Princesa industrial
Liberdade.
Depois disso voltei pra casa e deitei ao lado de Miguel.
***
Alguns meses se passaram e eu continuava meu relacionamento com Felipe. Saiamos as vezes quando Miguel ficava ocupado e algumas tardes eu passava em sua casa.
Neste momento eu congelei. Mais uma vez eu estava passando por aquela situação. Mais uma vez eu estava em desespero para saber a resposta. Quando o pequeno objeto em minha mão mostrou uma pequena fita verde eu comecei a chorar.
Mais uma vez eu teria um filho com Felipe e mais uma vez ninguém poderia saber.
***
–E agora… O que fazemos? Eu já assinei aquele bendito contrato e o Miguel não pode saber disso de forma alguma!
–Onde você deixou o exame? E se acalme, nós vamos pensar em alguma coisa.
–Não se preocupe, Miguel está viajando. A única coisa em que consigo pensar é se eu e Miguel…
–NÃO, AQUELE CARA NÃO VAI ENCOSTAR EM VOCÊ!
–Se essa for a única forma de salvar nosso filho, ele vai sim! Eu não vou perder outra criança.
–Mas se nós fugirmos, Milena…
–Nós já tentamos isso e não deu certo. É a única alternativa.
E foi exatamente isso que ocorreu. Assim que Miguel voltou de viagem, nós transamos. E um mês depois eu contei a ele que estava grávida. Ele ficou extremamente feliz e eu extremamente culpada.
*** Sete meses e duas semanas depois***
–Lara, conheça a sua casa! É aqui que você vai morar por um bom tempo. - Eu entrava na casa que pertencia a mim e a Miguel com a pequena princesinha de olhos azuis e cabelos escuros em meus braços. Ela sorria e me encarava.
–O quarto dela já está pronto. Vou colocar as coisas da sua filha lá. - Disse Miguel seco.
–O.k.. Obrigada. - Respondi.
*** No dia seguinte***
Aproveitei que Miguel tinha saído para visitar Felipe com a Lara. Ele a mimou por algumas horas e saímos de lá quase três da tarde. Miguel estava sentado, com um copo na mão, em frente a porta. Quando entrei, me assustei. Eu sabia que ele me esperava para alguma conversa séria e seu olhar me assustava. Subi, coloquei Lara no berço e voltei para a sala.
–A sua filha é linda… Tem lindos olhos azuis… Sabe o que é engraçado? Ninguém da minha família e nem da sua tem olhos azuis, mas o Felipe tem. O mesmo Felipe que estava no hospital quando ela nasceu e o mesmo que você foi visitar hoje. Sabe o que é ainda mais engraçado? Nós transamos uma vez no último ano e nessa única vez você ficou grávida. Não é incrível? Eu te amei, aturei quando você não quis ficar comigo, te engoli em horas que você estava insuportável, mas sabe uma coisa que eu não admito? Traição. Você me prometeu fidelidade no altar e não cumpriu. - Ele levantou os olhos, estava chorando. - Eu cumpri tudo que eu te prometi e me arrependi de tudo que te fiz sofrer, mas você me traiu… Mais de uma vez. Isso eu não posso suportar, me desculpe. - Foi quando eu vi a pistola refletindo um pouco de luz. Eu tinha que fazer alguma coisa. Eu tinha que ficar viva, pela minha filha. - Não se preocupe. Não farei nada a Lara, ela não tem culpa. A única culpada é você. Me desculpe por te machucar, mas é preciso… Eu preciso. - Ele estava bêbado, se eu conseguisse chegar as escadas ele não iria me alcançar.
Quando dei o primeiro passo, já era tarde demais. Ouvi apenas um barulho e a próxima coisa que senti foi a tão esperada liberdade.
***
Miguel foi sentenciado a quarenta e cinco anos de prisão por estupro e assassinato.
Felipe cuida de Lara com a ajuda de Linda e o senhor Donavan. Ela está cada dia mais bonita, parecida com uma princesa.
Meus pais conseguiram o que finalmente queriam e por conta do que Miguel me fez, tomaram conta das indústrias Depuleto e Havonteccio.
Eu estou finalmente livre de todas as obrigações de ser uma Depuleto e olho como um anjo por minha filha.
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