Capítulo V

Alguém sabe quem está vindo na minha direção ? Vou dar algumas dicas : Um rapaz bonito e alto, loiro. Estava de bermuda jeans e uma camisa xadrez, no rosto além do óculos escuros havia um sorriso de matar qualquer uma.

Ponto pra quem disse o Gato Desconhecido da Academia.

– Cara, acredita que ela disse que você era o homem invisível ? - Falou Gui rindo.

Mas um que quando morrer tem que ter dois caixões. Precisava falar isso? Porém o que mais me chamou a atenção foi a risada dele suave como sinos.

– Posso ser tudo menos invisível . - Piscou pra mim.

– Ah ... - Preciso contar que estou morrendo de vergonha ?

– Vamos sentar se não a gente vai começar a criar raízes aqui. - Falou Gui sentando na grama em que eu estava até pouco tempo atrás.

Eu estava sentada no meio dos dois e tentava a todo custo não olhar pro Gato Desconhecido da Academia.

– Então, acho que vocês não se conhecem. Thomas essa é Jenni !

– Prazer Jenni... - Falou no meu ouvido quando me abraçou.

– Prazer Thomas . - Fiz mal, muito mal ao olhar em seus olhos, meu olhar ficou preso ao seu. E ele parecia ter a mesma sensação pois também não desviava.

– Então... eu vou ali comprar um sorvete pra mim, melhor do que ficar segurando vela. - Falou Gui saindo.

Ficamos eu e o Gato Desconhecido da academia, não era tão desconhecido agora, já que eu sabia seu nome. Quando Gui estava longe Thomas falou :

– Não liga pra o que ele fala, uma boa forma de ser amigo dele é sempre ignorar as palhaçadas.

– É ... - Eu tava procurando alguma maneira de fugir dali. Estava morrendo de vergonha e pela cara dele parecia que ele se divertia com a situação.

– Quantos anos tem Jenni ?

– Tenho 18 e você ? - Olhei pra ele.

– Tenho 20. Você é daqui mesmo ?

– Não eu moro em Chicago, mas eu me mudei por causa da faculdade,

– Que legal - sorriu - Qual curso ?

– Engenharia Civil.

– Nossa, esse seria o meu curso se eu não tivesse feito Medicina. - Sorri, isso parecia um sonho. Eu e ele conversando tranquilos em um parque sem ninguém para atrapalhar.

– Faz tempo que você é amigo do Gui ? - Perguntei.

– Desde que me entendo por gente.

Ficamos um tempo em silêncio só curtindo a companhia um do outro.

– Bem, tenho que ir. - Falei me levantando.

– Já ?

– Sim, está ficando tarde.

– Isso não me parece tarde pra uma garota que sai depois das dez horas da academia. - Corei com seu comentário.

– Mas amanha eu tenho que acordar cedo . - Foi a primeira desculpa que veio na cabeça.

– Tudo bem. - abriu um sorriso - Vamos eu te levo em casa. - Levantou também.

– O que? Não precisa .

– Precisa sim.

– E o Gui ? Vai deixar ele aqui ?

– Tenho certeza que ele não vai se importar se eu for com você.

– Então tudo bem. Vamos! - Falei um pouco animada demais, corei na hora, espero que ele não tenha percebido.

Nós fomos caminhando até meu apartamento, cheguei na esperança da Alice esta lá, mas pra minha decepção ela não estava. Ele entrou sentou no sofá ligou a televisão,como se fosse a casa dele, mas não falei nada esperei ele falar eu estava muito nervosa.

– Então, cadê sua irmã?

– Prima, ela é minha prima.- Respondi meio sem jeito.- Não sei, quando sai ela estava em casa...

– Isso quer dizer que estamos sozinhos.- Falou isso com um sorriso malicioso no rosto.

– Sim, não, sim, mas também quer dizer que você vai embora.- retribui o sorriso.

– Por que ? Agora que comecei a gostar... - Olhou pra mim por uns segundos e voltou a atenção pra televisão - ... do filme.

– O que ? - Perguntei incrédula.

– Faz uma pipoquinha e vem assistir comigo !.

– Muito folgado você, não acha ?

– Nem um pouco. - Falou ele dando um sorriso debochado.

Rendida fui ate a cozinha e coloquei a pipoca no microondas. E fiquei ali olhando o pratinho girar, quem diria que minha vida é que iria dar tantas voltas.. Parece que foi ontem que o vi e hoje o Gato não tão desconhecido da academia está em minha casa.

Despertei com o barulho do microondas avisando que a pipoca estava pronta. Coloquei-as em uma tigela e fui em direção a sala. Quando cheguei lá ele estava mexendo no MEU celular.

– Atrapalho ? - Fui a mais irônica possível.

– Na verdade sim, suas fotos são bem legais - Falou dando um sorriso malicioso. - Ate já peguei umas pra mim.

– O QUE ?

Larguei a tigela na mesinha da sala e corri pra salvar minha dignidade, vai lá saber quais são as minhas fotos. Tentava a todo custo pegar meu celular, porem ele era bem mais forte e se livrava facilmente de mim. Resultou que eu cai e acabei o puxando junto comigo. Ele aproveitou e prendeu meus braços com uma mão e com a outra continuava a mexer no celular.

– Me devolve meu celular. - Falei com um bico enorme da cara.

– Vai chorar ? - Levantou uma sobrancelha rindo.

– Vou ! - Fiz mais birra ainda.

Nossos rostos estavam bem próximos, e ele foi diminuindo aquela distância. Até que um barulho irritante nos interrompeu, era seu celular.

Ele bufou, entregando meu celular e se afastou para atender o seu telefone. Eu fiquei pior que um tomate, não sabia como agir.

Levantei do tapete peguei a tigela de pipoca e sentei no sofá. Ele estava em frente a janela e de costas pra mim. Me permitir olhar seu corpo, afinal sou filha de Deus também e quem nunca fez isso que atire a primeira pedra. Seus ombros eram largos seus braços eram fortes na medida certa, e seu bumbum era durinho, não que tenha apertado ou coisa do tipo, mas devia ser né?! Meu Deus virei um pervertida!

Quando acabou de falar no celular se sentou do meu lado e pegou um pouco de pipoca e levou ate a boca.

– Droga perdemos uma parte do filme! - Bufou, como se nada tivesse acontecido.

– É, uma pena. - Falei me recompondo. - Aliás que filme é ?

–Esqueci o nome, mas é de Terror!

...