Victoria saia do banheiro enrolada em uma toalha e cabelos preso em um coque .

O telefone fixo tocou de novo, também tocou na parte de baixo da casa e na cozinha, mas Heriberto não ouviu por estar cantarolando e com o liquidificador ligado.


E assim Victoria atendeu, desejando ser Antonieta para ela falar melhor com a amiga sobre a prisão de Guilhermo.

Mas não era, era Osvaldo que trabalhava no plantão no hospital e atendeu a emergência do caso de Rosário.

E assim, desesperada depois de ouvir tudo que ele tinha que falar, Victoria chamou por Heriberto no quarto, e não o ouvindo ela saiu de toalha e tudo , com seus nervos abalados e lágrimas nos olhos chamando por ele.

— Victoria : Heriberto, Heriberto!


Apressadamente Victoria descia as escadas gritando por ele .

Enquanto descia com pressa para o andar de baixo, ela limpava as lágrimas do rosto que já descia, descalça nos degraus e descendo em dois e dois para chegar de uma vez onde ela sabia que Heriberto estava . E dessa forma Victoria escorregou, escorregou de uma vez no término da escada, parando com a bunda no chão a frente dos degraus.

Assustada pelo tombo, Victoria arregalou os olhos chorosos mas ainda em choque não se levantou, segurando a toalha que abriu de um lado do corpo dela.

Quando Heriberto com a bandeja de alimentos para eles entrou na sala. Ao ver Victoria sentada no chão, visivelmente abalada, correu deixando a bandeja em uma mesinha de vidro e apressadamente foi até ela.


— Heriberto : Meu Deus Victoria, o que faz nesse chão? O que houve ?

Ele pegou ela no colo e Victoria chorando disse aflita.


— Victoria : Minha mãe Heriberto, minha mãe teve um infarto ela está no hospital. Me leva até ela, me leva agora !

Heriberto desesperado disse .

— Heriberto : Meu Deus Victoria, uma coisa de cada vez, me diga se caiu, você estava no chão !

Victoria agarrada nos braços dele disse, explicando o que tinha acontecido apressadamente.

— Victoria : Eu cai, cai mas estou bem só escorreguei, estava nervosa e caí . Me leva até a minha mãe Heriberto.

Heriberto então , disse também preocupado pela queda que no estado que Victoria estava não podia levar.

— Heriberto : Eu vou te levar primeiramente até ao nosso quarto quero vê se está bem, por Deus Victoria você caiu !


Heriberto nervoso subiu com ela ouvindo ela chorar, não sabendo se era dor ou apenas o nervosismo de saber que a mãe dela estava no hospital.


Já na cama do quarto, Heriberto deixou ela e abriu a toalha, queria ver se tinha marcas se a queda tivesse sido forte, deixaria marcas na pele branca e ele queria ver.


Victoria tocou a testa de olhos fechados ainda chorando com mil pensamentos. Estava aflita e caiu, não sabia se poderia a ver consequências, mas por hora se sentia bem e precisava ir até o hospital queria saber se Rosário anda vivia. Victoria, ouviu a voz tensa de Osvaldo, ele na linha parecia sofrer e significava que sua mãe estava partindo.

O coração de Rosário era fraco demais para sofrer infartos. Ela ia morrer, ia morrer sem receber o coração novo.

E constatando isso em voz alta Victoria disse.

— Victoria : Minha mãe Heriberto, minha mãe vai morrer .

Heriberto tão nervoso quanto ela com a situação disse, tocando a barriga dela, apertando com dos dedos ao examinar como podia o corpo dela.

— Heriberto : Acalmasse Victoria. E me diga se dói aonde eu toco . Por favor, antes de irmos a algum lugar quero saber como está!


— Victoria : Não dói eu já disse, eu estou bem . Minha mãe Heriberto, ela está morrendo! Morrendo!


Aos prantos Victoria gritava, Heriberto sentou ao lado dela e abraçou forte para acalma -lá.

— Heriberto : Acalmasse Victoria, Acalmasse, como soube me diga com calma o que houve?

