Primeiro Encontro
Capítulo Único
POV Castle
—Eu não acredito que você está fazendo isto, pai... – Alexis ajeita a minha camisa, enquanto eu me olho no espelho.
—Você não entende, criança... – Martha, minha mãe, chega nos entretantos. – O seu pai está sempre viajando...
—É! Podem brincar á vontade, mas eu vou encontrar a mulher da minha vida hoje mesmo! – Continuo me olhando no espelho, confiante, passando a mão pelos fios do meu cabelo.
—Você disse isso dos últimos dois casamentos... – Alexis faz cara feia.
—Parece que o sentido de humor avança uma geração nesta família... – Reviro os olhos.
—E aparentemente a beleza também. – A ruiva mais nova, ri.
Ok! Vocês devem se estar perguntando o que raio está acontecendo!
Pois bem, eu vou explicar – o meu nome é Richard Castle, sou um autor de romances bastante reconhecido, tenho 35 anos, uma filha linda e uma mãe louca. Passei por dois casamentos falhados, mas muito felizes enquanto duraram... Já tive tantas mulheres que perdi até mesmo a conta. Mas um dia deste eu me peguei pensando “para quando eu irei encontrar A mulher?” sim, porque nunca houve magia... E era isso que a minha vida estava precisando nesse momento.
Então eu coloquei um anúncio na TV e marquei um lugar para as candidatas se apresentarem. Exato! Eu sei o que vocês estão pensando... meia louca essa ideia, não? Pois, mas eu sou mesmo assim e tenho a certeza que de toda a mulher que ia aparecer alguma delas teria de ser a minha alma gémea!
—Vocês já escolheram o hotel onde vão ficar? – Eu pergunto ás duas ruivas que ainda me olhavam meias incrédulas com a minha ideia idiota.
—Um com SPA com toda a certeza... Já que o meu próprio filho me expulsa de casa, eu quero ir num hotel onde possa ter direito a tudo! – Martha, fala.
—Eu devo relembrar que esta casa é minha? – Eu a olho.
—A carteira, por favor! – Alexis, estende a mão para mim e eu não tenho outra solução senão lhes entregar a minha carteira.
—Divirta-se, criança! – Martha, beija a minha bochecha já saindo de casa.
—Juízo! Te amo!
—Te amo, abóbora! – Abraço a minha pequena e vejo elas saírem.
Eu devia estar louco mesmo, mas hoje não sairia daquele lugar sem a mulher da minha vida.
POV Kate
Mais um caso encerrado!
—Pensei que esse dia não chegaria ao fim! – Ryan se senta na sua cadeira, igualmente cansado.
—Onde está o Esposito? – Pergunto, estranhando o desaparecimento do moreno.
—Este cara é foda! – Nesse momento ele aparece com o controlo da TV na mão, apontando para a mesma.
—Quem é? – Eu olho o homem bonito na televisão, rodeado de paparazzis.
—Você não o conhece?! – Entretanto, chega Lanie.
—Eu deveria? – Estranho a cara de julgamento com que todos me olham.
—Ele é o escritor do momento! – Espo realmente o admirava. – E o cara vai organizar um “primeiro encontro” ás cegas para encontrar a mulher da vida dele!
—Que ridículo! – Eu rio, olhando a cara de egocêntrico da criatura.
—Ridículo?! É massa! – Espo, suspira.
—Porque você não se junta a ele também?! – Lanie o olha, repreensiva.
—Porque não me convidaram...?
—Você não deveria ter dito isso! – Ryan, alerta.
—Porque não vamos beber um copo? Ainda está bem cedo! – Lanie, decidi ignorar Espo.
—Ah não! Eu tenho uns relatórios para fazer. – Fujo do assunto, pegando os papéis que estavam na minha secretária.
—Você é sempre a mesma, Kate! Quando você vai perceber que a vida não é só trabalho? – Kevin, reclama.
—Tudo bem... Mas só hoje! – Eu aceito antes que me arrependesse.
—Boa! – Todos parecem surpresos com a minha resposta.
—Vou ligar á Jenny! – Ryan se levanta e pega o celular.
Hoje a noite prometia e isso era apenas um pressentimento. Eu era bastante pragmática, mas sentia que algo ia acontecer.
POV Castle
Cheguei no bar e a fila de mulheres era interminável.
