Premonição - Perigo Nos Trilhos (Reescrevendo)
Próxima Parada, Inferno...
Nick e Paul são dois irmãos simplesmente irritantes. Nicholas, o mais velho, não é muito responsável e meio desleixado quanto ao seu estilo. Já Paul, com seus dons vocais sonha em um dia ser um grande cantor country e quem sabe um dia cantar ao lado de cantores renomados como Shania Twain e semelhantes.
— Gente! Vamos para a estação. Temos que voltar antes do anoitecer. — Diz Helena. — Afinal nós estamos de férias e é tempo de festar. Eu estava pensando em ir ao cinema depois de passear pelos trens de Chicago não é verdade?
— E quem vai pagar? — Dispara Nick — Eu e o Paul estamos mais duros que pau de tarado.
Todos caem na risada com a conversa de Nick.
...
Mais tarde, já na estação, Todos estão agrupados em uma fileira de bancos azuis, logo em frente a uma lanchonete. Estão sentados na seguinte ordem... Megan, Paul, Halley, Nick, Christina, Christine, Beto, Mike e Helena.
— Você ainda conversa com o Richard? — Paul pergunta para Megan.
— Por quê você quer saber? — Foi ele quem te mandou perguntar?
— Não! É que faz uma semana que não o vejo. Ele nem aparece mais no estúdio. Eu até tenho uma música nova pra mostrar pra ele, mas ele sumiu.
— Nós terminamos há uma semana. Ele disse que precisava se espaço.
— Mas assim na lata? Você nem disse nada?
— Não adiantaria nada, Richard é muito sério, eu não aguentaria um diálogo longo com ele sobre assuntos delicados como esse.
— Entendi. As vezes o silêncio é o mais inteligente dos diálogos.
Myla então se levanta e fica próxima aos trilhos, ela curva seu corpo para frente e olha para os dois lados, porém é surpreendida por uma mão masculina tocando seu ombro e puxando-a para longe dali.
— Cuidado! — Diz o homem. — Você tem que ficar atrás da linha amarela.
— Richard? O que faz aqui? — Myla fica surpresa?
— Eu não quero que a Megan me veja, só fala que eu preciso falar com ela amanhã.
— Tá. Então largue meu braço. Você tá começando a parecer um psicopata.
— Desculpe. — Richard dá uma leve risada. — Eu não gosto de ser sorrateiro, sempre faço merda. Até mais.
— Até. — Assim que Megan se afasta de Richard, ela faz uma expressão de má compreensão. "O que deu nesse moleque?" pensava ela.
Richard é um jovem aparentemente normal, porém misterioso, que costuma esconder seu passado de todos e não é muito sociável, porém faz questão ser simpático com qualquer um. Ele e Paul são apaixonados por música e estão sempre ensaiando juntos. Seu maior sonho é poder fazer Megan feliz de todas as maneiras, porém ela é um tanto controladora e ele não abre mão de sua liberdade.
...
Fora dali, Ryan e o mesmo homem que o ameaçara anteriormente, estão conversando num carro preto, próximos a entrada do metrô, ambos escondendo armas em seus casacos.
— É melhor você se apressar ou vai se ver comigo. - Diz o homem segurando com força o braço do jovem negro.
— Não faz isso comigo mano. - Implora Ryan. - Pense. O quê minha mãe iria pensar se me visse assaltando um metrô?
— Eu não to nem aí pra sua mãe, aquela piranha só atrasou minha vida.
— Então por quê casou com ela?
— Porque ela era um furacão na cama! Mas mesmo assim eu larguei ela de mão. E vai logo antes que eu faça uma besteira.
Ryan sai do carro indignado. Ele se tornou cúmplice de seu padrasto a alguns meses após flagrar o mesmo pegando dinheiro da bolsa de sua mãe. Então o homem o ameaçou de morte caso dissesse algo, mas para deixá-lo vivo, fez com que o acompanhasse em seus crimes... Ao entrar na estação, ele vai até a porta do banheiro e espera por qualquer um que passar distraído por alí. Um jovem com aparentemente 16 anos, magro e ingênuo passa mexendo em seu celular e com fones de ouvido, ele entra no banheiro e então vai até o espelho. Ryan não pensa duas vezes, ao perceber que está a sós com o jovem nerd, coloca uma máscara, pega o revólver de dentro do bolso do casaco cinza e aponta para a cabeça do Garoto inocente.
