Eduardo a levou dali e dispensou os advogados de Dionísio os chamando de incompetentes e assim eles foram para casa. Quando chegar o Victória não perdeu tempo foi direto ao quarto da filha porque era com ela que queria falar.Abriu a porta e sem pensar em nada apenas fui até a cama e abraçou sua pequena princesa. Sim, ela era ainda uma menina quando olhava para ela era só isso que Victoria conseguia ver.

— Filha, você está bem?

— Mãe, meu pai conseguiu te tirar.– Apertou a mãe em seus braços e chorou.– Eu não quero ficar sem você, mãe! Nunca mais!

— Minha filha!– Apertou ela em seus braços, ela apertou a filha com todo amor estava nervosa, nervosa demais.– Minha filha, me diz uma coisa, meu amor...

— Por que te prenderam mãe? Não foi você! – ela segurou a filha. Fêr a olhou.

— O que mãe?– ela disse toda nervosa.

— Me diz, amor, onde estava quando tudo aconteceu? Onde você foi quando o que seu pai...– ela disse nervosa.

— Eu estava escondida, mãe!Ele queria me bater!Eu não ia deixar ele me bater por uma coisa que eu não faço.

Ela se afastou da filha e a olhou nos olhos. Estava tensa e queria mesmo muitas respostas para tudo que estava acontecendo.

— Meu amor, por que seu pai ia te bater? – ela ficou cismada com aquela revelação.

— Porque ele me viu beijando a Milena!

— O que? – Victória perdeu o chão e a olhou assustada.– Filha, você é lésbica?

— Não mãe, mas meu pai viu eu e Milena juntas e foi só um beijo e achou coisas que não são! Eu estava curiosa pra saber como era e meu pai chegou bem na hora! Só foi isso, eu não faço outras coisas não.– Falou com medo do que a mãe poderia achar dela.– Eu só estava curiosa!

— Minha filha, se você gostar de meninas, eu quero saber é a hora de conversar comigo! Você gosta de meninas? –Ela olhou a mãe sem saber o que responder.

— Eu não sei, mãe!

— Minha filha, eu preciso que você saiba eu preciso que você pense se é o que você quer.

— Mãe, as coisas não são assim! Eu não posso saber assim do nada! Eu estou confusa!

— Meu amor, só tem um jeito de você saber! Sair com um rapaz e ver se não é realmente o que você quer!

— Ninguém gosta de mim! Nenhum rapaz olha pra mim, mãe!– Suspirou e deitou na cama melhor.

Victória deitou ao lado dela e puxou sua filha para seu peito como ela gostava. Sabia, entendia que sofrimento era aquele que filha estava passando por que ela também tinha passado por coisas semelhantes e foi assim que ela começou aquela conversa.

— Quando eu tinha sua idade ninguém me queria, eu me sentia tão feia, eu tinha as pernas finas e não tinha bunda e nem dinheiro para fazer as coisas que eu queria! Então, eu fui burra e achei que ninguém, ninguém nunca ia me querer, que eu merecia sofrer e que nenhum homem olharia para mim!– Ela suspirou apertando a mãe. – Sabe o que aconteceu, minha filha?

— Eu tenho dinheiro e tenho bunda, mas mesmo assim ninguém me olha mãe!

— Alguns meses depois vários homens queriam estar comigo porque eu aprendi me valorizar!

— E o que você fez? Porque só se valorizar não está com nada, eu tenho tudo isso aí e mesmo assim não tem ninguém no meu pé! Achei que dinheiro poderia chamar homem, compra coisas mais não está funcionando!– Falava com a voz firme para a mãe.

— Você vai ficar entediada de tanta coisa que você vai ter para fazer como adolescente, filha!

— Eu não tenho mais vontade de fazer nada, meu pai morreu por minha culpa.– Falou toda sentida.

— Minha filha... – ela suspirou triste com seu amor ali perto dela.

— Mãe, a senhora vai ficar presa? Eu não posso te perder!

— Meu amor, você é tudo para mim!Você não vai me perder, não mesmo!

As mãos de Victória seguravam sua filha com amor apertando contra ela, era tudo ruim e cinza e ela sentia tristeza e dor...

