Eram aproximadamente sete da noite. A pizza rendeu mais do que eles pensavam. Sentados no chão da sala de estar, os dois tomavam vinho e conversavam. Falavam sobre futuro e expectativas. Laura já mostrava sinas de alteração, não era acostumada com bebida. A ruiva levantou-se e botou um som.

— Bora animar isso aqui! — Exclamou a professora subindo em cima do sofá e dançando.

Miguel que também não estava tão sóbrio não tardou para acompanhar a colega na dança. Ambos riam e dançavam de qualquer jeito. A música mudou de ritmo. A melodia que era mais alegre tornou-se lenta e com uma batida sensual. Acompanhando as notas da música, Laura rebolava, requebrava e descia até chão de maneira sexy. Com o copo na mão, Miguel observava os movimentos da garota, deixando-o rapidamente excitado. Como queria aquele corpo rosando no seu, queria sentir o perfume que exaltava daquela pele. Miguel se aproximou e entrelaçou os braços na cintura da professora.

Laura sorriu e continuou a dançar. Sentia falta de ser deseja e cortejada. Percebendo a correspondência, Miguel jogou Laura na parede e a beijou. A garota podia sentir seu corpo enrijecer completamente. Nunca tinha sido beijada daquele jeito. A língua de Miguel conseguia vasculhar cada canto da sua boca. Laura passou as mãos por debaixo da camisa de Miguel e arranhou suas contas, tirando gemidos dele.

Miguel puxou delicadamente os cabelos ruivos da garota, fazendo-a suspirar intensamente. Os dois se olharam e foram para quarto. Laura podia sentir seu corpo ser todo alisado. Em poucos instantes ambos estavam completamente nus e se amando. Excitação, gemidos e gritos davam a trilha sonora daquele momento.

Laura acordou, no outro dia, com uma ressaca horrível. Podia sentir sua cabeça latejar e doer de maneira intensa. Olhou ao redor e não reconheceu aquele quarto. E se assustou ao ver que estava nua com ele deitado ao seu lado. Ai meu Deus! O que eu fiz? De maneira sorrateira, vestiu sua roupa e saiu da casa. O professor de matemática acordou pouco tempo depois. Olhou para o teto e sorriu. Que noite boa! Não sabia que aquela garota era tão fogosa assim! Ele olhou para o lado e ao não ver a ruiva, ficou confuso. Onde ela foi? Antes de formular qualquer ideia, batidas na porta ecoaram. Ele enrolou uma tolha na cintura e foi atender.

Catarina olhou a cena surpresa. Passa o tempo e ele fica mais charmoso! Ela entrou e perguntou:

— A noite foi boa?

— Como você sabe?

— Então, a garota deu conta do recado?

— Para com isso! Tô falando de como você sabe que ela dormiu aqui?

— Deduzi. A garota saindo meio desesperada daqui... Você com essa toalha na cintura. Tudo encaixa, não?

— Você é muito intrometida!

— Faz parte do ofício. – Disse Catarina rindo.

— Agora que consegui engatar com ela, o que fazemos?

— Você fez meio serviço. Tem que oficializar a relação. Aí quando o Edgar souber... Esperamos ele atacar e pronto!

— Missão problemática essa! Só quero que termine logo.

— Está terminado parceiro. Daqui a pouco tudo se resolve! — Afirmou Catarina se retirando. — Se arrume e vá conversar com a ruiva. Você tem que resolver isso logo!

Laura estava sentada no sofá olhando para o nada. Tinha seus pensamentos direcionados para os últimos acontecimentos. Nunca mais bebo na minha vida! Nunca mais! Que vergonha! Que vergonha! Ao olhar para trás, viu que um cara de cabelos negros a olhava. Ela perguntou incrédula:

— Bate antes de entrar não?

— Se eu batesse você me deixaria entrar?

— O que faz aqui afinal?

— Quero conversar com você sobre ontem.

— Não temos nada para conversar! Foi um erro!

— Pra mim não foi um erro!

— Como?

Miguel se aproximou e acariciava o rosto de Laura quando falava:

— No início, eu só queria mesmo a sua amizade. Só que depois... Comecei a sentir algo a mais. Seu jeito e sua personalidade me encantaram de uma maneira... Que não sei explicar. Só que nunca tinha dito nada antes porque não sabia se você sentia o mesmo. Além de respeitar os seus sentimentos pelo Eduardo.

Laura o encarava e lembrava a noite incrível que tivera. Nunca tinha sentido aquelas reações antes, nem mesmo com Eduardo. Foi acariciada, mordida e arranhada de uma maneira que a deixava excitada só de pensar. Contudo, ao mesmo tempo, lembrava das gentilezas, do carinho e do respeito que ele a tratou. Além de não poder esconder que também começava a sentir algo por ele. Desde a morte de seu namorado, Marcelo estava sendo uma boa companhia. Ambos gostavam das mesas músicas, filmes e Machado de Assis também era autor favorito dele! Só que ela tinha medo. Anseio de perdê-lo também e de sofrer novamente. Seu coração não estava pronto para mais uma decepção. A garota afastou-se:

— Eu gostei da noite de ontem também. Eu me sentia muito sozinha até você chegar. Só que não sei se estou pronta para engatar uma nova relação.

— Não precisamos ir com pressa. — Disse Miguel abraçando-a por trás. — Vamos com calma. Eterno até que dure! Além do mais, algum dia você teria que recomeçar a sua vida. Eduardo não gostaria de te ver sofrendo... E sim feliz!

Ela virou-se e ficaram cara a cara. Ambos ouviam a respiração e a palpitação nervosa de cada um. Laura perguntou:

— Teria paciência comigo?

— Toda a paciência do mundo!

Ela sorriu timidamente e o beijou.