— Se você disser uma só palavra eu arrebento seus miolos. — Ryan fica violento.
O garoto apavorado fica estagnado. E não esboça reação alguma.
— Agora me passa o celular e a grana bem devagar!
O pobre jovem obedece quase chorando. Entrega o celular e uma única nota de U$ 10,00 que está em seu bolso da camisa. — Po...por favor, me deixe ir, eu N...não vou falar pra ninguém. — Ele diz gaguejando.
— Então sai vazado daqui!
O jovem sai do banheiro a ponto de ter um enfarte. Ele se senta em um banco próximo a Helena. Ela então percebe o estado dele e logo pergunta:
— Você está bem?
— É s...sim. eu só estou passando um p...pouco mal.
— Tem certeza? Você quer que eu chame uma ambulância? Você tá mais pálido do que as paredes da Casa Branca.
— Não! Está tudo bem. É s...só um mal estar, já vai passar.
— Jura? Eu não quero me sentir culpada se você morrer. - Ela brinca.
O garoto então fixa o olhar em Ryan do outro lado da estação, que anda com um nervosismo aparente, no entanto, não diz nada. Helena olha no fundo dos olhos do garoto e o reconhece...
— Você é o Owen não é? — Ela pergunta. — O Sobrinho da Val?
— Sou sim. E você é?
— Helena. Eu era vizinha da sua tia em Mount Abraham. Minha mãe resolveu se mudar para cá depois do... Você sabe.
— Do incêndio? É claro. Muita gente se mudou daquela vizinhança. Todos chocados pela morte dela. Até hoje nunca descobriram o que realmente aconteceu lá. Disseram que a casa começou a pegar fogo por causa de um curto circuito no computador, mas eu lembro que ele ficava longe da cozinha, mas o fogo foi parar numa garrafa de vinho que estava em cima do balcão.
— Eu ouvi essa história, mas também aquela de que foi o próprio aluno que a matou. O que será que houve?
— Eu realmente não sei. — Owen dá de ombros.
— Então... O que você vai fazer hoje? Eu e meus amigos vamos ao cinema. Não quer ir a gente?
— Eu adoraria, mas tenho que ir para casa. Nos falamos depois. Meu pai já deve estar com o caminhão do lado de fora me esperando.
— Então me promete que não vai morrer. — Helena ri. — A gente se vê.
O garoto sai timidamente e não diz mais nada.
...
Assim que o trem chega na estação, todos se levantam e vão até o mesmo.
Entrando nele, cada um encontra seu lugar e todos se sentam.
— Quem era aquele carinha que vc tava toda entrosada? — Mike pergunta, fingindo estar com ciúmes.
— É um amigo da época em que eu morava em Mount Abraham. — Helena diz com empolgação. — Eu não o vejo desde que me mudei pra cá. Ele é sobrinho daquela professora que morreu num incêndio em 1999 algum tempo depois de se salvar da queda de um avião.
— Eu me lembro disso. — Myla entra na conversa. — Passou em todos os jornais dos Estados Unidos. Eu tinha que viajar para o Canadá com meus pais, mas fiquei com tanto medo de avião que a gente foi de carro e foi a maior zorra, quando o meu pai quase bateu num carro que tentou atropelar um cara de bicicleta. Eu tinha cinco anos na época. Quase morri.
— As gêmeas estão quietas. Que foi madames? — Beto começa sua ladainha irritante.
— Olha Albert, se você tá afim de ficar com uma de nós não é desse jeito que você vai conseguir tá? — Christina diz fazendo charme.
Todos acham engraçado e resolvem zoar Beto.
— Ela te tirou dos trilhos hein Beto? — Nick dá um leve soco no amigo.
Nesse instante, ouve-se um barulho estranho e um tremor incomum dentro do metrô. Todos levam um grande susto, porém logo passa.