Loiras, morenas, ruivas, altas, magras, gordas, velhas, novas... Porra a vida! Não pensei que tinha um leque tão grande de mulheres me querendo.
Me sento no sofá confortável. Olho o relógio e marcava 21 horas. Exatamente á hora que eu tinha marcado.
O dono do bar tinha deixado sem problema eu organizar as “entrevistas” lá... afinal dava-lhe uma certa popularidade ao bar.
A primeira candidata era linda. Loira, bem feita e com uns olhos azuis... que nossa! Não me digam que seria assim tão fácil achar o amor da minha vida...
—Oi! - Eu sorrio, babando para cima da loira. Ela se senta em frente a mim, mostrando os seus dentes lindos. – Como você se chama? – Pergunto, percebendo a sua timidez.
—Maurício! – A voz máscula me faz borrar na cueca na hora! Espera aquela mulher linda era um homem?! Puta merda!
—PRÓXIMO! – Eu mando ele (?) embora, tentando forçar um sorriso.
...
Já tinha passado uma hora e todas as candidatas não me chamavam á atenção e eu estava ficando cansado. Porém, a fila parecia infinita e eu começava a ponderar se isto seria uma boa ideia ou não.
—Idade? – Pergunto á mulher á minha frente.
—15. – Ela responde.
—15?! – Nem eu mesmo acreditava. – Você parece ter uns 25 anos!
—Hoje em dia a maquiagem ajuda muito! – Ela confessa. E começa tirando os seus cílios.
—Caralho! – Eu não seguro o palavrão. – O que você está fazendo aos seus cílios?!
—Relaxa, são falsos! – Ela ri, na esperança de me tranquilizar.
—Fico feliz por serem só os cílios... – Eu sorrio amarelo.
—Não! – Ela ri. – Você é muito inocente.
Posto isto a criança que eu pensei ser uma mulher gostosa da porra começa tirando o cabelo que, afinal não era ruiva, mas sim preto e bastante curto... tira uma merda qualquer do nariz que o torna muito mais pequeno... passa um pano na cara, deixando-a muito mais pálida e com olheiras... e quando eu vejo ela tirar umas almofadas dos dois peitos eu tenho a certeza que chega.
—PRÓXIMA!
—Mas eu queria que você me visse ao natural! – Ela chora.
—Você podia ser minha filha! – Eu a chamo para a realidade. – Para além do mais você se desmontou na minha frente! Só me falta falar que a sua bunda é falsa também!
—Eu posso... – Ela se levanta, virando a bunda para mim.
—Não, por favor! – Imploro.
—PRÓXIMA!
...
—Profissão? – Eu pergunto pela milésima vez. Já estava cansado de tanta entrevista.
—Prostituta...
—Como?! – Eu surto.
—É um trabalho igual aos outros.
—PRÓXIMA!
...
—Fetiche? – Esta mulher até parecia ser interessante e era uma das entrevistas que estava durando mais.
—Eu adoro que me chupem... – Ela trinca o lábio, deixando-me intrigado. – Os dedos dos pés...!
—Bem me parecia que isto estava correndo bem demais... – Sussurro baixinho. - PRÓXIMA!
...
—Qual a sua idade? – Pergunto. A fila já parecia bem mais pequena.
—75...
—75 ANOS?! Puta merda! – Eu não consigo nem mais controlar a minha boca.
—Ainda aguento bem na cama... – Ela me olha, lambendo os lábios e me fazendo quase vomitar.
—PRÓXIMA!
...
—Qual o seu cheiro preferido? – Pergunto, analisando a mulher que se encontrava á minha frente.
—O cheiro a suor! Nossa eu deliro com isso e com homem muito peludo!
—Então você está procurando o Pé Grande não o Richard Castle... – Não consigo nem sequer segurar a minha ironia. – PRÓXIMA!
...
—Eu adoro comer... aquela lasanha cheia de queijo e carne! Que delícia! – Bem, esta mulher, nem deixou me apresentar, porque desde que ela se sentou não me deixou falar até agora e ela está falando por 5 minutos só de comida.
—Quantos...? – Eu tento falar alguma coisa na esperança de conseguir ter um diálogo e não um monólogo.
