— Vamos para casa! - ela falou com um meio sorriso e ele assentiu levando e sendo ajudado por Dionísio a entrar no carro.

Refúgio entrou no banco da frente e Dionísio deu um selinho em seus lábios provando a ela que estava de seu lado, não precisava provar nada porque ela podia sentir em seu coração como sempre que tinha feito a escolha certa e ele foi para o outro lado e entrou, ligou o carro e se foram dali com a promessa de um novo futuro para todos...

Quando chegaram em casa Patrício fez questão de mostrar tudo a Romeu que somente sabia sorrir com aquele amor, com aquela família que ele nunca tinha dado valor. Ele estava envergonhado de estar ali, mas era a sua chance de provar que seria um novo homem, Refúgio mostrou a ele seu quarto no andar debaixo e ele se acomodou sempre com seu pequeno falando e mostrando tudo.

Refúgio sorriu para o filho era tudo novidade e o ver feliz era a sua felicidade, olhou o pai ali e bem e em seu coração podia sentir paz e ficou ali o olhando por longos minutos até que chamou o filho para que Romeu descansasse. Ele não queria, mas foi emburrado para não contrariar sua mãezinha, ela o levou a cozinha e deu seu copinho de suco com um lanche e logo o levou com a babá e foi para o escritório onde o marido estava em uma ligação.

— Não insista, Rebeca! - ele falou sem paciência.

Refúgio que entrava fechou a cara de imediato e o encarou, que diabos ele estava fazendo falando com aquela mulher? O rosto ficou vermelho no mesmo momento e ele finalizou a ligação já ficando de pé.

— Não precisa desligar só porque eu cheguei! - o tom agressivo foi sentindo por ele. - Eu já estou saindo para te dar privacidade! - virou-se para sair e ele correu a ela a segurando. - Me solta! - se debateu.

— Amor, não faz assim! - queria rir ela tinha um ciúme sem tamanho e ele se sentia privilegiado dela se sentir daquele modo, em outros relacionamentos aquilo seria um problema mais para ele era emocionante. - Não precisa ir! - a virou para ele e tocou seu rosto.

— O que você tem que falar com essa safada? - falou sem conseguir se controlar e ele riu. - Não ria Ferrer! - sentou tapa nele que a puxou para seus braços e a beijou na boca mesmo ela virando o rosto. - Não me beija assim safado! - o empurrava e ele ria beijando mais e em todos os cantos.

— Eu beijo sim a minha ciumentinha gostosa! - a mão foi ao seu o dela. - Delícia, meu Deus! - queria que ela esquecesse o telefonema, mas Refúgio se afastou.

— Não vai ganhar nada até me dizer o que estava falando com aquela... Aquela mulherzinha. - bufou.

— Meu amor, eu não estava falando com ela... - ela cruzou os braços causando graça nele. - Ela queria conversar, quer emprego, mas eu não quero saber dela se for pra te causar mal! - aproximou novamente a puxando para ele e sentou com ela em seus braços. - Só você me importa e nossos filhos! - mordeu o braço dela de leve a fazendo arrepiar.

— Não quero saber dela perto de você, não quero saber dela perto de nossa família ou eu acabo com ela e com você! - apertou o braço dele mostrando posse sobre seu homem e ele riu. - Pare de rir, Dionísio!

— Amor, você me faz o homem mais feliz do mundo e eu não sei não sorrir! - deu a ela um lindo sorriso e tocou sua barriguinha. - Será que será mesmo uma menina? Será que será a Diana como nosso filho já escolheu? - falou todo apaixonado.

Refúgio sorriu linda segurando a mão dele falar dos filhos a iluminava e tudo que estava ruim ficava para trás porque eles eram a luz de seus olhos. O olhou nos olhos apaixonada e o beijou na boca antes de responder.

— Eu quero que venha com saúde! - falou amorosa.

— Isso vai vir com certeza! - os olhos brilharam e eles se beijaram cheios de desejo e a porta se abriu com Patrício entrando.

— Eu quelo pincina de novo. - olhou os dois que se soltaram. - Agola, agola! - colocou a mão na cintura. - Tá beijando por que? Não é hola de beijo! - foi a eles e subiu no colo. - Vamos nada papai que eu tô cum calozinho. - sorriu piscando os olhinhos.

Dionísio riu mais Refúgio e o encheu de beijo, era um homem realizado com os filhos e a esposa maravilhosa que tinha. Ela levantou e ele também com o filho nos braços e eles saíram do escritório e foram ao andar de cima, trocaram de roupa e foram para a piscina deixando que assim o dia se fosse assim como muitos outros mais...

E a medida que o tempo ia passando, Romeu tomava ainda mais espaço na vida dos netos e aos poucos ia dobrando a barreira que ainda existia entre ele e sua filha. Passou um mês na casa de Refúgio e quando se sentiu pronto foi para seu apartamento não voltaria mais para a casa em que morava e a vendeu, buscou um emprego digno e Dionísio deu a ele uma vaga de entregador de cartas.

Não era o que ele esperava, mas tinha que mostrar o seu valor e começando debaixo era a melhor maneira. Renata e Pedro eram pura paixão e "juntaram as escovas de dente" como um teste para ver se realmente conseguiriam levar aquele relacionamento, mas ele sabia que sim conseguiria mais ainda tinha muito que dobrar com as inseguranças dela para com ele, mas com amor ele conseguia tudo dela.

Refúgio e Dionísio até tentaram ver o sexo do bebê outras vezes, mas ele ou ela não estava a fim de se mostrar aos pais o que os deixava ainda mais ansiosos a cada nova consulta dela e a barriga ia avançando a cada novo nascer do dia. Já na penitenciária mais longe dali Marcos recebia todos os dias seu merecido graças a Romeu e a Dionísio que não sabiam um do outro, mas contribuíam para a vida dele ser um inferno e o julgamento foi marcado e dessa vez não teria ninguém para salvá-lo.

(...)

AGORA...

Era o dia de ela estar sentada na cadeira e narrar mais uma vez tudo que tinha se passado em sua vida desde que Marcos tinha entrado em sua vida. Ao seu lado estava Helena como sua fiel amiga e psicóloga, pronta para qualquer coisa, tinha conversado com o juiz e apresentado todos os laudos da passagem dela pela clínica e muitos outros laudos.

Refúgio estava grávida e mesmo assim estava ali pronta para contar ao mundo a sua história, as mãos estavam geladas e ela olhou as horas no mesmo momento em que chegou uma mensagem de um número desconhecido, estava sozinha naquela sala e abriu. Quando seus olhos bateram naquela foto o desespero foi tão grande que ela sentiu o mundo girar com aquela legenda.

"Fale demais e seus filhos é que vão pagar..."

A foto dos filhos com aquela legenda acabou com ela e seus olhos choraram com a porta se abrindo.

— Está na hora, Refúgio! - Helena falou e a viu chorando. - O que foi?

E naquele momento ela se viu em dúvida se contar ou não a verdade a ela...