— Você devia virar essa boca pra lá mano. — Paul diz sendo irônico. — Premonições são perigosas.
Mais a frente, um caminhão de combustível perde o controle, após um dos pneus da frente estourar, este acaba tombando direto na saída do túnel do metrô. Uma enorme explosão causa um colapso em toda a estrutura do trem, todos os quatro vagões saem dos trilhos e se separam, há uma ribanceira ao lado da ferrovia e três dos vagões caem direto nele. Exceto um, que fica na beirada, vagão este onde Helena e o pessoal estão.
— Gente tá tudo bem com vocês? — Helena pergunta tentando levantar o corpo, que está preso por um dos bancos retorcidos. Ninguém, porém, responde. Ela percebe, então, um som de metal rangendo, como se aquele vagão estivesse se arrastando. lentamente. — Pessoal!!! Nós temos que sair daqui. Esse trem vai cair! Os outros, ainda meio desacordados, começam a se mexer, porém isso fez com que o som metálico ficasse mais presente. Há um cheiro de gasolina muito forte vindo do caminhão, que não está muito distante. Helena entra em pânico e grita por socorro. Os outros, contagiados pela histeria, também gritam.
O vagão continua escorregando para o abismo, até que o peso da metade suspensa se torna maior que a apoiada no chão e então, tudo começa a girar, o pânico fica ainda maior e com as batidas que o vagão dá no precipício, faz com que muito ferro se distorça. Helena vê Megan sendo arremessada pela janela, porém metade de seu corpo, ainda fica para o lado de dentro e é esmagado pela estrutura do metrô. Halley é empalada por uma barra de ferro que se quebra e a atinge com violência na cabeça.
Aqueles corpos rodopiando dentro do vagão, e os gritos agonizantes, fazem com que Helena perca as esperanças, então ela fecha os olhos e espera a hora da morte. E assim foi feito, assim que o vagão parou de capotar, já não havia mais condições de sobrevivência. Ela ouviu todos os ferros batendo e a gritaria, porém logo depois um silêncio tomou conta de tudo.
...
— ...Eu tinha cinco anos na época. Quase morri.
Helena volta a si. E acha tudo muito estranho.
— As gêmeas estão quietas hoje. Que foi?
— Olha Albert... — Christina é interrompida por Helena.
— Se você quiser ficar com uma delas não é assim que vai conseguir.
— Como você sabia o que eu ia dizer? — Christina fica impressionada.
— Você tirou o Beto dos trilhos. — Helena diz baixinho.
— Ela te tirou dos trilhos hein Beto? — Nick soca o ombro de Beto.
— Nós temos que sair daqui.
Helena levanta, corre para os fundos do vagão e puxa os freios de emergência, fazendo com que o trem parasse.
— Helena! O que deu em você? — Mike se assusta — por quê fez isso?
— Vai acontecer um acidente e todos vão morrer. Eu tive que fazer. — Ela está apavorada. — Eu vi.
— O Que está havendo aqui? — O maquinista pergunta saindo da cabine.
— Não se preocupe, ela só não está se sentindo bem. — Megan tenta Apaziguar.
— Moço!!! — Helena fica histérica. — O senhor não pode continuar. Vai acontecer um acidente!!! Um caminhão vai cair nos trilhos.
— Por favor senhorita, mantenha a calma. Eu não posso fazer essas paradas de emergência sem uma emergência de verdade. — Diz o maquinista educadamente.
— Mas é uma emergência caramba!!! Eu vi tudo, o caminhão tombando, o trem batendo e explodindo. Eu vi!
— Senhorita, se continuar com essa história eu terei que chamar a polícia.
— Me escuta caramba!!!
—081, qual sua posição? — Uma voz no rádio do metrô chama pelo maquinista. — Se estiver antes da saída do túnel, por favor, pare agora, há um caminhão de combustível tombado no meio dos trilhos. Pare o trem agora 081. É um caso de emergência.
— Aqui é 081, estamos parados. Já havíamos sido avisados.
...
Fale com o autor