—Quantos quilos eu tenho?! Era isso que ia perguntar?! Acha que eu sou gorda?! É isso!? – Eu vejo a raiva misturada com as lágrimas se formarem na cara dela. – Eu sou feliz comendo! Porra Rick eu estava gostando de conversar com você! – Ela tira um chocolate do bolso e começa comendo.
—A gente não estava conversando... – Eu falo por entre os dentes.
—Merda! Sempre sofri por gostar de comer, ninguém gosta de falar comigo... – A criatura chora que nem uma desalmada enquanto devora o pobre chocolate.
—PRÓXIMA!
...
Finalmente só faltavam apenas duas concorrentes. Eu estava exausto mentalmente. Mas será que não podia aparecer alguém normal?!
—Oi... – Já falo quase sem animo.
—Oi, o meu nome é Lanie! – A mulata me olha com entusiasmo e por momentos isso me alegra.
—Oi, Lanie. Quantos anos você tem?
—Esqueça essa merda! Eu não vim para a entrevista! – Aquilo me pega de surpresa e eu capto a sua atenção. – Está vendo aquela mulher ali?
Ela aponta para a mulher de cabelos longos e ondulados, bebendo um copo junto ao garçon.
—Sim. O que tem? – Olho a mulher que parecia bem a leste daqui.
—Ela é minha amiga Kate e sabe ela está precisando de se divertir... e pelos visto suas entrevistas não correram muito bem...
—Touché! — Eu falo.
—Vá até lá e fala com ela... Acho que vai gostar dela...
—Ah... Ela está armada... – Olho assustado ao ver a arma na cintura da mulher.
—Relaxa, isso é porque ela é policial! Ela é bem querida! – Lanie me tranquiliza.
—Tudo bem, eu vou tentar. – Dou de ombros, desanimado. Mas ainda assim eu iria tentar.
—Se ela perguntar por nós inventa uma coisa qualquer, ok?
—Ok... – Dou de ombros e vejo a mulata se afastar.
Só faltava uma, quer dizer, um concorrente.
—Cara, você é um homem! – Eu bufo, já sem paciência.
—Eu vim só pedir um autógrafo! – O homem tatuado e musculado fala. -Ah ok! Me desculpa...
Ele baixa as calças e mostra a bunda, me entregando a caneta.
—AH NÃO! SAÍ FORA!
—Assina a minha bunda, por favor! – O homem pede.
—Nem pensar que eu vou assinar a bunda de um homem! – Eu me levanto, enojado.
Ele me ergue no ar com uma mão só e aperta os meus colarinhos.
—Assina a minha bunda! JÁ! – Por momento eu me cago e resolvo me sentar de novo e assinar a bunda do homem antes que levasse porrada por não assinar uma bunda...?
Engulo em seco, desvio a cara lá assino a bunda da criatura.
Corro para o banheiro para lavar as mãos.
Eu estava exausto de gente louca e adivinhem só? Não tinha encontrado a mulher da minha vida... pelo contrário só uma data de gente doida com fetiches esquisitos.
Vou até ao balcão e já não estava lá a mulher policial que Lanie me tinha falado.
Que desilusão... ela seria a minha última esperança, apesar de estar armada e eu puder levar um tiro em qualquer momento.
—Por favor! – Chamo o garçon. – Me dê uma bebida!
O garçon atende ao meu pedido rápido.
A bebida aquece a minha garganta. Era tudo o que eu precisava neste momento.
—Por favor! – Ouço a voz feminina quase ao meu lado. – Me dê uma bebida!
Era a mesma mulher... A olho com atenção observando cada detalhe do seu rosto. Ela era linda!
Ela falava qualquer coisa sozinha e isso me fez sorrir. Era espontânea.
Nem sequer notou que eu a olhava.
Bebe tudo de uma vez fazendo uma cara feia.
—Pode parar de me olhar por favor?! – Ela me encara com seus olhos verdes e eu desvio o olhar vendo se ela estava falando para mais alguém para além de mim. – Eu estou falando com você mesmo!
—Não posso olhar para você? – Pergunto, achando piada a jeito mandão dela.
—Desse jeito não! – Ela continua se defendendo. – Garçon me dê outra por favor! – Ela faz sinal para o copo.
—Garçon me dê outra por favor! – Eu peço também, bebendo a minha bebida de uma vez só.
—Você está me imitando? – Ela me olha. O seu olhar era penetrante e eu sinto uma necessidade de aproximação.