Ele limpou as tantas lágrimas dela, ver Victoria chorando tanto como estava era raro, mas nos últimos meses ele já tinha perdido as contas de quantas vezes viu ela chorar assim, perdendo totalmente o controle do seu emocional como estava .

E com a mão no rosto dela ele quis ouvi – lá.

— Heriberto : Vai ficar tudo bem Victoria , me escute sua mãe é forte . Seja o que houve ela vai suportar.

— Victoria : Ela vai morrer Heriberto, eu sei e você sabe . Ela só voltou pra minha vida pra morrer , eu vou perder – lá de novo. Minha mãe vai morrer!!!

Heriberto abraçou Victoria forte. Não foi as palavras mais certas pra se dizer que tudo iria ficar bem. Ele nem sabia o estado de sua sogra realmente e dizer que tudo ficaria bem, ele poderia estar mentindo. Porque no estado de Rosário enquanto estavam onde estavam ela já poderia estar morta . O tempo estava passando, o coração de Rosário não havia chegado e como muitos na fila de um transplante, que eram vencidos pelo tempo, a sogra dele podia ser uma a mais que não conseguiria vencer a espera .

Era triste, mas era a verdade. Não se comprava um coração pela lei, não se vendia um na esquina de casa, e não se achava um doador fácil. Existia uma longa fila de espera que tinha que ser respeitada, nem todo dinheiro que tinham podiam mudar essa realidade . Alguém tinha que morrer pra dar vida a mãe de Victoria, assim como em outros casos, sempre alguém morria para salvar outra vida caso fosse permitido a doações de órgãos pela família do doador.

E acariciando os cabelos de Victoria, Heriberto esperava ela se acalmar. Passou longos e incontáveis segundos até que ela controlou o choro e a respiração nos braços dele. Até que pôde dizer como soube.

— Victoria : Osvaldo me ligou, disse que minha mãe passou mal na rua com Mariana, e foi internada porque ela sofreu um infarto. E que pirou mais o quadro dela Heriberto, seu coração doente não vai aguentar outro, tão pouco uma parada cardíaca.

— Heriberto : Ele te disse tudo Isso?

— Victoria : Sim fiz perguntas, quis a verdade. Ele queria falar com você mas não deixei eu queria saber o que estava acontecendo sem rodeios. Ela vai morrer Heriberto, vai morrer e você sabe, todos nós sabemos.

E Victoria voltou a chorar de novo nos braços dele .

1 hora depois


Já no hospital .


Victoria esperava quieta mas nervosa dentro da sala de Heriberto de diretor do hospital. Ela aguardava notícias, Victoria não tinha visto Rosário ainda. Então ainda seguia aflita .


Mariana estava vermelha de tanto chorar na sala de espera com Fernanda. Ela tinha visto sua vó roxa sem ar, na sua frente e não sabia se esqueceria tão fácil essa imagem.

E na sala de Heriberto, ele entrou acompanhado com Osvaldo para falar com Victoria. Os dois entraram sério na sala, vestido com roupas brancas e jalecos. Heriberto tinha um aparelho medidor de pressão e foi direto em um dos braços de Victoria. Ela o olhou calada só dando o braço, enquanto Osvaldo olhava parado na frente da mesa também calado.

Heriberto mediu a pressão dela e quando teve o resultado, sentou ao lado dela na cadeira que tinha, passando a mão nos cabelos, nervoso e preocupado. A pressão de Victoria estava altíssima, haviam começado a noite maravilhosamente bem, mas a madrugada estava sendo um caos .

E Heriberto se perguntava como ele iria dizer que como, Victoria já deduzia e ele iria confirmar que, sem um coração novo Rosário não sairia do hospital com vida.

— Heriberto : Victoria ...

Victoria começou a chorar de novo só de ouvi -lo .

— Victoria : Ela morreu, vocês dois estão aqui para me dizer que ela morreu, é isso ?

Heriberto tocou as mãos dela. E então disse tenso.


— Heriberto : Não, ela vive Victoria. Só que o quadro dela se agravou.

Osvaldo então pra ajudar Heriberto, continuou .


— Osvaldo : Rosário, não pode sair desse hospital Victoria sem um coração novo.

