Acordei com imensas dores de cabeça, não sabia onde estava, até que reparei num ser sentado numa cadeira de plástico. Levantei-me com dificuldade, e esfreguei os olhos para enxergar o ser na minha frente.

– Rosa? O que aconteceu? Onde está Black? – Perguntei sem perceber a realidade.

– Black? Ahah! A esta hora, provavelmente a achar que você está morta! – Rosa riu maleficamente.

– Morta? Como assim? Onde é que eu estou?! – Comecei a entrar em pânico, realmente, aquela sala era-me estranha, mesmo para quem ia fugir.

– Não se lembra? N raptou-a! Você fugiu com N. – Ela divertia-se com a situação. – E inventou uma história para Black não vir à sua procura.

– O quê?! – Eu paralisei.

– Sim. Vou passar a explicar… - Ela começou.

Flash Back:

– Black! Black! – Rosa apareceu em lágrimas completamente desolada.

– Que foi, Rosa? Cadê a White? – Black estranhou a minha ausência.

– O N… O N matou-a! – Ela fingiu desfazer-se em lágrimas.

– Q… - Black ficou sem reação.

– Eu… Eu tentei impedi-lo, mas… ele ameaçou-me com uma faca e… Não tive coragem! Eu devia tê-lo impedido! Ele esfaqueou White na minha frente e depois sumiu, mas disse que se iria matar em seguida… Eu me sinto tão inútil. – Ela fingiu-se arrependida.

– Eu… Eu vou indo… - Black baixou a cabeça desanimado encarando o chão saindo sem dirigir a palavra aos outros.

– Black, cara… Você está bem? – Gold preocupou-se com o amigo.

– Me deixem em paz… - O moreno disse ausentando-se, ainda sem os olhar.

Fim de Flash Back

– Então, Black pensa que você e N estão mortos. Ahah! Quem sabe, talvez ele até já tenha cometido suicídio! Ahah! Pobre rapaz, nem sabe que você está vivinha! – Ela provocava.

– Black… N… Porquê isto tudo? E Rosa… Você traiu-me… - Eu tinha os olhos em lágrimas.

Rosa ia para responder logo, mas N entrou na sala.

– White, vejo que já está acordada. Rosa, está dispensada. – N pediu com uma voz serena que não tinha há muito.

–Ok, querido. – Ela ausentou-se deixando-nos aos dois sozinhos naquela sala.

N sorriu para mim, depois voltou-se trancando a porta e colocando a chave em sima de uma mesa que ali estava.

– Então, White. Como se sente? – N perguntou como se não tivesse feito nada.

– Como me sinto? Como me sinto?! N, você desiludiu-me! Manipular a Rosa para este plano? O que é isso? Para além disso, você mentiu para Black e ainda por sima, raptou-me! – Eu gritei com ele.

– Manipular a Rosa? Ela está fazendo isto porque quer. Ela me ama e faz tudo por mim. Uma coisa que um certo alguém não compreende. – N riu, mas a sua voz ia ficando gradualmente mais irritada.

– N, eu já disse que te amo, mas como irmão! É assim tão difícil você entender isso?! E não é bonito ficar dando em sima da Rosa e não a amar de verdade! – Rezinguei.

– Eu não estou dando em sima de Rosa. Ela sabe que eu não a amo. Ela faz isto porque quer. Ela quer que eu seja feliz! – N Estava prestes a perder a calma.

– Você é um covarde! Não consegue encarar o facto de eu não o amar desse jeito? N, eu te amava, amava muito, mas agora já nem o conheço. – Atirei-lhe à cara.

Aquelas palavras bastaram para ele se descontrolar de novo e me derrubar, ficando sobre mim.

– Você não intende, White! Eu sempre te dei tudo! Eu sempre quis fazer você feliz! Eu sempre fiz tudo o que podia, e o que você faz? Me despreza! Você nunca me deu nada! Só dá para aquele Black! Me diga, o que ele já fez por você? Foi ele que brincou contigo quando eras criança? Foi ele que te apoiou quando gozavam contigo na escola? Não foi! Fui eu! – Ele estava completamente enraivecido, algo que nunca, mas mesmo nunca tinha visto antes, temia o que podia acontecer.

Reparei que os seus olhos me observavam atentamente, ele expressava uma cara de estranheza.

– O que é isso? – Perguntou apontando para mim.

– I-isso o quê? – Perguntei com medo.

– Esse vestido. Nunca o tinha visto.

– Foi uma prenda… De Black… - Respondi com medo da sua reação.

– Black? Esse tipo outra vez? Não! Você não pode ter lembranças dele! A partir de hoje, você vai amar-me a mim! – Ele gritou.

Saltou para sima de mim, começando a rasgar aquele vestido que me era tão precioso. Eu chorava, N estava a ser agressivamente agressivo para comigo, eu até já tinha nojo dele.

– Agora, White, você vai-me obedecer como irmã mais nova que é! – Ele ordenou. – Tire a roupa!

– O quê?! N, você está de zoa comigo, né? – Estava surpresa com o pedido dele.

– Obedeça, White! Faça como uma boa irmã e obedeça ao seu irmão! – Ele ordenou pregando-me outro estalo na cara.

– Não, N! Não quero expor-me a você! Você me enoja! – Berrei.

– Então se não tira, tiro eu! – N avançou sobre mim sem dó nem piedade.

Apressadamente, retirou a pouca roupa que tinha no corpo, a minha roupa de baixo fora atirada para um canto, sendo completamente desprezada, eu remexia-me tentando soltar-me das mãos de meu irmão, apesar de ser impossível.

– Você é tão bonita, White. – Falou beijando-me a cara.

A repugnância que sentia por ele ia aumentando, raiva, tristeza e nojo fluíam no meu corpo enquanto N descia os seus beijos e carícias para as partes mais íntimas e sensíveis de meu corpo, ao contrário do toque de Black que era amável e suave, que me fazia suspirar e ter um prazer imenso, o toque de N era pesado e demonstrava um desprezo imenso, não se importava minimamente comigo, só queria se satisfazer.

– Vamos, White. Abra as pernas para seu irmão. – N pediu com uma voz de desejo imensa.

– N, não… Somos irmãos… - Protestei, a ideia de que ele queria fazer “aquilo”… era má demais…

– Vamos, White, abra essas pernas! – Ele forçou-me a abri-las.

Nojo, repugnância, ódio, vergonha… Sentimentos que me invadiam nessa hora, até que me dei conta, eu estava sendo abusada pelo meu próprio irmão. O irmão em quem confiei e amei… Mas isso não voltaria a acontecer… nunca mais!

………………Black………………………………

– Oh, White… Porque deixou isso acontecer? – Lamentava-me deitado na minha cama. – Porque a deixei ir sozinha ver N? Eu devia ter ido com ela…

White tinha morrido, era uma ideia a que eu não me conseguia habituar. N matou-a, pior que eu não o pude evitar! A sensação é horrível! Como vou seguir com a minha vida agora? Enfrentámos tanto juntos… Vai acabar assim? Depois de tudo o que passámos? EU queria dizer que não, mas… Rosa não ia mentir, né? Melhor… encarar os factos… Só sei é que não poderei viver sem ela. O que vou fazer sem o seu sorriso? Sem os seus lábios? Sem a sua voz… Não vou conseguir viver sem ela…

… Eu…

…desisto de viver…