—Eu? Você tem a mania da perseguição, não? – Faço careta.
—Olha eu não estou para gracinhas, ok? – Ela me avisa.
—Isso eu já percebi. Você não pode levar a vida tão a sério... – Aconselho.
—Ah espera! Eu vou organizar uma fila de candidatos justo como você fez!
—Você está com inveja? – Eu rio, debochando.
—Inveja? De uma data de mulher louca se jogando aos pés de um homem egocêntrico? – Ela bebe a sua bebida toda de uma vez só de novo.
—De onde você me conhece para afirmar que eu sou egocêntrico? – Agora eu estava curioso para saber.
—Basta ver o que você fez! – Ela ri. Já estava um pouco alterada por conta do álcool. — Richard Castle organiza entrevistas para encontrar a mulher da sua vida!
Ela imita o anúncio que tinha dado na TV. Eu rio, descontrolado.
—Você é ridícula! – Rio.
—Olha uma coisa eu tenho uma arma...
—Quero te conhecer melhor! – Sorrio, trincando o lábio, admirando toda a sua beleza. – Como você se chama?
—Eu não vou dizer o meu nome a você! – Ela resmunga, franzindo a sua testa, tornando-a ainda mais adorável.
—Kate? – Eu relembro o nome que Lanie me tinha dito. Ela me olha escandalizada e a cara dela me faz soltar uma gargalhada.
—Espera! – Ela semicerra os olhos. – Foi Lanie que te disse o meu nome?
—Quem é Lanie? – Eu minto.
—Ela é muito idiota mesmo! Por isso eles quiseram vir a este bar! – Kate leva mais uma bebida á boca.
—Eu não sei do que você está falando... – Continuo mentindo. Estava me divertindo muito.
—Que mais disse ela? Aposto que foi falar que eu estava sem transar há mais de 1 ano! Ah não! – Ela acaba a bebida de novo e eu olho para a cara dela, espantado. Se há uma coisa que os bêbados fazem é dizer a verdade.
—Você não transa há mais de 1 ano? – Pergunto, com um sorriso bobo no rosto. Ela era autêntica.
—Você não tem porra nenhuma haver com isso! - Ela dá de ombros. – Não pense que é por falta de concorrentes... Entendeu? – Ele balbuciona as palavras, fazendo-me rir.
—Claro, você deve ter uma data de homens aos seus pés...! – Concordo com ela, não queria levar um tiro.
—Pois claro que tenho mesmo! – Ela continua se defendendo. Opto por não beber mais, teria de levá-la a casa, porque claramente que Kate estava embriagada. – E digo mais! De todas as profissões- bombeiros, policiais, arquitetos... tudo e mais alguma coisa!
—Você é mesmo concorrida... estou ficando com inveja! - Me aproximo dela. Estava me divertindo imenso com o seu discurso de bêbeda.
—Pode ficar... não dou a mínima para isso! – Ela faz uma careta tão engraçada que não consigo segurar o meu riso.
—Você está super bêbada! Vou te levar para casa! – Aviso, retirando o copo da bebida da sua frente.
—Pois, vocês homens são todos iguais! – Ela resmunga.
—Somos? – Eu olho nos seus olhos, divertido.
—Claro! Agora você vai me levar para a sua casa, transar comigo e no dia seguinte vai dizer que eu estava bêbeda o que... – Ela faz uma pausa. - ... claramente eu não estou!
—Então a gente vai transar? – Eu rio. Ela estava muito engraçada.
—Claro que vai! Acha que algum homem leva uma mulher para casa para brincar ao karaoke? Ou jogar Guitar Hero?
—Os homens são mesmo uns porcos! – Eu ajudo ela a se levantar. O garçon já estava rindo também de Kate.
—Por isso se pensa que a gente vai transar você está... – Ela faz uma pausa de novo, cambaleando. - ... está certo! E depois vai fingir que nada aconteceu, vou engravidar... você vai embora e eu vou ser mãe solteira!
—Uau! – Eu fico impressionado com a imaginação dela e ajudo- a caminhar, segurando na cintura dela. – Que tragédia! Mas, conte-me mais sobre o nosso futuro!
Apesar de tudo eu estava me divertindo.
—Então a gente vai transar... – Ela começa de novo.