Heriberto o olhou, e ainda segurando as mãos gelada de Victoria, seguiu .

— Heriberto : Por isso agora o nome dela, subiu para lista de transplante porque estamos correndo contra o tempo.

Victoria procurando forças perguntou.


— Victoria: Quanto tempo é esse Heriberto, quanto tempo? Digam!

— Osvaldo: 42 horas Victoria.

Victoria levou a mão na boca contendo o choro. Tava doendo tanto, doía mais do que achar que foi traída, doía mais do que ter sido agredida . Doía, sangrava o peito com a dor que sentia, em pensar estar sem a mãe outra vez, porque estava preste a perder -lá pela segunda vez, e agora seria para sempre.

— Heriberto : Estamos ligando para a central de órgãos e para todos os grandes hospitais, Victoria. O primeiro doador compatível que aparecer próximo a nós, será ela a beneficiada. Temos que ter fé .


Victoria se levantou, tocou a cabeça com as mãos em sinal de desespero. Ela não sentia mais o chão que pisava . E chorando ela respondeu Heriberto, mas olhando para os dois homens presentes.

— Victoria: Fé ? Pra que me serve a fé nesse momento? Para nada Heriberto, minha mãe vai morrer e não posso fazer nada!

Ela andou abalada na sala tocando os cabelos, continuando com o seu desabafo.

— Victoria : Para que serve todo dinheiro que tenho se não posso salva – lá com ele? Eu conquistei tudo que sempre quis, me senti poderosa, tive um nome conhecido e conheci o mundo com ele, como sempre sonhei. E para que? Para depois me encontrar nessa situação, podendo contar só com a fé. Eu não quero ela, não preciso ter fé! Eu preciso encontrar uma maneira para conseguir que minha mãe viva! É isso que eu preciso!

— Osvaldo : Victoria a vida dela não está nas suas mãos . Estamos fazendo tudo por sua mãe, mas tem coisas que nem tudo podemos fazer, não se cobre tanto!

— Heriberto : Osvaldo tem razão Victoria, por Deus está desesperada.


Victoria arrasada só conseguia lembrar do momento que recebeu a notícia que Rosário precisava dela . E então ela disse, se cobrando, se sinto incapaz menos filha por não ter conseguido ajudar -la.


— Victoria : Não me entendem, ela confiou a mim a vida dela. Eu disse que ajudaria ela, minha mãe Heriberto ela chegou em nossa casa sabendo que eu a odiava mas confiou em mim . E eu falhei, de nada adiantou.

E Osvaldo para consolar Victoria disse, por saber que sem o que Victoria já tinha feito, talvez nem viva Rosário estava mais e com certeza se estava estaria morrendo sozinha .


— Osvaldo : Pode ter certeza que fez muito por ela Victoria, você fez muito. Ela poderia estar sozinha agora, mas você não negou a ajuda a ela . Você foi uma filha que ajudou sim sua mãe quando precisou.


— Victoria : Eu não vou aguentar. Eu não queria passar por isso eu não escolhi isso. Ela veio morrer Heriberto e Osvaldo, minha mãe voltou pra minha vida pra me causar dor outra vez, a dor de perder lá de novo. E isso não é justo!!!!!

Victoria se lançou no peito de Heriberto, ele abraçou forte , sentia ela tremer toda nos braços dele. E ele estava muito preocupado com ela, com os filhos que esperavam que por ela estar no estado que estava podia acontecer algo. E tinha sua sogra que também o preocupava, elas duas mereciam mais tempo juntas. Rosário merecia viver a felicidade que ele via nos dela todos os dias desde que a trouxeram do interior . Ela era feliz com a filha e a neta, Rosário era feliz com eles. Não era justo que tudo terminasse assim. Mas a decisão do fim do drama de mãe e filha que viveram por tanto tempo separadas, não estava nas mãos deles mais. Contavam com a sorte e mais do que isso, contavam com a fé, com a fé em Deus. Heriberto não era um homem religioso, ele era um médico contava sempre com a ciência que tanto deu sabedoria e métodos novos a médicos como ele, para salvar vidas. Mas tinha momentos que quando o caso não estava mais nas mãos deles, eram entregado na mão de Deus, e ele já viu muitos milagres acontecer que a medicina que por tantos anos estudou não sabia explicar . Então era de fé que precisavam, e de um pouco de sorte para que um doador em dois dias aparecesse para assim salvarem a vida de Rosário Sandoval, com o transplante que precisava.

