No telhado do prédio, num subúrbio qualquer, conversam duas moças. O sol se põe, cansado, no horizonte e a noite traz consigo as primeiras luzes a se acender pela cidade.

“Existe algo mais belo que todos esses postes?” pergunta a primeira.

A segunda moça admira os traços dela, os lábios fartos recém-fechados, a boca distendida em um sorriso tímido, os olhos castanhos, a pele negra, o cabelo cacheado.

Desvia o olhar para os céus e permite a sua timidez responder:

“As estrelas.”

Não mente, mas assim como elas, sua verdadeira resposta fica oculta. Na verdade pensa dizer:

“Você.”