Naquela manhã, Helena, ainda em sua corrida, olha para um grupo de artistas de rua, fazendo malabares com fogo no semáforo da avenida. Fica encantada, porém tensa, pois uma sensação de dejavú passara por ela, fazendo-a sentir medo. Seus olhos se fixam numa garota que se distrai e deixa sua tocha cair. No entanto ao perceber que ninguém havia se machucado, seguiu seu caminho normalmente, colocando seus fones de ouvido e correndo.

...

Mais tarde, Megan e Halley preparam juntas um almoço de tirar o fôlego para seus amigos, a grande atração da mesa é a lasanha de Halley que já é famosa entre seus amigos e familiares. Cozinheira de mão cheia, ela é apaixonada pela culinária, no entanto não sonha em ser uma chef, já que está super satisfeita com sua formação em Arquitetura e Urbanismo em Harvard.

— Megan, você disse que eles não paravam de falar da Helena, que não concordavam com nada que você dizia, certo? — Halley fica curiosa. — O que eles disseram especificamente?

— Eles chegaram a dizer que ela estava drogada. Você acredita? A Helena?

— Sério? Caramba! esses garotos são tão idiotas... mas fazer o que? É o jeito deles.

— Eu não suporto aquela desconfiança desnecessária. Todos conhecem a Helena e ficam só falando abobrinha.

— Eles já devem estar chegando, a gente vai tirar isso a limpo hoje.

...

Mylla, Nick e Paul chegam juntos a casa de Halley, com toda sua deselegância, ficam esparramados nas poltronas da sala de estar de Halley.

— Ei, minha barrinha de chocolate. — Nick diz, se referindo, sarcasticamente, a Halley. — Quando é que você vai me dar sua lasanha?

Sorrindo, ela responde educadamente:

— No dia em que você criar pêlos no saco. Quem sabe?... Seria bem interessante. — ela joga seus cabelos cacheados e começa a rir, juntamente com Megan.

— Ela te deu um chute no saco e nem precisou chegar perto hein cara? — Paul zomba do irmão, enquanto quase morre de rir.

— Por que você não cuida da sua vida hein? — Nick fica frustrado e fecha o rosto.

A campainha então toca e Halley vai até a porta. As gêmeas chegam, vestidas para matar. Ambas usando vestidos brancos ligeiramente curtos e colados no corpo, além de sandálias douradas, com salto mediano. Estão se diferenciando apenas no penteado. Christina usa um rabo de cavalo bem liso e Christine, resolveu deixar solto, porem também liso.

— Quem é quem? — Megan pergunta de braços abertos. Vocês estão lindas amigas.

— Você que é um avião miga. — Christina diz abraçando-a.

— Acho que eu errei de endereço. Aqui tá parecendo um aeroporto. Só tem avião. — Beto chega de surpresa e dá um susto e Christina, que lhe dá uma bofetada.

— Ai meu Deus!!! — Ela diz desnorteada. — Me desculpa Beto! Você me deu um susto.

— Onde aprendeu a bater assim? — Beto pergunta, enquanto massageia o próprio maxilar. Fez MMA no México foi?

— Não sou mexicana. Já te falei isso. A Christine e eu fizemos aulas de Karaté quando éramos crianças.

— Pra quê?

— Pra nos defendermos de qualquer ameaça.

— Você me acha uma ameaça?

— Você entendeu.

— Parem com esse carinho todo você dois e entrem aqui. — Halley os interrompe.— Será que eu vou ter que marcar o casamento de vocês dois?

— Me respeita. — Christina diz brincando. — Eu me casaria até com o Chucky, menos com ele.

— Porra! Essa magoou, de verdade. Você ainda vai me desejar.

— Eu tô contigo meu amigo. — Halley defende Beto. — Ela é louca por você, só não quer admitir. Tá com um fogo debaixo da saia que dá pra ver daqui. Olha!

Beto olha discretamente e percebe que a calcinha de Christina está aparecendo devidao a maneira em que ela está com as pernas cruzadas.

— É deu pra ver mesmo. — Ele cochicha no ouvido de Halley. Então começam a rir sutilmente.

Helena e Mike são os últimos a chegar... Ainda no elevador, ela fica extremamente tensa, pois tem um certo medo deles. Ao olhar para o espelho ao seu lado, percebe, em um canto tímido, um vulto se mover lentamente. Acreditando ser apenas sua mente pregando peças devido ao seu medo, ela simplesmente ignora. Enfim o elevador pára e eles saem em direção ao apartamento de Halley, mas antes de tocar a campainha, Helena sente algo fazer gelar sua espinha:

— Você sentiu isso? — pergunta para seu namorado, que não entendeu a pergunta.