Acalmando Victoria , ele olhava Osvaldo . Estavam os dois preocupados com ela, Victoria iria sofrer demais se Rosário morresse era notável . E que Deus os ajudassem !


Depois de alguns minutos, Heriberto medicou Victoria, para que sua pressão abaixasse . A calmou junto com Mariana, e Antonieta que chegou no meio da madrugada para consolar a amiga e a família . Precisavam de apoio.

Estavam na sala de espera, Victoria estava sentada no sofá ao lado de Antonieta, calma mas ainda aflita tinha a cabeça encostada nos ombros dela. Já era 3:00 da manhã, e ainda ela não tinha entrado no quarto que Rosário estava .

Mariana estava do outro lado com a cabeça baixa e mãos nos olhos com Fernanda ao seu lado.

Osvaldo chegou onde estavam, Heriberto estava no quarto de Rosário a espera dela.

— Osvaldo : Victoria já pode ver sua mãe .

Victoria se levantou rápido , Mariana levantou também querendo ir junto. Mas só uma delas podia ir, então ela deixou que a mãe fosse primeiro, e voltou a sentar cansada no lugar que estava.

Triste, Victoria seguiu Osvaldo até o elevador para chegar na ala intensiva .

Ela se vestiu antes de entrar no quarto com uma bata branca hospitalar, e uma máscara no rosto, amarrou os cabelos soltos em um rabo e depois entrou, vendo Heriberto ao abrir a porta todo de azul dentro do quarto ao lado da cama.

Os dois se olharam em silêncio e ela olhou a cama, onde Rosário estava mais morta do que viva. Apenas o barulho dos aparelhos se ouvia baixo e lento. Rosário, estava ligada a eles no peito, no dedo de sua mão esquerda, e tinha a sonda no nariz para respirar.

Victoria foi ao lado esquerdo da cama devagar, enquanto Heriberto ficou do outro lado parado. Estava em dúvida de deixa – lá ali só, por estar com medo de que algo acontecesse a ela.

Victoria levou a mão nos cabelos bem pretos pintados de Rosário, ela sempre tinha sido tão vaidosa, não tinha visto um cabelo branco nela, tão pouco suas unhas das mãos sem pintar, era cheia de vida nem parecia que estava doente . E Victoria meditava, que ela estava bem todos esses dias passados, sorria muito, estava bem disposta para depois estar como estava naquele leito . Victoria não entendia porque de repente estava ali indo embora de novo da sua vida.


Escorria lágrimas silenciosa dos olhos de Victoria, sem conseguir conte – lá. O dia que Victoria a viu cruzar a porta de sua casa, tinha revivido tudo outra vez, tinha sentido raiva da mãe, muita raiva e por isso nem um abraço que ela havia lhe dado tinha retribuído. E agora lembrando do que houve ao ver a mãe na cama, Victoria só lamentava ter perdido o momento que poderia ter se jogado nos braços dela, por ter passado tantos anos que não se via. E também ter dito que amava, porque desde que Rosário pisou na casa dela, havia deixado claro que a queria de volta, queria sua filha de volta. E a verdade era que Victoria também queria a mãe de volta, a amava e que sempre tinha estado precisando dela e precisava dizer isso a ela. Mas ainda teria tempo? Teria tempo para fazer o que não tinha feito ainda ? Poderia dizer mãe dela, eu te amo, depois de tanto tempo? Por que isso Victoria não tinha conseguido fazer. Tão pouco dizer mãe eu te perdoo. E se ela não acordasse mais, levaria para o túmulo a falta de perdão dá única filha, que por tantas vezes desejou que a perdoasse e não morrer sem o seu perdão . E Victoria sabia, sabia do temor de sua mãe morrer desta maneira, e dos desejos também de poder alcançar o nascimento dos netos. E pelo visto, nada aconteceria, Rosário, não veria os netos e tão pouco poderia ouvir o perdão da filha acompanhado com um te amo .

