Chicago, 12 de outubro de 2009. 08:24h AM

"Nada como a juventude... Um corpo lindo, confiança de sobra, sentimentos intensos e liberdade. Ah liberdade! Como eu te adoro..."

Helena Wilson é uma jovem belíssima e sabe muito bem disso, seus cabelos ruivos, o olhar intenso, a personalidade forte e sua audácia são grandes marcos que ela possui. A garota também tem uma característica bem ousada, ou seja, ela se sente bastante a vontade com o próprio corpo e não liga muito para o que os outros falam ou pensam a respeito dela, a ponto de fazer um ensaio fotográfico completamente nua para seu namorado como presente de aniversário.

Numa manhã tranquila ainda acabando de acordar, porém já radiante, Helena está deitada em sua cama conversando consigo mesma.

— O que será que meus velhos estão fazendo uma hora dessas? Qual será a diferença de fuso horário de Londres até aqui? - Então ela pesquisa em seu celular. - Ok! Seis hora. Não corre risco de eu os atrapalhar. - Ela abre um aplicativo de vídeoconferências e espera até que seus pais atendam. Feito isso, o primeiro rosto que ela vê é o de sua mãe Isabelle, uma mulher, que apesar da idade, possui uma beleza incompreensível, maçãs do rosto belissimas, cabelos também ruivos como os da filha e olhos verdes e marcantes, além de algumas poucas rugas que dão um certo charme ao seu rosto.

— Oi querida, tudo bem com você? - Diz Isabelle dando um sorriso sincero.

— Oi mamãe! Eu tô com tanta saudade de vocês. Quando vocês voltam?

— Bem! Seu pai e eu ainda estamos pensando em conhecer a Itália, então creio que vamos demorar um pouco.

— Eu espero que vocês curtam o máximo desse passeio.

— Obrigada minha filha. Nós precisávamos muito disso pra redescobrir o amor entre nós dois. A propósito, e o Mike? Você e ele estão se dando bem?

— É... Eu diria que sim.

— Como assim? Aconteceu alguma coisa? — Isabelle fica preocupada.

— Não é nada grave, é só uma crise.

— Entendo perfeitamente, mas fique tranquila, apenas dê um tempo se for preciso. Isso acontece com todo mundo.

— Obrigada pelo conselho... A propósito, nós e uns amigos iremos fazer um passeio pelas estações de metrô da cidade.

— De metrô? Mas você já não tem seu carro?

— Sim, mas é que nós estamos em férias coletivas e o pessoal da construtora quer fazer uma experiência diferente. Se aventurar em coisas que não temos o costume de fazer.

— Mas esses metrôs são tão perigosos e nojentos. Os ratos andam de pé pra não sujarem as patas. Sem falar nos ladrões que ficam rondando por ali.

— Tudo bem, nós somos precavidos. Não tem problema. O Beto tem muitos amigos da polícia, se precisar de ajuda ele tem garantida.

— Tudo bem então filhota. Eu te amo.

— Eu também te amo, manda um beijo pro papai. Eu preciso desligar, ainda nem tomei meu café da manhã.

— Até mais meu anjo.

...

11:59 AM

Helena está sozinha, na sala de estar, sentada num sofa em forma de "L" e suas unicas companhias são, uma poltrona branca, uma mesa de centro toda de vidro, um pequeno rack com alguns porta retratos e a TV de plasma sobre o mesmo. Está passando um noticiário e a notícia chama a atenção da jovem.

McKinley ainda está aterrorizada pelo grande número de mortes que têm acontecido nos últimos meses. Até agora 180 foram registradas e o mais estranho de tudo, é que todas essas pessoas estavam no Shopping Center onde um grande incêndio fora impedido por Nick O'Bannon, que por acaso também morreu em um acidente na cafeteria Death By Caffeine, atropelado por um caminhão desgovernado. Uma mulher chamada Kimberly Corman, entrou em contato conosco e disse que tem uma resposta para o que está acontecendo com a cidade de McKinley. Ela não quis gravar entrevista, mas conversou com nossa equipe e disse exatamente isso: "Nick não deveria ter impedido aquele incidente no Shopping, salvando aquelas pessoas, ele estragou os planos da morte e agora ela está corrigindo isso, ou seja, essas pessoas deveriam estar mortas de qualquer jeito, eu sei disso, porque venho lidando com isso por 9 anos, desde que salvei umas pessoas de um engavetamento no passado." Será mesmo que estamos lidando com algo sobrenatural? Ou estaria Kimberly apenas querendo seus 15 minutos de fama?...

Helena desliga a televisão e volta a falar consigo mesma.

— Já basta de sensacionalismo por hoje. Esse bando de gente querendo vender essas idéias, poxa! A cidade só está passando por uma onda de má sorte.

A campainha então toca e Helena atende, surpreendentemente, quem está do lado de fora é seu namorado Mike, um jovem de cabelo preto e pele clara, com traços harmoniosos bem aparentes. Os olhos castanhos meio tímidos dão um ar de inocência em seu olhar. Ele dá um selinho em Helena e entra silenciosamente.

— Por quê tá tão calado hoje? — Ela logo pergunta.

— Por nada não! Só tô meio cansado, parece que sou um boi que foi pastar no campo de maconha. Ontem eu e o Beto tomamos todas e quando a gente viu "Bum" acordamos os dois no chão da sala com uma ressaca daquelas.

— Eu disse pra você que o Beto não é flor que se cheire. Mesmo depois que eu vim embora, ele insistiu que você ficasse e te embebedou até cair.

— Eu acho que aprendi a lição. — Mike dá uma leve risada. — Mas tudo bem, até que foi divertido. O Shawn e o Franklin também estavam lá e não deixaram a gente entrar num coma alcoólico.

— E eu aqui morrendo de preocupação. — Helena cruza os braços.

— Ah! Não faz essa cara de brava. Assim eu fico sem jeito. Vem cá. — Mike abraça Helena e acaricia seus cabelos ruivos.

...