— O quê? — ele pergunta.

— Deixa pra lá. Não foi nada

Eles tocam a campainha do apartamento de Halley, que rapidamente abre e os recebe com um sorriso sincero e abraços.

— Eu já estava pensando que vocês não vinham. Podem entrar e se sentar, que todos já estamos famintos.

— Mike me convenceu a vir, você sabe o quanto ele te adora. — Diz Helena, meio acanhada.

Halley não entendeu bem o que Helena quis dizer com "convenceu", mas relevou, já que sua amiga passara por maus bocados.

Alguns minutos depois, quando já estavam almoçando, Megan propõe um assunto para que posam conversar.

— Vocês souberam que a Sasha Winston fez o projeto daquele edifício no fim da rua?

— Eu não passo nem perto — dispara Nick — Ela foi processada pelo desabamento de um edifício em 2004. Eu não confio mais nos projetos dela.

— Disseram que ela dormiu com um engenheiro, só para ele assumir a posse do projeto estrutural, que ela mesma fez, para evitar provas contra ela.

— Isso é muita falta de ética pra uma pessoa só. — Diz Halley — Ela matou cinquenta e seis pessoas, o cara que foi preso. Ele nem teve chance de provar inocência.

— Ele morreu dentro da cela de prisão, um dia após ser preso de enfarto. — Diz Mylla enquanto digita algo em seu celular, guardando-o em seguida.

O celular de Beto toca e ele resolve atender longe de todos, pedindo licença, ele se levanta e vai até o banheiro. Todos na mesa acham aquilo estranho, mas se surpreendem com a rapidez em que ele retorna.

— Mas já? — Paul pergunta.

— Liga a TV no noticiário agora! — Beto diz indo para a sala de estar.

Todos se levantam e o seguem até a frente da televisão, que é ligada por Halley, que pegara o controle remoto sobre o rack.

"...O número de mortos no acidente de metrô já passa de 30, no entanto pode aumentar ainda mais, pois o resgate está sendo bastante complexo, devido o local em que os vagões caíram. A polícia disse que antes do acidente, o mesmo trem havia sido parado por uma emergência, no entanto seguiu em frente, após o aviso de que o caminhão havia saído dos trilhos. O motorista do caminhão e seu filho sofreram apenas ferimentos leves,

...

MT Abraham - NY 13:00h

Owen e seu pai ,Oliver Johnson, moram em uma casa simples, O pai está assistindo a um filme de comédia TV, enquanto o filho está na cozinha procurando algo na Geladeira. Finalmente encontra um pedaço de bolo de chocolate, que sua avó lhe trouxe na noite anterior, após eles chegarem do Hospital, no entanto, algo o assusta, uma onda de vento passa por sua espinha, o fazendo gelar. Ele percebe que a janela está aberta e logo a fecha. Devido ao menor fluxo de ar na cozinha, ele começa a sentir cheiro de gás, então decide procurar pelo vazamento. Olha debaixo da pia, perto do fogão, atrás do balcão e em vários lugares, mas não encontra, só então percebe que a chama do fogão está ligada, porém o defeito estava alí, pois mesmo desligando, ainda continuava vazando. Owen resolve alertar seu pai do acontecimento.

— Papai, temos um probleminha aqui na cozinha. A chama do fogão não está fechando.

— Você já desligou o Registro? — Oliver levanta do sofá, com um pouco de dificuldade.

— Eu não sei onde fica.

— Sério? A vida toda morando aqui e você não sabe onde fica o registro? É isso que dá passar o dia todo jogando videogame... Deixa que eu faço isso.

Oliver vai até o lado de fora da casa e mostra para o filho onde está o registro e rapidamente o desliga.

— Eu vou buscar as ferramentas para arrumar o fogão. Não acenda nenhum tipo de fogo até o cheiro de gás sumir.

— Tudo bem.

Chegando na despensa, Oliver tira de lá, uma escada e a encosta ao lado da porta, depois procura por sua caixa de ferramentas. Acaba derrubando algumas coisas, inclusive um rolo de cordas que ficaram espalhadas pelo chão.

— Droga! — ele fica frustrado.

Ao tentar sair dali, ele acaba tropeçando em uma das cordas e esbarrando na escada, que vira e cai numa janela, que se quebra e os cacos de vidro caem em Oliver, uns atingem seus olhos, Oliver dá um grito agonizante, que não foi ouvido por Owen que está com fones de ouvido. Ele se levanta com as mãos sobre os olhos e totalmente desnorteado, tenta andar e sair dali, gritando pelo nome de seu filho, sem resposta, mas acaba tropeçando novamente e caindo em um rastelo no chão, perfurando sua jugular, fazendo jorrar sangue por toda a grama.

...

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.