Pondo a mão na boca , Victoria quis conter o choro. O rancor todo, que tinha a vida toda junto com o orgulho não lhe tinha servido de nada, só lhe tinha trazido sofrimentos acima de sofrimentos. E agora ela lamentava por causa deles, mais uma vez sofrendo por algo que não fez e se não tivesse sorte não poderia fazer.


Heriberto só olhando ela chorar calada, disse .


— Heriberto : Victoria, quer ficar sozinha? Está bem para mim deixar você só ?

Victoria balançou a cabeça em um sinal de positivo. E Heriberto voltou a dizer .


— Heriberto : Vou sair, mas estarei lá fora esperando, qualquer coisa me chame hum.

Heriberto saiu encostando a porta, Victoria quando viu que estava só, desceu a máscara que tampava sua boca e nariz do seu rosto. E logo depois abaixou a cabeça, e beijou a testa da mãe em um beijo demorado .

Depois voltou a olha – lá, e com amor acariciou o rosto dela com a mão.

E então Victoria disse, tendo lembranças de sua infância.

— Victoria : Éramos felizes, você foi em uma época, a melhor mãe que eu poderia ter tido . Mas aquele homem, aquele infeliz chegou para fazer minha vida um inferno, e a senhora não ficou do meu lado, não me ajudou sair do inferno que ele havia me colocado desde que eu ainda era uma menina mamãe. E por isso me vi em outro inferno com Guilhermo. Eu sofri muito por isso me tornei quem sou hoje quando voltamos a estar juntas. Queria conversar comigo sobre o nosso passado? Aqui estou, mas falando sozinha e talvez tarde demais para ser ouvida .


Victoria caminhou no quarto, se afastando do leito da mãe, passou mão nos olhos que ardiam de tanto chorar .

De costa olhando a porta, ela seguiu com seu desabafo com entrega de sentimentos.

— Victoria : Odeio chorar como estou chorando, me sinto outra vez fraca, incapaz de fazer algo perante tudo que está acontecendo com a senhora. Vejo que de nada serve o que tenho, se tenho que esperar de braços cruzados o coração que tanto precisa. Odeio me sentir como me sinto. Porque esta fazendo isso comigo ? Não pode morrer assim ! Não pode me deixar de novo, tem que ser forte !

Victoria voltou a olhar chorando para cama da mãe, Rosário estava como antes, nem parecia estar ali.

E assim indo até ela, Victoria desesperada continuou aos prantos.

— Victoria : Não pode me deixar , não pode me deixar de novo, não pode morrer mamãe, tem que ser forte. Eu ainda não disse que te amava, eu ainda não disse que te perdoei, eu preciso dizer essas palavras . Você precisa saber.

Victoria limpou os olhos, aflita .


— Victoria : Eu preciso de mais tempo, preciso de mais tempo com a minha mãe . Eu te proíbo de me deixar de novo! Não te perdoarei jamais se me deixar outra vez.

Victoria abaixou o corpo abraçando a mãe chorando alto, continuando com seu aflito desabafo, desesperada, revoltada também.

— Victoria : Não pode fazer isso comigo, a senhora não pode me deixar de novo . Me fez te amar de novo e agora vai me deixar . Eu não vou te perdoar por isso ! Está me ouvindo? Eu não vou te perdoar mamãe!

Heriberto por escuta – lá entrou no quarto apressado para tira – lá de cima da Rosario.

— Heriberto : Victoria, Victoria ! Saia de cima dela .

Heriberto se esforçou para tirar Victoria de cima da mãe, a pegando por trás ele a afastava, enquanto ela chorava e gritava .

— Victoria : Eu odeio ela Heriberto, odeio ela ! Ela voltou para me fazer sofrer de novo, mas agora com a morte dela.

Heriberto tomou o rosto de Victoria na mão que estava banhado em lágrimas de dor, e disse.

— Heriberto : Não Victoria você não a odeia, você ama sua mãe, ama ela, sempre amou . E por isso está sofrendo assim .