— Você quer me dizer algo mais?

— Eu não quero ficar sem você. – apertou mais Victória contra seu peito.

— Você não vai porque eu nunca vou te deixar, meu amor, eu estou aqui com você, sempre vou estar!– ela disse cheia de medo.

— O que a senhora quer saber? Eu não tenho nada pra contar!

Victória a beijou nos cabelos, estava preocupada com ela e queria saber se estava mesmo bem.

— Algo mais sobre a noite da morte do seu pai?

— Só que era pra ser uma noite linda para a senhora e ele estragou tudo!

— Ele morreu, meu amor, se acabou não diga nada, seu pai se foi!

Todas as coisas que se passavam pela cabeça de Victória naquele momento, eram dor e medo, ela estava ferida, aquilo tudo tinha assustado ela demais, mas a filha a preocupava muito mais que qualquer coisas.

— Vamos descansar, amor, só isso...

Fernanda sentou na cama e a olhou com lagrimas nos olhos.

— Mãe, eu tenho uma irmã?– Victória estremeceu sentindo o corpo tencionar, quem tinha dito aquilo a ela?

— Minha filha... O que está falando?

— Mãe, o meu pai disse lá no meio de todo mundo antes de te bater.

— Filha...– ela estava atordoada com aquelas palavras.– Seu pai... ele queria que a gente fosse infeliz! – ela suspirou mais forte e se sentou na cama.

— Ele nunca foi um bom homem e deve ter mentido sobre isso também.– suspirou.

— Seu pai não mentiu! – ela disse com os olhos cheios de lágrimas.– Ele era um mentiroso mas ele não mentiu...

Fernanda a olhou com os olhos arregalados.

— Mas ela está morta, meu amor... Minha filha está morta há muito tempo! – ela soltou as lágrimas sofrendo.– Quando ela era bem pequena, eu sofri um acidente e ela foi roubada de mim, eu procurei por ela uma eternidade e quando recebi notícias da polícia, ela estava morta, eles me disseram que estava morta. – ela falou sofrendo.

Fernanda agarrou a mãe a beijando e sendo a sua força. Ela não estava acreditando no que ouvia, mas mesmo assim ia fazer o que sempre fazia, cuidar a mãe e ser a filha maravilhosa que ela sempre era.

— Mãe...– não sabia nem o que dizer.– Eu sinto muito eu queria muito ter conhecido ela!

— Filha...– Victória chorava nervosa com ela ali.– Eu queria ela aqui com você , minha filha sendo feliz como você! – Ela apertou Fernanda em seus braços e chorou.– Eu a amava, ela era tão linda, tão pequena e tão cheia de vida. – ela se afastou e tocou o rosto da filha. – Ela se parecia com você, meu amor, porque as duas se parecem comigo.

— Mãe, a senhora tem certeza que ela está morta? Era filha do meu pai?– estava curiosa por saber tudo sobre a irmã.

— Ela está morta, amor, mas não era filha do seu pai... ela era filha do meu primeiro amor. Ele era um homem proibido e eu me apaixonei e foi apenas uma vez.

— Eu sinto muito de verdade mãe.– Ela abraçou a filha de novo.

— Meu amor, me perdoa, eu não te contei porque não te queria sofrendo.

— Eu gosto de saber das suas coisas, mãe, eu quero sempre ser sua amiga!

— Você é minha amiga, você é! Você sempre foi especial, Fernanda vai continuar sendo meu amor agora eu vou descansa que você precisa e eu também! –Victória abraçou sua filha se preparou para sair do quarto,

— Eu amo você muito e se precisar me chama que eu vou!

— Tudo bem, meu amor, agora já é hora de você descansar!– E sem palavras Victória saiu do quarto da filha.

Quando fechou a porta no corredor ela começou a chorar encostada na parede sentindo sua vida esvair por sua mão. Ela era sim a pessoa mais triste naquele momento! As imagens de seu ex-marido de passavam a cabeça. O sangue caindo sobre seu corpo e ela chorou encostada na parede do corredor sem saber para onde ir sem saber o que sentir.