—E vai ser bom? – Pergunto.
—Não! Vai ser péssimo! Olha só, eu estou bêbeda! – Ela finalmente admite.
—E depois? – Estava bastante interessado na história dela. Ajudo-a a entrar no meu carro.
—Depois do sexo terrível que vamos ter, amanhã você vai dizer que a gente transou porque EU estava bêbeda!
—E você não está bêbada? – Pergunto, contendo o riso.
—É claro que não! – Ela reclama, desacreditada.
—Mas você acabou de confessar que estava! – Eu a olho, admirado. Acho que estava me apaixonando por uma policial armada e alcoolizada.
—Então devo estar bêbeda! – Ela bufa, irritada.
Nesse momento eu rio sem mesmo aguentar mais.
—Então você está bêbeda ou não? – Pergunto, confuso.
—Você vai dizer que sim, mas eu estou bem!
—Claramente! Eu sou um mentiroso!
—Ou você não fosse homem! – Ela joga na minha cara e eu rio.
Chegamos ao meu loft. Esta noite estava sendo exatamente o que eu não esperava, mas pelo menos ela estava parecendo ser a mulher da minha vida.
—Mas eu quero saber a história toda! Me fala do início! – A ajudo a sentar no sofá.
—Então! – Ela ergue uma mão no ar. – A gente se encontrou num bar. Eu bebi demais, você me trouxe para casa, a gente vai transar, mas vai ser um sexo horrível, estou pressentindo até... na manhã seguinte você vai me culpar dizendo que eu estava sob efeito de drogas e álcool! Vai me abandonar grávida de um meninão chamado David e eu vou te achar anos mais tarde e dar um tiro!
Eu queria, mas eu não conseguia parar de rir.
—Posso te contar a minha versão agora? – Eu pergunto.
—A sua versão nojenta de homem? – Ela me olha com desdém, fazendo me libertar uma outra gargalhada.
—Sim, bastante nojenta... Eu posso contar ou não? – Sorrio. Não conseguia deixar de olhá-la. Ela era linda demais e de certo estava sendo a primeira mulher que eu trazia para a minha casa e com certeza eu não transar. Isso já tornava tudo bastante diferente e apesar das circunstâncias especial.
—Pode contar sim. – Ela me encoraja.
—Então se prepare. O meu nome é Richard Castle e sai numa noite na esperança de encontrar a minha alma gêmea... organizei umas entrevistas e só achei louca com fetiche de lamber e chupar dedos dos pés, taradas de 80 anos e adolescentes de 15...
—Porco! – Ela me interrompe.
—Conclusão! – Ignoro-a e continuo a contar a minha versão. – Não gosto de nenhuma das 60 candidatas e candidatos – relembro o triste momento. – E encontro essa policial armada e bêbeda sentada ao balcão do bar. Acho-a linda e me apaixono por ela perdidamente... quero transar com ela efetivamente, mas ela está podre de bêbeda e recusa a admitir... trago-a para casa e obviamente que ela vai acabar vomitando no meu banheiro ou então adormecendo no meu sofá...
Eu vejo os seus olhos querendo fechar. E continuo a olhando com um sorriso idiota para ela, esperando ela adormecer. Não demorou.
—Bem, a tal policial adormece e eu continuo tentando perceber o que raio eu estou fazendo com uma detetive bêbeda na minha casa que estava tão convencida que a gente ia transar e ia ser horrível!? Ela acorda na manhã seguinte e eu estou fazendo uns ovos mexidos deliciosos para ela, mas por efeito ela está de ressaca... O homem nojento e porco igual a todos os outros prepara uma aspirina para as dores de cabeça de Kate... O tempo passa e a gente se vai conhecer sim, você vai ser a minha musa. – Eu passo a mão pelo seu rosto, acariciando-o. – Eu vou escrever muitos livros sobre você, a gente vai transar muito! Nosso, você nem imagina! E vão nascer os nossos 4 filhos – dois gêmeos e duas garotas do papai! Eu vou te pedir em casamento como é óbvio! E... bem o resto são meros detalhes...
Kate dormia tão sossegada que chegava a ser hipnotizante. Eu realmente estava viajando.
Mas sabe que mais? Eu não estava nem aí, porque afinal de contas eu tinha encontrado mesmo A mulher perfeita para mim.
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