Victoria respirou fundo, sofrendo. Heriberto estava certo, amava a mãe que tinha com todos os defeitos, passando por cima de tudo que houve . E não queria vê -la morrer.

E então ela disse a ele .

— Victoria : Porque Heriberto, porquê? Porque ela fez eu amar ela tudo de novo, impôs sua presença outra vez na minha vida só para me deixar !!!!

Heriberto sofrendo com o sofrimento de Victoria , disse implorando de volta a mulher que forte que tinha.


— Heriberto : Seja forte Victoria por favor, seja forte como sempre foi , você precisa agora mais do que nunca ser forte .


Victoria fechou os olhos, a última coisa que ela queria no momento é ser forte. Só queria a mãe dela viva. E assim, ela disse quase gritando.


— Victoria : Você tem que conseguir o coração dela , você tem que conseguir ele pra mim Heriberto! Tem que conseguir!


Heriberto abraçou Victoria outra vez desejando dar o que ela lhe implorava com tanta dor, como sempre ele fazia o que ela queria, realizava seus pedidos. Ele queria que esse fosse fácil de realizar, queria simplesmente dizer que daria o coração novo para mãe dela. Mas esse poder não estava nas mãos dele, ele não podia fazer isso por ela.

E a abraçando como estava, ele sentiu que o corpo de Victoria pesou sobre ele, percebendo que seu choro havia cessado e então ele percebeu que ela havia desmaiado.


— Heriberto : Victoria, meu amor, minha vida .


Ele colocou ela nos seus braços para não cair no chão, e saiu do quarto para prestar socorro a ela.

Algum tempo depois...

Victoria acordava também em um leito.

Se sentindo confusa ela abriu os olhos e olhou seu braço esquerdo preso em um soro que por ele ela era medicada na veia. Além da medição para pressão, um leve tranquilizante foram aplicados nela para que dormisse.

E já era 7:00 da manhã quando ela acordou. E apenas Pepino estava com ela.

— Pepino : Oi minha rainha, Mary foi para casa tomar um banho esteve a noite toda com Fernanda aqui, e Antonieta também foi fazer o mesmo e descansar para depois voltar . Então, ela me ligou para te fazer companhia.

Victoria sem um sorriso no rosto e com os olhos pesados, ela disse .

— Victoria : Não precisava se incomodar Pepino. Onde está Heriberto?


— Pepino : Não é incomodo, somos amigos, é para isso que eles servem, não é mesmo minha rainha ? E ele está como um louco por todo hospital aflito para conseguir o transplante da sua mãe.

Victoria virou o rosto de lado, e sem esperança disse .

— Victoria : Não vai dar tempo Pepino, só temos dois dias, as horas estão passando e amanhã vai ser o último dia e talvez ela já não resista.

— Pepino : Os milagres existem Victoria , tenha fé minha rainha que tudo pode acontecer.

— Victoria : Para de me chamar de rainha Pepino , não estou como uma nesse momento nem chego aos pés de quem já fui.

Pepino foi até ela pegando em sua mão e disse, lembrando de quando esteve na casa dela e ela, no seu ver estava bem pior que estava no momento, quando Guilhermo tentou violentar ela e a agrediu.

— Pepino : Me desculpe Victoria, mas já vi você pior do que está agora e se levantou como uma verdadeira rainha, como a deusa da moda que me inspira . Você vai passar por isso também .

Victoria sonolenta não disse nada, nada poderia trazer ânimo pra ela no momento . E assim ela caiu no sono de novo.


Na lanchonete do hospital, Heriberto tomava café bem forte, para ficar desperto por ter passado a noite em claro e preocupado com tudo que estava acontecendo.

Pensativo aonde estava, ele ouviu a voz de Bernada que se aproximou da mesa.

— Bernada : Heriberto, irmão.

Heriberto rapidamente a olhou. Já fazia tempo que não tinha voltado a vê – la, ele não sabia o que ela estava fazendo no hospital outra vez. Ele já tinha rejeitado as visitas dela inúmeras vezes, e outra vez ela estava alí, e não era um dia bom para isso, nunca seria um dia bom para voltar a vê -la.