Dionísio que subia para ver se estava tudo bem a encontrou ali e foi até o seu amor e a pegou no colo como se fosse um bebê. Ele sabia que ela estava em choque, que aquele momento era muito delicado e tudo que ele mais queria era que ela se sentisse protegida.

— Eu estou aqui, meu amor, para segurar você sempre.

— Eu não sei o que fazer, meu amor, eu não sei o que fazer! – Ela segurou no pescoço dele feliz por ter aquele um homem ao seu lado mas sofrendo ao mesmo tempo.

— Me perdoe não ter te tirado daquele lugar.

— Eu sei que você fez tudo que você podia!

— Se tivesse feito tudo você teria vindo comigo!– ele caminhou com ela para o quarto.

— Você fez sim, meu amor, mas não dependia só de você! Dionísio, eu não sei o que fazer.

— Você precisa contar quem foi que fez isso ou você vai ter sérios problemas, meu amor.– ele sentou com ela na cama ainda em seu colo.– Eu te amo, não posso viver sem você se for indiciada.

Ela se agarrou a ele como a única esperança que tinha naquele momento. Sabia que ele estava ali para ela e que sempre estaria.Dionísio a segurou firme em seus braços não sabia muito o que falar aquela situação era tão fora do comum que ele apenas ficou ali abraçando o seu amor.

Ela simplesmente sentiu calor daquele homem e se deixou levar por aquele momento não tinha nada que ela quisesse fazer só ficar em silêncio e foi assim que alguns dias se passaram...

DIAS DEPOIS...

As coisas seguiam complicadas e Victória teve que prestar esclarecimento várias vezes na delegacia mas ainda não tinha sido indiciada pelo crime continuava sendo a maior suspeita, mas não era nada comprovado ainda a sua culpa embora ela quisesse assinar o termo que indicavam sua culpa absoluta por aquele crime.

Mas os policiais achavam estranho alguns detalhes que Victória não sabia explicar naquela noite e assim decidiram tomar depoimento de todas as pessoas que estavam na festa inclusive os familiares dela sobre tudo eles. Na manhã daquela quarta-feira Vitória e Sofia sua mãe estavam em casa no sofá conversando quando Victória passou mal...Foi ao banheiro e se sentir enjoada, vomitou todo o café da manhã e depois se sentou pálida no sofá sentindo muito mal.

— Mamãe, eu não sei o que eu tenho, deve ser nervoso!

Sofia olhou para Victória bem dentro dos olhos. Ela tinha um amor tão especial e único por aquela filha que apenas conseguiu dar um sorriso a inocência dela naquele momento.

— Pelo menos uma noticia boa no meio desse caos todo!

Victória olhou para ela sem entender e Sofia sentou bem juntinho de sua filha e a beijou no rosto.

— Você e Dionísio andam transando, minha filha?

— Mamãe, nós temos uma vida bastante corrida nós sempre temos tempo pra nos amar. Eu tenho sido descuidada com algumas coisas, mas você acha que eu estou grávida? – Os olhos de Victória ficaram iluminados e Sofia sorriu...

— Um homão daquele só podia te engravidar de cara.– brincou para tirar a tensão que era aquela casa agora.

Victória tocou sua barriga com todo amor sabia que ele podia estar sendo gerada uma vida.

— Nós queremos tanto esse bebê, mamãe, será que é verdade? Logo agora no meio desse tumulto.

— E os bebês precisam de hora de virem? Minha filha é mais uma benção em nossas vidas! – beijou mais ela e tocou a mão de sua filha que estava sobre a barriga.

Victória abraçou a mãe toda carinhosa e ficou alisando a mão da mãe sobre a sua barriga e não sabia o que sentia por isso chorou. Chorou e pensou em como estava ganhando um presente naquele momento que tudo parecia do avesso.

— Mamãe, como eu vou fazer se eu for presa? Como vou ter esse bebê, mamãe?

Sofia se soltou dela e a olhou com firmeza.

— Você precisa me contar o que esta me escondendo, eu não vou deixar que você seja presa...

Victória a olhou nos olhos e sua expressão mudou inteira, ela estava em choque quando pensava nisso, e Sofia podia ver naquele momento...